Buscar

Resumo Processo Civil

Prévia do material em texto

Resumo Direito Processual Civil
Conceito de Direito: é o conjunto de normas de conduta obrigatórias estabelecidas ou autorizadas pelo próprio Estado e garantidas pelo seu poder.
Conceito de Direito processual civil é o conjunto de princípios e normas jurídicas que regem a solução de conflitos de interesses por meio do exercício da jurisdição, função de soberania de um Estado, por isso se diz que é um ramo do Direito Público.
A tutela jurisdicional, numa definição sintética, é a função do Estado de dirimir, pacificar e, por conseguinte, resolver conflitos que surgem no seu âmbito de atuação político-jurídico seguindo um procedimento de aplicação de leis aos casos concretos de modo a aproximar-se o máximo possível de um decisum justo.
Meios de soluções dos conflitos sociais.
- Interesse = vontade / desejo, ligada ao objeto
- Conflito de interesses – colidência de interesse 
- Pretensão – é mais do que vontade, é a exigência de subordinação do interesse alheio ao interesse próprio.
- Lide - é quando duas pessoas ou dois lados disputam uma causa ou bem, ou seja, um bem jurídico de valor econômico ou não econômico está sendo alvo de disputa entre pessoas.
Formas de Solução da lide:
Autotutela: é a forma de solução da lide por um dos litigantes, unilateralmente utilizando a violência que pode ser física ou psicológica. 
O uso da força (autotutela) não é uma forma de pacificação social efetiva, muito pelo contrário, é uma fonte de violência que perturba a sociedade. 
Características da autotutela:
- Ausência de juiz distinto das partes;
- Imposição da decisão por uma das partes à outra;
- Emprego de violência;
	A autotutela é considerada crime no direito brasileiro, Art. 345 CP Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Porém há 2 exceções onde a lei admite que o indivíduo se utilize de seus próprios recursos para alcançar suas pretensões:
 Art. 23 CP - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
        I - Em estado de necessidade; 
        II - Em legítima defesa;
        III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Art. 188 CC - Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Art. 1.210 CC - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Autocomposição: É a solução da lide pelos próprios litigantes por meio da razão de modo unilateral ou bilateral. Há duas formas unilaterais:
- Subordinação (Art. 487, III, a - NCPC), “reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção. Desistência à resistência. 
 - Renúncia (Art. 487, III, c - NCPC), “a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvocação. Desistência à pretensão (abre mão do que queria).
Se a resolvido de forma recíproca bilateral transação (Art. 487, III, b- NCPC), há um acordo por meio de concessão recíproca.
Na Autocomposição a solução do conflito é criada pelas partes, os exemplos mais comuns são: 
 I – Negociação – É a comunicação voltada a persuasão. As partes têm total controle sobre o processo e seu resultado. Pode abranger valores ou questões diretamente relacionadas à disputa e variam, quanto à matéria e à forma;
 II – Conciliação – É um processo consensual breve, no qual as partes são auxiliadas por um terceiro neutro a disputa, sem interesse na cauda para ajuda-las, a chegar a uma solução ou acordo. 
 III – Mediação – É um processo autocompositivo, onde as partes são auxiliadas por uma terceira parte neutra ao conflito e sem interesse na causa, para se chegar a uma composição por meio da comunicação. Há mediação é sugerida para os conflitos em que haja vínculo anterior entre as partes, e sempre que possível seja preservado tal vínculo – art.165, § 3º do CPC.
Heterocomposição: É a solução da lide por um terceiro, de forma racional, as formas mais comuns são:
- Jurisdição: Trata-se de uma das funções do Estado, é a realização do Direito por um terceiro imparcial (juiz) que aplica a norma numa situação concreta, resolvendo os litígios. O resultado da resolução do conflito pela via jurisdicional consuma-se por intermédio de uma sentença. 
- Arbitragem: É uma forma de solução de conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis, em que as partes escolhem o árbitro ou grupo de árbitros, para que estes resolvam o litígio por meio de uma sentença arbitral. Lei da Arbitragem 9.307/96, pode ser instituída por meio de compromisso arbitral judicial ou extrajudicial. 
As formas de Autocomposição e Heterocomposição podem se dar de forma judicial ou extrajudicial, com exceção a via jurisdicional que obrigatoriamente ocorre por decisão de órgão atrelado ao Poder Judiciário. 
Portanto a negociação, a mediação, a conciliação e a arbitragem também são reconhecidas como meios extrajudiciais de composição de litígios. 
	Direito processual A atividade legislativa estabelece normas que segundo a consciência dominante, deve reger as mais variadas relações, dizendo o que é lícito e o que é ilícito, atribuindo poderes, faculdades e obrigações. 
	A Constituição Federal reservou, privativamente, para a União a competência para legislar sobre matéria processual. Art. 22, I. 
	As normas de Direito Material tratam das normas de conduta, com as quais o Estado proporciona o controle do comportamento social, ou seja, cria conjunto de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes aos bens e utilidades da vida. 
	As normas de Direito Processual, por sua vez, formam um sistema de princípios legais que regulam o processo, disciplinando a atividade dos sujeitos da relação processual, dos órgãos jurisdicionais e de seus auxiliares. 
	O Direito Objetivo é o conjunto de regras que disciplinam direitos e deveres dos membros da sociedade. Ulpiano, fala de 3 regras do direito objetivo: a) viver honestamente; b) não prejudicar o outro, c) dar a cada um o que é seu;
	O Direito Subjetivo está ligado ao sujeito, é o direito de exigência de subordinação de um direito material subordinado ao direito material subordinante. É o direito de exigir que o direito subjetivo seja cumprido som relação ao direito objetivo. 
	O Direito subordinante é quem vai mandar e o Direito subordinado é o que vai obedecer, qual o direito prevalece sobre o outro. 
	Código Civil
	≠
	Código Processual Civil
	↓
	
	↓
	Direito Material
	
	Direito Processual
	↓
	
	↓
	Substancial
	
	Formal
	↓
	
	↓
	Direito Privado
	
	Direito Público
	↑
	
	↑
	Direito Objetivo
	
	Adjetivo
Processo é o conjunto de atos processuais que servem para obter a sentença ou tutela jurisdicional.
A Ação é o direito de pedir a tutela jurisdicional. A ação provoca a jurisdição que é exercida dentro do processo. 
	
	Art. 312 CPC
	Art. 238 CPC
	Art. 335 CPC
	
	
	Art. 316 CPC
	
	Art. 1009 CPC
	
	Ação
	Citação
	Contestação 
	 
	 
	Sentença 
	
	Apelação
	
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	 
	
	
	Petição
	
	
	
	
	Fim do Processo
	Tribunal 
	
	
	Inicial 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Processo 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Finalidade é o objetivo do processo, e possui trêsteorias: 
Objetivista: é aquela que sustenta ser finalidade do processo a proteção do próprio direito objetivo (a própria lei);
Subjetivista: a finalidade é a proteção do direito subjetivo violado, protege a pessoa que tem o direito violado;
Mista ou Eclética: é o objetivo do processo a defesa do direito subjetivo regulamentado no direito objetivo. 
Divisão: As principais divisões do direito processual são Direito Processual Civil, Direito Processual Penal e Direito Processual do Trabalho, e cada uma destas divisões atua como suporte para as demandas que tenham como causa subjacente, matérias civil, penal e trabalhista. 
	Processo Civil 
	→
	Lide Civil
	Processo Penal
	→
	Lide Penal
	Processo Trabalhista
	→
	Lide Trabalhista
Relação com outros ramos do Direito: 
Muito embora o direito processual sirva de instrumento para que o Estado exercite o Poder Jurisdicional, ele é autônomo em relação ao direito material. 
Apesar de ser um ramo autônomo do Direito, ele não se apresenta de forma isolada, íntima é a sua ligação com outros ramos do direito como: 
Direito constitucional, pois os princípios processuais mais importantes se encontram na Constituição Federal, também encontramos na CF os direitos e garantias fundamentais, a organização e a competência dos órgãos do Poder Judiciário, etc.
Direito Civil, o direito material trata de vários temas de relevante importância como, por exemplo: capacidade das pessoas, provas, prescrição, decadência, etc. 
Direito administrativo, relaciona-se com o processo civil em relação às normas relativas aos auxiliares da justiça. 
Direito penal, levando em consideração vários fatos penais relevantes, acaba por nos remeter ao ditado ramo do direito, para que sejam retirados os conceitos necessários à compreensão dos institutos positivos no âmbito do direito processual civil, com o por exemplo, falso testemunho, falsa perícia, etc. 
Direito empresarial, trata de títulos executivos extrajudiciais, que podem ser executados em caso de inadimplemento de acordo com CPC. 
DICIONÁRIO:
Turbação: A turbação é, no sentido comum, todo ato de tumultuar, perturbar, ou causar desordem, confusão. No sentido jurídico é “todo fato injusto, ou todo ato abusivo, que venha ferir direitos alheios, impedindo ou procurando impedir o seu livre exercício"
Esbulho: O impedimento ao livre exercício da posse já se consumou, enquanto na turbação se configura a ameaça ao seu livre exercício. Quando já consumada a ocupação ou a tomada do bem, tem-se o esbulho. Enquanto ainda seja apenas a ameaça, ou estejam em andamento os atos tendentes à tomada do bem, tem-se a turbação.

Continue navegando