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RESUMO PROCESSO CIVIL III

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
 
Prof (a). JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
1. Da tutela provisória 
2. Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais da tutela provisória 
(recursos). 
 
1. TUTELA PROVISÓRIA (CPC, arts. 294 a 311) 
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS (se aplicam a todas as tutelas provisórias) 
É o oposto de tutela definitiva. Definitiva é aquela que não cabe mais recurso, imutável, transitada em 
julgado (estamos tratando do processo de conhecimento onde se busca uma sentença judicial que 
demonstre quem tem razão). 
A tutela provisória, por tanto, é aquela que ainda não se tornou definitiva, não é final no processo. É a 
antecipação do que se busca no fim do processo, a concessão dessa tutela é provisória, pois ainda que 
concedida o processo continuará normal até alcançar a sentença, ela se sujeita depois à sentença 
definitiva. 
A tutela definitiva (concedida com a sentença) é baseada numa cognição exauriente, na certeza, na 
verdade, evidentemente a verdade que se extrai do processo. É concedida após toda a tramitação do 
processo, na fase final do processo de conhecimento, a sentença, por essa razão é fundada numa 
cognição exauriente, pois o juiz conheci os fatos, fundamentos, defesa, toda a prova produzida durante 
o curso do processo, com base em todo esse conhecimento o juiz emite a tutela definitiva. 
Tutela provisória é baseada numa cognição sumária, na probabilidade e não na verdade, pois o juiz ao 
receber esse pedido do autor, geralmente na petição inicial, irá analisar os fundamentos e documentos 
apresentados pelo autor, e se entender estar presentes os requisitos, o juiz irá conceder a tutela 
provisória, baseando apenas nas alegações e provas apresentadas pelo autor, sem manifestação do 
réu. 
Exemplo: sujeito trabalha como taxista, esse é seu meio de vida e de sua família, realiza a compra de 
um carro para trabalhar, paga e não recebe o veículo. Esse sujeito não pode ir junto ao devedor obrigar 
que este o entre, sob pena de exercício arbitrário das próprias razões, portanto, ingressa com ação no 
poder judiciário com o pedido que lhe seja entregue o veículo (tutela def initiva). Contudo, essa tutela 
definitiva (objetivo da ação) irá demorar até prosseguir todo o processo, demanda tempo, mas o 
sujeito precisa do carro de imediato, é seu meu de sustento, então ele requer ao juiz o pedido 
antecipado (tutela provisória), precisa que esse réu seja compelido a lhe entregar o carro, para isso o 
autor junta aos autos o contrato de compra e venda e o comprovante de pagamento. O juiz analisa os 
requisitos, e observa haver probabilidade de o autor vencer a demanda, de tudo o que ele está dizendo 
ser verdade, então ele concede a tutela provisória para que o réu entregue de imediato o veículo, 
baseado em uma cognição sumária. O processo continua prosseguindo normalmente, até que seja 
proferida ao final uma sentença de tutela definitiva. 
 
1.2. DISPOSIÇÕES GERAIS (CPC, arts. 294 a 299) - se aplicam a toda e qualquer tutela provisória 
1.2.1. Tutelas provisórias: 
Se dividem em tutela: 
a) de urgência: tutela antecipada (satisfativa) ou tutela cautelar (conservativa) 
b) da evidência (satisfativa) 
“Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
 
Prof (a). JOSE ROBERTO BERNARDI LIBERAL 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em 
caráter antecedente ou incidental”. 
 
 
1.2.2. Tutelas provisórias de urgência (tutela antecipada ou tutela cautelar): em caráter antecedente 
ou incidental 
Baseado na urgência, no perigo na demora, sob pena de não sendo concedida causar ao autor dano 
irreparável “ou concede a tutela agora ou no fim a tutela pode ser tardia”. 
Exemplo: necessidade de intervenção cirúrgica urgente, no caso de plano de saúde que não concede, 
não pode esperar até o fim do processo. 
Tutela da evidência é baseada na evidência, na alta probabilidade de vitória do autor, é evidente, muito 
provável que o autor obtenha êxito no seu pedido. Sempre é satisfativa. 
A tutela de urgência é subdividida em tutela antecipada (caráter satisfativo) e tutela cautelar (caráter 
conservativa). 
- Tutela antecipada é quando a parte pretende a título de tutela provisória aquilo que deseja obter no 
final, quer a satisfação do direito que pretende obter no fim do processo. 
- Tutela cautelar busca apenas adotar uma medida acautelatória, conservativa, para que o direito 
pretendido pela parte, a ser reconhecido ao final, tenha utilidade. Exemplo: ação de divórcio, mulher 
precisa que seja decretada a separação de corpos para evitar que as agressões morais e físicas que já 
ocorrem se acentuem com a proposição da ação, precisa de uma tutela conservativa, que tira o marido 
do lar onde até então residem. A autora não está pedindo que agora o juiz determine o divórcio 
(objetivo do processo). 
Tutela provisória em caráter antecedente a parte pedi a tutela provisória sem pedir a tutela definitiva, 
o pedido de tutela provisória antecede o pedido de tutela definitiva, apresenta apenas o pedido de 
tutela provisória de urgência sem ter formulado a tutela definitiva (pedido principal) – antes de 
formular o pedido principal. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
 
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Tutela provisória em caráter incidental é deferida em caráter incidental, em algo que já existe, ou seja, 
já existe o pedido principal, aí vem em caráter incidental e pedi a tutela provisória. Pode ser pedida a 
qualquer momento dentro de um processo já existente, enquanto o processo estiver pendente pode 
pedir – depois de formular o pedido principal. 
A tutela provisória de urgência podem ser tanto de caráter antecedente como incidental, contudo, a 
tutela de evidência sempre tem que ser incidental, nunca pode ser antecedente. 
 
“Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em 
caráter antecedente ou incidental”. 
 
1.2.3. Tutela provisória incidental: isenção de custas 
A tutela em caráter incidental é sempre pedida quando já tem o processo em curso, o pedido principal, 
nunca gera um novo processo, pois sempre é apresentada dentro do processo já existente entre duas 
partes. Exemplo: mulher promove ação de separação contra marido a título de tutela provisória e pode 
pedir nesse mesmo processo uma tutela provisória incidental de separação de corpos, meramente 
separativa. Para pedir essa tutela não precisa pagar custas, taxa ao Estado. Caso não seja beneficiário 
da justiça gratuita, paga-se uma taxa uma única vez. A taxa inicial abrange o custo de tudo que irá pedir 
no processo, é suficiente a todos os pedidos que formulará. Se aditar o pedido da petição inicial, 
aumentando o valor da causa, tem que complementar o recolhimento de 1% da causa judiciária sob o 
valor da causa. Pedidos formulados no curso do processo não geram por si só o pagamento de custas. 
“Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas”. 
 
1.2.4. Conservação da eficácia da tutela provisória na pendência do processo. Revogabilidade e 
mutabilidade 
Regra - concedida tutela provisória, ela produz efeitos, conserva sua eficácia durante todo o curso do 
processo. No entanto há possibilidade dessa tutela ser revogada a qualquer momento, seja no curso 
do processo, seja na sentença definitiva, nesse caso a tutela deixa de produzir efeitos, perde a eficácia, 
se estabelece a situação anterior a tutela. A revogação ocorre pois os requisitos autorizadores 
necessários para concessão da tutela provisória desapareceram, ficou demonstrado no processo que 
não cabe a tutela provisória. Revogada pelo próprio juiz/juízo que concedeu ou pelo tribunal 
competente. Além disso o Juiz pode modificar a qualquer momento atutela provisória concedida. 
Hipóteses de suspensão do processo artigo 313 do CPC, quando se suspende o processo, em regra, o 
processo para e durante a suspensão é proibida a prática de atos processuais, salvo casos urgentes, no 
caso da tutela provisória ela continua produzindo efeitos mesmo durante a suspenção do processo. 
Ao final na sentença definitiva poderá ocorrer duas situações: 
- O juiz concede a tutela provisória e essa tutela é confirmada na sentença/tutela definitiva, ou seja, 
julga procedente o pedido formulado pelo autor, continua por óbvio produzindo seus efeitos. 
-Juiz concede tutela provisória, mas ao final na sentença definitiva do processo julga improcedente o 
pedido formulado pelo autor – o que acontece com aquela tutela provisória concedida? Nesse caso 
ela será revogada, perde eficácia imediatamente, tem se entendido que ocorre de maneira 
automática. A tutela provisória é baseada na probabilidade, na cognição sumária, já a sentença é 
baseada na verdade, na certeza, cognição exauriente, por essa razão a sentença prevalece sob a tutela 
provisória. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
 
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“Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer 
tempo, ser revogada ou modificada. 
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante 
o período de suspensão do processo”. 
“(Art. 296) A decisão que julga improcedente o pedido final gera a perda de eficácia da tutela 
antecipada” – Enunciado n. 140 do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 
 
1.2.5. Fungibilidade entre as tutelas provisórias 
Fungibilidade é um instituto de muita importância no direito que também se aplica a tutela provisória. 
Se autor pedi determinada tutela e o juiz entende que é caso, de acordo com a lei, de conceder outra, 
ele pode com base na fungibilidade. Não importa o pedido, mas sim a tutela cabível ao caso. 
“Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente 
indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo 
de dano ou o risco ao resultado útil do processo. As vezes na situação concreta é muito difícil distinguir 
se é caso de tutela antecipada satisfativa ou cautelar conservativa 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz 
observará o disposto no art. 303”. 
Aplica-se às tutelas provisórias o princípio da fungibilidade, devendo o juiz esclarecer as partes sobre 
o regime processual a ser observado” – Enunciado n. 45 da I Jornada de Direito Processual Civil. 
 
1.2.6. Poder geral de efetivação das tutelas provisórias (de urgência e da evidência) 
Significa dizer, o que o juiz do processo ao conceder tutela provisória, pode fazer para efetivação da 
tutela, para concretizar aquela decisão judicial no mundo fático? O juiz pode determinar todas as 
medidas que forem necessárias, aquela que no caso concreto se mostrar suficiente. Exemplo: juiz 
concede tutela provisória determinando que o réu entregue veículo ao autor, a medida de efetivação 
mais adequada neste caso é que o juiz determine que o oficial de justiça vá até o réu e determine a 
entrega. 
Princípio da inafastabilidade – nenhuma lei pode impedir que alguém vá ao poder judiciário para 
defender-se, todos que se sentirem lesados podem ir ao poder judiciário reclamar. Assegura acesso a 
ordem jurídica justa, uma tutela jurisdicional adequada, tem que realizar no plano fático, não basta a 
concessão da tutela, deve ocorrer a concretização, utilizando-se das medidas mais adequadas e 
suficientes. 
“Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela 
provisória. 
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento 
provisório da sentença, no que couber”. 
 
1.2.7. Efetivação das tutelas provisórias (de urgência e da evidência): observância das regras 
relativas ao cumprimento provisório da sentença 
Cumprimento de sentença é uma execução de decisão judicial, pode ter como base título executivo 
que pode de logo passar para execução sem passar pela fase de conhecimento. Decisão judicial de 
cumprimento de sentença – pode ser definitiva se a decisão judicial for definitiva, coisa julgada; ou 
provisória se a decisão judicial ainda não for definitiva, esta impugnada por meio de recurso. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
 
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A execução provisória deve ser dotada de algumas cautelas que a definitiva não tem. Para se efetivar 
a sentença provisória deve se observar, desde que necessário, o regramento do cumprimento 
provisória da sentença (artigo 520 e seguintes do CPC). 
“Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela 
provisória. 
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento 
provisório da sentença, no que couber”. 
 
1.2.8. Decisões relativas às tutelas provisórias (de urgência e da evidência): fundamentação 
Qualquer decisão de qualquer conteúdo da tutela provisória (concede, nega, modifica) o juiz motivará 
o seu convencimento, a decisão deverá ser fundamentada (todas as decisões judiciais devem ser 
fundamentadas – então não precisava o legislador estabelecer isso aqui). 
“Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará 
seu convencimento de modo claro e preciso”. 
“(art. 298, art. 1.015, I23) A decisão que condicionar a apreciação da tute la provisória incidental ao 
recolhimento de custas ou a outra exigência não prevista em lei equivale a negá-la, sendo impugnável 
por agravo de instrumento” – Enunciado n. 29 do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 
“(art. 298) O juiz deve justificar a postergação da análise liminar da tutela provisória sempre que 
estabelecer a necessidade de contraditório prévio” – Enunciado n. 30 do Fórum Permanente de 
Processualistas Civis. 
“(art. 298) O disposto no art. 298, CPC, aplica-se igualmente à decisão monocrática ou colegiada do 
Tribunal” – Enunciado n. 141 do Fórum Permanente de Processualistas Civis 
 
1.2.9. Recursos das decisões que versarem sobre tutelas provisórias (de urgência e da evidência) 
Necessário se faz separar a tutela provisora em primeiro grau de jurisdição e tutela provisória no 
segundo grau de jurisdição. Primeiro grau de jurisdição a tutela provisória é normalmente analisada 
mediante decisão interlocutória (juiz no curso do processo resolve questão incidente, processo 
continua). Cabe impugnação dessa decisão da tutela provisória em primeiro grau, mediante agrave de 
instrumento. Mas pode vir a acontecer do juiz analisar essa tutela provisória na sentença do processo, 
o recurso cabível nesse caso é o de apelação (juntados aos autos do processo mandado ao tribunal 
para julgar). 
Quando as decisões forem proferidas no segundo grau de jurisdição, nos tribunais – competência 
derivada ou recursar, geralmente os tribunais julgam se houver recurso do julgamento de primeiro 
grau, esse é o meio normal de deflagrar a competência do tribunal, mas não é o único caminho. Os 
tribunais também julgam causas de competência originária dos tribunais (exemplo: ação rescisória 
destinada a reincidir a coisa julgada). Normalmente os julgamentos nos tribunais são colegiados, três 
ou mais juízes/desembargadores/ministros irão julgar (princípio da colegialidade), diferente do que 
ocorre em primeiro grau que em regra o julgamento é monocrático, singular. Embora em regra seja 
colegiado, as vezes o legislador permite que o julgamento no tribunal seja monocrático (julgamento 
unipessoal, singular ou monocrático do tribunal). Quando a decisão for proferia por colegiado os 
recursos cabíveis são o especial para superior tribunal de justiça (STJ) e extraordináriopara o supremo 
tribunal federal (STF). Se for monocrático o recurso cabível é o agravo interno. 
“Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias”. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
 
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“Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo 
de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
§ 2º Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado 
para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 
integrarem capítulo da sentença”. 
“(art. 298; art. 1.021) Da decisão monocrática do relator que concede ou nega o efeito suspensivo ao 
agravo de instrumento ou que concede, nega, modifica ou revoga, no todo ou em parte, a tutela 
jurisdicional nos casos de competência originária ou recursal, cabe o recurso de agravo interno nos 
termos do art. 1.021 do CPC” – Enunciado n. 142 do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 
 
1.2.10. Competência para conhecer das tutelas provisórias (de urgência e da evidência) 
Temos que dividir de tutela provisória de primeiro grau de jurisdição e segundo grau de jurisdição. Em 
primeiro grau temos que subdividir a tutela provisória antecedente (antecede ação principal) e 
incidental (pedida quando já existe pedido principal). 
- incidental: já existe o pedido/ação principal, a parte decide pedir tutela provisória, o juiz competente 
é o juiz da ação principal. Esse pedido tem que ser formulado no mesmo juízo e no mesmo processo 
em que tem o pedido principal. O pedido de tutela provisória incidental não gera novo processo 
- antecedente: deve promover no juízo que for competente para a ação principal 
Em se tratando de tutela provisória pedindo em grau de recurso o órgão jurisdicional competente para 
conceder é o órgão competente para julgar essa causa originaria. O órgão tribunal competente para 
ação originaria é igualmente o competente para ação originária 
“Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo 
competente para conhecer do pedido principal. 
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos 
recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito”. 
 
1.2.11. Limitações à concessão de tutelas provisórias contra o Poder Público 
Fundado no interesse público, algumas leis limitam ou proíbem a concessão de tutela provisória contra 
o poder público. Em hipoteses previstas pelo legislador o juiz fica proibido ou limitado de conceder 
tutela provisória contra o poder público. Exemplo, a lei 12.016 proibi a concessão de tutela provisória 
para aumento de salário de servidor público; não é possível conceder tutela provisória para liberação 
de mercadorias que foram apreendidas. 
Essas leis que limitam, proíbem a concessão de tutela provisória são constitucionais? STF já decidiu 
que essas limitações são constitucionais, que elas guardam compatibilidade vertical com a CF, que não 
afrontam artigo 5º, pois buscam tutelar, proteger interesse público. Contudo, o próprio STF assentou 
o seguinte, levando em consideração as particularidades do caso concreto é possível que o juiz, 
fazendo um juízo de ponderação, despreze essas limitações e proibições e no caso concreto conceda 
tutela provisória contra o poder público. 
A tutela provisória de Urgência é baseada no perigo e na demora essas vedações do poder público são 
vedadas a tutela de perigo – entendimento doutrinário, sem posicionamento dos tribunais. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
 
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“Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1o a 
4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7º, § 2º, da Lei no 12.016, de 7 de agosto de 
2009”. 
“(art. 311) As vedações à concessão de tutela provisória contra a Fazenda Pública limitam-se às tutelas 
de urgência” – Enunciado n. 35 do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 
 
1.2.12. Concessão de ofício de tutelas provisórias (de urgência e da evidência) 
Juiz pode decretar a tutela provisória de ofício, sem requerimento da parte? O CPC atual 
explicitamente nem permite e nem proíbe, o entendimento a respeito é que a concessão de tutelas 
provisórias sem pedido da parte só será possível, conforme entendimento do regramento anterior, no 
caso de urgência, e ainda assim quando houver urgência extrema, acentuada. Então em regra não é 
possível conceder tutela provisória de ofício, exceção, nos casos de urgência extrema (ex. ou concede 
a tutela ou a parte pode ir a óbito). 
Nesses casos em que excepcionalmente o juiz pode conceder de ofício, de onde vem esse poder? Do 
princípio da inafastabilidade da constituição, que gera o poder geral de cautela do juiz. 
 
1.3. TUTELA DE URGÊNCIA: DISPOSIÇÕES GERAIS (CPC, arts. 300 a 302) – se aplica a tutela de urgência. 
 
1.3.1. Requisitos para concessão da tutela provisória de urgência (tutela antecipada e tutela 
cautelar) 
A parte tem direito de pedir uma tutela, neste caso, de urgência, mas para que essa tutela seja 
concedida a parte necessita satisfazer determinados requisitos estabelecidos pelo legis lador, caso não 
sejam satisfeitos o juiz vai negar, indeferir o pedido de tutela pretendida pela parte. Se previstos os 
requisitos o juiz TEM que deferir o pedido de tutela provisória de urgência, caso não previstos o juiz 
TEM que indeferir – não é ato discricionário do juiz. 
O legislador estabelece quatro requisitos para concessão de tutela provisória de urgência, dois deles 
são requisitos obrigatórios e cumulativos que não podem faltar, outros dois são facultativos podem 
ser dispensados pelo juiz, são eles: 
1.3.1.1. Probabilidade do direito 
Trata-se de um requisito obrigatório, para que o juiz conceda a tutela provisória de urgência 
necessariamente tem que satisfazer esse requisito. Todas as tutelas provisórias são baseadas na 
probabilidade, consiste em uma cognição sumária, superficial do juiz, e a probabilidade do direito 
significa que o juiz verifica, no momento de análise da tutela provisória, considerando-se as provas e 
alegações, que é provável que o auto que pedi a tutela seja o vencedor da demanda. 
“Art. 300, caput. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”. 
“(art. 300, caput) A redação do art. 300, caput, superou a distinção entre os requisitos da concessão 
para a tutela cautelar e para a tutela satisfativa de urgência, erigindo a probabilidade e o perigo na 
demora a requisitos comuns para a prestação de ambas as tutelas de forma antecipada” – Enunciado 
n. 143 do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 
 
1.3.1.2. Perigo na demora (periculum in mora) 
Este requisito também é obrigatório, cumulativo ao requisito anterior, indispensável para concessão 
da tutela provisória de urgência. Caso não seja concedido à parte a tutela provisória que ela pretende 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
 
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obter, “mais tarde pode ser tarde demais”, ou seja, a não conceção à parte naquele momento pode 
ocasionar danos irreparáveis ou de difícil reparação, há um perigo para a saúde ou vida daquela parte 
(ex. concessão de transplante; afastamento do marido do lar conjugal) 
“Art. 300, caput. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”. 
 
TODA TUTELA PROVISÓRIADE URGÊNCIA TEM QUE TER PROBABIILIDADE DO DIREITO E PERIGO DA 
DEMORA 
 
1.3.1.3. Reversibilidade da medida 
Esse requisito, em regra, deve estar presente, mas ao contrário dos demais (probabilidade e perigo da 
demora) é facultativo, por vezes, no caso concreto, pode ser desprezado. Juiz pode conceder tutela 
provisória sem que a medida seja reversível. Perigo de reversibilidade, se for irreversível concede, se 
for reversível não concede. Trata-se da reversibilidade fática e não jurídica, pois a jurídica sempre é 
possível, já a fática nem sempre é possível. A reversibilidade daquela tutela concedida nem sempre é 
reversível (ex. pessoa com plano de saúde que necessita urgentemente de uma intervenção cirúrgica, 
e o plano de saúde se nega a arcar com o custo – essa medida, a cirurgia, é irreversível, se mais adiante 
o juiz que concedeu a tutela provisória perceber que o autor não tem razão, julgar improcedente o 
pedido do autor, ele não poderá desfazer, reverter a medida). Nestes casos o juiz deve aplicar a medida 
mais proporcional e razoável ao caso concreto. A obrigação persiste ainda que não tenha patrimônio, 
mas a satisfação desse débito depende da existência desse patrimônio. 
A fonte de poder do juiz, para desprezar esse requisito de reversibilidade, baseia-se na constituição, 
no artigo 5º XXXV - inafastabilidade da jurisdição 
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou 
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser 
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê -la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão”. 
“A vedação da concessão de tutela de urgência cujos efeitos possam ser irreversíveis (art. 300, § 3º, 
do CPC/2015) pode ser afastada no caso concreto com base na garantia do acesso à Justiça (art. 5º, 
XXXV, da CRFB)” – Enunciado n. 25 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados - ENFAM. 
“A irreversibilidade dos efeitos da tutela de urgência não impede sua concessão, em se tratando de 
direito provável, cuja lesão seja irreversível” – Enunciado n. 40 da I Jornada de Direito Processual Civil. 
 
1.3.1.4. Exigência de caução 
Também é um requisito facultativo, eventual. Exigir caução, é o juiz exigir da pessoa que pretende a 
tutela de urgência uma garantia, pois caso a tutela provisória seja revogada, caso ao fim do processo 
o pedido do autor que pedi a tutela seja julgado improcedente, ele deverá reparar os danos 
(patrimoniais e/ou morais) que essa tutela causou a pessoa que suportou a tutela até que ela fosse 
revogada. O juiz pode no caso concreto dispensar essa garantia, por entender que a parte que pedi a 
tutela não tem condição econômica para prestar essa caução 
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“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou 
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser 
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão”. 
 
1.3.2. Momento para concessão da tutela de urgência (tutela antecipada e tutela cautelar) 
O momento em que a parte pode pedir e eventualmente o juiz conceder, desde que presente os 
requisitos, uma tutela de urgência, é em qualquer momento, na petição inicial, na produção de provas, 
no momento que proferir sentença, a pós a sentença em grau de recurso. Não tem limitação temporal 
para se pedir e conceder uma tutela provisória de urgência. 
O §2º diz que a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente, ou seja, antes da citação do réu 
no processo; e após justificação prévia, isto é, o juiz marca uma audiência para ouvir testemunhas só 
a respeito a tutela (algo que acontece raramente), essa audiência se chama audiência de justificação 
prévia, que tem como escopo apenas permitir decisão a respeito da tutela provisória requerida. 
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou 
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser 
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê -la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão 
 
1.3.3. Responsabilidade civil do requerente da tutela de urgência pelo dano causado com a 
efetivação da medida 
A tutela provisória de urgência pode ser revogada, perder seus efeitos. Toda vez que a tutela provisora 
concedida perder a eficácia, a parte que usufruiu dessa tutela terá que reparar todos os danos 
causados a parte adversária, (materiais, morais). Trata-se de uma responsabilidade objetiva (não 
precisa demonstrar culpa ou dolo, só precisa demonstrar que houve efetivação da tutela provisória, 
que houve prejuízo e o nexo de causalidade entre a tutela provisória efetivada e o dano causado). 
“Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que 
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: 
I - a sentença lhe for desfavorável; - mais comum 
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a 
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; 
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. 
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Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre 
que possível”. 
1.4. PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE (CPC, arts. 
303 e 304) 
1.4.1. Noções gerais. Requisitos da petição inicial 
Tutela antecipada é conceder à parte o bem da vida que ela pretende antes do momento que 
ordinariamente ela receberia. Essa tutela tem caráter satisfativo, é uma satisfação provisória. Pode ser 
requerido em caráter antecedente (pedi tutela antes do pedido principal) ou incidental (pedi a tutela 
quando já há pedido principal, requerida dentro dos autos do processo da ação principal, não gera 
outro processo). Agora vamos analisar a tutela antecipada em caráter antecedente, a parte requer de 
primeiro momento, única e exclusivamente que lhe seja concedida tutela antecipada em caráter 
antecedente. É o autor que escolhe se pedirá a tutela antecipada antecedente ou incidental, o 
legislador deixou à critério do autor. Em regra, as tutelas provisórias são requeridas pelo autor, mas 
também é possível que o réu requeira tutela provisória quando ele apresenta defesa, contestação. 
Ordinariamente a tutela provisória é requerida no processo de conhecimento, mas também é possível 
no processo de execução. 
Para ir até o poder judiciário pedir a tutela,qual quer que seja, é necessário exercer o poder de ação 
através do instrumento chamado petição inicial, quando a tutela antecipada é incidente não há 
exercício do poder de ação e sim uma simples petição no curso do processo do pedido principal, agora 
na antecedente a tutela provisória antecipada é vinculada por meio da petição inicial mais simplificada, 
sumarizada, deve seguir os requisitos de uma petição inicial, mas de uma forma mais simples. 
“Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial 
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a 
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do 
processo. 
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, 
que deve levar em consideração o pedido de tutela final. 
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput 
deste artigo”. 
“É requisito da petição inicial da tutela cautelar requerida em caráter antecedente a indicação do valor 
da causa” – Enunciado n. 44 da I Jornada de Direito Processual Civil do Conselho da Justiça Federal. 
 
1.4.2. Deferimento da tutela antecipada antecedente: consequências procedimentais 
O juiz tem duas opções, deferir ou indeferir o pedido, o que vai nortear é a satisfação dos requisitos 
legais, se estiverem presentes os requisitos o juiz não tem discricionariedade, ele deve deferir a tutela 
pedida, por outro lado, se estiverem ausentes os requisitos o juiz deve indeferir o pedido de tutela. 
Quando o juiz deferir a tutela provisória antecipada antecedente, ele manda o ator editar a petição 
inicial, em 15 dias, para transformar o pedido inicial em um pedido principal, isto é, de tutela final. Se 
o autor cumprir e editar a petição inicial, a partir daí o processo segue a ordem natural, procedimento 
comum, por outro lado, caso ele não cumpra a determinação de editar a petição o processo é extinto 
sem resolução do mérito. A tutela antecipada concedida perde sua eficácia. 
“Art. 303, § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: 
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de 
novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo 
maior que o juiz fixar; 
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II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; 
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. 
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto 
sem resolução do mérito. 
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem 
incidência de novas custas processuais”. 
1.4.3. Indeferimento da tutela antecipada antecedente: consequências procedimentais 
Se o juiz indeferir a tutela antecipada antecedente pretendida, o juiz determina que o autor realiza o 
aditamento da petição inicial em 5 dias (prazo diferente no caso de deferimento) para que 
complemente com argumentos e provas caso ache necessário e faça o pedido de tutela final, 
transforme a tutela provisória em final. Se o autor aditar como lhe é exigido o juiz vai tomar 
providências inerentes ao processo comum de conhecimento. Por outro lado, se o autor não cumprir 
essa determinação a consequência é a extinção do processo sem julgamento de mérito, o juiz indefere 
a petição inicial e extingue o processo sem resolução do mérito. Baseado no artigo 139, inciso VI, o juiz 
pode dilatar esse prazo de 5 dias. 
“Art. 303, § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão 
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida 
e de o processo ser extinto sem resolução de mérito”. 
1.4.4. Estabilização da tutela antecipada 
Decorre da não interposição de recurso contra a decisão que concede a tutela antecipada. Faz com 
que o processo seja julgado extinto imediatamente. Se houver recurso, não tem estabilização, o 
processo prossegue o caminho normal. Relativo ao primeiro grau de jurisdição, cabe o recurso de 
agravo de instrumento contra decisão que concede tutela antecipada. 
Alguns doutrinadores passaram a defender que não só a interposição de recurso de agravo de 
instrumento impede a estabilização da tutela, mas que toda e qualquer manifestação do réu de 
inconformismo contra de cisão impediria a estabilização da tutela. A jurisprudência (STJ), num primeiro 
momento, através de REsp 1.760.966-SP, de 4 de dezembro de 2018, Rel. Min. Marco Aurélio Belizze, 
deu razão para a doutrina que defendia esse posicionamento, contudo, posteriormente o STJ mudou 
seu entendimento, através do REsp 1797365, de 3 de dezembro de 2019, entendendo que só é possível 
impedir a estabilização da tutela por meio de recurso próprio (agravo de instrumento). 
O réu é quem tem legitimidade para interpor esse recurso contra a tutela antecipada, impedindo a 
estabilização. No entanto, também impede a estabilização o recurso interposto por terceiro 
prejudicado, e se o recurso for interporto pelo MP atuando no processo como fiscal da ordem jurídica. 
O recurso para ser julgado precisa cumprir alguns requisitos de admissibilidade, por exemplo, tem que 
pagar uma taxa de preparo do recurso ao estado para que o poder judiciário possa julgar esse recurso. 
Se a parte não cumprir os requisitos de admissibilidade, o recurso não vai ser apreciado. Mesmo que 
o recurso não seja apreciado por falta de requisitos esse recurso interposto impede a estabilização da 
tutela, basta a interposição para impedir a estabilização (regra), mas há controvérsias, há quem 
entenda que se o recurso não for apreciado no mérito não impede a estabilização. 
Mas cuidado, há exceção, quando o recurso é intempestivo (interposição do recurso no prazo legal é 
requisito, sua falta impede o julgamento do recurso) não impede a estabilização. Ato intempestivo 
corresponde a não prática do ato, é como se o ato não fosse praticado. 
Essa sentença que extingue o processo em razão da estabilização da sentença é com ou sem resolução 
do mérito? Há controvérsias, o autor Daniel Amorim entende ser sem extinção do mérito, o professor 
entende ser com extinção do mérito. O código não determina. 
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O juiz ao conceder a tutela antecipada conferi ao autor o direito de esperar a estabilização ou não, e 
escolher não fazer o pedido de tutela final e ficar apenas com a tutela provisória estabilizada caso 
assim queira. O autor terá direito de escolha, havendo estabilização da tutela, em ficar só com a tutela 
antecipada, ou editar inicial para requerer a tutela final. A estabilização da tutela antecipada concede 
essas opções ao autor. A vantagem do autor de ficar apenas com a tutela antecipada estabilizada é 
que o processo se extingue, e a tutela continua produzindo seus efeitos jurídicos. As partes podem 
voltar a discutir através de outro processo chamado ação revisional, no prazo de dois anos, caso não 
o faça a lide entre as partes fica resolvida. 
“Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que 
a conceder não for interposto o respectivo recurso (artigo 303 trata da tutela antecipada antecedente) 
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a 
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. 
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por 
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º”.“Admitido o recurso interposto na forma do art. 304 do CPC/2015, converte -se o rito antecedente em 
principal para apreciação definitiva do mérito da causa, independentemente do provimento ou não do 
referido recurso” – Enunciado n. 28 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados - ENFAM. 
“O art. 139, VI, do CPC autoriza o deslocamento para o futuro do termo inicial do prazo” – Enunciado 
n. 13 da I Jornada de Direito Processual Civil do Conselho da Justiça Federal. 
 
1.4.5. Inaplicabilidade da estabilização da tutela: à tutela antecipada incidental, à tutela da evidência 
e à tutela cautelar (antecedente ou incidental) 
O fenômeno da estabilização, só se aplica a tutela requerida em caráter antecedente, logo não se aplica 
a tutela antecipada incidental. Sempre que houver tutela antecipada incidental não poderá haver o 
fenômeno da estabilização da tutela. A tutela da evidência só pode ser incidental, ou seja, quando há 
também o pedido de tutela principal. E vimos que o artigo 304, que trata da estabilização, só se aplica 
a tutela antecipada antecedente e nunca incidental. não é possível porque o legislador não admite 
estabilização na tutela de evidência, incidental, apenas em caráter antecedente. Há doutrinadores que 
entendem de forma diferente, exemplo, o Daniel Amorim, entende ser possível em qualquer tutela 
antecipada a estabilização, entende não haver razão justa para o impedimento da estabilização nas 
outras espécies. 
Não é possível estabilizar a tutela cautelar – pois na tutela cautelar, você não se pede um bem na vida, 
não pede que se conceda o que quer na tutela final, pede única e exclusivamente uma medida cautelar. 
Diferente da tutela antecipada que o sujeito pede o bem da vida que deseja ao final do processo. Na 
tutela cautelar os pedidos não são coincidentes (ex. separação de corpos pedido cautelar e divórcio 
pedido final), de nada adiantaria para parte estabilizar essa tutela. 
“Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que 
a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a 
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. 
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por 
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º”. 
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1.4.6. Consequências da estabilização da tutela antecipada: extinção do processo e condenação nas 
verbas da sucumbência 
Ocorrendo a estabilização da tutela o juiz emite uma decisão que extinção do processo. Quando ocorre 
essa estabilização haverá uma petição inicial pedindo a tutela antecipada antecedente, a decisão do 
juiz concedente tutela e decisão extintiva do processo, sem participação do réu, sem re curso. 
Há controvérsia doutrinária se essa extinção é sem ou com resolução do mérito, os que defendem que 
seja sem julgamento de mérito, se baseiam no artigo 485 do CPC; e outros que entendem ser com 
resolução do mérito se baseiam no artigo 487, inciso I, o juiz estaria acolhendo mediante decisão 
meramente provisória o que o autor pediu. O entendimento mais coerente é do que ocorre a extinção 
com resolução de mérito, do artigo 485, inciso I. em qualquer caso, esse processo é extinto, sem que 
possa haver nova discussão do assunto no mesmo processo. 
Toda vez que o juiz extingue o processo ele tem que condenar a parte vencida do pagamento, 
reembolso das despesas que a parte vencedora teve no processo e o pagamento de honorários 
advocatícios da parte vencedora. Esses honorários sucumbenciais pertencem sempre ao advogado da 
parte e não para a parte. Os dispositivos artigo 82, § 2º (despesas) e artigo 85 caput (honorários 
advocatícios), que determinam esse pagamento são imperativos, “condenará”, e implícitos, ou seja, 
não precisa ser pedido pela parte. O entendimento que tem prevalecido, majoritário, é que incide no 
caso da estabilização da tutela antecipada, seja com base no artigo 82, § 2º e artigo 85 caput. Essas 
verbas decorrem da derrota do processo, da sucumbência, e se aplica nesse caso pois há um vencido, 
mesmo que provisoriamente já que lhe foi concedida a tutela, e com base no principio da causalidade, 
quem deu causa ao processo deve arcar com as custas (no casa da tutela é o réu, que poderia ter 
concedido sem o processo o pedido pretendido pelo autor, mas como não o fez precisou do processo) 
Toda vez que extinguir o processo em razão da estabilização da tutela o juiz deve intimar o réu, ainda 
que o réu não esteja no processo com advogado, caso ele tenha entrado com advogado intima-se o 
advogado. Intimar por oficial de justiça ou carta AR. 
“Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que 
a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto”. 
 
1.4.7. Estabilização da tutela antecipada: possibilidade de revisão por ação 
O ajuizamento da ação revisional está subordinado a observância de um prazo, as partes podem 
promover essa ação em um prazo decadencial de 2 anos, contado da ciência das partes da decisão que 
extinguiu o processo. Caso o recurso não seja proposto no prazo legal, a tutela provisória concedida 
por decisão faz coisa julgada entre as partes, excepcionalmente ocorre a coisa julgada material 
baseada na decisão provisória, pois as partes não poderão voltar a discutir sobre o litígio (alguns 
defendem que não ocorre coisa julgada). 
“Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que 
a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a 
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. 
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por 
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. 
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§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a 
medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela 
antecipada foi concedida. 
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, 
extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos 
do § 1º”. 
“(art. 304) Além da hipótese prevista no art. 304, é possível a estabilização expressamente negociada 
da tutela antecipada de urgência antecedente” – Enunciado n. 32 do Fórum Permanente de 
Processualistas Civis. 
“(art. 304, §§) Não cabe ação rescisória nos casos estabilização da tutela antecipada de urgência” – 
Enunciado n. 33 do Fórum Permanente de Processualistas Civis. 
“Não é cabível ação rescisória contra decisão estabilizada na forma do art. 304 do CPC/2015” – 
Enunciado n. 27 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM. 
 
1.5. PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE (CPC, arts. 305 
a 310) 
1.5.1. Considerações iniciais 
“Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela 
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. 
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar”. 
“Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente 
indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo 
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz 
observará o disposto no art. 303”. 
1.5.2. Resposta do réu e procedimento a ser observado caso concedida a medida cautelar 
liminarmente ou após justificação prévia 
“Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela 
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. 
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. 
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. 
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de 
mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova 
citação do réu. 
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335”. 
 
1.5.3. Pedido principal não formulado: consequências 
“Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: 
I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal”. 
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Juiz extingue o processo sem julgamento de mérito e a tutela perdi sua eficácia, não produz mais seus 
efeitos. 
1.5.4. Resposta do réu e procedimento a ser observado caso indeferida a medida cautelar 
liminarmente ou após justificação prévia e procedimento 
Pode indeferir pois na tutela não estão presentes os requisitos da probabilidade do direito e perigo da 
demora, quando isso acontecer não ocorrerá transformação do pedido cautelar em principal, continua 
sendo processo cautelar. O réu é citado para contestar no prazo de 5 dias úteis. 
“Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas 
que pretende produzir”. 
 
1.6. TUTELA DA EVIDÊNCIA (CPC, art. 311) 
1.6.1. Considerações gerais 
O código estabelece que as tutelas podem ser de: 
- urgência: fundada na urgência, se subdivide em tutela antecipada (satisfação provisória do direito da 
parte e cautelar = ambas em caráter antecedente ou incidente. 
- evidência: é tutela satisfativa antecipada, se concede a parte o bem que ela desejo no fim. Não leva 
em consideração a urgência, e sim apenas a evidência, a probabilidade acentuada que o autor que pedi 
a tutela de evidência vencerá a demanda. Será concedida independentemente do perigo da demora, 
exige-se apenas evidência. As hipóteses de evidência estão previstas no artigo 311. 
II - Quando o pedido formulado pelo autor tiver amparo em tese jurídica já decidida nos tribunais com 
efeito vinculante, é possível conceder tutela da evidência. Porque se os tribunais já decidiram com 
efeito vinculante situação idêntica a do autor, provavelmente ele será vencedor da demanda. 
“Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de 
dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada 
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de 
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito 
do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente”. 
“A probabilidade do direito constitui requisito para concessão da tutela da evidência fundada em 
abuso do direito de defesa ou em manifesto propósito protelatório da parte contrária” – Enunciado n. 
47 da I Jornada de Direito Processual Civil. 
“É admissível a tutela provisória da evidência, prevista no art. 311, II, do CPC, também em casos de 
tese firmada em repercussão geral ou em súmulas dos tribunais superiores” – Enunciado n. 48 da I 
Jornada de Direito Processual Civil. 
“A tutela da evidência pode ser concedida em mandado de segurança” – Enunciado n. 49 da I Jornada 
de Direito Processual Civil. 
1.6.2. Tutela da evidência em caráter antecedente: impossibilidade 
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Não é possível tutela da evidência em caráter antecedente, apenas é possível em caráter 
incidentalmente. 
 
DOS RECURSOS. DA TEORIA GERAL 
(CPC, arts. 994 a 1.008) 
 
1. CONCEITO. NOÇÕES GERAIS 
É todo meio idôneo e adequado para se obter, dentro do processo em que foi proferida, o 
reexame da decisão impugnada objetivando sua reforma, invalidade, integração ou 
esclarecimento. 
O meio próprio, ordinário, comum para se atacar uma decisão proferida em um processo é o 
recurso, mas por vezes o ordenamento permite que uma decisão seja impugnada por outro 
meio, como ação de mandado de segurança. 
O recurso não gera nova ação, não gera novo processo, por isso ocorre dentro do processo em 
que foi proferida, é mera extensão do direito de ação e do direito de defesa. Mas pode gerar 
autos diversos daquele que foi proferido. 
São quatro os objetivos do recurso: reforma – modificação da decisão de modo que se alcance 
por parte do recorrente uma situação melhor que aquela que foi imposta pela decisão; 
invalidade – a anulação ou invalidação da decisão proferida ou do processo onde a decisão foi 
proferida; integração – complementar a decisão pois ela é omissa, decidindo aquilo que faltou 
(embargos de declaração); esclarecimento – decisão é obscura, contraditória, contém um erro 
(embargos de declaração). 
Todo o recurso é um meio voluntario de impugnação de uma decisão, isto é, só há recurso se 
houver iniciativa de alguém interpondo esse recurso. Não existe o recurso de ofício (próprio 
juízo que proferiu a decisão submete essa decisão a recurso) no nosso ordenamento jurídico. 
2. FUNDAMENTOS DO DIREITO DE RECORRER 
O ser humano é inconformado por natureza, normalmente não se conforma com o primeiro não, com 
a primeira decisão contrária, então o recurso concede um conforto psicológico aquela pessoa que 
obtém no processo uma decisão contrária aos seus interesses. O segundo fundamento é que o ser 
humano julgador (juiz) pode cometer falhas, a decisão proferida pode estar incorreta em 
desconformidade com o ordenamento jurídico, o juiz pode interpretar de forma incorreta as provas, a 
lei e levar a um julgamento injusto, incorreto. O ser humano também é passível de corrupção. 
3. NATUREZA JURÍDICA DO RECURSO 
O recurso não é ação, isto é, não tem natureza jurídica de ação. O recurso é mera extensão do direito 
de ação e do direito de defesa, uma consequência logica do direito de ação por parte do autor e do 
direito de defesa por parte do réu. Alguns doutrinadores dizem que o recurso também é um ônus, 
4. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
Possibilidade de uma decisão judicial de reexaminada, para alguns só há duplo grau de jurisdição 
quando o reexame da causa se faz por órgão jurisprudencial diverso do que proferiu a decisão, quando 
a decisão é reexaminada pelo mesmo órgão que a proferiu não há duplo grau de jurisdição. Mas o 
professor discorda, e entende que o segundo grau de jurisdição ocorre mesmo quando o reexame é 
feito pelo mesmo órgão que proferiu a decisão. A constituição federal NÃO assegura que de toda e 
qualquer decisão judicial deva necessariamente ser cabível a interposição de um recurso, ou seja, não 
é garantia constitucional. Assim é possível juridicamente que a lei federal infraconstitucional proíba 
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em determinadas circunstânciasa interposição de recurso, sem que isso afronte a constituição federal. 
A única constituição que previu o duplo grau de jurisdição como garantia constitucional foi a de 1824, 
constituição do império. 
Cuidado - no processo penal o duplo grau de jurisdição é garantia constitucional, pois o Brasil aderiu o 
pacto de São José da Costa Rica que prevê que no âmbito criminal sempre que houver sentença 
contraria ao réu a de se permitir a esse réu um recurso. MAS no processo civil não é garantia 
constitucional. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO 
5.1. Quanto à extensão da matéria 
5.1.1. Recurso total 
O Recorrente impugna toda a decisão recorrida 
5.1.2. Recurso parcial 
O recorrente impugna apenas parte da decisão recorrida. A arte da decisão que não foi objeto de 
recurso fica coberta pela preclusão e pela trânsito em julgado, torna-se definitiva. 
 
“Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte”. 
5.2. Quanto à fundamentação 
O recorrente tem que dizer para o tribunal por que ele não se conforma com a decisão proferida, 
indicar as razões do inconformismo dele, tem que fundamentar o recurso. Não basta o recorrente dizer 
que não concorda com a decisão, para o recurso ser deferido é necessário fundamentar o recurso . O 
recurso sem fundamentação é inepto. Essa fundamentação pode ser: 
5.2.1. Livre 
Não tem exigência legal, ou seja, a lei não diz qual é o conteúdo da fundamentação, aí o recorrente é 
livre para apresentar as fundamentações. Essa é a regra. 
5.2.2. Vinculada 
As vezes a lei explicita o que o recorrente pode alegar no recurso, exige que o recurso tenha 
determinada fundamentação. É vinculada a exigência legal. 
6. ATOS SUJEITOS A RECURSO. RECURSOS ADMISSÍVEIS 
Somente atos do juiz comportam recurso, ou seja, os atos praticados por todos os outros sujeitos do 
processo não permitem a interposição do recurso. O juiz é o presidente do processo, e os atos por eles 
praticados, atos decisórios, só deles comportam recurso. 
A parte só pode se valer dos recursos previstos em lei. Se subordinam ao princípio da taxatividade, só 
são recursos aqueles expressos em lei federal (compete privativamente a União legislar sobre matéria 
processual). 
As partes podem com base no 190 CC criar um recurso para disciplinar a relação jurídica delas? A 
controvérsia na doutrina a respeito, o professor entende que não pode , pois as partem só podem 
celebrar negócio a respeito dos poderes, direitos e ônus delas as partes, e o recurso não é criação 
delas, é um direito da união, logo as partes não podem celebrar negócio jurídico sobre direito alheio 
que é da união. As partes não podem criar recurso por meio do negócio jurídico processual. As partes 
podem convencionar com base no artigo 190 que ambas não poderão recorrer, pois o direito de 
recorrer são delas, as partes, então podem renunciar seus direitos. 
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Esse rol do artigo 994, no âmbito do código de processo civil, é taxativo, mas há leis estravagantes que 
preveem outros recursos diversos, por exemplo, nos juizados especiais o recurso contra sentença não 
é o de apelação e sim o recurso inominado, próprio do juizado especial. 
“Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX - embargos de divergência”. 
 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I – direito civil, comercial, penal, processual...” – CF. 
 
7. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO DO RECURSO: DISTINÇÃO 
Para que um recurso seja decidido, analisado pelo tribunal, o recurso tem que satisfazer inúmeros 
requisitos, por exemplo, deve ser interposto no prazo, deve pagar taxa de preparo, deve ter 
fundamentação, deve ser interposto por quem tem capacidade e etc. 
Quando o órgão julgador do recurso analisa se estão presentes ou não os requisitos de admissibilidade, 
está fazendo um juízo de admissibilidade do recurso. Esse juízo de admissibilidade pode ser positivo 
ou negativo. 
Será negativo quando o órgão destinatário do recuso entender que aquele recurso não preencheu 
todos os requisitos que o legislador impõe, esse recurso não tem seguimento, é barrado, o órgão 
julgador/destinatário do recurso não vai analisar se o recorrente tem ou não tem razão, não se analisa 
o mérito. Não é possível apresentar outro recurso em substituição do que foi barrado 
Será positivo quando órgão julgador do recurso entender que o recorrente satisfez todos os requisitos 
exigidos pela lei. Nesse caso o órgão recorrente analisa o mérito do recurso 
Juízo de admissibilidade: analisar se estão presentes ou não os requisitos de admissibilidade. 
Juízo de mérito: analisa se o recorrente tem ou não razão no inconformismo dele. O órgão julgador só 
faz o juízo de mérito se o juízo de admissibilidade for positivo. 
No processo civil o juízo de admissibilidade é do tribunal, e não do juiz do processo. 
A terminologia que se usa para o juízo de admissibilidade – quando o recurso é barrado “não admito 
o recurso” ou “não conheço o recurso”; quando o órgão destinatário julga o recurso quanto ao mérito 
– “dou provimento ao recurso” (quando o recorrente tiver razão) ou “nego provimento ao recurso” 
(quando o recorrente não tem razão). 
8. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO 
8.1. Noções gerais 
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Significa órgão julgador destinatário do recurso analisar se o recurso preenche os requisitos de 
admissibilidade do recurso. Se o recurso não satisfizer os requisitos ele não será admitido, não será 
apreciado. Por outro lado, se satisfeitos todos os requisitos legais o recurso será conhecido, admitido, 
se analisa o mérito. 
 
9. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS 
9.1. RECORRIBILIDADE 
Somente os atos do juiz são recorríveis, no primeiro grau de jurisdição - sentença, decisão 
interlocutória e despacho; em segundo grau de jurisdição - decisão monocrática por membro do 
tribunal ou acordão. Apenas do despacho não cabe recurso, porque para que caiba recurso o ato 
praticado deve causar um prejuízo a alguém, um dos requisitos para interpor recurso é que a parte 
tenha sofrido prejuízo. Despacho é um ato que apenas da marcha ao processo, pois não possuem 
aptidão para causar prejuízo a parte. Mas, mesmo aqueles que são recorríveis podem se tornar 
irrecorríveis se tiver lei federal nesse sentido. 
“Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso”. 
9.2. TEMPESTIVIDADE 
Recursos devem ser interpostos dentro do prazo estabelecido pelo legislador. O juiz de ofício não pode 
reduzir o prazo de recurso, a não ser que as partes concordem. O juiz pode prolatar o prazo do recurso 
desde que haja justo motivo para isso - flexibilização do procedimento que significa adaptar o 
procedimento a exigências concretas do processo 
Em regra, o prazo começa a partir do momento em que os representantes das partes são intimados da 
decisão, mas essa regra comporta duas exceções: decisões prolatadas em audiência, os advogados das 
partes e o ministério público são considerados intimados mesmo que não compareçam à audiência. 
A tempestividade é aferida no momento da postagem, nos casos de correio, pouco importa a data em 
que chega ao destino. 
Prazo genérico para todos os recursos no processo civil é 15 dias, salvo embargos de declaração que é 
de 5 dias (art. 1023 CPC). Mas há sujeitos que possuem esse prazo em dobro: 
- MP (como autor ou réu), não terá prazo em dobro apenas se a lei estabelecer de forma expressa o 
prazo; 
- pessoas jurídicas de direito público (U/E/M/DF/suas autarquias) – sociedade de economia mista (BB) 
e empresa pública (CAIXA) não gozam do prazo em dobro porque são consideradas pessoas jurídicas 
de direito privado – noz juizados especiaisas pessoas jurídicas de direito público não tem plano em 
dobro, e sim simples; 
- defensoria pública. Advogados particulares que defendem os necessitados não possuem prazo em 
dobro, jurisprudência pacífica do supremo e STJ entende que em caso de convênio de advogado não 
tem direito ao prazo em dobro, só tem prazo em dobro quando tem vínculo estatal (defensoria). 
Quando se trata de processo físico essas pessoas têm direito a intimação pessoal (pelos correios ou 
entrega de autos), o prazo tem início com a intimação pessoal. 
“Art. 222, §1o Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes”. 
“Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade 
de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da 
decisão. 
§ 1o Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for 
proferida a decisão. 
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§ 2o Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra 
decisão proferida anteriormente à citação. 
§ 3o No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as 
normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial. 
§ 4o Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data 
de interposição a data de postagem. 
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes 
é de 15 (quinze) dias. 
§ 6o O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso”. 
“Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início 
a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o. 
§ 1o Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz 
requisitará os autos e dará andamento ao processo. 
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, 
prazo próprio para o Ministério Público”. 
“Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, 
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. 
§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. 
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, 
prazo próprio para o ente público”. 
Art. 9º. Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas 
jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para audiência de 
conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias” – Lei nº 10.259/2001 – JECF, e 
art. 7º da Lei nº 12.153/2009 – JEFP. 
“Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações 
processuais. 
§ 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1o. 
§ 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte 
patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela 
possa ser realizada ou prestada. 
§ 3o O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito 
reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de 
convênios firmados com a Defensoria Pública. 
§ 4o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, 
prazo próprio para a Defensoria Pública”. 
“Art. 5º, § 5º. Nos Estados onde a Assistência Judiciária seja organizada e por eles mantida, o Defensor 
Público, ou quem exerça cargo equivalente, será intimado pessoalmente de todos os atos do processo, 
em ambas as Instâncias, contando-se-lhes em dobro todos os prazos ” – Lei nº 1.060/50 - LAJ. 
“Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, 
terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento. 
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§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é ofe recida defesa por 
apenas um deles. 
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos”. 
STF, Súmula n. 641: “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes 
haja sucumbido”. 
STF, Súmula n. 310: “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de 
intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver 
expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir”. 
Os prazos são contados somente em dias úteis, excluindo o dia do começo e incluindo o dia do 
vencimento. Primeiro ocorre a disponibilização (diário oficial), no próximo dia útil ocorre a publicação 
e no dia útil seguinte se inicia a contagem do prazo. 
“Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e 
incluindo o dia do vencimento. 
§ 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, 
se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora 
normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. 
§ 2o Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da 
informação no Diário da Justiça eletrônico. 
§ 3o A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação”. 
“Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente 
os dias úteis. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais”. 
Somente réu pode ser considerado revel. Réu revel com advogado no processo representando seus 
direitos a contagem do prazo é a mesma vista anteriormente, a partir da intimação (pois é intimado 
das decisões por meio de seu advogado). Mas caso o réu seja revel e não tenha advogado no processo 
(ele não será intimado, notificado dos atos do processo), a contagem de prazo inicia-se da data de 
publicação da decisão no órgão oficial. p 
“Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do 
ato decisório no órgão oficial. 
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em 
que se encontrar”. 
“Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. 
§ 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. 
§ 2o Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento 
após decorridas 48 (quarenta e oito) horas. 
§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a 
prática de ato processual a cargo da parte. 
§ 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo”. 
 
 PRINCIPAIS PRAZOS RECURSAIS 
 
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Recursos em geral: regra 15 (quinze) dias – art. 1.003, § 5o , CPC. 
Exceções: 
Embargos de declaração 
Recurso inominado 
5 (cinco) dias – art. 1.023, CPC. 
 
10 (dez) dias – arts. 41 e 42, Lei nº 9.099/95 – JEC. 
 
9.3. SINGULARIDADE, UNICIDADE OU UNIRRECORRIBILIDADE 
Só poderá ser colocado somente um recurso. Não pode haver mais de um recurso, pois neste caso 
haveria litispendência, o que não é admitido. 
Obs.: as duas partes poderão impor recursos. O princípio aponta duas exceções que a parte pode se 
valerde mais de um recurso, por exemplo embargos de declaração (recurso que não tem como 
objetivo reformar ou anular, mas sim, aperfeiçoar a decisão). 
 
9.4. ADEQUAÇÃO 
9.4.1. Princípio da fungibilidade dos recursos 
“Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei 
expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a 
finalidade essencial”. 
“Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado 
de outro modo, lhe alcançar a finalidade”. 
Aqui fala-se no princípio da instrumentalidade das formas. Quando a parte interpõe um recurso 
errado tem se exigido a satisfação de dois requisitos, a primeira se houver diferença de prazo entre o 
adequado e o inadequado vale o recurso de menor prazo, neste caso entende -se (10 dias). 
A não interposição do recurso errado por prazo menor é entendido como má-fé. No CPC de 2015 
todos os recursos, com exceção dos embargos de declaração, são de 15 dias. Não poderá haver erro 
grosseiro. 
 
9.5. PREPARO 
Significa o pagamento das despesas atinentes ao processamento do recurso. pode corresponder a taxa 
ao Estado e porte de despesa de remessa e retorno dos autos. 
O preparo deve estar previsto em lei. Essas verbas podem ser exigidas um ou outra, ou as duas. 
Autos digitais não possuem o preparo de porte de despesa de remessa e retorno, porque não há 
deslocamento físico do processo. 
Algumas pessoas não pagam preparo: poder público, MP seja na condição de parte ou fiscal, e os 
beneficiários da justiça gratuita 
Alguns recursos independentemente de qual seja o recurso estão dispensados por lei do preparo (ex. 
embargos de declaração). 
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Quando ocorrer uma insuficiência no valor do preparado o juiz deve intimar o recorrente para 
complementar em 5 dias, se não complementar ou complementar de forma insuficiente é considerado 
recurso decerto – pena de não reconhecimento do recurso. 
Quando não há qualquer recolhimento a título de reparo o juiz também deve intimar o advogado do 
recorrente a recolher o deposito devido, aqui o preparo é em dobro. 
Em regra, no ato da interposição do recurso tem que comprovar o pagamento do preparo, mas há 
exceções, como nos juizados especiais em que o pagamento do preparo pode ser feito nas 48h 
seguintes a interposição do recurso (em primeiro grau de jurisdição há gratuidade nos juizados 
especiais, mas no segundo grau não). 
“Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela 
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de 
deserção - Deserção é como dizer que o recurso está deserto, sem preparo. 
§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos 
pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e 
respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal - Também a fundação de direito público. 
§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção 
se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. 
(direito subjetivo do recorrente). 
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos 
eletrônicos” - só há incidência de taxa judiciária. 
O beneficiário da justiça gratuita não paga o preparo (tem a dispensa). 
§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o 
recolhimento em dobro, sob pena de deserção. 
§ 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de 
remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o. 
§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão 
irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. 
§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, 
cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o 
vício no prazo de 5 (cinco) dias”. 
STJ, Súmula n. 484: “Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando 
a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário”. 
“Art. 42, § 1º. O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas 
seguintes à interposição, sob pena de deserção” – Lei nº 9.099/95 – JEC. 
 
9.6. MOTIVAÇÃO 
O recorrente dizer por que ele não se conforma com aquela decisão, tem que dar motivo pelas quais 
ele entende que aquela decisão deve ser reformada, anulada, ou buscar esclarecimentos (causa de 
pedir recursal). Recurso sem motivação é recurso inepto, que não pode ser admitido. Há uma discussão 
se a motivação do recurso pode ser um “copiar colar” da petição inicial, a jurisprudência majoritária 
entende que é possível adotar essa técnica. Professore entende que é melhor aderir outra técnica de 
atuação. 
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9.7. REGULARIDADE FORMAL 
Satisfazer um requisito específico, próprio atinente aquele recurso, estamos vendo os requisitos 
genéricos dos recursos, mas é possível que um recurso detenha requisito próprio que também deve 
ser observado. Exemplo agravo de instrumento, o recurso deve estar integrado a algumas cópias do 
processo principal já que o recurso vai para o tribunal e o processo continua no primeiro grau de 
jurisdição, a falta dessas peças obrigatórias leva ou pode levar ao não reconhecimento do recurso. 
9.8. LEGITIMAÇÃO OU LEGITIMIDADE 
Quem pode interpor o recurso? Quem pode recorrer? Genericamente, os legitimados a interpor 
recurso são: a parte, o Ministério Públcio (como parte ou fiscal), e o terceiro prejudicado. 
“Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo 
Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. 
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica 
submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo 
como substituto processual”. 
9.8.1. Parte 
Parte no sentido processual, isto é, aquele que participa no processo com interesse no resultado 
(autor, réu e terceiro interveniente). No litisconsórcio (junção de pessoas em um ou ambos os polos 
da ação), a regra é do princípio da autonomia dos colitigantes (cada um faz o que quer), um litigante 
pode recorrer enquanto o outro não, ou ainda ambos podem recorrer. A atuação de litisconsórcio não 
pode prejudicar o outro, mas pode beneficiar o outro que não atuou. O recurso pode beneficiar aquele 
que não recorreu desde que o objeto do recurso também diga respeito ao litisconsórcio que não 
recorreu, isto é, desde que a matéria se refira a ambos os litisconsortes 
“Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes 
distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão 
os outros, mas os poderão beneficiar”. 
“Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou 
opostos os seus interesses. 
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos 
outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns”. 
9.8.2. Terceiro prejudicado 
Aquele que não participa do processo e sofre prejuízo jurídico da decisão proferida no processo tem 
legitimidade para interpor recurso. Ele deve demonstrar que a decisão esse prejuízo. 
“Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida,

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