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Energia verde Para reduzir a dependência de petróleo e a emissão de gases-estufa, pesquisadores do Instituto Nacional de C&T de Energia e Ambiente estudam a produção de combustíveis a partir de materiais vegetais e animais e seu emprego nos veículos que circulam no país. Essas pesquisas são tema de artigo na CH de setembro. A cana-de-açúcar é a biomassa mais utilizada na produção de biocombustível no Brasil. Atualmente, o álcool produzido a partir dela é usado na frota nacional tanto como combustível principal quanto misturado à gasolina. (foto: Jesuino Souza/ Sxc.hu) A busca por combustíveis alternativos, que permitam reduzir a dependência dos derivados de petróleo e a emissão de poluentes para a atmosfera, estimula muitos estudos científicos. O objetivo é desenvolver combustíveis que possam ser utilizados nos veículos existentes sem a necessidade de maiores alterações em seus motores. Um termo muito usado para combustíveis originados de fontes renováveis é ‘biocombustível’, que tem forte ligação com o conceito de sustentabilidade, segundo o qual o aproveitamento dos recursos naturais para atender às necessidades atuais não deve comprometer as necessidades das gerações futuras. Os biocombustíveis são obtidos a partir da biomassa, nome dado à matéria orgânica existente em um ecossistema ou em uma população animal ou vegetal. Como plantas e animais podem ser continuamente reproduzidos, pode-se considerar que são fontes renováveis de energia. As plantas, por meio da fotossíntese, transformam a energia solar que recebem em biomassa, e os animais a geram pela ingestão de matéria orgânica (de plantas ou outros animais). Nos últimos 10 anos, o número de estudos científicos e tecnológicos sobre biocombustíveis cresceu de maneira exponencial São diversos os tipos de biocombustíveis que podem ser produzidos a partir da biomassa, como o álcool (etanol e metanol), o biodiesel, o bioquerosene e outros, e as fontes para essa produção podem ser tanto de origem animal (por exemplo, sebo bovino ou gordura de frango) quanto vegetal (por exemplo, óleos vegetais e cana-de-açúcar). Nos últimos 10 anos, o número de estudos científicos e tecnológicos sobre biocombustíveis cresceu de maneira exponencial, segundo o banco de dados Web Knowledge, do Instituto para a Informação Científica (ISI, na sigla em inglês). Número de artigos que têm 'biocombustível' como palavra-chave publicados em periódicos nacionais e internacionais no período de 1998 a 2010. (fonte: Web Knowledge/ ISI) Uma pesquisa mais refinada nesse banco de dados revela que os setores em que são realizadas mais pesquisas sobre esse tema são ‘combustíveis e energia’, ‘química’, ‘engenharia’ e ‘biotecnologia e microbiologia aplicada’. A maior concentração nessas áreas talvez esteja ligada à otimização dos processos de produção dos combustíveis derivados de biomassa, visando melhorar a relação custo/benefício e a competitividade frente aos combustíveis fósseis e buscando uma cadeia sustentável de produção. O etanol e o biodiesel são dois exemplos de biocombustíveis já utilizados na frota veicular brasileira e com normatização estabelecida no país. No caso do biodiesel, pode-se dizer que seu uso, puro ou misturado ao óleo diesel, não requer modificações nos motores de ciclo Diesel. No entanto, muitos estudos ainda são necessários para verificar a durabilidade dos componentes veiculares que entram em contato com esse tipo de biocombustível. A maior concentração nessas áreas talvez esteja ligada à otimização dos processos de produção dos combustíveis derivados de biomassa Já a utilização de etanol em motores ciclo Otto destinados a gasolina requer que o motor e seus componentes sejam ajustados para evitar perda de rendimento, entupimento de bico injetor e problemas de corrosão. Atualmente, a gasolina comercializada no Brasil contém entre 18% e 25% de álcool anidro (sem água), e esses percentuais são alterados periodicamente em função da produção e para maior controle dos estoques e dos preços dos combustíveis.
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