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Pensamento Latino-Americano e Políticas de C,T&I

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Pensamento Latino-Americano e Políticas de C,T&I
Aula 6- A Abordagem Cepalina: o estruturalismo nos anos 80 e 90
Professor Adalberto Azevedo
São Bernardo do Campo, 10/07/2014
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Déficit de representação ou falta de consensos mínimos: o que paralisa as políticas?
Dia 10/07/2014, 17hs, Auditório 002, Bloco Beta, Campus SBC
Marta Arretche- Professora Titular do Depto de Ciência Política da USP
Diretora do Centro de Estudos da Metrópole e editora da Brazilian Political Science Review. É membro da Coordenação Adjunta de Programas Especiais da Diretoria Científica da FAPESP. Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestrado em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas, doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas e pós-doutorado no Departamento de Ciência Política do Massachussets Institute of Technology (EUA). Foi visiting fellow do Departament of Political and Social Sciences, do Instituto Universitário Europeu, em Florença. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Sua área de pesquisa é a Análise Institucional e Comparada. Suas principais áreas de pesquisa incluem a anáiise comparada dos Estados federativos e a análise comparada dos sistemas de proteção social.
Aula Inaugural- Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas
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Correspondência com os momentos históricos da AL
50s: Industrialização
60s: Reformas para
Industrializar
70s: novo estilo de desenvolvimento 
(socialmente justo e exportador)
80s: endividamento externo, ajustes 
para retomar o crescimento
90s: reestruturação produtiva com 
Equidade
As idéias-força da Cepal: períodos
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Elevações nas taxas de juros nos EUA: fuga de capitais e ajustes recessivos
Crises cambiais na América Latina, recessão: crescimento de 1,2% ao ano entre 1981-90; expansão de 7% nas exportações e estagnação das importações
Aumento do déficit público (https://www.youtube.com/watch?v=RUqw3_GC_Lw https://www.youtube.com/watch?v=do1K7nmEOx0 )
Negociações de financiamento das dívidas: cláusulas de condicionalidades exigidas pelo FMI e Banco Mundial
Pensamento econômico predominante: ortodoxia liberal (FMI, Banco Mundial, Depto de Estado dos EUA)- Consenso de Washington (estabilizar para crescer)
Oposição da Cepal (Enrique Iglesias): previsão da década perdida
Os anos 80
V1/V2
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Anos 70: endividamento (improdutivo) excessivo, perigo de crise
Endividamento improdutivo: não criou condições que possibilitassem pagar a dívida (industrialização autônoma)
Luta ideológica internacional: ortodoxia liberal X heterodoxia desenvolvementista, ambos se reafirmando e refinando
Crise dos anos 80: desenvolvementismo em segundo plano, produção Cepalina passa a focar na oposição ao tipo de ajuste exigido pelos credores internacionais
Questões imediatas sobre a dívida, ajuste e estabilização
Os anos 80
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“Políticas de ajuste e renegociação da dívida externa na América Latina” (Cepal, 1984)
Ajuste (recomendações):
Substituição do ajuste recessivo da balança de pagamentos por um ajuste expansivo: necessidade de solucionar o desequilíbrio externo com a dinamização de investimentos em bens exportáveis e para o mercado interno 
Utilização de instrumentos de política econômica mais flexíveis e pragmáticos
Necessidade de tempo para reagir à desvalorização cambial: renegociação das dívidas
Redução do protecionismo nos países centrais
Os anos 80: a produção Cepalina
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“Políticas de ajuste e renegociação da dívida externa na América Latina” (Cepal, 1984)
Estabilização (recomendações):
Tese da Inflação Inercial: base das políticas anti-inflacionárias adotadas posteriormente
Inflação que se reforça por mecanismos de propagação (indexação da economia)
Políticas de renda que suavizem políticas fiscais e monetárias restritivas. Choques nos casos de inflação muito alta (recuperação da credibilidade para induzir a ação dos agentes)
Os anos 80: a produção Cepalina
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Algumas produções na linha dos estilos de desenvolvimento
“Transformação e crise na América Latina e no Caribe, 1950-1984” (Cepal, 1985)
Integração entre evolução econômica e político-social
Subordinação do setor produtivo local aos interesses do setor financeiro internacional (poder econômico e político) : nova dependência
Os anos 80: a produção Cepalina
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“La industrialización trunca de America Latina “ (Fajnzylber, 1983)
Lacunas, falhas e distorções: proposta de uma nova industrialização (crescimento e criatividade)- crescimento técnico endógeno, visando o mercado internacional
“Industrialização na América Latina: da "caixa-preta" ao "conjunto vazio" (Fajnzylber, 1987 e 1990)
Estudo comparativo (1970-84): padrões de crescimento na AL com outros países, a partir da análise do crescimento e distribuição de renda
Três padrões:
Crescimento rápido com concentração de renda;
Crescimento baixo com distribuição de renda;
Renda concentrada sem crescimento.
Nenhum país da AL cresceu distribuindo renda 
Os anos 80: a produção Cepalina
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Anos 90: reestabelecimento dos fluxos de capital externo (IDE e financiamento), valorização cambial 
Estabilização de preços
Pouco aumento no investimento, déficit no balanço de pagamentos: vulnerabilidade externa (crises mexicana e argentina)
Reformas: abertura comercial/financeira, privatizações, flexibilização laboral
Os anos 90
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Base nos textos de meados da década de 80
Histórico-estruturalista, mas o progresso técnico torna-se o foco das análises
Progresso técnico: maneira de eliminar pobreza e vulnerabilidade externa, baseado na redistribuição da renda e investimento
Modelo dos anos 50: pouca absorção de progresso técnico, rentismo da elites locais
Austeridade: mais capaz de dinamizar a economia, menor vazamento de divisas
“Transformação produtiva com equidade” (Cepal, 1990)
Os anos 90: a produção Cepalina
Estrutura agrária
Condiciona
Distribuição de renda
Padrão de consumo
Condiciona
Condiciona
Capacidade de poupar e investir
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Promover o crescimento com equidade (entrar no conjunto vazio) através da inovação (abrindo as caixas pretas): retomada das análises de longo prazo
Abertura comercial- evitar o isolamento tecnológico
Globalização produtiva (cadeias globais), revoluções tecnocientíficas globalmente desenvolvidas (microeletrônica, biotecnologia)
Catching up tecnológico (aulas 12 a 15)
Agregação de valor aos produtos industriais (capital intelectual), corte de custos, exploração de novos nichos de mercado
Como fazer? Não seria vantajoso alguns países crescerem “para dentro”? E como resolver as questões do desemprego tecnológico, subemprego e capacitação para a produtividade?
Os anos 90: a produção Cepalina
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Novos marcos regulatórios: discussões da Cepal. 
Similar aos anos 50 (mudança do modelo primário-exportador ao urbano-industrial): contexto de mudanças
Anos 90: reforma do Estado, liberalização dos mercados
Reestruturação produtiva com equidade: neo-estruturalismo (TPE)
Debate ideológico polarizado (liberais X desenvolvementistas)
Cepal: não vai contra as reformas, mas exige a avaliação da estratégia (maximizar benefícios)
Compromisso entre a ampliação do mercado nos processos de desenvolvimento e a intervenção governamental: progresso técnico e distribuição de renda
Os anos 90: a produção Cepalina
Oportunidades, se bem conduzidas
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Progresso técnico, competitividade “autêntica”: sistêmica 
Competitividade “espúria”: baseada em desvalorização cambial, exploração da mão de obra, abuso dos recursos naturais
Recomendação: intervenções na produção, infraestrutura, educação, qualificação da mão de obra, elevação de padrão de vida, políticas tecnológicas direcionadas ao catching up
Não significa
um Estado “maior” ou “menor”, mas mais eficiente
Por exemplo, abertura comercial deve garantir incorporação de progresso técnico, viabilizar exportações
Problema: crescimento com progresso técnico e equidade (tende a ser excludente e marginalizador- emprego informal, baixos salários): Questão educacional 
Os anos 90: a produção Cepalina
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“Educação e conhecimento: eixo da transformação produtiva com equidade” (Cepal, 1992)
Desafio interno: cidadania 
Desafio externo: competitividade
Perigo: dá margem a interpretações de que o indivíduo deve se capacitar para não depender do Estado... (Por exemplo, fórmulas mágicas de empreendedorismo, proliferação de instituições “vendedoras de diplomas”)
Crise asiática: perda de poder da heterodoxia, maior visibilidade para as novas teses cepalinas
Os anos 90: a produção Cepalina
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Obrigado pela atenção!
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Brasil: 7º PIB Mundial, mas 84º entre 187 países em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): má distribuição da riqueza
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
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Brasil: 3,3% dos maiores de 18 anos (4,3 milhões em 2007, segundo o IBGE) frequentavam curso profissionalizante (21% no nível médio e 2% graduação tecnológica)
53% dos trabalhadores não possuíam 2º grau completo
Empregos no Brasil requerem pouca qualificação
 
37,4% dos empregos Brasileiros em 2009 eram informais (sem carteira assinada ou autônomos): salários 60% menores, em média 
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho
Obs: Dados de 2008
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C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
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