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Filosofia, Comunicação e Ética - Slides de Aula - Unidade II

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Unidade II 
 
 
 
 
FILOSOFIA, COMUNICAÇÃO E ÉTICA 
 
 
 
 
 
 
Prof. Vladimir Fernandes 
Conteúdos da segunda aula 
Unidade II 
Valores, moral e ética 
 Aristóteles e a ética finalista 
 Santo Agostinho e o livre arbítrio 
 Kant e a ética racional 
 Os direitos humanos 
 Nietzsche e a genealogia da moral 
 Weber: a ética da convicção e a ética da responsabilidade 
 Habermas e a ética discursiva 
Valores 
O ser humano constantemente faz escolhas 
 Escolhas cotidianas: qual roupa usar? 
Qual programa de TV assistir? 
 Escolhas mais complexas: qual profissão escolher? 
Devo me casar? 
E qual a base para essas escolhas? 
 São os valores que atribuímos às coisas. 
 Diante do existente, não ficamos indiferentes. 
 Constantemente fazemos julgamentos. 
 O ser humano é um ser que valora a realidade. 
Valores 
Diariamente fazemos juízos de valor e juízos de realidade. 
Juízos de realidade 
 Constatações sobre o existente. 
 Exemplos: a chuva molha a rua. A caneta é azul. 
Pedro está chorando. 
Juízos de valor 
 Avaliações sobre o existente. 
 Feio, bonito, bom, mau, certo, errado etc. 
 Exemplos: a chuva é bela. A caneta não presta. 
Pedro não devia chorar. 
 
 
 
Valores 
 O ser humano faz escolhas a partir de valores. 
E o que são valores? 
 Valores são aquilo que vale, o que se julga importante; 
o que se prioriza. 
 Todos possuem uma escala de valores. 
 Geralmente, são considerados importantes valores como: 
saúde, amizade, felicidade, educação, bem-estar etc. 
 Dessa forma, os valores orientam a ação, uma vez que 
a pessoa irá agir de acordo com os valores que julgar 
mais importantes. 
 
 
Valores 
 Toda sociedade produz valores? 
 Os valores das diferentes épocas e das diferentes sociedades 
são os mesmos? 
 Cada época e cada sociedade estabelecem seus próprios 
valores e, dessa forma, alguns podem coincidir, 
mas outros não. 
 Nascemos em uma sociedade e herdamos os valores dessa 
sociedade. 
 Somos educados de acordo com os valores considerados 
corretos. 
 
 
Valores e educação 
 E como a educação deve lidar com a questão dos valores? 
 A educação visa à formação do ser humano. Tal formação 
pressupõe valores. 
 Que ser humano se quer formar? Quais valores devem ser 
transmitidos? 
 Os valores são imutáveis? 
 Se educar pressupõe valores, a educação deve refletir sobre 
os valores herdados no meio social, questionando se estão a 
serviço do bem-estar comum ou não. 
 
 
 
 
Moral 
 É no campo da moral que será designado o “agir correto”. 
 Qual o comportamento adequado? 
 Moral (mores, em latim) significa jeito de ser, costume. 
 A moral se manifesta no conjunto de normas e regras que 
visam a regular as relações dos indivíduos em uma sociedade. 
 Revelam os valores morais considerados corretos. 
Ética 
 A palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, 
modo de ser. 
 A ética se caracteriza como um ramo da Filosofia que visa a 
refletir sobre os fundamentos da moral. 
 Busca refletir sobre o porquê dos valores, qual seu sentido, 
a quem interessam? 
 Enquanto a moral nos diz como devemos agir, a ética reflete 
sobre o porquê se deve agir dessa forma e não de outra. 
Moral e ética 
 O ser humano nasce moral? 
 O ser humano não nasce moral ou ético. 
 O ser humano nasce amoral. 
 Aos poucos vai se apropriando da moral do seu grupo. 
 A princípio seguimos uma moral heterônoma. 
 Hetero = “outro” + nomos = “norma”, “regra”. 
Moral e ética 
 É desejável que se passe de uma moral heterônoma para uma 
moral autônoma. 
 Autos = “eu mesmo” + nomos = “norma”, “regra”. 
 Autonomia é o mesmo que individualismo? 
 É possível a convivência moral se cada um seguir os seus 
desejos? 
 A atitude ética pressupõe a reflexão sobre três questões: 
Quero? Posso? Devo? 
 
Sujeito ético 
 Um dos objetivos da educação é formar o sujeito ético, 
o sujeito autônomo. 
 Aquele que é capaz de agir com consciência, 
responsabilidade e liberdade. 
 Consciência com relação a si e aos outros. 
 Responsabilidade: reconhecer-se como autor da ação 
e responder por ela. 
 Liberdade: capacidade de autodeterminar a sua vontade. 
 
Interatividade 
De acordo com a discussão sobre juízos, podemos citar como 
exemplo de um juízo de valor, a seguinte frase: 
a) A folha do caderno é branca. 
b) A chuva molha a rua. 
c) A farmácia vende remédios. 
d) A cachoeira é mais bela que a praia. 
e) O sol aquece a pedra. 
 
Ética aristotélica 
Toda ação humana tem por objetivo alguma finalidade, algum 
bem. Por exemplo: 
 Estudar para se formar e ter uma profissão. 
 Há uma hierarquia de bens, ou seja, alguns são mais 
fundamentais do que outros. 
 Mas qual seria o suprassumo do bem, será que há 
um bem final? 
 Existe um fim último superior, desejado por si mesmo, 
que condiciona todos os outros? 
 Segundo Aristóteles, esse fim último é a felicidade. 
Busto de Aristóteles, 384 a 322 a.C. 
Fonte: www.wikipedia.org 
Ética aristotélica 
 “[...] a ética aristotélica é finalista e eudemonista, quer dizer, 
marcada pelos fins que devem ser alcançados para que 
o homem atinja a felicidade (eudaimonía)” (VALLS, 1989). 
 A felicidade é o fim último que todo ser humano deseja. 
 O que o ser humano necessita para ser feliz? 
 Para definir a felicidade é necessário explicar qual é a 
“função” do homem. 
Ética aristotélica 
 Analogia – a função do olho é enxergar, a função 
do ouvido é escutar, mas qual seria a “função” 
do ser humano como um todo? 
 Não é apenas viver, pois os vegetais também vivem. Nem 
apenas sentir prazer e dor, pois os animais também sentem. 
 O que é próprio e específico do ser humano é o pensar. 
 Dessa forma, a atividade mais elevada do ser humano é sua 
atividade racional, seu pensar. 
Ética aristotélica 
 O homem não deve apenas viver, mas viver bem. 
Viver bem implica em aprimorar-se enquanto ser humano: 
 Controlar as paixões, fazer escolhas com discernimento e 
equilíbrio e desenvolver a prática de bons hábitos. 
 O ser ético age de forma racional e, portanto, é senhor de si 
mesmo. Esse é um dos pressupostos da felicidade. 
Ética aristotélica 
Elementos que compõe a felicidade, na perspectiva da ética 
aristotélica: 
 prática das virtudes; 
 círculo de amigos; 
 boa saúde; 
 suficiência de bens materiais; 
 viver numa sociedade justa; 
 meditação filosófica. 
(Cf. Pegoraro, 2006). 
Determinismo e liberdade 
 Somos livres? Podemos fazer escolhas sobre o nosso 
destino? 
 Somos determinados? As coisas acontecem de forma 
necessária? 
 Para a consciência mítica, existe a aceitação do destino. 
 As Moiras eram responsáveis pelo destino de cada um. 
 Concepção de que não era possível fugir ao destino 
já traçado pelas divindades. 
 
Moiras – Átropos, Cloto e Láquesis 
 
Fonte: https://sites.google.com/site/dicionariodesimbolos/fuso 
Determinismo e liberdade 
Nas tragédias, peças teatrais retiradas dos mitos, o destino 
é questionado. Exemplo: 
Édipo rei, de Sófocles 
 Jocasta e Laios, rei de Tebas, concebem Édipo; 
 Revelação do Oráculo de Delfos; 
 Laios manda matar Édipo; 
 Édipo sobrevive em Corinto; 
 Já adulto, consulta o Oráculo; 
 Tenta fugir do destino e o encontra; 
 Conflito com desconhecidos; 
 Livra Tebas da maldição da Esfinge; 
 Recebe a mão da rainha de Tebas. 
Édipo e a Esfinge – 
François-Xavier Fabre, 1766-1837 
 Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois 
e à tarde tem três? 
 
Fonte: http://pt.wahooart.com/@@/9GZGS4-
Fran%C3%A7ois-Xavier-Fabre-%C3%89dipo-ea-EsfingeSanto Agostinho 
 É um importante representante do pensamento cristão. 
 Na sua obra “Confissões” narra suas experiências pessoais 
e a sua evolução espiritual. 
 Não escreveu um tratado exclusivo sobre ética, mas contribui 
para discussão do tema. 
 Livro “O livre arbítrio”. Trata-se de um diálogo entre Santo 
Agostinho e Evódio. 
 
 
Santo Agostinho, 354 a 430 d.C 
 
Fonte: www.consciencia.org 
Santo Agostinho 
 1.Ev. Se possível, explica-me agora a razão pela qual Deus 
concedeu ao homem o livre-arbítrio da vontade, já que, caso 
não o houvesse recebido, o homem certamente não teria 
podido pecar [...]. 
 
 3.Ag. [...] Com efeito, não é pelo fato de uma pessoa poder se 
servir da vontade também para pecar, que é preciso supor que 
Deus no-la tenha concedido nessa intenção. Há, pois, uma 
razão suficiente para ter sido dada, já que sem ela o homem 
não poderia viver retamente. 
Santo Agostinho 
 [...] Se o homem carecesse do livre-arbítrio da vontade, como 
poderia existir esse bem, que consiste em manifestar a 
justiça, condenando os pecados e premiando as boas ações? 
 
 Ag. [...] Ora, todo bem procede de Deus. Não há, de fato, 
realidade alguma que não proceda de Deus. Considera, agora, 
de onde pode proceder [...] o pecado – sendo ele movimento 
defeituoso, e todo defeito vindo do não-ser, não duvides de 
afirmar, sem hesitação, que ele não procede de Deus. 
Santo Agostinho 
 Dessa forma: Deus dotou o ser humano com o livre-arbítrio. 
 O homem pode escolher entre fazer 
o bem ou o mal. 
 O mal não provém de Deus, mas das escolhas do homem. 
 Se não houvesse livre-arbítrio para o mal, o homem não 
pecaria, mas suas ações não teriam mérito. 
 O mérito da ação consiste em, podendo agir mal, não pecar 
e escolher agir de acordo com os mandamentos divinos. 
 
 
Interatividade 
Segundo as concepções de Santo Agostinho, é correto 
afirmar que: 
a) no mundo existem coisas ruins, portanto, Deus não é bom. 
b) o homem é filho de Deus, logo, quando o homem peca não 
pode ser culpado. 
c) por ter livre-arbítrio, o homem só pode praticar o bem. 
d) Deus dotou o homem de livre-arbítrio para escolher entre 
o bem e o mal. 
e) o homem é imperfeito, dessa forma, só pode escolher 
fazer o mal. 
 
 
Ética kantiana 
 Kant busca fundar uma ética universal e necessária. 
 Uma ética válida para todos os seres humanos e que siga os 
mesmos princípios. 
 A observação empírica pode nos informar a respeito de como 
as pessoas agem, mas não por qual motivo elas devem agir 
dessa forma. 
 Daí que essa ética não pode ser fundada na experiência. 
 Kant busca uma fundamentação não empírica para a ética, 
uma fundamentação racional. 
 
Immanuel Kant, 1724-1804 
Fonte: www.consciencia.org 
Ética kantiana 
“Por que devo agir de tal forma?” 
 No decorrer dos tempos, as respostas em geral apontavam 
para um motivo externo: Deus, a tradição, a autoridade 
paterna etc. 
 A resposta de Kant é: “[...] ‘devo’ – porque sou um ser 
racional. Eu não preciso perguntar a ninguém o que devo nem 
por que devo, mas unicamente a mim mesmo enquanto ser 
racional” (PORTA, 2002). 
 A razão é capaz de produzir e ditar suas próprias leis na forma 
de imperativos. 
Ética kantiana 
 Não sou um ser exclusivamente racional, mas também sujeito 
a impulsos e paixões. 
 Um ser absolutamente racional seguiria a lei ética de modo 
espontâneo. 
 Para um ser que não é absolutamente racional, a lei adquire o 
caráter de um imperativo (Cf. PORTA, 2002). 
 Devemos seguir os imperativos ditados pela razão. 
Ética kantiana 
 O ser livre é aquele que impõe a si mesmo sua própria lei. 
 Daí que o agir moral implica em autodeterminar a vontade, 
em agir segundo a razão. 
O primeiro imperativo básico da razão é: 
“Age de tal forma que a sua ação possa sempre valer como lei 
universal.” 
 A ação será ética se você desejar que todos ajam 
da mesma forma. 
 
 
Ética kantiana 
Outro imperativo básico da razão é: 
 “Trate todo ser humano sempre como um fim em si mesmo e 
nunca como um meio”. 
 As coisas que existem no mundo possuem valores relativos, 
já as pessoas possuem um valor em si. 
 Esse valor em si é absoluto, daí que as pessoas não podem 
ser empregadas como meios para quaisquer outros fins. 
 O ser humano está acima de qualquer preço, é dotado de um 
valor intrínseco que é a dignidade. 
 
 
Ética kantiana 
Dessa forma: 
 O ser humano é dotado de vontade. 
A liberdade da vontade é a autonomia. 
 
 Uma vontade livre é uma vontade que obedece às leis da 
razão. Assim, a autonomia da vontade pressupõe escolher 
máximas que possam ser universalizadas. 
 
 Daí que, na perspectiva kantiana, ser livre é ser racional, 
é agir segundo os mandamentos da razão. 
 
Os direitos humanos 
 Após a II Guerra Mundial, em 10/12/1948, foi proclamada a 
Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH). 
 Ela estabelece direitos e garantias fundamentais, entre eles: 
 Art.1 Todos os seres humanos nascem livres e iguais em 
dignidade e direitos [...]. 
 
 São Direitos do cidadão 
 Direito de não sofrer qualquer tipo de discriminação, 
seja de sexo, cor, língua, religião, opinião política. 
 Direito à livre escolha do seu trabalho, e em condições justas. 
 
 
 
Os direitos e deveres humanos 
 Direito a um nível de vida suficiente para garantir sua saúde 
e seu bem-estar. 
 Direito de participação política. 
 Enfim, direito a ter uma vida digna. 
 
Podemos considerar que todo cidadão deve 
 Colaborar para a efetivação dos direitos de todas as pessoas 
e ser o fomentador da ampliação dos direitos. 
 Vários países incorporararam em suas Constituiçoes 
os direitos fundamentais. 
 Apesar da distância entre a teoria e a prática, a existência 
dessas garantias em documentos se faz fundamental. 
 
 
Nietzsche e a genealogia da moral 
 Nietzsche, em sua obra “Para a Genealogia da Moral”, faz uma 
investigação sobre os fundamentos da moral. 
 Qual a origem dos valores bom e mau? 
 No Dicionário Aurélio Eletrônico encontramos as seguintes 
definições: 
 Bom. adj. 2 Benévolo, bondoso, benigno. 3 Misericordioso, 
caritativo. 
 Mau. adj. 3. De má qualidade; inferior. 5. V. malvado (1): 
pessoa má. 
 Para Nietzsche, é necessário rever como estes valores foram 
estabelecidos. 
 
Nietzsche, 1844 a 1900 
 
Fonte: www.wikipedia.org 
Nietzsche e a genealogia da moral 
 Qual o sentido etimológico da palavra “bom”, na sua origem? 
 A ideia de “distinção”, “nobreza” é a ideia mãe da qual se 
origina a ideia de “bom” e a noção de “vulgar”, “plebeu”, 
“baixo”, transforma-se na ideia de “mau”. 
 
 Nas raízes da palavra “bom” está a matriz de homens 
superiores, em contraposição a “mau”, que designa o 
simples, comum, “ruim”, baixo. 
 
 Bom é quem manifesta a própria força, quem enfrenta 
o perigo, quem luta; e ruim quem é rancoroso e fraco. 
(Cf. Marton, 1993). 
 
Nietzsche e a genealogia da moral 
 Moral de senhores é a moral dos nobres, dos fortes, dos 
poderosos. É a moral que diz sim à vida. 
 Moral de escravos é a moral de rebanho, dos ressentidos. 
Nega os valores vitais e deixa o homem passivo e fraco. 
 Mas “ ‘Os senhores’ foram abolidos; a moral do homem 
comum venceu” (Nietzsche, 1983). 
 Nietzsche critica as religiões por desvalorizar este mundo 
e colocar a esperança no além. 
 Faz o homem viver com sentimento de culpa e como parte 
de um grande rebanho. 
Nietzsche e a genealogia da moral 
 A moral dos fracos se origina de uma negação. Veem 
na força e na potência dos senhores um mal, um perigo 
a ser combatido. 
 Como eles nãoconseguem se igualar e combater os mais 
fortes, designam estes por maus e se autodenominam “bons”. 
 Impossibilitados de vencer os fortes, invertem, então, 
os valores. 
 O que significava “bom” passa a ser denominado como “mau” 
e vice-versa. 
 
Nietzsche e a genealogia da moral 
 No mundo há constantes forças em devir. É natural o conflito 
entre forças. 
 (Analogia com o devir de Heráclito e a teoria da evolução 
de Darwin). 
 A ideia de igualdade, qualquer que seja ela, democrática, 
cristã, socialista, contraria a ideia originária da correlação 
de forças. 
 Fraco: deixa-se dominar, não valoriza a vida e coloca suas 
esperanças no além. 
 Forte: não nega a vida, vive o presente e a vida como ela é. 
 
Nietzsche e a genealogia da moral 
O que Nietzsche propõe 
 Que se resgate o elemento dionísiaco, que ficou sufocado 
pelo elemento apolíneo. 
 Que não se espere nada do além. 
 Que se viva intensamente cada instante. 
 Que se ame a existência como ela é. 
 Que haja uma transvaloração dos valores. 
 Que cada um resgate suas forças vitais 
para enfrentar e viver a vida. 
Interatividade 
Segundo as concepções de Immanuel Kant, a verdadeira 
moral compreende: 
a) seguir rigorosamente os mandamentos divinos. 
b) obedecer as ordens determinadas pelas nossas paixões 
e desejos. 
c) guiar-se apenas pelas orientações de pessoas consideradas 
honestas. 
d) seguir os mandamentos ditados pela nossa própria razão. 
e) seguir a moral determinada pela tradição do nosso país. 
 
 
A ética segundo Max Weber 
Texto: “A política como vocação” (1919) 
 Preocupação com uma ética que leve em conta suas possíveis 
consequências práticas, principalmente na esfera política. 
 Para Weber há dois tipos distintos de ética: a ética de 
convicção e a ética de responsabilidade. 
 Na ética da convicção, toda ação é alimentada na convicção 
aos princípios valorativos fundamentais da própria crença. 
 O adepto age segundo sua convicção moral, que é boa e, 
portanto, suas ações estão justificadas. 
 
Max Weber, 1864-1920 
 
Fonte: www.wikipedia.org 
Weber: a ética da convicção 
 Na ética da convicção, quando os fins se mostram 
catastróficos, o adepto não se julga responsável 
por tal resultado. 
 
Exemplo: 
 Ele fez sua parte agindo por convicção, mas se o resultado 
não foi o esperado, esse pode ser atribuído à vontade divina, 
à incompreensão humana, à decadência do mundo etc. 
 Sua única responsabilidade é manter acesa a chama da 
convicção para que ela não se extinga. 
Weber: a ética da convicção 
 Os partidários da ética da convicção condenam o uso de 
meios violentos ou perigosos. 
 Mas, na ação prática, sempre se recorre a estes meios para 
justificar que se alcance a paz ou um mundo melhor. 
 Exemplos: quando um ataque violento é justificado como 
necessário para instaurar a paz. Ou quando a igreja lançou 
mão das práticas da inquisição para purificar os infiéis. 
As guerras santas das diferentes religiões. 
Weber: a ética da responsabilidade 
 Os adeptos da ética da responsabilidade: sabem que não 
podem lavar as mãos às possíveis consequências 
dos seus atos. 
 Qualidades fundamentais para o homem político: a paixão, 
o sentimento de responsabilidade e o senso de proporção. 
 Paixão no sentido de devoção apaixonada a uma causa 
e não como uma forma de agir puramente subjetiva e vazia. 
 Essa paixão não pode estar desconectada de um sentimento 
de responsabilidade, que funciona como a estrela guia 
da ação. 
Weber: a ética da responsabilidade 
 A essas duas qualidades deve-se unir o senso de proporção, 
ou seja, a capacidade de pesar as consequências 
e decidir com serenidade. 
 Essa é a grande dificuldade para o chefe político: saber unir 
a ardente paixão ao frio senso de proporção. 
 É necessário, ao mesmo tempo, possuir a paixão por 
uma causa e a capacidade de recolhimento para tomar 
as melhores decisões. 
Weber: a ética da responsabilidade 
 A ação política muitas vezes recorre à violência. As 
justificativas são colocadas nos fins nobres a serem 
alcançados. Esse argumento é usado tanto por socialistas 
quanto pelos nazistas. 
 Aquele que se dedica à política deve estar consciente desses 
paradoxos éticos: fins bons versus meios problemáticos. 
 Os governantes não devem lavar as mãos às consequências 
desencadeadas por seus atos. Devem assumir a 
responsabilidade por suas ações, mesmo quando 
desencadeiam fatos não previstos. 
 
 
Habermas e a ética discursiva 
 É uma tentativa de reconstrução da ética kantiana, 
em que Habermas busca superar aquilo que entende 
como problemático. 
Habermas critica o caráter solitário e isolado da ética kantiana: 
 “Age de tal forma que a sua ação possa sempre valer como lei 
universal” (Kant). 
 As máximas universalizáveis resultam de um monólogo 
de foro íntimo. 
 Proposta de Habermas: o imperativo deve ser reconstruído 
em termos discursivos, ou seja, a validação das normas a 
partir de consensos. 
 
Habermas, 1929- 
Fonte: http://commons.wikimedia.org 
Habermas e a ética discursiva 
 As normas, para serem válidas, devem encontrar aceitação 
de todos os participantes do discurso. 
 O discurso racional é a condição para que as regras adquiram 
normatividade e aceitação universal. 
 A condição para o discurso racional e para o acordo racional 
é a existência de uma situação ideal de fala. 
 Situação em que o discurso decorre livre, isento de todas 
as formas de coações e se pauta em bons argumentos. 
 
 
Habermas e a ética discursiva 
 Deve existir a mesma oportunidade de falar, de perguntar, 
de responder, fazer intervenções, réplicas etc. 
 Defende também o princípio da veracidade entre os 
participantes do discurso, ou seja, que estes sejam 
transparentes nas suas verdadeiras intenções. 
 Daí que dizer a verdade é condição necessária para 
o desenvolvimento do discurso prático. 
 Como é difícil comprovar a existência de uma situação ideal 
de fala, ela se torna um pressuposto desejado ou uma 
“suposição inevitável”. 
Habermas e a ética discursiva 
 O princípio do discurso defende que uma norma justificável 
e válida para todos é aquela que foi discutida e aceita como 
regra. 
 Tal principio resolve de forma isenta os conflitos entre 
interesses particulares com relação às normas já existentes. 
 Satisfeita essa condição, torna-se possível a realização do 
princípio da universalização. 
 As normas aceitas como válidas são universalizadas porque 
traduzem a vontade geral e resultam de um consenso. 
Habermas e a ética discursiva 
Dessa forma, temos: 
 Na ética discursiva, a validade das normas não resulta de 
máximas individuais, como na ética kantiana. 
 A subjetividade de cada um deve passar pelo crivo do 
discurso intersubjetivo, da discussão que busca o consenso. 
 
Dificuldades: 
 Criar as condições para existência de uma situação 
ideal de fala. 
 Garantir a transparência e a veracidade dos participantes 
do discurso. 
 
Interatividade 
Segundo as concepções éticas de Habermas, é correto 
afirmar que: 
a) a ética kantiana deve ser seguida sem alterações. 
b) Habermas concorda com o caráter solitário e isolado 
da ética kantiana; 
c) aquilo que é subjetivo e particular no indivíduo deve 
se tornar regra geral. 
d) não é fundamental que todos tenham as mesmas 
oportunidades de falar. 
e) uma norma válida para todos é aquela que foi discutida 
e aceita como regra por meio do consenso. 
 
 
 
 
 
 
 
ATÉ A PRÓXIMA! 
	Slide Number 1
	Conteúdos da segunda aula
	Valores 
	Valores 
	Valores 
	Valores 
	Valores e educaçãoMoral 
	Ética
	Moral e ética
	Moral e ética
	Sujeito ético
	Interatividade
	Resposta
	Ética aristotélica
	Busto de Aristóteles, 384 a 322 a.C. 
	Ética aristotélica
	Ética aristotélica
	Ética aristotélica
	Ética aristotélica
	Determinismo e liberdade
	�Moiras – Átropos, Cloto e Láquesis�
	Determinismo e liberdade
	Édipo e a Esfinge – �François-Xavier Fabre, 1766-1837
	Santo Agostinho
	�Santo Agostinho, 354 a 430 d.C�
	Santo Agostinho
	Santo Agostinho
	Santo Agostinho
	Interatividade
	Resposta
	Ética kantiana
	Immanuel Kant, 1724-1804
	Ética kantiana
	Ética kantiana
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	Slide Number 65

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