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Material de Apoio Teoria R.I

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Teoria das Relações Internacionais
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MÓDULOS
 
Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo e Neomarxismo: natureza e debate
Módulo C – Teoria Crítica 
 Construtivismo
Módulo D – Pós-modernismo
Módulo E – Perspectivas alternativas: feminismo e pós-colonialismo
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Antes....
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Hoje....
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Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
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Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
 As teorias tradicionais e alternativas constituem as principais preocupações e instrumentos analíticos das Relações Internacionais contemporâneas.
 O campo das Relações Internacionais como pensamento se desenvolveu em etapas diferentes, marcadas por debates específicos entre grupos acadêmicos no século XX.
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Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
Contexto histórico
Discussão teórica entre acadêmicos de RI
Outras disciplinas
Desenvolvimento e mudança da condição do Estado Soberano
Principais Debates
Filosofia, História, Economia, Direito, etc.
Formação do pensamento em RI
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Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
 O primeiro grande debate em RI foi entre o liberalismo utópico (década de 1920) e a resposta realista (1930 – 1950).
 Durante a guerra fria o realismo se tornou a forma dominante de pensar as relações internacionais, não apenas entre acadêmicos, mas também entre “pessoas comuns”, diplomatas e políticos. 
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Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
 O segundo grande debate em RI focou o método, e se dividiu entre as abordagens tradicionais e abordagem behaviorista;
 As abordagens tradicionais procuram entender um complicado mundo social com questões humanas e valores fundamentais, como a ordem, a liberdade e a justiça; 
 Já a abordagem behaviorista propõe a medição, a classificação, e a explicação das Relações internacionais por meio de formulações de leis gerais, similares às existentes nas ciências exatas;
 Década de 1960: debate entre neoliberalismo e Neorrealismo; 
 Hoje ambos os métodos são utilizados nas análises das Relações Internacionais.
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Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
 O terceiro grande debate em RI é caracterizado pelo ataque neomarxista às posições do Neorrealismo e do neoliberalismo;
 Esse debate ocorre no campo da Economia Política Internacional, introduzindo questões econômicas e também específicas de países do chamado Terceiro Mundo no debate internacional; 
 Temas como o sistema mundial capitalista, a dependência e o subdesenvolvimento permanecem até hoje em discussão.
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Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
 O quarto grande debate em RI é caracterizado pelo ataque das abordagens identificadas como pós-positivistas (ou abordagens alternativas) às tradições consagradas (Neorrealismo, neoliberalismo, e o campo da Economia Política Internacional);
 Esse debate está em pleno andamento, e envolve tanto questões metodológicas (como abordar o estudo de uma questão) quanto questões substanciais (quais devem ser consideradas as mais importantes);
 As abordagens alternativas rejeitam afirmações científicas sobre o Neorrealismo e o neoliberalismo.
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Módulo A – Pensamento e debates em Relações Internacionais 
 Não há abordagem teórica isolada vitoriosa em Relações Internacionais.
 Atualmente, todas as principais abordagens teóricas (tradicionais ou alternativas) são bastante aplicadas nos exercícios de análise das Relações Internacionais. 
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Bases e Teorias de RI
Conceitos e Atores em RI
Realismo Político
Liberalismo
Idealismo e Interdependência 5 Marxismo
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1.1 Conceitos básicos de Relações Internacionais
. Conceitos de RI: a) Sistema Internacional
Atores Internacionais
Forças Internacionais
. Sistema Internacional (SI): cenário das RI, sem governo centralizado ou leis regulatórias
. Características do SI: a) SI tem dimensão global
Heterogeneidade dos atores internacionais
Equilíbrio de Poder (EP) – hierarquias entre Estados; equilíbrio de ordens Polar, Bipolar ou Multipolar
. Atores Internacionais:	a) Estados
Organizações Internacionais Governamentais (OIGs)
Forças Transnacionais (Empresas privadas e ONGs)
. Forças Internacionais: fenômenos que ocorrem no ambiente global
Forças naturais
Movimentos demográficos
Forças econômicas
Tecnologias
5. Forças Ideológicas
Bases e Teorias de RI
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1.2 Conceitos básicos de Relações Internacionais
. Nível de autonomia dos Estados depende do Poder
. Manifestações do Poder
Poder Duro (tradicional): território, clima, recursos naturais, capacidade militar e industrial
Poder Brando (cooperação): capacidade de negociação e adaptação
* chamado Poder inteligente combinada Poderes duro + brando
. Categorias dos Estados
Superpotências
Potências Regionais – Estados Desenvolvidos ou em Desenvolvimento (Grandes Estados Periféricos – GEP)
Estados com Papel Local ou Restrito – pequenos Estados estabilizados ou Países de menor desenvolvimento relativo (PMDRs)
Bases e Teorias de RI
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2 Realismo Político
. Conceitos-chaves: Poder e Conflito – (prioridade preservação da segurança e soberania do Estado)
. A natureza humana é egoísta e propensa à conquista (necessidade de segurança, glória e prestígio)
. Maquiavel: dinâmica da conquista, manutenção e expansão do Poder
. Thomas Hobbes: “Estado de Natureza”
. 1ª Guerra consolida concepções do Realismo
. Revisões das idéias do Realismo: Neorrealismo ou Realismo Estrutural
- SI como estrutura onde se processam as RI e os Estados defendem suas posições
Bases e Teorias de RI
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3 Liberalismo
. Realismo condicionado ao surgimento do Estado moderno
. Liberalismo condicionado à ascensão da burguesia e às novas idéias políticas, econômicas e sociais
. Revoluções Liberais nos sécs. XVII e XVIII
Revolução Gloriosa – Reino Unido (1688/89)
Revolução Americana (1776)
Revolução Francesa (1789)
. Pensadores liberais: Locke, Montesquieu, Bentham, Mill
. Valores liberais:
importância das leis
substituição do conflito pela cooperação e negociação
Redirecionamento da importância do Poder para o Lucro
. Presidente Wilson no pós 1ª Guerra (1918) e o destaque para idéias liberais
Bases e Teorias de RI
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4 Idealismo e Interdependência
. O Idealismo se opôs totalmente ao Realismo (as pessoas são boas e os Estados preferem a cooperação e paz)
. Apresentado pelo presidente Wilson (Idealismo Wilsoniano) logo após 1ª Guerra (1918) – 14 pontos para paz
. Premissas do Idealismo:
Democracia e disseminação de seus valores
Segurança coletiva – cooperação para paz internacional (Liga das Nações, ONU)
Autodeterminação dos povos – direito à soberania
. Crise do Liberalismo nas décadas 1920 e 30 devido às dificuldades econômicas, desemprego e aumento de protencionismos
. Recuperação das idéias liberais após 2ª Guerra
. Busca de estabelecimento de regras e princípios internacionais para regular as RIs – maior cooperação e menos conflitos
. Aumento de relevância das OIGs
Bases e Teorias de RI
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5Marxismo
. Origens no século XIX – análises de Marx e Engels sobre a Revolução Industrial, críticas ao capitalismo e à
sociedade burguesa. Preocupações marcadamente internacionais
. Pilares do Marxismo:
Determinação Material – peso da economia na organização social, política e cultural.
A Estrutura (meios de produção) é determinante na definição da Superestrutura (sociedade e ideologias)
Divisão entre Burguesia e Proletariado
Revolução –evolução social se dá através do processo inevitável de conflito entre burguesia e o proletariado
. Pensadores Marxistas desenvolvem importantes
análises sobre o Capitalismo, Imperialismo e as RIs – Lenin, Gramsci, Eric Hobsbawn
. “Teoria da dependência” elaborado pela CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe – ONU)
apresenta divisão estrutural entre Norte e Sul (Estados Desenvolvidos x Subdesenvolvidos)
defende Nova ordem Econômica Internacional (NOEI) para superação da deteriorização dos intercâmbios internacionais através de maior ação estatal e substituição das importações
Bases e Teorias de RI
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Estudo de Caso
Baseado nas teorias de R.I, quais as possíveis soluções para a crise dos refugiados em todo mundo? 
Leve em consideração a questões levantadas pelas correntes realista, liberalista, idealista e marxista e desenvolva uma solução para o problema.
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Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neorrealismo:
 Surge no final da década de 1970, com o trabalho de Waltz, Theory of international politics (1979);
 Procura renovar e criticar o Realismo Moderno;
 Realismo Moderno: atribui os resultados das relações internacionais ao comportamento individual dos Estados;
 Neorrealismo: atribui os resultados das relações internacionais à estrutura dos sistema internacional.
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Waltz:
 Teorias sistêmicas versus teorias reducionistas;
 Visão sistêmica: parte do comportamento das unidades da política internacional e o resultado de suas interações deverão ser encontrados na estrutura do sistema;
 Estrutura: designa um conjunto de condições que constrangem os resultados da política internacional a uma dada fronteira. As estruturas são causas em política internacional por meio de duas formas: (a) Socialização dos atores; e (b) Competição entre os atores. 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Waltz:
 O sistema internacional é estabelecido em termos de sua estrutura, ou seja, a regra de posicionamento das unidades umas em relação às outras mais o padrão de relacionamento entre as unidades.
 Estruturas políticas internacionais são definidas pelos seguintes termos: 
Princípio de ordenamento;
Características das unidades (diferenciação funcional);
Distribuição das capacidades. 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Waltz:
As condições para a manutenção das estabilidade do sistema internacional são dadas enquanto o sistema permanece anárquico e quando não há uma diferença no número de unidades que cause a expectativa de uma mudança estrutural.
O sistema bipolar é mais estável que os outros, pois é preciso dois países para haver balanceamento de poder (duopólio). 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neorrealismo e a Política Mundial:
Na visão Neo-realista, os estados balanceiam o poder ou aderem ao líder (bandwagon);
Em síntese: o Neorrealismo é uma teoria sistêmica baseada na importância das estrutura internacional estabelecida na anarquia internacional. 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neoliberalismo:
Teoria Neoliberal Institucional: os Estados são os principais atores das relações internacionais, e o sistema internacional é descentralizado (ninguém tem de obedecer a ninguém).
 Para Keohane: para compreender o mundo moderno devemos ter em mente os conceitos de descentralização e institucionalização.
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neoliberalismo:
Institucionalização: definida como regras estabelecidas, normas, convenções, reconhecimento diplomático, governados por entendimentos formais ou não-formais.
Hipótese básica: a habilidade dos Estados de se comunicar e cooperar depende da construção de instituições que podem variar em termos de suas naturezas e força. 
 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neoliberalismo:
A corrente neoliberal investiga como as instituições afetam o comportamento dos Estados e, para isso, assume as seguintes premissas:
Os atores devem ter interesses em comum para poder cooperar;
O grau de institucionalização exerce grande influência sobre o comportamento dos Estados. 
 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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 Neoliberalismo: à medida que os Estados enxergam as razões para cooperar e passam cada vez mais a institucionalizar o relacionamento entre eles, cada vez mais as premissas neo-realistas perdem relevância. 
Variação Institucional
Interesses Mútuos
Relevância do Neoliberalismo
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neoliberalismo:
Instituições assumem as seguintes formas:
Formal intergovernamental ou organizações não-governamentais internacionais;
 Regimes internacionais:
 Convenções.
 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neoliberalismo:
Atores Transnacionais:
G – Governo
S – Sociedade
OIG – Organização intergovernamental internacional
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Relações Internacionais segundo o Neoliberalismo
G1
S1
G2
S2
OIG
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neoliberalismo: para Keohane e Nye, as Relações transnacionais podem afetar as relações internacionais por meio de:
Mudança de atitude;
Pluralismo Internacional;
Aumento de dependência e interdependência;
Aumento da capacidade de influência de alguns governos;
Emergência de atores autônomos com suas próprias políticas externas. 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neoliberalismo
Três características da Interdependência Complexa:
Canais Múltiplos;
 Ausência de hierarquia entre os assuntos;
 Papel menor da força militar.
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neoliberalismo: em um mundo de interdependência complexa, onde não há uma agenda hierárquica, o poder é obtido da seguinte forma:
 Ligação de estratégias;
 
Formação da agenda;
 Relações Transnacionais e Transgovernamentais;
 Papel das Organizações Internacionais.
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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 Principais pontos de divergência do debate entre Neorrealismo e o Neoliberalismo (debate “neo-neo”):
A natureza e as conseqüências da anarquia;
 Cooperação internacional;
 Ganhos absolutos versus ganhos relativos;
 Prioridades dos Estados;
 Intenções versus Capacidades;
 Instituições e Regimes.
Neorrealismo versus Neoliberalismo
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
 
Quadro síntese das correntes: Neorrealismo e Neoliberalismo
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Neomarxismo
Contexto: anos 1970
Terceiro Mundo: países subdesenvolvidos pressionaram os Estados desenvolvidos por mudanças no sistema internacional  buscam melhorar suas posições econômicas (relações N x S) 
Influências do Marxismo:
 Infra-estrutura econômica determina a política-ideológica
 Materialismo histórico
 Luta de classes
 Desigualdade sócio-econômica
 Estados: defendem os interesses da burguesia
 Alienação
 Solução: emancipação a partir da revolução!
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neomarxismo - Lênin: Imperialismo
 Expansão do capitalismo: busca de novos mercados e mais lucro
 Luta de classes em dimensão internacional
 Processo desigual entre países: 
 Oprimidos: atrasados economicamente
 Opressores: avançados 
 Defende a luta antimperialista na periferia
 Busca analisar o Terceiro Mundo a partir da teoria de Marx 
 A economia capitalista global é controlada por Estados ricos, estabelecendo uma troca
desigual com os Estados pobres
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neomarxismo - Teoria da Dependência:
 O subdesenvolvimento é um produto do desenvolvimento ocidental, decorre da estrutura do sistema capitalista global
 A dominação existe de “fora para dentro” e também de “dentro para dentro”
 Proposta: limitar os laços com o mercado mundial para evitar a exploração  luta antimperialista
 Construção de um Estado nacional independente, igualitário e economicamente autônomo  instrumento do proletariado para construção do socialismo e derrubada do imperialismo
 Contribui para o aparecimento de novos Estados, ampliação e redefinição da estrutura do sistema internacional, mas não para a revolução mundial
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neomarxismo - Teoria da Dependência:
Os Estados são os atores importantes do sistema, mas não são os únicos!
 Por que enfatizar o papel das organizações internacionais? 
 Por que reconhecer – e denunciar – o papel das empresas multinacionais? 
 Por que destacar os movimentos de libertação nacional? 
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Neomarxismo
 A cooperação entre os países ricos e pobres não passaria de um instrumento paliativo e de legitimação do status quo
Teoria do Sistema-Mundo de Immanuel Wallerstein:
 A economia mundial capitalista se organiza em torno de uma hierarquia:
 Centro: atividades econômicas avançadas e complexas
 Periferia: artigos primários
 Semi-periferia: combina elementos dos dois (camada intermediária)
 O sistema mundial capitalista se baseia na troca desigual  desenvolvimento desigual e combinado
 Essa estrutura cria tensões no sistema, de forma que a semi-periferia amortece os choques, garantindo a estabilidade.
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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“O discurso antimperialista se caracteriza pela denúncia da desigualdade, da dominação, da exploração e da injustiça das nações mais pobres pelos países ricos. Suas estratégias políticas, no entanto, refletem uma concepção do sistema internacional em que suas palavras de ordem se reduzem à busca de um novo equilíbrio de poder, de um novo status quo, uma nova hegemonia – uma nova divisão internacional do trabalho, uma nova estrutura do sistema de Estados. E sob esse aspecto, as teorias marxistas assemelham-se cada vez mais ao realismo, perdendo seu potencial para oferecer uma visão crítica da política mundial” (Nogueira & Messari, 2005:130)
A superação teórica virá através da TEORIA CRÍTICA!!!
Módulo B – Neorrealismo, Neoliberalismo, e Neomarxismo: natureza e debate
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Módulo C – Teoria Crítica
 – Construtivismo
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Módulo C – Teoria Crítica 
 Teoria Crítica: visão de que o estudo das Relações Internacionais deve estar voltado para a eliminação das mais diversas formas de dominação que existem na humanidade, não somente em termos de classes, como também raciais, étnicas, sexuais, etc. 
 Essa visão procura conciliar os ensinamentos de Marx com os de Kant ao defender a existência de uma ética universal dos excluídos. Tal postura está intimamente associada às análises da Escola de Frankfurt, a partir da década de 1930. 
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Módulo C – Teoria Crítica 
 Componente normativo: seria possível a construção de uma nova sociedade livre de todas as formas de dominação.
 A idéia, de inspiração marxista, é de que os próprios homens podem construir a sua própria história. É preciso emancipar os excluídos das injustiças sociais. 
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Módulo C – Teoria Crítica 
Para Linklater são quatro as principais realizações da Teoria Crítica:
Conclui que não há forma de se avaliar objetivamente a realidade;
Derruba a tese da imutabilidade social;
Supera o Marxismo;
Avalia arranjos sociais de acordo com sua capacidade de promover um diálogo aberto na humanidade e na promoção de novas formas de organização política. 
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Módulo C – Teoria Crítica 
Metodologicamente, o procedimento de pesquisa da Teoria Crítica pode ser resumido em dois movimentos:
Desconstrução dos discursos teóricos e práticas sociais;
 Apresentação de alternativas emancipatórias da ordem dominante.
 
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Módulo C – Teoria Crítica 
Cox define as seguintes esferas sociais de atividade:
Forças sociais, construídas pelo processo de produção;
Forma de Estado, derivada do estudo dos complexos sociais e estatais;
Ordens mundiais: que são configurações de forças que definem as relações de paz e guerra entre Estados.
Essas três esferas são inter-relacionadas à medida que as mudanças nas formas de produção gerariam novas forças sociais que modificariam as estruturas dos Estados e levariam a alterações das ordens mundiais.
 
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Módulo C – Teoria Crítica 
Forças Sociais 
Formas de Estado
Ordens Mundiais
Modelo de Cox
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Módulo C – Teoria Crítica 
 O Modelo criado por Cox permite compreender o processo de estabelecimento de hegemonias, em que, por exemplo, a união de poder, ideologia e instituições constitui a base da chamada “pax americana” (pós-1945).
Nesse caso, para a “pax americana” foi central a internacionalização do Estado, ou seja, as forças materiais norte-americanas atreladas à ideologia do livre-comércio levaram a institucionalização internacional do ideário norte-americano, por meio da constituição de organismos como FMI e Banco Mundial. 
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Módulo C – Teoria Crítica 
Ética dos excluídos internacionais:
A Teoria Crítica propõe a adoção de uma ética discursiva universal baseada na relação de princípios morais universais, contexto social, e necessidades concretas dos indivíduos;
Assim, a ética discursiva torna-se a mola mestra da reconstrução da política internacional, porque sua natureza, baseada na adesão por consentimento de todos os envolvidos por uma decisão, oferece uma alternativa democrática para a construção do processo de decisão internacional. 
 
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Módulo C – Teoria Crítica 
A contribuição da Teoria Crítica ao campo das Relações Internacionais pode ser sintetizada da seguinte maneira:
A crítica ao conservadorismo das teorias dominantes, em particular do Neorrealismo, e a formulação de uma teoria que coloca a mudança no centro da análise;
2. A análise do caráter normativo do “estadocentrismo” das teorias convencionais, demonstrando como servem à reprodução das relações de poder assimétricas e à hegemonia das grandes potências capitalistas; 
 
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Módulo C – Teoria Crítica 
A contribuição da Teoria Crítica ao campo das Relações Internacionais pode ser sintetizada da seguinte maneira:
3. A afirmação do caráter histórico e situado de toda a teoria social e das estruturas econômicas, políticas e sociais do sistema internacional, negando a universalidade científica das teorias positivistas e o caráter permanente dessas estruturas;
4. A distinção entre teorias de solução de problemas da teoria crítica como chave para um crítica da epistemologia positivista do Neorrealismo e do neoliberalismo; 
 
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Módulo C – Teoria Crítica 
A contribuição da Teoria Crítica ao campo das Relações Internacionais pode ser sintetizada da seguinte maneira:
5. A preocupação com a questão da emancipação humana como eixo central da reflexão teórica nas Relações Internacionais. O tema da exclusão no sistema de estados torna-se objeto privilegiado de pesquisa, e o esforço de redefinir as bases do novo universalismo cosmopolita, seu objetivo primordial;
6. A soberania estatal torna-se objeto privilegiado de análise e de crítica por ser considerada a instituição política mais importante na reprodução de práticas de exclusão e dominação na política mundial. 
 
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O Construtivismo se desenvolveu principalmente durante a década de 1990 como alternativa ao Neorrealismo, ao Neoliberalismo, à Teoria
Crítica e ao Pós-Modernismo. 
Essa corrente busca a construção de uma “terceira via” para a interpretação das relações internacionais contemporâneas.
Autor central: Alexander Wendt, com o livro Social theory of international politics, de 1999. 
Módulo C – Construtivismo
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O Construtivismo é uma teoria estrutural, baseada nas seguintes afirmações:
Os Estados são a principal unidade de análise das relações internacionais;
As estruturas-chave do sistema de Estados são intersubjetivas, em vez de materiais;
Os interesses e as identidades dos Estados são construídos por essas estruturas sociais e não determinados pela natureza humana ou política doméstica. 
Módulo C – Construtivismo
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A maneira como os Estados satisfazem seus interesses depende de como eles se definem uns em relação aos outros, o que, por sua vez, é uma função da identidade social aos níveis doméstico e sistêmico de análise.
Identidade social: conjunto de significados que os atores atribuem a si próprios, tomando em perspectiva os outros. Ou seja, identidades são adquiridas pelo processo de relacionamento entre os Estados.
Na relação entre Estados, a emissão de sinais e a interpretação são contínuas, originando um mecanismo que reforça certos comportamentos na relação entre dois Estados e pune outros. 
Módulo C – Construtivismo
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Segundo Wendt: “a anarquia é o que os Estados fazem dela”.
Com isso, entre os Estados de identidade negativa deve ocorrer o balanceamento do poder; já entre os Estados de identidade positiva deve ocorrer a cooperação.
No entanto, cabe lembrar que os Estados continuamente formam identidades positivas e negativas não estáticas, já que o processo de relacionamento social e internacional é contínuo e histórico, o que implica que essas identidades possam ser modificadas. Ex. confrontos e cooperação na história entre Inglaterra e França.
Módulo C – Construtivismo
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 Para o construtivismo, o Estado pode definir seus interesses de forma egoística em função de sua identidade, com base em determinantes domésticos e determinantes sistêmicos;
Por outro lado, a identidade pode também conduzir o Estado a interesses coletivos, em razão do contexto estrutural, dos processos sistêmicos, e das práticas estratégicas.
Módulo C – Construtivismo
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Para o construtivismo, a internacionalização dos Estados requer o desenvolvimento de duas qualidades: (a) identificação em relação a alguma função estatal, como segurança, economia, etc.; e (b) a capacidade de punir o ator que perturbar a performance dessa função.
 Assim, para que a internacionalização seja possível, é preciso que os Estados compartilhem uma identidade comum sob vários aspectos, como funções da segurança, economia, etc. Nesse caso, a identidade coletiva é institucionalizada, de forma que são produzidas regras, normas, e princípios comuns.
Módulo C – Construtivismo
Módulo C – Construtivismo
?
?
Idealismo
Materialismo
Holismo
Individualismo
Debate: Construtivismo como via média?
Que diferença a estrutura faz?
Que diferença as idéias fazem?
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A idéia de comunidades epistêmicas não é exclusiva do Construtivismo, porém é bastante forte nesta corrente já que contribui para a construção de uma terceira via teórica. 
Comunidades epistêmicas: rede de profissionais com reconhecidas especialização e competência em uma área de conhecimento e que provêem uma racionalidade de ação para os membros da comunidade, o que presumivelmente aumentaria a qualidade de vida dos seres humanos em geral.
Nas relações internacionais a ação das comunidades epistêmicas deve ser entendida dentro do contexto da coordenação política.
Módulo C – Construtivismo
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Assim, quanto mais uma comunidade epistêmica for mobilizada, maior será a probabilidade de ela influenciar a ação do Estado, que vai recorrer ao conhecimento dos especialistas para a formação de seus interesses. Ex. negociação em torno do Protocolo de Kioto.
 Em síntese, a influência das comunidades epistêmicas na inovação política ocorre:
Delimitando os limites da controvérsia política em torno de um assunto;
Definindo os interesses dos Estados;
Definindo os padrões de julgamento e regulação. 
Módulo C – Construtivismo
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Para os construtivistas, o contemporâneo tema da Governança Global é epistêmico, já que depende fundamentalmente de entendimentos em comum sobre determinado tema internacional. 
Governança Global: depende, de um lado, das capacidades materiais e do conhecimento (normativo, ideológico, técnico e científico) e, de outro, da legitimidade (aceitação do direito de julgamento sobre as comunidades relevantes) e da justiça (prestação de contas, representação e responsabilidade). 
Módulo C – Construtivismo
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Módulo D – Pós-Modernismo
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 O Pós-Modernismo das Relações Internacionais faz parte de um movimento mais amplo das Ciências Sociais, derivado do trabalho de intelectuais como Michel Foucault e Jacques Derrida.
 Pós-Modernismo: critica a suposta racionalidade do Modernismo, que no campo da política internacional é refletida no trabalho dos realistas, dos idealistas e dos liberais.
 Objetivo do Pós-Modernismo: desmascarar as narrativas que se escondem por trás dos discursos teóricos, ou seja, investigar a narrativa que constrói as narrativas sociais. 
Módulo D – Pós-Modernismo
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 Parte do projeto Pós-Modernista das Relações Internacionais consiste em desconstruir as teorias das Relações Internacionais mostrando a problemática da suposta racionalidade e objetividade da categorização na disciplina.
 Foco de ataque: Realismo e Neorrealismo, por meio da demonstração de que não existem teorias objetivas de Relações Internacionais tanto quanto não existe uma realidade objetiva de Relações Internacionais.
Módulo D – Pós-Modernismo
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 A desconstrução teórica proposta pelo Pós-Modernismo ocorre por meio da análise profunda da epistemologia das teorias das Relações Internacionais, explicitando crenças contidas nelas e os problemas com as construções teóricas. 
 O projeto Pós-Modernista bombardeia qualquer projeto que se autoconclame científico.
 
Módulo D – Pós-Modernismo
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Alguns dos principais temas “atacados” pelo Pós-Modernismo:
 Estado: o Estado é tratado como um premissa não problemática pelos Neo-Realistas. Mas o Estado não é uma unidade “natural”.
 Anarquia Internacional: apresentar anarquia e soberania como uma dicotomia depende da conversão das diferenças entre Estados soberanos.
 Segurança Internacional: as identidades estatais somente podem ser construídas e mantidas quando se confinam ameaças dentro das fronteiras nacionais. Advento da hiper-realidade (redução da fronteira entre guerra e jogo); e da infoguerra (guerra convencional na qual o comando e o controle do campo de batalha são estendidos para computadores, comunicações e inteligência).
 
Módulo D – Pós-Modernismo
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Para Pós-Modernistas, a soberania dos Estados surgiu para resolver três problemas ontológicos: 
 A relação entre tempo e espaço é resolvida contendo o tempo em um determinado espaço geográfico;
 A relação entre universal e particular é resolvida por meio de um sistema de Estados soberanos;
 A relação entre o indivíduo e o outro é resolvida em termos daqueles que são de dentro (insiders) e os que são de fora (outsiders), amigos e inimigos. 
Módulo D – Pós-Modernismo
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 Nesse sentido, para os Pós-Modernistas, a resolução dos problemas mais básicos das relações internacionais passa por uma “deterritorialização” da ética, ou seja, os territórios soberanos nacionais que aparecem como solução natural dos problemas organizacionais humanos.
 Nessa visão, os territórios são contingentes históricos e ambíguos que não deveriam impedir a aceitação de uma ética universal contrária ao projeto de exclusão que o Estado representa em nome de determinado povo, nação, classe ou qualquer outra prática
totalitária.
Módulo D – Pós-Modernismo
 
Quadro síntese das correntes: Teoria Crítica; Construtivismo; e Pós-modernismo
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Módulo E – Perspectivas alternativas: feminismo e pós-colonialismo 
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Módulo E – Perspectivas alternativas: feminismo e pós-colonialismo 
Feminismo:
 O Impacto do Feminismo na análise das Relações Internacionais foi muito tardio.
 Contudo, com o estupro de mulheres se tornando uma arma para a limpeza étnica em algumas das guerras de caráter étnico da década de 1990, o campo de estudo das relações internacionais precisou lidar com questões de gênero.
 Ao mesmo tempo, o debate sobre a participação de homossexuais nas forças armadas dos EUA, durante o governo Clinton, estimulou ainda mais debates de gênero no estudo das relações internacionais. 
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Módulo E– Perspectivas alternativas: feminismo e pós-colonialismo 
Feminismo:
 “Ponto de vista feminista”: forma mais tradicional de feminismo, que procura incluir questões de gênero em questões de poder nas relações internacionais. Entendem que as mulheres podem produzir políticas diferentes e, portanto, soberanias diferentes no campo internacional. A identidade de gênero desempenharia uma função diferente na formação o pensamento militar e na ideologia de uma sociedade.
 “Feminismo pós-moderno”: questiona o conceito de identidade, ao assumir que gênero raramente é uma categoria óbvia e bem definida, separada de questões políticas e sociais. No campo da soberania, as pós-modernistas rejeitam o “ponto de vista feminista”, já que equivale apenas a estabelecer um novo soberano e uma nova barreira à liberdade de pensamento.
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Módulo E – Perspectivas alternativas: feminismo e pós-colonialismo 
Feminismo:
 “Feminismo crítico”: surge como uma combinação das vantagens analíticas das duas abordagens já mencionadas por permitir, ao mesmo tempo, a formulação de críticas teóricas e de alternativas de políticas, reforçando características desafiantes do movimento.
 “Feminismo construtivista”: o construtivismo fornece instrumentos analíticos úteis ao feminismo, como os debates sobre identidades e instituições.
 Por fim, cabe mencionar que uma das áreas de maior atuação do movimento feminista em geral tem sido o estudo da globalização, encarada como um campo de atuação para exercer seu projeto de resistência e solidariedade global. 
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Módulo E – Perspectivas alternativas: feminismo e pós-colonialismo 
Pós-colonialismo:
 Representa uma nova contribuição ao campo de estudo das relações internacionais, que se desenvolveu a partir da década de 1990.
 Os autores pós-colonialistas se preocupam com o aparecimento de novos atores nas relações internacionais, que aparentemente tinham a mesma condição de soberania que os demais Estados, mas que apresentavam grandes carências na sua organização e nos seus desempenhos.
 As relações entre colonos e colonizados, entre ex-colônias e ex-metrópoles, entre imigrantes e hóspedes, seja na imigração interna seja na externa, impuseram novos desafios em um campo de estudo (RI) ancorado na distinção entre interno e externo, doméstico ou internacional.
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Módulo E– Perspectivas alternativas: feminismo e pós-colonialismo 
Feminismo e Pós-colonialismo:
 Feminismo e Pós-colonialismo têm tido impacto reduzido nas Relações Internacionais como campo de estudo e como prática, talvez porque levantem questões às quais as correntes tradicionais não tenham respostas imediatas.
 Mas o fato de ambos questionarem e problematizarem a soberania, mesmo que a partir de perspectivas distintas, revela o quanto ambos estão ligados aos debates que têm dominado esse campo de estudo como um todo.

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