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CCJ0012-WL-O-LC-Tutela do Meio Ambiente Artificial e Cultural

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1 
 
Tutela do Meio Ambiente Artificial e Cultural 
 
 O meio ambiente artificial deve ser entendido, portanto, como o meio 
ambiente em que vive o ser social, sendo por ele utilizado e modificado na medida 
em que suas necessidades sociais e urbanas devem ser atendidas. 
 Os aspectos do meio ambiente, fechado e aberto, devem se complementar, 
existindo edificações com a finalidade de acomodar residências, indústrias, edifícios 
comerciais de forma bem distribuídas com as ruas, praças, espaços livres e áreas 
verdes disponíveis no perímetro urbano. É nesse espaço urbano, composto por 
todos esses elementos, que iremos nos ater no decorrer desta aula, visto sua boa 
disposição ser primordial à qualidade de vida de seus membros. 
 É aqui que se vê o meio ambiente artificial na forma de município, visto este 
ser ente federativo com autonomia legal, para abranger a questão. 
 Um dos instrumentos utilizados para viabilizar o planejamento urbano é o 
Plano Diretor, instituído pela Lei nº 10.257, de 10/07/2001. 
 Os preceitos urbanísticos estão estreitamente ligados às questões de 
interesse especificamente local, por cuidarem justamente daquilo que mais será 
afetado diretamente no âmbito municipal, seja no planejamento ou na execução 
dos planos urbanísticos. E é nesse aspecto que o art. 30, no seu inciso II, da 
Constituição Federal cuida da competência suplementar do município, pois este 
poderá suprir a ausência da União e do estado em dada matéria, desde que esteja 
se tratando de questão de específico e peculiar interesse local, obedecendo aos 
preceitos já estabelecidos pela Lei Federal nº 10.257/01 – Estatuto da Cidade. 
 
O Estatuto da Cidade e suas diretrizes de implementação da tutela 
ambiental, em se tratando de meio ambiente artificial 
 
 A Lei Complementar nº 10.257, de julho de 2001, traz questão de grande 
significância a ser tratada, quando faz menção à função social da cidade e da 
propriedade urbana. 
 A cidade cumpre sua função social no momento em que ela oferece àquele 
que vive em suas limitações territoriais as condições necessárias para sua 
sobrevivência. Se existem preceitos constitucionais que garantam ao indivíduo a 
dignidade humana, a saúde, a educação, a cultura e o lazer, é no ambiente urbano 
construído para a satisfação dessas necessidades que elas devem ser efetivadas. 
Cabe à cidade, portanto, acomodar todos os aspectos necessários para a 
consecução destas garantias. 
 Vem, então, o Estatuto da Cidade tratar de diretrizes de uma política de 
desenvolvimento e planejamento urbanos voltados a proporcionar um meio 
ambiente artificial devidamente equilibrado, permitindo aos munícipes a realização 
de suas garantias fundamentais, postadas pela Constituição Federal. Ele traz 
instrumentos para a realização das políticas urbanas, garantindo o controle social 
por parte das comunidades e demais segmentos da sociedade civil, além dos 
controles institucionais necessários, quando da aplicação destes instrumentos 
envolva gastos financeiros (§ 3º, do art. 4º do EC), nada mais sendo senão mera 
colocação de matéria constitucional ao determinar a existência de um estado 
democrático de direito (art. 1º, CF). 
 Assim, tome-se o Estatuto da Cidade como um importante instrumento 
viabilizador da tutela ambiental, no que tange ao meio ambiente artificial, pois 
mesmo que seu caráter de Lei Complementar lhe dê um ar de generalidade, por 
 
 
 
 
 2 
sua aplicação se dar de maneira uniforme em todo o território nacional, sabe-se 
tratar de matéria, especificamente, voltada à consecução de garantias 
resguardadas pela Constituição Federal. 
 
 Assim sendo, vem o Estatuto da Cidade trazer instrumentos outros voltados, 
exclusivamente, para que os objetivos da implementação do Plano Diretor sejam 
atingidos. 
 
O Plano Diretor como instrumento da participação popular 
 Ao Plano Diretor estão relacionadas as ações tomadas por parte da 
sociedade civil, sendo este o instrumento necessário para a efetivação das políticas 
nele traçadas. Mas isso não exclui a competência do Poder Público municipal sobre 
a sua implementação, onde devem ser disciplinados o uso e o parcelamento do solo 
urbano como também o fornecimento de serviços de transportes urbanos e viários. 
O zoneamento urbano está ligado, também, ao fornecimento desses serviços, pois 
cada zona delimitada possuirá necessidades específicas que devem ser atendidas 
de forma que interajam com as zonas que as circundam, havendo, assim, a 
possibilidade de se desenvolver um fluxo maior de munícipes em circulação, 
gerando, inclusive, conseqüências de caráter econômico, devido um estímulo de 
atividades voltadas à satisfação das necessidades de determinada região. Este ciclo 
viria a diminuir a possível existência de “anéis periféricos”, que ficam à margem das 
zonas mais privilegiadas, seja por conta de sua localização ou pelas atividades 
econômicas que se desenvolvem no local, como também trazer mais vida social aos 
bairros meramente "dormitórios", nos quais é visível uma quase inexistência de 
pólos de lazer e cultura. 
 Nesse prisma, o Plano Diretor nada mais é do que um reflexo da cidade, pois 
vai simplesmente retratar as necessidades que ela apresenta. Por isso, importante 
é a participação popular, pois, assim, as necessidades que os próprios munícipes 
sofrem poderão ser alvo das soluções apontadas por estes. Vê-se, então, que o 
Plano Diretor não vem com o ideal de solucionar todos os problemas existentes na 
região por ele abrangida, mas deve ser usado como viabilizador de políticas 
voltadas para a amortização de controvérsias existentes nos segmentos sociais. O 
mero cumprimento dos seus objetivos (art. 2º do Plano Diretor) já se mostra de 
real significância para a consecução de um bem-estar social comum. 
 
Institutos jurídicos 
 O inciso V do art. 4º do Estatuto da Cidade cuida dos instrumentos jurídicos 
que são utilizados para a realização da função social da propriedade, o que vem 
contemplar a realização da função social da cidade, são eles: a) desapropriação; b) 
servidão administrativa; c) limitações administrativas; d) tombamento de imóveis 
ou de mobiliário urbano; e) instituição de unidades de conservação; f) instituição 
de zonas especiais de interesse social; g) concessão de direito real de uso; h) 
concessão de uso especial para fins de moradia; i) parcelamento, edificação ou 
utilização compulsórios; j) usucapião especial de imóvel urbano; l) direito de 
superfície; m) direito de preempção; n) outorga onerosa do direito de construir e 
de alteração de uso; o) transferência do direito de construir; p) operações urbanas 
consorciadas; q) regularização fundiária; r) assistência técnica e jurídica gratuita 
para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos; s) referendo popular e 
plebiscito. 
 A idéia é fazer uso de instrumentos jurídicos, alguns deles discriminados 
pelo Direito Civil para a consecução do bem-estar social almejado pelo Estatuto da 
Cidade. 
 
 
 
 
 3 
 Dentre eles, a desapropriação chama a atenção por estar voltada às funções 
que uma propriedade pode desenvolver. Ou seja: antes se falou da aplicação do 
IPTU progressivo no tempo para que a propriedade cumpra sua função. Àquele que 
não a cumpre no prazo determinado em lei (art. 8º, do EC), cabe ao município 
proceder à desapropriação do bem para lhe atribuir função social, pagando ao 
proprietário do bem com títulos da dívida pública. 
 Ainda exemplificando, tem-se outro instrumento extraído do Direito Civil: a 
usucapião (art. 1.238, Código Civil), sendo esta meio de aquisição de propriedade, 
consistindo na atribuição desta a outro que comprove sua posse prolongada, 
ininterrupta e pacífica, por estar relacionada com a segurança jurídica necessária 
para que a propriedade exerça sua função social. 
 
Institutos ambientais 
 Como institutos ambientais voltados à tutela do meio ambiente, seja ele o 
natural ou o artificial, temos: o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Estudode 
Impacto de Vizinhança (EIV). 
 Ambos intentam em favor do mesmo bem jurídico – o meio ambiente em 
equilíbrio – com o diferencial de que o EIA possui procedimentos específicos para 
análises de impactos de maiores proporções, como, por exemplo, a instalação de 
indústrias em determinadas áreas, como já vimos em aula anterior. 
 O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) é instrumento mais recente, posto 
em 2001 pelo Estatuto da Cidade. Suas características colocam sua aplicabilidade 
no meio ambiente artificial, analisando os impactos causados em menor escala que 
o anterior, mas não menos importantes, pois fazem menção a relações mais 
complexas existentes no âmbito de desenvolvimento urbano. 
 O Estatuto da Cidade traz o EIV como forma de conter um crescimento 
desordenado que venha a surgir em conseqüência da aplicação de determinadas 
atividades, em locais que serão modificados de forma prejudicial à localidade. A 
intenção é de prever essas modificações para que o Poder Público possa satisfazer 
as necessidades que passarão a surgir. 
 O município determinará através de ato legislativo municipal quais as 
atividades consideradas impactantes ao local onde serão efetivadas. Os resultados 
do EIV serão, então, utilizados na decisão final da implementação ou não da dada 
atividade, sendo pré-requisito para a aquisição do licenciamento ou de autorização. 
 Dessa forma, vê-se que o objetivo intentado é a satisfação do interesse 
particularmente local que se apresenta, pois, se a Lei Federal atribuiu a 
regulamentação à Lei Municipal, significa dizer que as necessidades locais se 
mostram acima de qualquer outro preceito legal. 
 
Tutela do meio ambiente cultural 
 A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 216, estatui ser patrimônio 
cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados 
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à 
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais 
incluem: as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações 
científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e 
demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos 
urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, 
paleontológico, ecológico e científico. Em outras palavras, todos os elementos 
relacionados à formação e existência da sociedade brasileira são considerados 
componentes do patrimônio cultural. 
 
 
 
 
 4 
 A proteção do patrimônio cultural brasileiro é promovida pelo Poder Público, 
com a colaboração da coletividade, por meio de inventários, registros, vigilância, 
tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e 
preservação. 
Inventário, registro, vigilância 
 Ainda de aplicação tímida quanto à proteção dos bens e manifestações de 
caráter processual e dinâmico, denominados imateriais. A esses cabe, antes, 
identificar, documentar e produzir conhecimento sobre eles, de modo a subsidiar 
políticas de reconhecimento e apoio adequadas às suas características. 
 Com o advento do Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, o 
levantamento, a identificação e a proteção dos bens culturais considerados 
imateriais são promovidos pelo Programa Nacional do Patrimônio Imaterial - PNPI, 
com o objetivo de implementar política específica e o intuito de valorização destes 
bens, através dos Inventários. 
 O outro instrumento é o Registro, que significa identificar e produzir, pelos 
meios técnicos mais adequados e amplamente acessíveis ao público, conhecimento 
sobre o bem cultural, de modo eficiente e completo, mediante a utilização dos 
recursos proporcionados pelas novas tecnologias da informação. 
 O ato culminante do Registro é a inscrição do bem em um dos quatro Livros 
estabelecidos: dos Saberes, das Celebrações, das Formas de Expressão e dos 
Lugares e sua titulação como Patrimônio Cultural do Brasil. 
 
Tombamento 
 Tombar significa inscrever nos arquivos, inventariar, arrolar. A expressão 
Livro de Tombo representa a existência, nas repartições competentes, de um 
registro pormenorizado do bem que se pretende preservar, mediante a custódia do 
Poder Público. 
 Tombar é consignar nesses livros que determinado bem de valor cultural, 
seja público ou privado, móvel ou imóvel, foi considerado de interesse social. A 
partir de então, passa a ser submetido a um regime peculiar, que objetiva protegê-
lo contra a destruição, o abandono ou a utilização inadequada. 
 No Brasil, foi criado o Decreto-Lei Federal nº 25, de 30 de novembro de 
1937. Esse diploma legal, em seu art. 4º, faz referência aos Livros do Tombo do 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan. Tais livros são em 
número de quatro: 1) Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; 2) 
Livro do Tombo Histórico; 3) Livro do Tombo das Belas Artes; 4) Livro do Tombo 
das Artes Aplicadas. 
 Tombamento é prerrogativa administrativa, com previsão legal: 
constitucional e ordinária, de competência federal, estadual e municipal. Visto que 
tombar significa registrar o bem em um dos Livros do Tombo (no âmbito Federal, 
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; no âmbito estadual ou 
municipal, do órgão criado com esta destinação), aqueles bens reconhecidos pelos 
poderes competentes quanto a sua relevância à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. 
 A finalidade, do instituto em estudo, é o reconhecimento do Poder Público, 
da sua responsabilidade de acautelamento e proteção do patrimônio cultural 
brasileiro, previsto constitucionalmente. O Tombamento é forma especial de 
proteção administrativa a bem de valor cultural, com caráter meramente 
declaratório; ou seja, esse atributo deve preceder ao Tombamento. 
 O Tombamento se efetiva por meio de procedimento administrativo, que não 
se realiza em um único ato, mas numa sucessão de atos preparatórios, essenciais à 
validade do ato final, que é a inscrição no Livro do Tombo. Na condição de ato 
 
 
 
 
 5 
administrativo pode ser agrupado quanto ao procedimento (de ofício, voluntário e 
compulsório), quanto à eficácia (provisório ou definitivo) e quanto ao destinatário 
(individual ou geral). 
 
 O Tombamento de ofício é previsto no artigo 5º do Decreto-Lei 25/37 e 
incide sobre bens públicos, sujeitando-se apenas à liberação coletiva do órgão 
preservacionista. Ele pode ser concretizado sem qualquer contraditório, bastando 
sua notificação à entidade a que pertence ou sob cuja guarda estiver a coisa, a fim 
de produzir os necessários efeitos. 
 O Tombamento voluntário e compulsório, previsto no artigo 6º do Decreto-
Lei 25/37, incide sobre bens particulares. O primeiro ocorre sempre que o 
proprietário o pedir e o bem for considerado de valor cultural pelo órgão 
preservacionista, ou quando o proprietário anuir, por escrito, à notificação que se 
lhe fizer de abertura de processo de tombamento. O Tombamento compulsório terá 
lugar sempre que houver resistência por parte do proprietário em anuir ao instituto, 
ou no caso de impugnação por parte dele. 
 Quanto à eficácia, o instituto será provisório ou definitivo, conforme esteja o 
respectivo processo iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição do bem no 
competente Livro do Tombo. O Tombamento provisório, para todos os efeitos 
legais, se equipara ao definitivo, como previsto no artigo 10, parágrafo único do 
Decreto-Lei 25/37. 
 Quanto ao destinatário, o instituto do Tombamento será individual, quando 
atingir um bem determinado, e geral, quando disser respeito a todos os bens de 
determinada área. 
 O Tombamento definitivo de bens de propriedade particular deve ser levado 
a registro, por iniciativa do órgão preservacionista competente, no Ofício de 
Registro de Imóvel, e averbado ao lado da transcrição do domínio. No caso de bem 
móvel, deve o registro ser efetuado no Cartório de Registrode Título e Documento. 
No caso de alienação, é encargo do adquirente providenciar a transcrição, no prazo 
de 30 dias, sob pena de multa correspondente a 10% do valor do negócio jurídico. 
 Se o bem tombado for público, será inalienável, salvo se a transferência 
ocorrer entre União, Estados e Municípios, em caso de alienação onerosa de bens 
pertencentes a particular, deve ser assegurado, pela ordem, o direito de 
preferência da União, dos Estados e dos Municípios, sob pena de nulidade do ato, 
seqüestro do bem por qualquer dos titulares do direito de preferência e multa de 
20% do valor do bem a que ficam sujeitos o transmitente e o adquirente. 
 Tem prevalecido na literatura jurídica o entendimento de que o Tombamento 
em si não gera direito à indenização. É que a simples declaração de interesse 
cultural em determinado bem, por encerrar restrições administrativas que apenas 
obrigam o proprietário a mantê-lo dentro de determinadas características para a 
proteção da memória nacional, não engendra situação de prejuízo capaz de 
justificar qualquer dever indenizatório. 
 O Destombamento é o ato pelo qual se retira de determinado bem o 
gravame que lhe havia sido declarado, através do instituto do tombamento. Tal ato 
pode ser determinado tanto pela própria administração, quanto pelo Judiciário. 
 O Decreto-Lei 3.866, de 29 de novembro de 1941, conferiu ao proprietário 
do bem tombado o direito de recorrer ao presidente da República, que, atendendo 
as razões de interesse público, pode cancelar o tombamento de bens pertencentes 
à União, aos Estados, aos Municípios ou às pessoas naturais ou jurídicas de direito 
privado, procedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – 
Iphan. 
 Quando o Poder Público não tomar as medidas necessárias para a 
manutenção do bem, declarado por ele, protegido através do instituto do 
 
 
 
 
 6 
Tombamento, em face de seu valor cultural, os tribunais têm entendido que, 
mediante provocação do Ministério Público (ação civil pública) ou da coletividade 
(ação popular), o Poder Judiciário pode determinar ao Poder Executivo que faça o 
destombamento.

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