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CCJ0012-WL-D-SIA-09-A Tutela Penal do Meio Ambiente

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DIREITO AMBIENTAL
Aula 9 - A Tutela Penal do 
Meio Ambiente 
DIREITO AMBIENTAL
A Tutela Penal do Meio Ambiente - Aula 9 
Conteúdo Programático desta aula
 O Direito Penal Ambiental e a 
Constituição Federal;
 Lei de Crimes Ambientais (Lei 
9.605/98);
 Crimes de Menor Potencial 
Ofensivo;
 O Tráfico de Animais Silvestre.
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O Direito Penal Ambiental e a Constituição Federal
“Os riscos globais, a extinção de espécies animais e
vegetais, assim como a satisfação de novas
necessidades em termos de qualidade de vida, deixam
claro que o fenômeno biológico e suas manifestações
sobre o Planeta estão perigosamente alterados. E as
consequências desses processos são imprevisíveis [...].
Por isso, arranhada estaria a dignidade do Direito
Penal caso não acudisse a esse verdadeiro clamor
social pela criminalização das condutas
antiecológias.” (Milaré, 2013)
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O Direito Penal Ambiental e a Constituição Federal
A Lei Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81)
dispôs sobre o conceito legal de meio ambiente, bem
como o conceito de poluição e poluidor e sua
responsabilização, civil, administrativa e penal
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas;
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O Direito Penal Ambiental e a Constituição Federal
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental
resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os
padrões ambientais estabelecidos;
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O Direito Penal Ambiental e a Constituição Federal
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental;
Poluidor: Deverá, independentemente da
existência de culpa, indenizar ou reparar o dano
causado ao meio ambiente e a terceiros, afetados
por suas atividades (Lei. 6.938/81, Art. 14. § 1º).
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O Direito Penal Ambiental e a Constituição Federal
Constituição da República Federativa do Brasil
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
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O Direito Penal Ambiental e a Constituição Federal
A sujeição do poluidor ou infrator às sanções penais e
administrativas visa assegurar o direito ao meio
ambiente. Direito à vida. (artigo 225, caput da CRFB).
Características do direito ambiental criminal:
• caráter preventivo: Princípio da prevenção.
• caráter repressivo: no Direito Ambiental só se efetivará
após a ocorrência do dano.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
• Também conhecida como Lei da Natureza.
• A lei dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente.
• São considerados crimes ambientais as agressões ao
meio ambiente e a seus componentes natural,
artificial e cultural que ultrapassem os limites
estabelecidos por lei ou ainda, a conduta que ignora
normas ambientais legalmente estabelecidas mesmo
que não causem danos ao meio ambiente.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
• Nem todos os atos lesivos à natureza foram
abrangidos pela Lei 9.605/98, alguns podem ser
encontrados em outras leis, como exemplo o
Código Florestal, Código Penal e a Lei de
Contravenções Penais.
Capítulo I. Disposições Gerais da norma:
• O artigo 2°, prevê para os crimes ambientais a
coautoria e a participação de pessoa física ou
jurídica seja por ação ou omissão. Deve existir
uma relação de causalidade entre o fato
imputado e o infrator.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Artigo 2°. Quem, de qualquer forma, concorre para a
prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas
a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade,
bem como o diretor, o administrador, o membro de
conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o
preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que,
sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de
impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.
Responsabilidade ambiental penal
Ocorre quando em virtude de conduta omissiva ou
comissiva o infrator viola uma norma de direito penal,
consubstanciando a prática de crime ou contravenção
penal ambiental.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Artigo 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou contratual,
ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício
da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas
jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-
autoras ou partícipes do mesmo fato.
• A coparticipação prevê que todos os envolvidos no
evento delituoso serão responsabilizados na medida
de sua culpabilidade.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Artigo 4º. Poderá ser desconsiderada a pessoa
jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo
ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade
do meio ambiente.
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Capítulo II. Aplicação da Pena 
• Aplicação de pena às pessoas físicas (Arts.6º a 20)
• Aplicação de pena às pessoas jurídicas (Arts. 21 e 24)
Pessoas físicas:
Artigo. 6º.Para imposição e gradação da penalidade, a
autoridade competente observará:
I - a gravidade do fato;
II - os antecedentes do infrator;
III - a situação econômica do infrator.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Art. 7º As penas restritivas de direitos são
autônomas e substituem as privativas de liberdade
quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena
privativa de liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do condenado, bem como os
motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a
substituição seja suficiente para efeitos de
reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a
que se refere este artigo terão a mesma duração da
pena privativa de liberdade substituída.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Art. 8º As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III -suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
Art. 9º A prestação de serviços à comunidade
consiste na atribuição ao condenado de tarefas
gratuitas junto a parques e jardins públicos e
unidades de conservação, e, no caso de dano da
coisa particular, pública ou tombada, na
restauração desta, se possível.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Pessoas Jurídicas:
As sanções específicas para as pessoas jurídicas são
aplicáveis de acordo com sua natureza.
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou
alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o
disposto no art. 3º, são:
I - multa; (aplicação dos mesmos critérios à pessoa
física)
II - restritivas de direitos (Art.22)
III - prestação de serviços à comunidade(Art.23)
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Artigo. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa
jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou
atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem
como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
Artigo. 23. A prestação de serviços à comunidade pela
pessoa jurídica consistirá em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas
degradadas;
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais
públicas.
• Os crimes ambientais, segundo a Lei 9.605/98, são
classificados em seis tipos diferentes: Crimes contra a
fauna, Crimes contra a flora, Poluição e outros
crimes ambientais, Crimes contra o ordenamento
urbano e o patrimônio cultural, Crimes contra a
administração ambiental, Infrações Administrativas.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
1. Crimes contra a fauna (art.29 ao art. 37)
• Fauna silvestre é o conjunto de animais que vivem em
uma determinada região.
São agressões cometidas contra animais silvestres,
nativos ou em rota migratória, como exemplo: caçar,
pescar, matar, perseguir, utilizar, vender, expor, exportar,
adquirir, impedir a procriação, maltratar, realizar
experiências dolorosas ou cruéis com animais quando
existe outro meio, mesmo que para fins didáticos ou
científicos, transportar, manter em cativeiro ou
depósito, espécimes, ovos ou larvas sem autorização
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
ambiental ou em desacordo com esta ou ainda a
modificação, danificação ou destruição de seu
ninho, abrigo ou criadouro natural.
Da mesma forma, a introdução de espécime animal
estrangeira no Brasil sem a devida autorização
também é considerado crime ambiental, assim
como o perecimento de espécimes devido à
poluição.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Artigo 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente, ou em desacordo
com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
autorização ou em desacordo com a obtida;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou
criadouro natural;
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire,
guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre,
nativa ou em rota migratória, bem como produtos e
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não
autorizados ou sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente.
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles
pertencentes às espécies nativas, migratórias e
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham
todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais
brasileiras.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é
praticado: contra espécie rara ou considerada ameaçada
de extinção, ainda que somente no local da infração; em
período proibido à caça; durante a noite; com abuso de
licença; em unidade de conservação; com emprego de
métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição
em massa.
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime
decorre do exercício de caça profissional.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Dos Crimes contra a Flora (art. 38 ao art. 53)
• Flora é o conjunto de plantas de uma região, de um
País ou de um continente.
• Objetivam a proteção da flora, de forma geral e
tutelam todas as áreas de interesse ecológico
mormente as unidades de conservação.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Dos Crimes contra a Flora (art. 38 ao art. 53)
Destruir ou danificar floresta de preservação
permanente mesmo que em formação, ou utilizá-la em
desacordo com as normas de proteção assim como as
vegetações fixadoras de dunas ou protetoras de
mangues; causar danos diretos ou indiretos às
unidades de conservação; provocar incêndio em mata
ou floresta ou fabricar, vender, transportar ou soltar
balões que possam provocá-lo em qualquer área;
extração, corte, aquisição, venda, exposição para fins
comerciais de madeira, lenha, carvão e outros
produtos de origem vegetal sem a devida autorização
ou em desacordo com esta; extrair de florestas de
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
domínio público ou de preservação permanente pedra,
areia, cal ou qualquer espécie de mineral; impedir ou
dificultar a regeneração natural de qualquer forma de
vegetação; destruir, danificar, lesar ou maltratar
plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em
propriedade privada alheia; comercializar ou utilizar
motosserras sem a devida autorização. Neste caso, se a
degradação da flora provocar mudanças climáticas ou
alteração de corpos hídricos e erosão a pena é
aumentada de um sexto a um terço.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Exemplos:
Obs: Se os crimes são culposos as penas são diminuidas.
Artigo 38. Destruir ou danificar floresta considerada de
preservação permanente, mesmo que em formação, ou
utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
as penas cumulativamente
Artigo 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou
secundária, em estágio avançado ou médio de
regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com
infringência das normas de proteção:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou
ambas as penas cumulativamente.
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Poluição e outros crimes ambientais (art. 54 ao art. 61)
• Conceito de poluição e poluidor, Lei 6.938/81, art.3º,
III e IV.
• A poluição aqui é a de qualquer natureza que configure
crime de perigo diante da mera possibilidade de
ocorrência de dano e se consuma no resultado do dano,
à saúde humana, a mortandade de animais, ou a
destruição significativa da flora.DIREITO AMBIENTAL
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Como mencionado anteriormente a poluição acima dos
limites estabelecidos por lei é considerada crime
ambiental. Mas, também o é, a poluição que provoque
ou possa provocar danos a saúde humana, mortandade
de animais e destruição significativa da flora. Também é
crime a poluição que torne locais impróprios para uso ou
ocupação humana, a poluição hídrica que torne
necessária a interrupção do abastecimento público e a
não adoção de medidas preventivas em caso de risco de
dano ambiental grave ou irreversível.
São considerados outros crimes ambientais a
pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem
autorização ou em desacordo com a obtida e a não-
recuperação da área explorada; a produção,
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
processamento, embalagem, importação, exportação,
comercialização, fornecimento, transporte,
armazenamento, guarda, abandono ou uso de
substâncias tóxicas, perigosas ou nocivas a saúde
humana ou em desacordo com as leis; construir,
reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar
empreendimentos de potencial poluidor sem licença
ambiental ou em desacordo com esta; também se
encaixa nesta categoria de crime ambiental a
disseminação de doenças, pragas ou espécies que
possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à
flora e aos ecossistemas.
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Artigo 54. Causar poluição de qualquer natureza
em níveis tais que resultem ou possam resultar
em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio 
cultural (art. 62 ao art. 65)
Destruir, inutilizar, deteriorar, alterar o aspecto ou
estrutura (sem autorização), pichar ou grafitar bem,
edificação ou local especialmente protegido por lei, ou
ainda, danificar, registros, documentos, museus,
bibliotecas e qualquer outra estrutura, edificação ou
local protegidos quer por seu valor paisagístico,
histórico, cultural, religioso, arqueológico e etc..
Também é considerado crime a construção em solo não
edificável (por exemplo áreas de preservação), ou no
seu entorno, sem autorização ou em desacordo com a
autorização concedida.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Crimes contra a administração ambiental (art. 66 
ao art.69)
Os crimes contra a administração incluem
afirmação falsa ou enganosa, sonegação ou omissão
de informações e dados técnico-científicos em
processos de licenciamento ou autorização
ambiental; a concessão de licenças ou autorizações
em desacordo com as normas ambientais; deixar,
aquele que tiver o dever legal ou contratual de
fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante
interesse ambiental; dificultar ou obstar a ação
fiscalizadora do Poder Público.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Artigo 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa
ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações
ou dados técnico-científicos em procedimentos de
autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Artigo 67. Conceder o funcionário público licença,
autorização ou permissão em desacordo com as
normas ambientais, para as atividades, obras ou
serviços cuja realização depende de ato autorizativo
do Poder Público:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
Infrações Administrativas (art. 70 ao art. 76)
Conceito: Artigo 70. Considera-se infração
administrativa ambiental toda ação ou omissão que
viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção,
proteção e recuperação do meio ambiente.
São autoridades competentes para lavrar auto de
infração ambiental e instaurar processo
administrativo os funcionários de órgãos ambientais
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente -
SISNAMA, bem como os agentes das Capitanias dos
Portos, do Ministério da Marinha (§1°)
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Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)
§ 2º. Qualquer pessoa, constatando infração ambiental,
poderá dirigir representação às autoridades relacionadas
no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu
poder de polícia.
§ 3º. A autoridade ambiental que tiver conhecimento de
infração ambiental é obrigada a promover a sua
apuração imediata, mediante processo administrativo
próprio, sob pena de co-responsabilidade.
§ 4º. As infrações ambientais são apuradas em processo
administrativo próprio, assegurado o direito de ampla
defesa e o contraditório, observadas as disposições desta
Lei.
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Crimes de Menor Potencial Ofensivo
• Às infrações de menor potencial ofensivo (pena
máxima não supera 2 anos) são aplicáveis as
disposições do art. 76 da Lei 9.099/95, que trata
da aplicação imediata da pena. Contudo, o agente
terá direito a aplicação de tal dispositivo quando
reparado o dano ambiental previamente, de
acordo com o art. 27 da lei 9.605, salvo
comprovada impossibilidade de fazê-lo.
Art. 27, Lei 9.605. Nos crimes ambientais de menor
potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata
de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no
art. 76 da Lei 9.099/95, somente poderá ser
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Crimes de Menor Potencial Ofensivo
formulada desde que tenha havido a prévia
composição do dano ambiental, de que trata o art. 74
da mesma lei, salvo em caso de comprovada
impossibilidade.
Art. 76, Lei 9.099/95. Havendo representação ou
tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o
Ministério Público poderá propor a aplicação imediata
de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especificada na proposta.
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Crimes de Menor Potencial Ofensivo
• O que também depende de reparação integral do
dano, mediante laudo comprobatório, de acordo
com o art. 28, I, da Lei 9.605/98 é a extinção da
punibilidade como preceituado no art. 89, § 5º da
lei 9.099.
• Afirma a redação do artigo 28 da Lei de crimes
ambientais (Lei n. 9.605/98) que as disposições do
art. 89 da Lei nº 9.099/95, aplicam-se aos crimes de
menor potencial ofensivo definidos nesta Lei.
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Crimes de Menor Potencial Ofensivo
Artigo 89, Lei 9.99/95. Nos crimes em que a pena
mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público,
ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado
não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais
requisitos que autorizariam a suspensão condicional
da pena.
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O Tráfico de Animais Silvestre
• Os animais silvestres são de propriedade do
Estado, conforme determinação legal da Lei de
Proteção da Fauna (Lei n. 5.197/67).
• Determina a norma que: Artigo. 1°. Os animais
de qualquer espécies, em qualquer fase do seu
desenvolvimento e que vivem naturalmente
fora do cativeiro, constituindo a fauna
silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e
criadouros naturais são propriedades do Estado,
sendo proibida a sua utilização,perseguição,
destruição, caça ou apanha.
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O Tráfico de Animais Silvestre
• O comércio ilegal de animais silvestres é a
terceira atividade clandestina que mais
movimenta dinheiro sujo, perdendo apenas para o
tráfico de drogas e armas.
• O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes
devido a sua imensa diversidade de peixes, aves,
insetos, mamíferos, répteis, anfíbios e outros.

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