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Racismo na medicina

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A atividade nos propõe a desenvolver uma analise do caso Danilo Silva. Uma circunstancia de racismo vivenciado por um médico considerado pelo paciente ofensor como “crioulo”. A noticia foi divulgada nos principais sites do país e nos levam a refletir sobre os tipos de preconceitos existentes na nossa sociedade brasileira. Destaque para preconceito de cor, gênero, religião e contra os portadores de necessidades especiais.[1: Médico é vítima de racismo de paciente que não queria ser “atendido por crioulo” Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/rio/medico-vitima-de-racismo-de-paciente-que-nao-queria-ser-atendido-por-crioulo-20520530.html#ixzz4R3w1CqcK]
O preconceito parte do desconhecimento, do estranhamento e da hostilidade. É uma crença prévia sobre algo ou alguém, especialmente vinculado a uma ideia de inferioridade. O preconceito é um conceito apressado, cultivado da opinião, antes de compreender o outro na sua alteridade, esta deve ser reconhecida e não ignorada, pois quando isto acontece os indivíduos são os mais prejudicados. 
 O racismo, a discriminação e a prática de atos de preconceito em geral são considerados crimes. Em razão disso, na nossa constituição, foram criadas leis no sentido de levar ao conhecimento de todos que se sentirem atingidos instrumentos que possibilitem a garantia dos seus direitos de cidadãos. Segundo a Constituição Brasileira, todos são iguais perante a lei e todos os brasileiros e estrangeiros residentes tem direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade sem separação de qualquer natureza. 
	O racismo é um dos mecanismos utilizados pelos indivíduos para fomentar as desigualdades. No caso apresentado, onde um médico é vitima de racismo por um paciente, onde se diz que o individuo é humanamente inferior, onde a sociedade acredita neste ponto de vista e onde a educação base silencia e ate contribui com esse valor a relação de poder se consolida. 
O paciente em questão não é uma rara exceção, podemos vivenciar pessoas com atitude igual ou pior com muita frequência. São pessoas que estão preocupadas com a cor, posição social, cabelo, religiosidade, visto que estas pessoas se baseiam na ideologia da superioridade. 
	Os saberes dos Estudos Culturais nos ajudam a compreender estes equívocos e superá-los. A concepção de raça não tem validade cientifica, o conceito de raça em termos biológicos é inconsistente, pois nenhum cientista conseguiu comprovar que os seres humanos são tão diferentes geneticamente a ponto de serem separados em categorias. Logo os seres humanos, racialmente falando, são todos iguais.
	A raça em termos sociais faz referência às características somáticas e biológicas dos indivíduos. A etnia tem a ver com um grupo social que possuem características peculiares, está no plano dos aspectos culturais. É um grupo que além de possuir uma língua e ancestralidade comuns possuem marcas culturais bem definidas e diz respeito às praticas e visões do mundo. Para sanar os problemas como o vivido pelo medico não substituiríamos raça por etnia, mas faríamos entender que a raça humana possuem vários grupos étnicos, as mais diversas culturas e realidades, proporcionariam um maior aprendizado para a convivência humana. 
	As relações de gênero são produto de um processo que se inicia no nascimento e continua ao longo de toda a vida, reforçando a desigualdade existente entre homens e mulheres, principalmente em torno a quatro eixos: a sexualidade, a reprodução, a divisão sexual do trabalho e o âmbito público/cidadania. As questões de gênero encontram-se diretamente relacionada à forma como as pessoas concebem os diferentes papéis sociais e comportamentais, estabelecendo padrões fixos daquilo que é “próprio” para o feminino bem como para o masculino, de forma a reproduzir regras como se fosse um comportamento natural do ser humano, originando condutas e modos únicos de se viver. 
	A sociedade estimula as relações de desigualdades entre o homem e a mulher. As consequências podem ser vistas diariamente, existe uma relação de poder embora a situação nos últimos tempos tenha mudado. Cada vez é maior o número de mulheres saindo do lar e ingressando no mercado de trabalho, o problema é que são elas influenciadas pela violência de gênero, muitas ganham menos do que os homens, ainda que tão qualificadas quanto eles, ou não conseguem uma ascensão profissional por serem consideradas menos capazes. As mulheres são diferentes dos homens, porque no centro de sua existência estão outros valores: a ênfase no relacionamento interpessoal, a atenção e o cuidado com o outro, a proteção da vida, a valorização da intimidade e do afetivo, a gratuidade das relações. Historicamente as mulheres foram subalternizadas e os danos ainda são visíveis: perda de autonomia, classificação da identidade feminina, violência física e simbólica. 
	O preconceito que por ser diverso e contraditório prejudica a sociedade em geral. O preconceito religioso é forte em várias partes do mundo, as religiões são traços de uma cultura tem dimensão forte e molda valores morais. As diferenças religiosas ao invés de reconhecidas são transformadas em razão para a intolerância. Apesar de nossa Constituição Federal abrigar a liberdade religiosa de maneira nítida e de todos viverem em um Estado Democrático de Direito e da proliferação de ideários como o da alteridade, não se deve esquecer que o quadro histórico denota ainda que, na realidade social, tal liberdade não é efetivada totalmente e permanece muitas vezes velada devido a visão religiosa fechada, estanque e parcial de diversas pessoas.
	As pessoas portadoras de necessidades especiais ainda são vistas como fora do padrão e enfrentam muitos constrangimentos. O preconceito ocorre contra todos os tipos de deficiência e se dá de modo bem disfarçado. Ele se manifesta com um tratamento falsamente carinhoso, expressado através do olhar, do julgamento e das atitudes. É por causa dele que muita gente deixa de se aproximar das pessoas com deficiência, deixa de conversar, deixa de contratá-lo para uma vaga de trabalho, e ainda fazem comentários horríveis. Os indivíduos com deficiência acabam por internalizar sentimento de inferioridade e, consequentemente, estão mais suscetíveis a problemas de baixa autoestima.
	O preconceito atinge as mais diversas classes e camadas e diante do seu efeito bumerangue as consequências são absorvidas por toda a sociedade, uma vez que, a existência de racismo, preconceito e discriminação cultural na sociedade prejudica, direta ou indiretamente, todos os indivíduos.

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