Reportagens burocracia t1

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Universidade federal do rio grande do sul
Prof. dr. claudio pinho mazzili
aluna: Letícia paz da silva
Introdução: 
O presente trabalho traz três reportagens que retratam situações sócio-político-econômicas existentes na realidade brasileira atualmente e são analisadas sob as características burocráticas de Max Weber e sob as disfunções burocráticas especificadas pelos autores: Merton, Selznick, Gouldner e Crozier.
Reportagem 1:
“Em meio à discussão sobre Previdência, deputados têm "superfolga" de 10 dias”
(https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2017/11/em-meio-a-discussao-sobre-previdencia-deputados-tem-superfolga-de-10-dias-cj9u7mxph00j201tbs8sfg7lg.html acessado em 10/11/2017)
A reportagem informa que a partir do dia 11 deputados federais ganharam dez dias de folga no meio das votações da reforma para a previdência, por causa do feriado da Proclamação da República (15/11), assim sendo, não foram marcadas sessões de votações no plenário da Casa durante a semana. Além de quatro dias de folgas na semana anterior por causa do feriado do Dia de Finados(02/11). 
Nesse caso, o direito concedido de feriado prolongado não obedecem os ideais de burocracia citados por Weber. Ao invés de todos os membros seguirem regras e regulamentos que estabelecem direitos e deveres iguais a todos, foi feito o contrário. Rodrigo Maia deu folga aos trabalhadores em meio a votações importantes e acha que isso não passaria uma má impressão para a sociedade.
Foram cedidos direitos além do estabelecido, para beneficiar os envolvidos, assim concordando com o pensamento de Crozier sobre jogos de poder, que alguns indivíduos ou grupos podem se impor sobre direito de outros e saírem beneficiados.
Reportagem 2:
“Maia evita comentar problemas do PSDB 'porque são todos amigos'”
(https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2017/11/maia-evita-comentar-problemas-do-psdb-porque-sao-todos-amigos-cj9sxavqr008401pmhvdml19m.html acessado em 10/11/2017)
Nessa reportagem Rodrigo Maia alega não querer comentar sobre a destituição do senador Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB, visto que ele é amigo de todos do partido, além de que o assunto não se refere ao partido dele, DEM. Aécio destituiu Tasso pelo Alberto Goldman e esse fato repercutiu no plenário da Câmara, acusando o ato como “golpe rasteiro”.
Nesse caso, a impessoalidade e o não favoritismo da burocracia weberiana divergem do caso citado, que não diferencia a pessoa do lado pessoal, para o lado do atuante de um cargo ou função. Selznick aborda o dilema presente entre a teoria e a prática, o discurso e a ação, nas normas não deve haver relações pessoais entre os indivíduos, mas na prática há esse apoio por causa da amizade.
Reportagem 3:
“Burocracia para abertura de empresas será tema de audiência pública”
(https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/10/04/burocracia-para-abertura-de-empresas-sera-tema-de-audiencia-publica acessado em 10/11/2017)
A reportagem noticia o tema da audiência pública da Comissão Mista de Desburocratização, que seria a facilitação para abrir e fechar empresas. Com pautas como a flexibilização das normas aplicadas aos serviços notariais e de registro, que formalizam atos jurídicos. E foi criada a Comissão Mista de Desburocratização que avaliará rotinas de órgãos e entidades da administração pública federal, visando diminuir procedimentos.
Segundo Weber, a burocracia prima pela total eficiência da organização e, para que se alcance a eficiência, todos os detalhes formais devem ser vistos com antecedência, a fim de que não existam interferências que acabem por atrapalhar o processo. Em contrapartida, nessa reportagem o foco da discussão seria reduzir os processos.
Na teoria de Merton, ele critica a dificuldade no atendimento aos clientes e conflitos com o público, o que acontece normalmente, assim a reportagem ressalta que a Comissão Mista de Desburocratização diminuirá esse problema.
Porém Gouldner conclui que não existe só um tipo de modelo burocrático e sim uma grande pluralidade de graus de burocratização. Segundo ele, a burocratização é importante, mas deve ser dosada: nem em excesso, nem em escassez, assim como na reportagem que alega apenas diminuir para fins de facilitação.