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RESUMO Neoconstitucionalimo e Constitucionalização do Direito (Luis Roberto Barroso) Elaborado por Helson Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do direito – Luis Barroso Resumo [ Helson ] 2 Parte I – Neoconstitucionalismo e a transformação do direito constitucional contemporâneo I Marco histórico ... foi capaz de promover, de maneira bem sucedida, a travessia do Estado brasileiro de um regime autoritário, intolerante e, por vezes, violento para um Estado democrático de direito. ... tem propiciado o mais longo período de estabilidade institucional da história republicana do país. Luis Roberto Barroso Uma constituição não é só técnica. Tem de haver, por trás dela, a capacidade de simbolizar conquistas e de mobilizar o imaginário das pessoas para novos avanços. II Marco filosófico O grande pilar foi o pós-positivismo. Houve superação e talvez sublimação entre dois grandes paradigmas opostos: jusnaturalismo e positivismo. Jusnaturalismo x positivismo O jusnaturalismo moderno, desenvolvido a partir do século XVI, aproximou a lei da razão e transformou-se na filosofia natural do Direito. Fundado na crença em princípios de justiça universalmente válidos, foi o combustível das revoluções liberais e chegou ao apogeu com as Constituições escritas e as codificações. O positivismo buscava a objetividade científica, equiparando o Direito à lei, afastando a influência da filosofia e as discussões sobre legitimidade e justiça. O fracasso está associado ao fim do nazismo e do fascismo. O pós-positivismo busca ir além da legalidade estrita (função social e interpretação), mas não despreza o direito posto. Formação de uma nova hermenêutica constitucional Desenvolvimento de uma teoria dos direitos fundamentais edificada sobre o fundamento da dignidade humana. Reaproximação entre ética e direito, com a fundamentação moral dos direitos humanos e com a busca da justiça fundada no imperativo categórico de Kant. III Marco teórico Reconhecimento de força normativa à Constituição; o As normas constitucionais são dotadas de imperatividade, que é atributo de todas as normas jurídicas. o Sua inobservância há de deflagrar os mecanismos próprios de coação, de cumprimento forçado. Expansão da jurisdição constitucional; o Modelo de supremacia da Constituição, envolvendo constitucionalização dos direitos fundamentais, cuja proteção passava a caber ao Judiciário (judicial review). o No Brasil, a expansão se deu verdadeiramente a partir da Constituição Federal de 1988, com a criação de novos mecanismos de controle concentrado de constitucionalidade (ADE e a arguição de descumprimento de preceito fundamental); Desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional; Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do direito – Luis Barroso Resumo [ Helson ] 3 o As especificidades das normas constitucionais levaram a doutrina e a jurisprudência a desenvolver ou sistematizar um elenco próprio de princípios aplicáveis à interpretação constitucional. Supremacia da Constituição; Presunção de constitucionalidade das normas e atos do Poder Público Interpretação conforme a Constituição Unidade Razoabilidade Efetividade o Nova interpretação constitucional Cláusulas gerais ou conceitos jurídicos Princípios Colisões de normas constitucionais Ponderação Argumentação Parte II – A Constitucionalização do direito I Generalidades Efeito expansivo das normas constitucionais, cujo conteúdo material e axiológico se irradia, com força normativa, por todo o sistema jurídico. o Atributo da validade, explicitada pela pirâmide de Hans Kelsen o Legislativo: Limita a discricionariedade e impõe determinados deveres de atuação; o Administração Pública: Limita a discricionariedade, impõe deveres de atuação e fornece fundamento de validade para a prática de atos. o Judiciário Serve de parâmetro para o controle de constitucionalidade Condiciona a interpretação de todas as normas do sistema; o Particulares Estabelece limitações à sua autonomia da vontade, em domínios como a liberdade de contratar ou o uso da propriedade privada. II Origem e evolução do fenômeno Na Inglaterra predomina a supremacia do Parlamento, e não da Constituição; o Não há Constituição escrita e rígida; o Não há controle de constitucionalidade; O marco inicial da constitucionalização do direito foi estabelecido na Alemanha, com a Lei Fundamental de 1949. Logo após houve julgamento pela Corte de vários dispositivos do BGB. Na Itália, o processo de constitucionalização do direito foi responsável pela descodificação do direito civil. Na França, aos poucos foram incorporados ao debate constitucional francês temas como a impregnação da ordem jurídica pela Constituição, o reconhecimento de força normativa às normas constitucionais e o uso da técnica da interpretação conforme a Constituição . III A Constitucionalização do direito no Brasil O direito infraconstitucional na Constituição Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do direito – Luis Barroso Resumo [ Helson ] 4 A CF1988 simboliza a travessia democrática brasileira, contribuindo para a consolidação do mais longo período de estabilidade política da história do país. O texto final expressa uma mistura heterogênea de interesses legítimos de trabalhadores, classes econômicas e categorias funcionais, cumulados com paternalismos, reservas de mercado e privilégios corporativos. Todos os principais ramos do direito infraconstitucional tiveram aspectos seus, de maior ou menor relevância, tratados na Constituição. o Desde princípios gerais às regras miúdas. o Na medida em que os princípios e regras específicos de uma disciplina ascendem à Constituição, sua interação com as demais normas daquele subsistema muda de qualidade e passa a ter um caráter subordinante. A constitucionalização do direito infraconstitucional A constitucionalização do direito infraconstitucional não tem como sua principal marca a inclusão na Lei Maior de normas próprias de outros domínios, mas, sobretudo, a reinterpretação de seus institutos sob uma ótima constitucional. À luz de tais premissas, toda interpretação jurídica é também interpretação constitucional. Seja de forma direita ou indireta a Constituição deve sempre ser aplicada. o Diretamente, quando uma pretensão se fundar em uma norma do próprio texto constitucional. Ex. Pedido de reconhecimento de imunidade tributária; o Indiretamente, quando uma pretensão se fundar em uma norma infraconstitucional: Antes de aplicar a norma, o intérprete deverá verificar se ela é compatível com a Constituição, porque se não for, não deverá fazê-la incidir. Ao aplicar a norma, o intérprete deverá orientar seu sentido e alcance à realização dos fins constitucionais. A Constituição figura hoje no centro do sistema jurídico, de onde irradia sua força normativa, dotada de supremacia formal e material. Funciona assim, não apenas como parâmetro de validade para a ordem infraconstitucional, mas também como vetor de interpretação de todas as normas do sistema. A constitucionalização do direito e seus mecanismos de atuação prática Repercussão sobre os diferentes Poderes estatais: o Legislador e administrador Imposição de deveres negativos e positivos para que observem os limites e promovam os fins ditados na Constituição; o Judiciário Exercida difusamente por juízes e tribunais; Exercida concentradamente pelo STF, quando o paradigma for a Constituição. Supremacia formal e axiológicaenvolve diferentes técnicas e possibilidades interpretativas: o Reconhecimento da revogação das normas infraconstitucionais anteriores à Constituição, quando com ela incompatíveis; o Declaração de inconstitucionalidade de normas infraconstitucionais posteriores, quando com ela incompatíveis; o Declaração de inconstitucionalidade por omissão, com a consequente convocação à atuação do legislador; o Interpretação conforme a Constituição, que pode significar: Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do direito – Luis Barroso Resumo [ Helson ] 5 Leitura da norma infraconstitucional da forma que melhor realize o sentido e o alcance dos valores e fins constitucionais a ela subjacentes; Declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, que consiste na afirmação de uma interpretação alternativa, compatível com a Constituição. Consenso de que cabe ao judiciário o controle de constitucionalidade, mas que não se admite o judiciário inovar com a criação de uma norma jurídica inexistente. A interpretação conforme a Constituição pode envolver: o Determinação de sentido de norma; o Sua incidência a uma determinada situação de fato; o A exclusão, por inconstitucional, de uma das normas que podem ser extraídas do texto. Nessas situações não há declaração de inconstitucionalidade do enunciado normativo. Conciliação do princípio da supremacia da Constituição e o princípio da presunção de constitucionalidade; IV Alguns aspectos da Constitucionalização do direito Direito Civil Marco inicial é a Revolução Francesa, que definiu o objeto do Direito Constitucional (Constituição de 1791) e do Direito Civil (Código Civil Napoleônico de 1804); 1ª fase: Separação total o Constituição era considerada uma carta política que regia as relações entre Estado e Cidadãos. Sem força normativa própria, dependia do legislador. o Código Civil era o documento jurídico que regia as relações entre particulares Atendia aos anseios da burguesia (proteção da propriedade e liberdade de negociação) 2ª fase: Publicização do direito privado o Com o advento do Estado social e a percepção crítica da desigualdade meterial entre os indivíduos, o direito civil começa a superar o individualismo exarcebado, deixando de ser o reino soberano da autonomia da vontade. o O Estado passou a interferir nas relações particulares, em nome da função social, objetivando a proteção do lado mais fraco da relação jurídica (consumidor, locatário, empregado) – dirigismo contratual. 3ª fase: Constitucionalização do direito civil o Ontem os códigos, hoje a Constituição. o Constituição como centro do sistema jurídico, atuando como filtro axiológico. Regras impondo o fim da supremacia do marido no casamento; Plena igualdade entre os filhos; Função social da propriedade; o Difusão dos princípios por todo o ordenamento. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana – art. 1º, III, CF; Relacionado aos direitos fundamentais o Individuais o Políticos o Sociais Imposição de limites e atuações positivas ao Estado. Atendimento das necessidades vitais básicas; Despatrimonialização Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do direito – Luis Barroso Resumo [ Helson ] 6 Repersonalização do direito civil Aplicabilidade dos direitos fundamentais às relações privadas Superar a rigidez da dualidade público-privado ao admitir a aplicação da Constituição às relações particulares, inicialmente regidas pelo Direito Civil. Livre iniciativa e da autonomia da vontade x direito fundamental. Aplicabilidade direta e imediata o Afigura-se mais adequado para a realidade brasileira o Igualdade ou desigualdade material entre as partes; Empresa grande abrir mão de direito x empregado abrir mão de direitos; o Manifesta injustiça ou falta de razoabilidade do critério; Escola não admite filhos de pais divorciados o Preferência para valores existenciais sobre os patrimoniais o Risco para a dignidade da pessoa humana Não se sujeitar a sanções corporais. Direito Administrativo Direito Constitucional e Direito Administrativo têm origem e objetivos comuns: o advento do liberalismo e a necessidade de limitação do poder do Estado. O Direito Constitucional passou longo tempo destituído de força normativa e aplicabilidade direta e imediata. O Direito Administrativo desenvolveu-se como ramo jurídico autônomo e arrebatou a disciplina da Administração Pública. Três aspectos a serem considerados acerca da constitucionalização do direito administrativo: o Vasta quantidade de normas constitucionais voltada para a disciplina da Administração Pública; o Transformações sofridas pelo Estado brasileiro nos últimos anos; o A influência dos princípios constitucionais sobre as categorias do direito administrativo. O direito administrativo na Constituição Federal de 1988 o Contém verdadeiro estatuto dos servidores públicos; o Dissocia a função administrativa da atividade de governo o Enunciação expressa de princípios setoriais do direito administrativo, que na redação original eram os da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. A EC 19/98 acrescentou o princípio da eficiência. Alterações importantes nos domínios administrativo e econômico: o Extinção de determinadas restrições ao capital estrangeiro; o Flexibilização de monopólios estatais; o Desestatização. Atuação do Estado foi direcionada para: o Campo da regulação e fiscalização dos serviços delegados à iniciativa privada; o Surgiram as agências reguladoras. Destaca a prevalência dos princípios, sejam eles específicos ou genéricos. Resumindo o Redefinição da ideia de supremacia do serviço público sobre o interesse privado Público Primário - sintetizado em valores como justiça, segurança e bem-estar social; Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do direito – Luis Barroso Resumo [ Helson ] 7 Secundário - interesse da pessoa jurídica de direito público (União, Estados e Municípios) O secundário não prevalece a priori sobre o interesse privado. O intérprete deve proceder à ponderação desses interesses, à vista dos elementos normativos e fáticos relevantes para o caso concreto. o Vinculação do administrador à Constituição e não apenas à lei ordinária. Supera-se a ideia restrita de vinculação positiva do administrador à lei; O administrador pode e deve atuar tendo por fundamento direto a Constituição e, independentemente, de qualquer manifestação do legislador ordinário. Princípio da legalidade transmuda-se para princípio da Constitucionalidade ou Princípio da juridicidade, compreendendo sua subordinação à Constituição e à lei, nessa ordem. o Possibilidade de controle judicial do mérito do ato administrativo. Antes a atuação dos magistrados estava limitada aos aspectos de legalidade do ato (competência, forma e finalidade). Atualmente, estende-se ao mérito (motivo e objeto), aí incluídas a conveniência e oportunidade de sua prática. Utilização de princípios como moralidade, eficiência, razoabilidade, proporcionalidade como controle da discricionariedade administrativa. Questão da privatização do direito público: estaria o direito administrativo submetida a ramos como direito das obrigações? Inversão da publicização do direito privado. O autor afirma que não é nem uma coisa nem outra. É a Constitucionalização de ambos. Áreas de confluência entre os dois ramos do direito. A distinção passa a ser antes quantitativa do que qualitativa. ??? Direito público vs. DireitoPrivado – qualitativo -> quantitativo. ??? Direito Penal Impacto sobre a validade e a interpretação das normas de direito penal, bem como sobre a produção legislativa na matéria. o Porque a Constituição prevê um amplo catálogo de garantias (art. 5º). o Porque a Constituição impõe o dever de criminalizar algumas condutas, assim como impede a criminalização de outras. o Algumas tipificações previamente existentes tornaram-se questionáveis à luz dos novos valores constitucionais ou da transformação dos costumes. Debate sobre a aplicação de penas privativas de liberdade o Somente deveriam ser empregadas em hipóteses extremas, quando não houvesse meios alternativos eficazes para a proteção dos interesses constitucionalmente relevantes (Valéria Caldi de Magalhães, 2005) Ao mesmo tempo em que o funda e autoriza, a Constituição reduz e limita o direito penal, na medida em que só autoriza a criminalização de condutas que atinjam de modo sensível para a vida em comunidade. o Papel de atuar como última ratio, quando absolutamente necessário e sem a possibilidade de outros mecanismos aptos a impedir ou punir aquelas lesões. Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do direito – Luis Barroso Resumo [ Helson ] 8 V Constitucionalização e Judicialização das Relações Sociais A irradiação dos valores constitucionais pelo sistema jurídico se dá pela jurisdição constitucional, que abrange a aplicação direta da Constituição a determinadas questões. o Declaração de inconstitucionalidade de normas incompatíveis; o Interpretação conforme a Constituição o Todas as instâncias do poder judiciário interpretam a Constituição. Podem inclusive recusar a aplicação da lei ou ato normativo que considerem inconstitucional. Aumento da demanda por justiça na sociedade brasileira: o Redescoberta da cidadania o Conscientização das pessoas em relação aos próprios direitos; o Criação de novos direitos no texto constitucional; o Ampliação da legitimação ativa para tutela de interesses (representação ou substituição processual); o Nesse cenário, juízes e tribunais passaram a desempenhar um papel simbólico importante no imaginário coletivo. Virtuosa ascensão institucional do judiciário o Razões: Recuperação das liberdades democráticas; Garantia para magistrados; o Consequência Juízes e tribunais deixaram de ser um departamento técnico especializado e passaram a desempenhar um papel político, dividindo espaço com o Legislativo e o Executivo. Aumento de poderes para o judiciário; Resumo o Constitucionalização, aumento da demanda por justiça e ascensão institucional do Judiciário implicaram uma judicialização de questões políticas e sociais; Exemplos: o Reforma da previdência (contribuição de inativos) o Relação entre os poderes (limites de atuação de CPI; investigação MPF x Polícia Federal) o Direitos fundamentais (aborto) o Corriqueiras (cobrança de assinaturas telefônicas, reajuste de plano de saúde). Embora o Judiciário atue por métodos de argumentação de natureza jurídica, a natureza de sua função é inegavelmente política. Os seus membros não são escolhidos por processos eletivos, por isso, preservado das paixões políticas, cabe ao juiz decidir com imparcialidade, baseado na Constituição e nas leis. O poder dos juízes e tribunais como todo poder democrático é representativo. É dizer, é exercido em nome do povo e deve contas à sociedade. A jurisdição constitucional envolve a interpretação e aplicação da Constituição, tendo como uma de suas principais expressões o controle de constitucionalidade das leis e atos normativos. o Origem: Constituição de 1891 – Primeira Constituição Republicana o Ampliação: Emenda nº 16/65 – Controle principal e concentrado. Discussão sobre legitimidade dessa atuação, na medida em que órgãos e agentes públicos não eleitos têm o poder de afastar ou conformar leis elaboradas por representantes escolhidos pela vontade popular. o Corrente 1: Tradicional – assenta raízes na soberania popular e na separação de Poderes. A Constituição, expressão maior da vontade do povo, deve prevalecer sobre as leis, manifestações das maiorias parlamentares. Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do direito – Luis Barroso Resumo [ Helson ] 9 O judiciário desempenharia sua função de aplicar o Direito, afirmando a supremacia da Constituição, negando validade à lei inconstitucional. Corrente 2: Realidade mais complexa da interpretação jurídica – procura legitimar o desempenho do controle de constitucionalidade com base na preservação das condições essenciais de funcionamento do Estado democrático. Ao juiz cabe assegurar valores substantivos e a observância dos procedimentos adequados de participação e deliberação. o A legitimidade está em se manter a supremacia da Constituição, mas não a hegemonia do Judiciário, em detrimento das políticas públicas de competência do executivo e legislativo. Discussão mais ampla: Ativismo x contenção judicial ; Constitucionalismo popular x supremacia judicial; o Nos E.U.A atualmente critica-se o que se denomina de supremacia judicial, em prol do conceito ainda impreciso de constitucionalismo popular, que pressupõe a retirada dos temas relativos à constituição dos tribunais. Considerações acerca das tensões entre constitucionalismo e democracia: o Democracia não se resume ao princípio majoritário, ao governo da maioria, pois deve-se considerar outros princípios que devem ser preservados e direitos de minoria a serem respeitados. o No geral, o processo político majoritário se move por interesses, ao passo que a lógica democrática se inspira em valores. Nesses casos, só resta o judiciário para preservá-los. o O papel da corte constitucional é assegurar que todos os elementos (limitação de poderes e respeito aos direitos fundamentais – soberania popular e governo da maioria) convivam em harmonia, cabendo para tanto estancar a vontade da maioria quando atropele o procedimento democrático ou vulnere direitos fundamentais da minoria. Minorias legislativas que tiveram suas pretensões garantidas de ver a instauração da CPI dos Bingos. o Resguardar o processo democrático e promover os valores constitucionais, superando o déficit de legitimidade dos demais Poderes. o Além disso, assegurar a estabilidade institucional, principalmente em países cujo processo democrático não foi ainda consolidado. Dificuldades encontradas no Brasil o O texto prolixo da Constituição, a disfuncionalidade do Judiciário e a crise de legitimidade que envolve o Executivo e o Legislativo tornam a tarefa complexa. Conclusão O novo direito constitucional desenvolveu-se na Europa ao longo da segunda metade do século XX, e no Brasil, após a Constituição de 1988. Floresceu no ambiente filosófico do pós-positivismo. Plano teórico: o Reconhecimento de força normativa à Constituição o Expansão da jurisdição constitucional o Novas categorias de interpretação Irradiação dos valores abrigados nos princípios e regras das Constituição por todo o ordenamento jurídico. Compatibilização das normas inferiores com a Constituição. Controle de constitucionalidade.
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