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Problemas de Aprendizagem ou Problemas de Escolarização Repensando o cotidiano escolar à luz da perspectiva histórica crítica em Psicologia Marilene Proença

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Aluno (a): Larissa Borri R.A: c31fee8
Matéria: Estágio Escolar 
Semestre: 8º
Campus: São José do Rio Pardo - SP
Supervisor: Danila Menardi Tavela
 
Problemas de Aprendizagem ou Problemas de Escolarização? Repensando o cotidiano escolar à luz da perspectiva histórica-crítica em Psicologia – Marilene Proença
Quinta-Feira, 08 de março de 2018 
A faixa etária mais encaminhada para atendimento psicológico está entre 7 e 14 anos, 2/3 dos encaminhamentos ocorrem por problemas vividos pela crianças no seu processo de escolarização.
Pesquisa feita em escola pública com 268 destaques de prontuários de crianças e adolescentes com queixa escolar; 66% estão entre a primeira e terceira série; 7 em cada 10 crianças são meninos; dos conjuntos de encaminhamentos 40% são de escola pública e 4% escola particular; 26% são por problemas de aprendizagem atrelados a postura em sala de aula; 24% só aprendizagem e 19% atitudes.
A principal queixa das crianças ingressantes é problema de aprendizagem e nas séries subseqüentes começam a ter problemas de atitudes inadequadas.
Boa parte dos encaminhamentos é feita por profissionais da saúde e depois por pais, e poucos feitos pela Vara da Infância e Adolescência.
As meninas são encaminhadas por problemas de aprendizagem, enquanto os meninos por atitudes inadequadas.
Chegando a clínica – escola é feito uma triagem e o primeiro encaminhamento. Das crianças que chegam, 50% vai para o psicodiagnóstico, mesmo sendo queixa escolar, e somente 8% para um atendimento psicopedagógico. Há 38% de desistência.
Principal instrumento é o teste psicológico, avaliando aspectos da estrutura e dinâmica da personalidade.
Os motivos de encaminhamento não dão um motivo razoável para o encaminhamento, só revela o dia-a-dia da escola, os principais conflitos entre professores e alunos, ou seja, o pedido de ajuda da escola.
As queixas revelam um processo de escolarização em que o professor tem dificuldade em ensinar essas crianças, não sabem como lidar pedagogicamente com questões ligadas ao processo de alfabetização, principalmente das crianças ingressantes. O histórico de repetência confirma isso, produzindo uma criança desinteressada, distraída e agressiva. Também revelam dificuldade em criar regras que sejam obedecidas, lidar com alunos que não obedecem, relação entre escola e pais, e também a peregrinação dos pais de um profissional a outro em busca do que o filho tem, pois não vão bem na escola.
As descrições das queixas nos fazem pensar que os educadores partem da concepção de que tudo o que desvia do padrão estabelecido é patológico.
Ao escrever uma palavra omitindo letras, a criança não esta errando e sim demonstrando como naquele momento pensa a respeito da escrita de determinada palavra.
As descrições dos professores nos prontuários nos levam a crer que os educadores apresentam uma concepção idealizada a respeito das crianças ingressantes, esperando que um pequeno contado seja suficiente para que escrevam e leiam corretamente.
As práticas pedagógicas são preocupantes, como os constantes remanejamentos das crianças entre as salas em busca de homogeneidade de trabalho que não existe.
Mudanças a serem realizadas em relação ao ensino-aprendizagem parte da necessidade do professor acreditar na capacidade de pensar do seu aluno, para estruturar mais claramente as tarefas a serem realizadas em sala de aula.
Na freqüência de encaminhamento por timidez-agressividade, nos faz refletir que no âmbito escolar existe um conjunto de atitudes consideradas “padrão” em que atitudes não podem “pender” para o lado daquele que briga e nem para a criança calada, o que se afasta disso é considerado problema que necessita de tratamento.
Vários pais afirmam não saber porque seus filhos estão sendo encaminhados e nem concordam com o encaminhamento, mas o fazem para atender as ameaças feitas pela direção da escola.
A concepção teórica que permite analisar o processo de escolarização e não problemas de aprendizagem, desloca o eixo da análise do indivíduo para a escola e o conjunto de ralações institucionais, históricas, psicológicas e pedagógicas que se fazem presente no dia-a-dia da escola.
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 Larissa Borri Danila Menardi Tavela
 Aluna 						Supervisora

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