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1 Universidade Federal de Campina Grande Centro de Engenharia Elétrica e Informática Unidade de Engenharia Elétrica Instalações Elétricas Luis Reyes Rosales Montero Campina grande Pb 2004 2 Sumário 01. Introdução..................................................................................................................3 02.1 Levantamento da potência total e tipo de fornecimento................................4 02.2 Circuitos.............................................................................................................5 02.3 Escolha para a proteção...................................................................................9 02.4 Planejamento da rede de eletrodutos.............................................................10 02.5 Simbologia gráfica...........................................................................................11 02.6 Necessidade da representação gráfica das fiações........................................14 02.7 Medidas do eletroduto no plano horizontal..................................................15 02.1. Aterramento elétrico........................................................................................5 02.2. Fazendo o aterramento....................................................................................5 02.3. Dimensionando o Fio Terra das Instalações Elétricas..................................5 02.4. Resistência de Aterramento............................................................................5 02.5. Instalando um Fio Terra.................................................................................7 02.6. Se Protegendo contra Picos de Energia.........................................................8 02.7. Recomendações para Grandes Instalações....................................................8 02.8. Requisitos gerais para material de instalações elétricas prediais................9 02.8.1. Objetivo....................................................................................................9 02.8.2. Documentos complementares.................................................................9 02.8.3. Condições gerais......................................................................................9 02.8.4. Condições especificas..............................................................................9 02.8.5. Inspeção e formação da amostra..........................................................10 02.9. Condutores elétricos – Dimensionamento e Instalação...............................11 02.9.1. Seções mínimas dos condutores............................................................11 3 02.9.2. Tipos de condutores...............................................................................12 02.9.3. Dimensionamento dos condutores.......................................................12 02.9.4. Número de contudores isolados no interior de um eletroduto..........13 02.9.5. Cálculo dos condutores pelo critério da queda de tensão ................13 02.9.6. Esquemas de aterramento...................................................................14 02.10. Previsão de cargas da instalação elétrica..................................................15 02.11. Previsão de cargas......................................................................................15 02.12. Previsão de cargas especiais......................................................................16 02.13. Previsão de cargas em áreas comerciais e escritórios.............................16 02.14. Demanda de energia de uma instalação elétrica. ...................................17 02.15. Cálculo do projeto predial.........................................................................18 02.15.1. Demanda Base...................................................................................19 02.15.2. Escolha do trafo para o prédio........................................................20 02.15.3. Alimentador do prédio.....................................................................20 03 Riscos com eletricidade e suas prevenções........................ Normas técnicas brasileiras ................................................................... ANEXO 2 Norma NR10....................................................................... Bibliografia................................................................................................................ 4 01. Introdução Este trabalho sobre eletrotecnica geral tem como objetivo apresentar os principais conceitos relativos sobre eletricidade, como o correto dimensionamento de tubulações e cabos condutores de energia, bem como a localização dos equipamentos e outros componentes que serão necessários a uma boa instalação elétrica. A eletricidade é vital na vida moderna, sendo sua importância inquestionável, quer propiciando aos nossos lares, quer atuando como insumo nos diversos segmentos da economia. Todos conhecem a importância da eletricidade, dadas as suas múltiplas utilizações. Também os seus perigos são conhecidos, embora muitas vezes não sejam tidos em conta. Por isso, continuam a verificarem-se acidentes, por vezes mortais. Para evitá-los é preciso ter consciência dos riscos inerentes ao manuseamento de instalações elétricas. Os técnicos que executam estas instalações devem conhecer as regras da arte assim como os regulamentos de segurança oficiais. RECOMENDAÇÕES DA NBR 5410 PARA O LEVANTAMENTO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO 1º. Condições para se estabelecer a quantidade mínima de pontos de luz. 2º. Condições para se estabelecer a potência mínima de iluminação. A carga de iluminação é feita em função da área do cômodo da residência. 5 RECOMENDAÇÕES DA NBR 5410 PARA O LEVANTAMENTO DA CARGA DE TOMADAS 1º. Condições para se estabelecer a quantidade mínima de tomadas de uso geral (TUG’s). 2º. Condições para se estabelecer a potência mínima de tomadas de uso geral (TUG’s). 6 3º. Condições para se estabelecer a quantidade de tomadas de uso específico (TUE’s): A quantidade de TUE’s é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de utilização que sabidamente vão estar fixos em uma dada posição no ambiente. TOMADAS DE USO ESPECÍFICO (TUE’S) São destinadas à ligação de equipamentos fixos e estacionários, como é o caso de: 7 TIPO DE FORNECIMENTO E TENSÃO Nas áreas de concessão da ELEKTRO, se a potência ativa total for: 8 O quadro de distribuição vai depender do fornecimento. 01.2 Circuitos CIRCUITO ELÉTRICO É o conjunto de equipamentos e fios, ligados ao mesmo dispositivo de proteção. E m uma instalação el étrical, encontra CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO Liga o quadro do medidor ao quadro de distribuição. 9 CIRCUITOS TERMINAIS Partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente lâmpadas, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico. 10 01.3 Escolha para a proteção RECOMENDAÇÕES E EXIGÊNCIAS DA NBR 541011 A utilização de proteção diferencial residual (disjuntor ou interruptor) de alta sensibilidade em circuitos terminais que sirvam a: • tomadas de corrente em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, a todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a lavagens; • tomadas de corrente em áreas externas; • tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar equipamentos de uso em áreas externas; • pontos situados em locais contendo banheira ou chuveiro. NOTA: os circuitos não relacionados nas recomendações e exigências acima poderão ser protegidos apenas por disjuntores termomagnéticos (DTM). 01.4 Planejamento da rede de eletrodutos Uma vez determinado o número de circuitos elétricos em que a instalação elétrica foi dividida e já definido o tipo de proteção de cada um, chega o momento de se efetuar a sua ligação Essa ligação, Para se efetuar esse plane- entretanto, precisa jamento, desenha-se na ser planejada planta residencial o cami- detalhadamente, nho que o eletrodo deve de tal forma que percorrer, pois é através nenhum ponto dele que os fios dos circui- de ligação fique tos irão passar. esquecido. Entretanto, para o planejamento do caminho que o eletroduto irá percorrer, fazem-se necessárias algumas orientações básicas: 01. Locar, primeiramente, o quadro de distribuição, em lugar de fácil acesso e que fique o mais próximo possível do medidor. 02. Partir com o eletroduto do quadro de distribuição, traçando seu caminho de forma a encurtar as distâncias entre os pontos de ligação. 03. Utilizar a simbologia gráfica para representar, na planta residencial, o caminhamento do eletroduto. 12 04. Fazer uma legenda da simbologia empregada. 05. Ligar os interruptores e tomadas ao ponto de luz de cada cômodo. 01.5 Simbologia gráfica Como ainda não existe um acordo comum a respeito delas, o projetista pode adotar uma simbologia própria identificando-a no projeto, através de uma legenda. Para os exemplos que aparecem neste Manual, será utilizada a simbologia apresentada a seguir. 13 14 Uma vez representados os eletrodutos, e sendo através deles que os fios dos circuitos irão passar, pode-se fazer o mesmo com a fiação: representando- a graficamente, através de uma simbologia própria. Entretanto, para empregá-la, primeiramente precisa-se identificar: 15 01.6 Necessidade da representação gráfica das fiações Sabendo-se como as ligações elétricas são feitas, pode-se então representá-las graficamente na planta, devendo sempre: • representar os fios que passam dentro de cada eletroduto, através da simbologia própria; • identificar a que circuitos pertencem. 16 01.7 Medidas do eletroduto no Plano horizontal 02.1 Aterramento Elétrico A palavra aterramento refere-se à terra propriamente dita. O aterramento é o fio ou a barra de cobre enterrado, onde passa a corrente elétrica para o solo. Quando se diz que algum aparelho está aterrado (ou eletricamente aterrado) significa que um dos fios de seu cabo de ligação está propositalmente ligado à terra. Ao fio que faz essa ligação denominamos "fio terra". É obrigatório que todas as tomadas tenham o seu fio terra. Normalmente já vêm com o fio terra instalado, seja no próprio cabo de ligação do aparelho à tomada, seja separado dele. No primeiro caso, é preciso utilizar uma tomada com três pólos onde será ligado o cabo do aparelho. 17 No segundo, uma tomada com dois pólos é suficiente. O fio terra do aparelho (que obrigatoriamente deve ser verde ou verde-amarelo e que fica normalmente no fundo do equipamento) deve ser ligado diretamente ao fio terra da rede. Alguns aparelhos elétricos não precisam de fio terra, Eles são construídos de tal forma que a corrente "fugitiva" não cause risco às pessoas. Para a sua ligação é usada uma tomada com apenas dois pólos, um para o fio fase e outro para o fio neutro. O fio fase e o neutro são aqueles que levam a energia para os aparelhos. Por norma, a cor do fio neutro é obrigatoriamente azul. O fio fase pode ser vermelho, branco ou marrom. 02.2 Fazendo o aterramento O fio terra tem a função de capturar a corrente elétrica que algumas vezes quer "fugir" do interior dos aparelhos defeituosos e conduzi-la para a terra, desviando-a do corpo das pessoas. Ele é fundamental para a proteção das pessoas contra os choques elétricos, absorvendo e encaminhando para a terra as correntes que "fugiram" dos aparelhos, e para a proteção dos parelhos elétricos contra picos de energia. Ele descarregará para a terra as correntes "fugitivas" e estabilizará as tensões quando ocorrer defeitos nas instalações. Podemos compará-lo ao cinto de segurança de um automóvel. Como o automóvel funciona e transporta pessoas que não estão utilizando o cinto de segurança, os aparelhos também funcionam sem possuir o fio terra. Por isso, muitas vezes as pessoas não se lembram de colocar o fio terra, fazendo com que os riscos à segurança delas e dos aparelhos aumentem bastante, da mesma forma que o automóvel que se envolve em um acidente e seus ocupantes não está usando o cinto de segurança. 18 02.3 Dimensionando o Fio Terra das Instalações Elétricas É obrigatório que os fios neutros e terra sejam separados desde o quadro de distribuição e instalado no mesmo eletroduto em que está o fio fase. O fio terra das tomadas deve ser ligado ao terminal de aterramento do quadro de distribuição. Esses procedimentos são fundamentais para evitar danos aos aparelhos elétricos. 02.4 Resistência de Aterramento Outro ponto de dúvida é o valor da resistência de aterramento. Ela mede a capacidade do aterramento de descarregar a energia para a terra. Quanto menor essa resistência, melhor para a instalação, pois mais rápida será a atuação das proteções. Embora alguns fornecedores cheguem a exigir 1 ohm (é a Unidade de Resistência), a norma de instalações elétricas (NBR 5410/97) não define diretamente nenhum valor, enquanto a norma americana de instalação elétrica exige um valor máximo de 25 ohms. A norma brasileira de proteção contra descargas atmosféricas (NBR 5419/93) recomenda um valor máximo de 10 ohms. Sempre que possível, esse valor deve ser adotado para todas as instalações. 02.5 Instalando um Fio Terra A conexão dos equipamentos elétricos ao sistema de aterramento deve permitir que, caso ocorra uma falha no isolamento dos equipamentos, a corrente de falta (corrente "fugitiva") passe através do fio de aterramento ao invés de percorrer o corpo de uma pessoa que eventualmente esteja tocando o equipamento (o que provocaria choque, lesões e até mesmo morte - dependendo de cada situação e da intensidade da corrente de fuga). Dentro de uma instalação elétrica existem diversos tipos de proteção: contra choques elétricos, contra descargas atmosféricas, contra sobretensões, etc. Para uma melhor compreensão e busca da solução mais conveniente, deve-se estudar separadamente cada uma delas. Porém, ao executar a instalação deve ser feito um único aterramento. As normas técnicas não permitem aterramentos isolados ou indepedentes, para que não apareça diferença de tensão, que é a principal causa de "queima" dos 19 equipamentos e colocam em riscos os usuários das instalações elétricas.Um único ponto de aterramento é que irá garantir a proteção adequada. O procedimento muito comum de utilizar aterramentos isolados, exclusivos ou independentes, constitui um grande equívoco. Esse procedimento não está de acordo com as Normas Técnicas Brasileiras, de uso obrigatório, e coloca em risco as pessoas e aparelhos elétricos. Todo o quadro de distribuição deve ter um terminal de aterramento, para onde irão convergir os fios terra da instalação. Isto significa que todos os fios terra, de cada aparelho, devem ser ligados ao mesmo ponto de aterramento. O terminal, por sua vez, deve ser ligado ao eletrodo de aterramento, de uso obrigatório em todo padrão de entrada de energia. Essas ligações devem ser feitas da forma mais direta e curta possível. 02.6 Se Protegendo contra Picos de Energia As redes de distribuição de energia das empresas de eletricidade são projetadas para desligarem imediatamente no caso de risco à segurança das pessoas, o que pode acontecer quando ocorrem choques de carros em postes, contatos de árvores nos fios, chuvas, trovoadas, etc. A norma brasileira exige que os consumidores instalem protetores de oscilação de tensão, contra os efeitos da falta e posterior retorno da energia. Todos os aparelhos eletrônicos do imóvel e os fios que vêm da rua, como cabo de antenas e telefones, devem ter seu protetor. Esses protetores, a exemplo dos chamados filtros de linha, são facilmente encontrados no mercado e têm como função desviar o pico de energia para a terra, evitando danos ao aparelho. O aterramento é essencial para o funcionamento correto dos protetores. É recomendável a instalação de um protetor também no quadro de distribuição do imóvel, principalmente em regiões de grande incidência de descargas atmosféricas. 02.7 Recomendações para Grandes Instalações Nas instalações de Centro de Processamento de Dados e redes de micros, a técnica de aterramento vista até agora não é suficiente. Nesses casos é recomendável utilizar para o aterramento a "malha de terra de referência". Essa malha deve ficar sob o piso e permitirá que os terras lógicos dos aparelhos sejam aterradas através de ligações curtas e diretas, preferencialmente por condutores chatos ou fitas. Já existem malhas pré-frabicadas, mas recomendamos consultar um 20 projetista para dimensioná-la. Essa malha também deve ser ligada ao sistema de aterramento de força da instalação para evitar variações das tensões. Também devem ser utilizados protetores de oscilações de tensão contra picos de energia. 02.8 Requisitos gerais para material de instalações elétricas prediais - NBR 5354 A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é a maior rede de conhecimento do Cone Sul, com mais de 1100 Comissões de Estudos. São 12 mil técnicos, das mais variadas especialidades, trabalhando diariamente nos 53 Comitês Brasileiros de Normatização, por todo o Brasil. Com uma tradição de mais de 62 anos como único fórum de normalização de País e perto de 11 mil normas editadas e que tem como único objetivo o desenvolvimento e fortalecimento da normalização no Brasil. A ABNT tem papel fundamental para a economia do País. Ao adquirir uma Norma através você estará contribuindo com a ABNT e sua ação. Descrição da Norma: Fixa requisitos gerais mínimos a que devem satisfazer os materiais próprios para serem usados em instalações elétricas prediais. Abaixo se encontra a norma NBR 5354: 02.9 Condutores elétricos – Dimensionamento e Instalação A norma prevê que o material dos condutores empregados em instalações residenciais seja o cobre. Exceção para os condutores de proteção e aterramento. Em instalações industriais ou comerciais de grande porte, condutores de alumínio são aceitos em bitolas grandes Estas restrições devem-se aos problemas de conexões existentes entre condutores de cobre e de alumínio. Identificação do condutores (NBR: 6.1.5.3) • Condutores NEUTROS => Cor AZUL CLARA; • Condutores de PROTEÇÃO => Cor dupla VERDE-AMARELA, ou somente VERDE. • Condutores FASE => Cores diferentes das acima; especialmente, não a amarela. 02.9.1 Seções mínimas dos condutores (NBR: 6.2.6.2) A NBR-5410/97 estabelece seções mínimas para os condutores vivos dos circuitos terminais para os diversos pontos de consumo ativos (NBR: Tabela 45, p.72). Iluminação 1,5 mm² Tomadas de corrente em quartos, salas ou similares. 2,5 mm² Tomadas de corrente em cozinhas, áreas de serviço, garagens e similares. 2,5 mm² Aquecedores de água em geral 2,5 mm² Máquinas de lavar roupa 2,5 mm² Fogões elétricos 2,5 mm² 21 O condutor NEUTRO, se existir, deve seguir a mesma seção que os condutores-fase, nos seguintes casos (NBR: 6.2.6.2): a) em circuitos monofásicos a 2 e 3 condutores e bifásicos a 3 condutores, qualquer que seja a seção. b) em circuitos trifásicos, quando a seção dos condutores-fase for inferior ou igual a 25mm² em cobre ou em alumínio. c) em circuitos trifásicos, quando for prevista a presença de harmônicas, qualquer que seja a seção. Ver NBR:Tabela 44, p.72. 02.9.2 Tipos de condutores Os condutores, em geral, são classificados de acordo com a capacidade de sua isolação suportar a ação do fogo. Daí, tem-se: • Propagadores da chama: aqueles que entram em combustão sob a ação direta da chama e a mantêm mesmo após a sua retirada. EXEMPLOS: etileno-propileno (EPR) e polietileno reticulado (XLPE). • Não-propagadores da chama: aqueles em que, retirada a chama ativadora, a combustão do material cessa. EXEMPLOS: cloreto de polivinila (PVC) e o neoprene. • Resistentes à chama: aqueles em que, mesmo expostos longamente à chama, esta não se propaga ao longo do material isolante do cabo. EXEMPLOS: cabos Sintenax Antiflam, da Pirelli, e Noflam BWF 750 V, da Siemens. • Resistentes ao fogo: aqueles cujos isolantes são feitos de material especial, incombustível, e que permitem o funcionamento do circuito elétrico mesmo em presença de fogo. Usados em circuitos de segurança e sinalizações de emergência. 02.9.3 Dimensionamento dos condutores Uma vez calculada a corrente de projeto de um circuito, parte-se para o dimensionamento do condutor capaz de permitir, sem excessivo aquecimento e com uma queda de tensão razoável, a passagem da corrente elétrica. Os condutores ainda têm de ser compatíveis com a capacidade dos dispositivos de proteção contra sobrecarga e dos de proteção contra curtos-circuitos. A maior das seções obtidas é a escolhida, por garantir a menor queda de tensão e a menor resistência de condução. Em circuitos de distribuição de apartamentos, em geral, é suficiente a escolha do condutor baseando-se no critério de não haver aquecimento indesejável. Recomenda-se, simplesmente, o uso das TABELAS 31 ou 32 da Norma NBR 5410/97, levando-se em conta a maneira de instalação correspondente (que está definida na TABELA 28 da Norma). Nas TABELAS 31 e 32, citadas, o número de condutores carregados deve ser interpretado como sendo o dos condutores efetivamente percorridos por corrente, conforme se segue (NBR: 6.2.5.6). 2 condutores carregados: F-N (fase-neutro) ou F-F (fase-fase); 3 condutores carregados: a) 2F-N; b) 3F; c) 3F-N (supondo o sistema trifásico equilibrado e sem harmônicas) 22 4 condutores carregados: 3F-N. É o caso de considerar-se a presença de correntes harmônicas (3ª harmônica em especial) circulando pelo neutro. OBS.: (Norma: 6.2.5…6.3) Os condutores utilizados unicamente como condutores de proteção (PE) não são considerados. Os condutores PEN são considerados como condutores neutros. Quanto ao tipo de condutor, em instalações prediais convencionais, são utilizados, em geral, fios e caboscom isolação do tipo PVC. 02.9.4 Número de contudores isolados no interior de um eletroduto (NBR:6.2.11.1.1) Um eletroduto é caracterizado pelo seu diâmetro nominal ou diâmetro externo (em mm). Podem ser: a) Flexíveis metálicos, que não podem ser embutidos; b) Rígidos (de aço ou PVC), e semi-rígidos (de polietileno), que podem ser embutidos. Não se permite a instalação de condutores nus (sem isolação) em eletrodutos. Admite-se a utilização de condutor nu em eletroduto isolante exclusivo, quando tal condutor destinar-se a aterramento. A taxa máxima de ocupação, em relação à área da seção transversal dos eletrodutos não deve ser superior a: a) 53% no caso de um condutor ou cabo; b) 31% no caso de dois condutores ou cabos; c) 40% no caso de três ou mais condutores ou cabos. Não deve haver trechos contínuos retilíneos de tubulação (entre caixas de derivação) maiores que 15m 02.9.5 Cálculo dos condutores pelo critério da queda de tensão (NBR: 6.2.7) Para o funcionamento correto dos equipamentos e consumidores em geral, há necessidade de se prever valores máximos de queda de tensão entre a origem de uma instalação e qualquer ponto de utilização. Tais valores estão previstos na Tabela 48 da NBR 5410/97 (reproduzida abaixo), em relação ao valor da tensão nominal da instalação. Instalações Iluminação Outros usos A- Alimentadas diretamente por um ramal de BT, a partir de uma rede de distribuição pública de BT: 4% 4% B- Alimentadas diretamente por subestação de transformação ou 7% 7% 23 transformador, a partir de uma instalação de AT: C- Que possuam fonte própria: 7% 7% Alguns fabricantes oferecem tabelas de valores de quedas de tensão unitárias, nas unidades de V/(A..km), que são úteis na determinação da bitola do condutor que leva em conta a queda de tensão máxima prevista. OBS.: No caso de iluminação e tomadas, para BT (4%), pode-se admitir 2% entre o quadro geral e o quadro terminal, e os restantes 2% para o trecho entre este quadro e os pontos de consumo. A entrada da instalação (quadro geral) é suposta estar nos níveis legais de fornecimento de energia (tensão nominal). 02.9.6 Esquemas de aterramento (NBR: 4.2.2.2) São identificados por duas letras, basicamente: 1ª letra – situação da alimentação em relação à terra; 2ª letra – situação das massas (equipamentos) da instalação elétrica em relação à terra. 1) Esquema TN Possui um ponto da alimentação diretamente aterrado (neutro) e as massas são ligadas diretamente a ele através de um condutor de proteção (PE). Três possibilidades: (Ver figuras 1, 2 e 3, da NBR) a) TN-S: condutor neutro (N) e de proteção (PE) estão separados. b) TN-C-S: neutro e proteção combinados apenas em parte da instalação (no restante da instalação estarão separados). c) TN-C: neutro e proteção combinados ao longo de toda a instalação (condutor PEN). 2) Esquema TT Possui um ponto da alimentação diretamente aterrado (neutro) e as massas são aterradas em um ponto de aterramento distinto (um outro eletrodo de terra). 3) Esquema IT Não possui qualquer ponto da alimentação diretamente aterrado, estando aterradas somente as massas da instalação. No entanto, a alimentação pode estar indiretamente aterrada, através de uma impedância de aterramento. OBS.: (1) O sistema de aterramento da fornecedora de energia loca (ESCELSA) é o TN-C, em que o neutro é aterrado e faz a função dupla de terra funcional e terra de proteção (=PEN: condutor de proteção e neutro aterrado). Ainda: o neutro é multiaterrado, isto é, é aterrado em diversos pontos da rede de distribuição secundária (em BT). (2) Esses esquemas de aterramento visam à proteção dos equipamentos e instalações, não se prestando, diretamente, à proteção de pessoas e animais. O que se verifica é que os níveis de corrente de curto-circuito são dependentes do esquema em utilização. 02.10 Previsão de cargas da instalação elétrica 24 Cada aparelho ou dispositivo elétrico (lâmpadas, aparelhos de aquecimento d’água, eletrodomésticos, motores para máquinas diversas, etc.) solicita da rede uma determinada potência. O objetivo da previsão de cargas é a determinação de todos os pontos de utilização de energia elétrica (pontos de consumo ou cargas) que farão parte da instalação. Nesta etapa são definidas a potência, a quantidade e a localização de todos os pontos de consumo de energia elétrica da instalação. 02.11 Previsão de cargas (NBR-5410/1997) Os equipamentos de utilização de uma instalação podem ser alimentados diretamente (elevadores, motores), através de tomadas de corrente de uso especifico (TUEs) ou através de tomadas de corrente de uso não específico (tomadas de uso geral, TUGs); A carga a considerar para um equipamento de utilização é a sua potência nominal absorvida, dada pelo fabricante ou calculada a partir de V x I x fator de potência (quando for o caso – motores) – nos casos em que for dada a potência nominal fornecida pelo equipamento (potência de saída), e não a absorvida, devem ser considerados o rendimento e o fator de potência. Iluminação: Critérios para a determinação da potência mínima de iluminação: • Para recintos com área < 6m2, atribuir um mínimo de 100W; • Para recintos com área > 6m2, atribuir um mínimo de 100W para os primeiros 6m2, acrescidos de 60W para cada aumento de 4m2 inteiros; • Para iluminação externa em residências a norma não estabelece critérios – cabe ao projetista e ao cliente a definição. Tomadas: Critérios para a determinação da quantidade mínima de TUGs: • Recintos com área < 6m2 – no mínimo 1 tomada • Recintos com área > 6m2 – no mínimo 1 tomada para cada 5m ou fração de perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível • Cozinhas e copas – 1 tomada para cada 3,5m ou fração de perímetro, independente da área; acima de bancadas com largura > 30cm prever no mínimo 1 tomada • Banheiros – no mínimo 1 tomada junto ao lavatório, a uma distância mínima de 60cm do boxe, independentemente da área • Subsolos, varandas, garagens, sótãos – no mínimo 1 tomada, independentemente da área Critérios para a determinação da potência mínima de TUGs: • Banheiros, cozinhas, copas, áreas de serviço, lavanderias e assemelhados – atribuir 600W por tomada, para as 3 primeiras tomadas e 100W para cada uma das demais • Subsolos, varandas, garagens, sótãos – atribuir 1000W • Demais recintos – atribuir 100W por tomada 25 Critérios para a determinação da quantidade mínima de TUEs: • A quantidade de TUEs é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de utilização, devendo ser instaladas a no máximo 1.5m do local previsto para o equipamento a ser alimentado Critérios para a determinação da potência de TUEs: • Atribuir para cada TUE a potência nominal do equipamento a ser alimentado OBS.: Todas as tomadas deverão estar aterradas. 02.12 Previsão de cargas especiais Em edifícios será muitas vezes necessário fazer a previsão de diversas cargas especiais que atendem aos seus sistemas de utilidades, como motores de elevadores, bombas de recalque d’água, bombas para drenagem de águas pluviais e esgotos, bombas para combate a incêndios, sistemas de aquecimento central, etc. Estas cargas são normalmente de uso comum, sendo denominadas cargas de condomínio. A determinação da potência destas cargas depende de cada caso específico, sendo normalmente definida pelos fornecedores dos sistemas. Como exemplos típicos podemos citar: • Elevadores: 2 motores trifásicos de 7.5CV • Bombas de recalque d’água: 2 motores trifásicos de 3CV (um é reserva) • Bombas de drenagem de águas pluviais: 2 motores de 1CV (um éreserva) • Bombas para sistema de combate a incêndio: 2 motores de 5CV (um é reserva) • Portão de garagem: 1 motor de 0.5CV 02.13 Previsão de cargas em áreas comerciais e escritórios Pavimento térreo de edifícios residenciais ou pavimentos específicos (sobrelojas) muitas vezes são utilizados para atividades comerciais. NBR 5410 não especifica critérios para previsão de cargas em instalações comerciais e industriais. LEVAR EM CONTA A UTILIZAÇÃO DO AMBIENTE E AS NECESSIDADES DO CLIENTE. Iluminação O cálculo da iluminação para estas áreas é feito de forma distinta do processo utilizado para a determinação da iluminação em áreas residenciais. Dependendo do uso, para áreas de lojas e escritórios, vários métodos podem ser empregados para determinar o tipo e a potência da iluminação adequada – Método dos Lúmens, Método das Cavidades Zonais, Método Ponto por Ponto, etc. A norma NBR-5413 – Iluminação de Interiores define critérios de nível de iluminamento de acordo com a utilização do recinto. Tomadas 26 Para a previsão de TUGs em áreas comerciais e de escritórios, pode-se adotar o seguinte critério: • Escritórios comerciais ou análogos com área < 40m2 – 1 tomada para cada 3m ou fração de perímetro; ou 1 tomada para cada 4m2 ou fração de área (adotar o que resultar no maior número) • Escritórios comerciais ou análogos com área > 40m2 – 10 tomadas para os primeiros 40m2 e 1 tomada para cada 10m2, ou fração, da área restante • Em lojas – 1 tomada para cada 30m2 ou fração de área, não computadas as tomadas destinadas a vitrines e à demonstração de aparelhos • A potência das TUGs em escritórios deverá ser de 200W 02.14 Demanda de energia de uma instalação elétrica. Observando o funcionamento de uma instalação elétrica residencial, comercial ou industrial, pode-se constatar que a potência elétrica consumida é variável a cada instante. Isto ocorre porque nem todas as cargas instaladas estão todas em funcionamento simultâneo. A potência total solicitada pela instalação da rede a cada instante será, portanto, função das cargas em operação e da potência elétrica absorvida por cada uma delas a cada instante (comentar refrigerador e motores em geral). -> Por isso, para realizar o dimensionamento dos condutores elétricos que alimentam os quadros de distribuição, os quadros terminais e seus respectivos dispositivos de proteção, não seria razoável nem técnica nem economicamente a consideração da demanda como sendo a soma de todas as potências instaladas. Carga ou Potência Instalada: É a soma de todas as potências nominais de todos os aparelhos elétricos pertencentes a uma instalação ou sistema. Demanda: É a potência elétrica realmente absorvida em um determinado instante por um aparelho ou por um sistema. Demanda Média de um Consumidor ou Sistema: É a potência elétrica média absorvida durante um intervalo de tempo determinado (15min, 30min) Demanda Máxima de um Consumidor ou Sistema: É a maior de todas as demandas ocorridas em um período de tempo determinado; representa a maior média de todas as demandas verificadas em um dado período (1 dia, 1 semana, 1 mês, 1 ano) Potência de Alimentação, Potência de Demanda ou Provável Demanda: É a demanda máxima da instalação. Este é o valor que será utilizado para o dimensionamento dos condutores alimentadores e dos respectivos dispositivos de proteção; será utilizado também para classificar o tipo de consumidor e seu padrão de atendimento pela concessionária local Fator demanda: É a razão entre a Demanda Máxima e a Potência Instalada 27 inst máx P DFD = Critérios para a determinação do fator de demanda para residências individuais Tabela de fatores de demanda Potência (kVA) Fator de demanda 0 a 1 0.86 1 a 2 0.75 2 a 3 0.66 3 a 4 0.59 4 a 5 0.52 5 a 6 0.45 6 a 7 0.40 7 a 8 0.35 8 a 9 0.31 9 a 10 0.27 10<p 0.24 Exemplo de Cálculo do fator de demanda de algumas cargas em um prédio. Calculo da potência real a ser utilizada em um predio Numero de chuveiros veces a poência de cada chuveiro e logo ver a tabela acima. Bombas de água ( potencia da bomba 5.52 KW pela tabela acima escolhemos o fator 0.5, logo a demanda seria 5,52KW*0,5 = 2,76KW 02.15.2 Escolha do trafo para um prédio Temos que as potencias normativas para os trafos são: 15; 30; 45; 76; 112,5; 150; 225; 300; 750; 1000 e 1500KVA. O trafo escolhido deverá ter potência maior que a demanda total do prédio para que a potência do trafo em relação à demanda total calculada seja maior que 25%. 02.15.3 Alimentador do prédio A avaliação do alimentador do poderá ser feita pela corrente calculada ou pela potencia do trafo: 3 Riscos com eletricidade e suas prevenções Choque elétrico é uma perturbação de natureza e efeitos diversos que se manifesta no corpo humano quando por ele circula uma "corrente elétrica". O choque elétrico acontece porque o corpo humano se comporta como um condutor elétrico, 28 possibilitando a passagem da corrente elétrica e oferecendo uma "resistência" através dele. Tipos de choque elétrico - choque estático: é o choque obtido pela descarga de um capacitor, ou seja, gerado a partir do efeito capacitivo, que acumula e retém energia elétrica, presente nos mais diferentes materiais e equipamentos com os quais o homem convive. - choque dinâmico: é o choque tradicional, obtido ao tocar um elemento energizado da rede de energia elétrica. - descargas atmosféricas ou raios: são gigantescas descargas elétricas entre nuvens, ou entre nuvens e a terra, que podem produzir choques elétricos como que produzido por enormes capacitores, portanto com altíssima corrente. Existem algumas condições de tensão que favorecem os acidentes por choque elétrico, que são: - tensão de toque: é a tensão elétrica existente entre os membros superiores e inferiores de um indivíduo, quando o mesmo toca em equipamento com defeito na isolação ou na parte nua de um condutor energizado. - tensão de passo: é a tensão elétrica entre os dois pés de um indivíduo quando o mesmo está no solo próximo de um local com vazamento de corrente elétrica para a terra, provocado por queda de condutores energizados no solo, ou descargas atmosféricas em corpos aterrados. Efeitos do choque elétrico no corpo humano - inibição dos centros nervosos, inclusive dos que comandam a respiração produzindo parada respiratória; - alteração no ritmo cardíaco, podendo produzir fibrilação ventricular e uma conseqüente parada cardíaca; - queimaduras profundas, produzindo necrose do tecido; - alterações no sangue provocadas por efeitos térmicos e eletrolíticos da corrente elétrica; - perturbação no sistema nervoso; - morte. Órgãos aparentemente sadios, podem apresentar seqüelas muitos dias ou meses após o choque elétrico. Providências de emergência Caso se depare com um acidente, no qual o indivíduo está envolvido com um circuito energizado, as providências a serem tomadas são: - desligar o sistema elétrico; - não tocar no acidentado em hipótese alguma enquanto ele estiver submetido a choque elétrico, se tocar, estará se submetendo aos mesmos efeitos do choque que ele; - chamar socorro. Fatores de gravidade do choque elétrico - irradiação da corrente do choque elétrico pelo corpo humano; 29 - tempo de duração do choque elétrico; - tensão elétrica; - área e pressão de contato do choque; - condições da pele do indivíduo; - irradiação da corrente do choque pelo corpo humano; - região do choque no corpo humano; - constituição física do indivíduo,quanto a peso e altura; - estado de saúde do indivíduo, quanto às condições orgânicas e psicológicas. Como socorrer o acidentado - nos casos sem gravidade, coloque o acidentado em lugar arejado e aplique compressas frias na testa; - nos casos graves, aplique respiração artificial e massagem cardíaca; - lembre-se que cada segundo de contato com a eletricidade diminui o tempo de vida da vítima; - inicie respiração BOCA-BOCA logo que a vítima esteja livre do contato com a corrente elétrica. A partir daí as providências, são: - prestar imediatamente os primeiros socorros ao acidentado, especialmente através das técnicas de reanimação cárdio-respiratória; - solicitar ajuda; - remover o acidentado para o hospital, inclusive não interrompendo as medidas de primeiros socorros durante seu transporte. Situações de risco Os acidentes por eletricidade são causados por várias situações: instalações defeituosas, cabos arrebentados, fios desencapados, equipamentos não aterrados, descargas atmosféricas e etc. A gravidade depende dos seguintes fatores: - intensidade da corrente; - tempo de exposição ao contato elétrico; - resistência da vítima à passagem elétrica. A vítima pode ser projetada ou agarrada ao condutor, podendo provocar vários distúrbios, entre eles: mal-estar passageiro, ligeiros transtornos da consciência, estado de agitação e, às vezes, delírio, ligeiro, distúrbio da respiração, angústia, isso nos casos simples. Já nos casos graves: perda súbita de consciência, pulso rápido e quase imperceptível, respiração difícil, lábios, orelhas e unhas azuladas, parada respiratória e conseqüente parada cardíaca ou até morte. Em geral deixa marca no ponto de contato, tipo queimadura. Prevenção contra acidentes - ter o máximo de cuidado quando trabalhar próximo a redes ou chaves elétricas; - não trabalhar em equipamentos elétricos (reparos, substituições) se não for habilitado; - jamais improvisar em eletricidade - usar o material adequado; 30 - antes de iniciar qualquer trabalho de manutenção ou reparo, interromper a corrente e deixar um aviso para que os outros não a liguem; - usar ferramentas adequadas e equipamentos de proteção individual; - ligar sempre o fio terra, em qualquer equipamento elétrico; - não sobrecarregar as instalações elétricas e evitar uso de "T", benjamins; - não deixar tomadas e aparelhos elétricos ao alcance de crianças e não deixá-las soltar pandorgas junto à redes elétricas; - desligar o circuito ao trocar uma lâmpada. Em caso de gases e fumaça - não acender ou apagar luzes; - não acender ou lidar com fogo enquanto o gás não tiver se dispersado; - arejar o ambiente; - manter a vítima, de preferência no solo, remover a vítima para local de franca ventilação; - inicie a respiração BOCA-A-BOCA imediatamente. Arcos Elétricos O arco elétrico é um fenômeno da eletricidade inerente aos sistemas elétricos. Podem existir de uma forma intensa e controlada como nos casos de solda elétrica e fornos industriais ou com liberação de pequena quantidade de calor como nos casos de interruptores para lâmpadas. No caso de falhas elétricas ou curto circuito é um fenômeno indesejável que libera uma enorme quantidade de calor. Este fenômeno, além da liberação de calor, liberam partículas de metais ionizadas que eventualmente podem conduzir correntes, deslocamento de ar com aparecimento de alta pressão, prejudicial ao sistema auditivo, e raios ultravioletas prejudiciais à visão. Normalmente os arcos elétricos em painéis aparecem por: • Mau contato, por exemplo, pela perda de pressão dos parafusos de conexão; • Depreciação da isolação (sobretensão, sobrecarga e fim de vida do dielétrico); • Defeito de fabricação de componentes ou equipamento (Quando não detectada no início, o mesmo aparece ao longo da vida); • Projeto e instalação inadequada ou mal dimensionada; • Manutenção inadequada (Introdução de mudanças sutis, sem avaliação técnica adequada), e Contatos acidentais ou inadvertidos de ferramentas ou peças (Erro humano). Como pode ser observado, a maioria das causas do aparecimento do arco é conhecido, portanto, é possível tomar-se ações preventivas antes do seu aparecimento, sejam administrativas ou preditivas. Essas ações podem e devem iniciar já durante a elaboração do projeto, fazendo parte do controle de qualidade durante todas as demais etapas, tais como: montagem, manutenção preditiva, inclusive dos procedimentos administrativos e operacionais. É fácil de perceber que a responsabilidade da segurança é um esforço em conjunto da Engenharia de Projeto, Operação, Manutenção e Gerência administrativa coordenado pelo setor de Engenharia de segurança Industrial. Neste ponto, pode-se ressaltar, uma vez mais, que a proteção contra queimaduras por arco deve ser considerado como o último recurso, e não como a proteção principal. 31 Desta forma,. a prática de segurança deve ser iniciado na prevenção contra aparecimento do arco. Estimando a Energia "Calor do arco" num curto circuito. O calor liberado num curto circuito com arco pode ser determinado e estimado para cada ponto de operação de um sistema elétrico utilizando-se as ferramentas de cálculo de engenharia, seja de forma tradicional ou através de programas computacionais. Os seguintes dados e informações podem ser normalmente obtidos no setor de engenharia de projeto ou de manutenção: Diagrama unifilar completo e atualizado da instalação. Correntes de curto-circuito simétrico trifásico sólido disponível em cada ponto do sistema (ou do equipamento) que se pretende estimar a energia; Curvas de coordenação e seletividade de proteção do sistema elétrico. Os mesmo devem estar atualizados com o ajuste dos relés reais existente na instalação, e Tempo total de abertura e extinção do arco dos dispositivos de proteção (fusíveis, disjuntores etc.) O NFPA 70E- {4}, já na edição de 1995, reconheceu e publicou uma formula teórica (1) de Ralph Lee, publicada pelo IEEE, em 1982 {3} para determinar a distância mínima entre o operador e o ponto de falha que poderia ser considerado seguro. Esta formula considera que na distância calculada, o calor do arco atinge o valor limiar de queimadura do segundo grau da pele humana. Ou seja, um valor limite que acima do qual provoca queimadura de segundo grau. Onde D = distância do operador ao ponto da falha, ou arco, em pés; MVA= potência de curto circuito sólido simétrico no ponto da falha, e t = tempo de extinção do arco. Após a publicação do Ralph Lee, muitos ferimentos foram evitados posicionando- se as pessoas na área segura, porém continuava o risco para os que necessitavam trabalhar perto dos equipamentos, dentro da área de risco. E assim as roupas de tecidos resistente ao calor, principalmente aquelas utilizadas pelos bombeiros, foram propostas como alternativas para proteção contra o calor produzido pelos arcos elétricos de uma forma empírica e prática. Viu-se, então, a necessidade de introduzir o conceito de energia liberada pelo arco, isto é de se quantificar o risco, a fim de melhor definir a proteção adequada aos que necessitavam trabalhar dentro da área de risco. Como os estudos de A.M Stoll e M. A. Chianta, publicado em 1969 {11 }, concluiu que o máximo valor de energia radiante que uma pessoa, exposta durante 1 segundo, poderia suportar sem sofrer queimadura do segundo grau é de 1,2 cal / cm2, valor conhecido como o limiar de queimadura do segundo grau, podemos introduzir a variável E (calor) na formula de Lee (1) levando em consideração que na distância calculada a energia máxima é o limiarde queimadura, e fazendo as respectivas transformações para o sistema métrico obtém-se a fórmula (2): E= 5.117*kV*kA*t/ d2 (2) 32 Onde: E - Energia Incidente em cal/cm2; d - Distância em cm - maior do que 45 cm; t - tempo do arco em segundos; kA - corrente de curto circuito sólido trifásico em kA, e kV - tensão do arco em kV. No entanto, esta solução não foi satisfatória. A roupa de proteção normalmente utilizada para suportar o calor de chamas, não deveria ser avaliada da mesma maneira para o caso de arco elétrico. No caso do arco elétrico, tem-se uma quantidade muito grande de energia liberada a alta temperatura em pequeno espaço de tempo (muitas vezes menor do que um décimo de segundos), com a transferencia de calor predominantemente por radiação, enquanto que no caso de chamas, o calor é produzido a baixa temperatura (se comparada com a temperatura do arco) e a transferência ocorre 50% por radiação e 50 % por convecção. O calor, ou a energia liberada por uma chama, é relativamente simples de se quantificar baseado no poder calorífico do combustível e o tempo da chama. Conhecendo-se o total de calor irradiado, a escolha da proteção se resume em identificar o material que suporta o calor incidente sem permitir que do lado protegido o mesmo não atinja o valor limite que provoca queimadura do segundo grau. Os estudos para proteção contra as chamas havia atingido um estágio de desenvolvimento tal que já existiam normas e parâmetro para determinar a performance dos tecidos contra o calor e os métodos de testes e critérios para medir as características de proteção o que ainda não ocorria em relação aos arcos elétricos. A partir de 1995, vários estudos e testes foram conduzidos em laboratórios da Europa e Canadá com arcos elétricos com o objetivo de comprovar o comportamento da energia liberada por um arco elétrico em várias situações, tendo como premissa os estudos de curto-circuito e o comportamento das correntes e tensão em regime transitório. Um destes estudos e testes é o que foi conduzido no laboratório do Hydro Ontario, Canadá, cujo resultado foi publicado na revista do IEEE {1 } em 1998, para caso de arcos em equipamentos elétricos de baixa tensão (até 1000 volts), cujas formulas foram reconhecidas pelo NFPA-70E {5} e publicada na edição de fevereiro de 2000. Resumidamente, o teste consistiu em criar arcos em duas situações distintas: a primeira dentro de uma caixa metálica com um dos lados aberto, simulando uma gaveta de um CCM com porta aberta, onde todo o calor é liberado pela parte frontal, e a segunda situação com arco em ambiente aberto onde, neste caso, o calor é liberado em todas as direções. Nas duas situações foi criado o arco num curto trifásico e medido o calor variando as distâncias do ponto ao arco, distância entre os eletrodos, e as correntes de curto entre 16 kA e 50 kA. Durante os testes verificou-se que a distância entre os eletrodos de 1,25" é o que dava a condição mais severa de radiação de arco, e assim foi fixado esta distância e o tempo do arco em 0,1 segundos (6 ciclos). 33 Com os resultados, estabeleceu-se os algoritmos (3), (4) para cálculos de energia nas situações que mais se aproximava das configurações de equipamentos mais usuais nas instalações industriais e em condições mais severas de liberação de energia: Assim, para arcos em caixa fechada chegou-se à seguinte formula; EC = 1038,7*d(-1,4738) *t*(0,0093*I2-0,3453*I+5,9675 (3) E para arcos em ambiente aberto: EA = 5271*d(-1,9593) *t*(0,0016*I2-0,0076*I+0,8938) (4) No qual: E - Energia incidente em cal/cm2; d - Distância em polegadas, maior do que 18"; t - tempo do arco em segundos, e I - corrente de curto circuito sólido trifasico em kA (válido para corrente entre 16 e 50 kA). Determinação do tecido. Em 1998, a ASTM publicou o procedimento F 1959 {6}, estabelecendo-se os critérios de teste para medir a característica dos tecidos quando sujeitos à arcos elétricos. Esta característica, chamada ATPV (Arc Thermal Performance Value), é definida como o valor da energia incidente que o tecido suporta sem permitir que exceda o valor limiar de queimadura do segundo grau no lado protegido (fig. 1). Este valor é medido em testes com equipamentos especialmente montados para este fim e determinado pela aplicação de algoritmo especialmente estabelecido pela ASTM . Em alguns xasos, este valor se torna muito difícil de ser medido devido à combustão do tecido. Nestes casos é definido um valor equivalente denominado EBT (Breakopen Threshold Energy), que é o valor médio dos 5 valores máximos de energia incidente que não provoca o "break open" do tecido e não exceda o limiar de queimadura do segundo grau. O "break-open" é definido como qualquer abertura na camada interna (próximo a parte protegida) maior do que 0,5 pol2 em área ou rachadura maior do que 1 polegada em comprimento. Como regra geral, cada fabricante de roupa de proteção deve fornecer os valores do ATPV ou EBT, em função do tipo da confecção, independente dos valores fornecidos pelos fabricantes de tecidos. Caso a roupa seja fabricada com várias camadas de um tecido, ou composição de tecidos diferentes, o mesmo se aplica para o conjunto. A publicação do IEEE {1}, apresenta uma tabela (tabela 1), reproduzida no final, com valores médios dos resultados obtidos nos testes pelo método da ASTM de várias tecidos de diferentes fabricantes. Estes valores são valores médios resultado dos testes, e podem ser utilizados como um guia na escolha da roupa na falta de melhores informações. 34 Conclusão: É indiscutível que a engenharia elétrica tem contribuído no desenvolvimento da economia e crescimento industrial, incluindo a segurança operacional e patrimonial através dos sistemas de proteção. Infelizmente esta mesma eletricidade tem ocasionado ferimentos e mortes por queimaduras por choques e arcos elétricos. Na maioria dos acidentes, se procura a causa da falha do equipamento com o objetivo de melhorar a qualidade do material ou equipamento e buscar novas tecnologia para evitar recorrência, sem no entanto considerar a fragilidade do corpo humano e das ações do indivíduo para dar melhor proteção. A maioria acredita que a melhoria no equipamento é a solução da segurança, porém as estatísticas não comprovam este fato. As medidas tecnológicas atuais ainda não são suficientes para dar proteção total às pessoas que necessitam interferir nos equipamentos e dificilmente teremos uma solução. Como foi visto, a engenharia elétrica tem muito a contribuir para evitar perdas de vidas humanas através da quantificação dos riscos elétricos e propondo soluções para proteger o homem. Nota: O número entre parênteses refere-se ao número de camadas do tecido. CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS Campos eletromagnéticos são uma espécie de linhas de força invisíveis. Onde existir corrente elétrica, haverá campos eletromagnéticos. Os trabalhadores do setor elétrico, operadores de radar, rádio, ondas curtas, microondas e telefonia celular estão expostos a seus efeitos. Utensílios domésticos como torradeira, secador de cabelos e geladeira, além de monitores de televisão e de computador, formam campos eletromagnéticos de baixa freqüência ao seu redor, numa distância curta. O usuário se expõe a este campo eletromagnético por breves períodos, várias vezes por dia. O computador deve ser usado com protetor de tela. Quem trabalha diante de um monitor deve fazer pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, numa jornada máxima de 6 horas diárias. É o que determina a NR 7 (norma regulamentadora do Ministério do Trabalho no 7). Essa interrupção permite o relaxamentodos músculos da visão, do pescoço e dos braços, evitando a fadiga e as lesões por esforço repetitivo (LER). Os campos eletromagnéticos de maior freqüência, produzidos por correntes elétricas de linhas de transmissão e de distribuição, são mais perigosos e mais extensos. Trabalhadores em unidades deste tipo e moradores vizinhos sofrem longos períodos de exposição. Por isso, a faixa de segurança no trajeto das linhas de transmissão e de distribuição de energia devem ser respeitadas. No Rio de Janeiro, porém, ela é muitas vezes desrespeitada. Em Higienópolis, por exemplo, existem várias casas exatamente sob as linhas da Light. Danos ao organismo A maioria da comunidade científica acredita que a energia com baixos níveis de freqüência, dos campos eletromagnéticos, são biologicamente ativas. Ou seja, podem provocar danos à saúde. 35 Os campos eletromagnéticos podem afetar o sistema de defesa imunológico de nosso organismo. Eles interferem no papel de vigilância que os linfócitos (tipo de célula do sangue) exercem contra as infecções e doenças em nosso corpo, inclusive do câncer. Essa interferência pode aumentar o risco de linfomas (tumores do sistema linfático) e outros tipos de câncer. Os campos eletromagnéticos afetam as membranas que protegem as células, interrompendo o mecanismo de vigilância das células de defesa do corpo contra o câncer. Em conjunto com substâncias químicas que promovem ou iniciam o câncer, incluindo poluentes ambientais, os campos eletromagnéticos aumentam o risco, facilitando o crescimento descontrolado das células cancerígenas. Os efeitos sobre a saúde podem se manifestar de forma sutil ou ao longo do tempo. O eletromagnetismo pode alterar o ritmo normal do corpo (ritmo circadiano), em homens e animais. As conseqüências são depressão e alteração da sensibilidade a medicamentos e toxinas. Estudos feitos em crianças, dentro de casa, sugerem uma forte associação entre a exposição aos campos eletromagnéticos e o câncer. Trabalhadores em várias atividades do ramo elétrico e de telecomunicações correm riscos maiores de câncer, especialmente câncer do cérebro ou do sangue (leucemia). Os trabalhadores do setor elétrico, operadores de radar, rádio, ondas curtas, microondas e telefonia celular estão expostos a campos eletromagnéticos.. Como se proteger Sob condições normais de trabalho, não existe risco agudo ou imediato na exposição aos campos eletromagnéticos. O método mais fácil para evitar uma superexposição ou exposição desnecessária é manter distância da fonte que emite a energia eletromagnética. Proteção para campos elétricos é relativamente fácil. Uma medida simples, por exemplo, é colocar fios terra na fonte elétrica. A proteção para campos magnéticos é mais difícil, pois exige a utilização de materiais especiais. Técnicas de análise de riscos A análise de riscos é um conjunto de métodos e técnicas que identifica e avalia os riscos de uma atividade a fim de prever acidentes; Conceitos Básicos Perigo Condição física ou química que pode vir a causar qualquer tipo de dano. Risco Medida da relação entre freqüência de ocorrência e perdas ou danos; Análise de riscos Busca estimar riscos para demonstrar as freqüências e conseqüências de acidentes. Avaliação de riscos Utiliza-se da análise de risco a fim de comparar com certa taxa de tolerância pré- estabelecida; Gerenciamento de riscos 36 Execução das medidas técnicas ou administrativas a fim de controlar a ocorrência de riscos para manter um ambiente seguro. Níveis de risco • Desprezível � Quando os danos podem ter controle imediato dentro da área; • Marginal � Quando os danos atingem outras unidades, mas podem ser controlados sem contaminação; • Crítica � Quando ocorrem contaminações com possibilidade de recuperação imediata; • Catastrófica � Quando atingem áreas externas, comunidades vizinhas, ou mesmo o meio-ambiente. Principais técnicas para a identificação dos riscos Análise preliminar dos riscos Método para identificar os acidentes potenciais de maior relevância. Realizado durante um planejamento de processo com características preventivas; Análise de falhas humanas Analisam as possíveis falhas que possam estar relacionadas aos erros humanos e das condições dos equipamentos; Método de análise de falhas e de defeitos Método de analise tecnológico que analisa os riscos relacionados aos equipamentos mecânicos; Análise de segurança de sistemas Avaliar e aumentar a confiabilidade e a segurança de um determinado sistema; Árvore de eventos Técnica dedutiva que tenta prever futuros acidentes a partir de um evento inicial que pode vir a culminar no evento estimado; Árvore de falhas Técnica dedutiva que a partir de um evento inicial estima as possíveis falhas que podem vir derivar da inicial; Análise preliminar de riscos Identificar riscos preliminares decorrente de novas ou mesmo instalações; Medidas de controle de risco elétrico Desenergização Um dos itens mais importantes da nova norma trata da DESENERGIZAÇÃO para o trabalho seguro. Esse conceito vai além do tradicional desligamento, pois incorpora novas etapas que garantem efetivamente a AUSÊNCIA DE TENSÃO no circuito a ser trabalhado. Item 10.5.1 da NR-10 - Somente serão consideradas desenergizadas as instalações 37 elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a seqüência abaixo: OPERAÇÕES A SEREM EXECUTADAS: A. DESLIGAR B. BLOQUEAR Significa abrir efetivamente o circuito. Significa travar, por meios mecânicos (cadeado), um dispositivo de manobra fixo numa determinada posição, de forma a numa determinada posição, impedir uma operação não autorizada. C. TESTAR D. ATERRAR Significa confirmar a ausência de tensão em cada uma das fases por meio de INSTRUMENTO APROPRIADO. Significa executar, através de DISPOSITIVOS APROPRIADOS, uma ligação elétrica intencional dos condutores de fase a um potencial de terra, que deve ser mantida durante toda a intervenção. E. PROTEGER F. SINALIZAR Significa verificar se existem circuitos energizados nas proximidades da intervenção, e, se for o caso, instalar uma PROTEÇÃO ISOLANTE. Significa utilizar ETIQUETAS e AVISOS de segurança. O empregador deve possuir um procedimento escrito para a DESENERGIZAÇÃO e DISPONIBILIZAR os recursos necessários em cada Sala Elétrica. Eqüipotencialização A eqüipotencialização é o ato de fazer com que dois ou mais corpos não possuam diferença de potencial elétrico entre eles. A eqüipotencialização é usada como forma de proteção elétrica de equipamentos e pessoas, evitando que, em caso de uma falta em um equipamento elétrico ele não venha a causar choque elétrico em um indivíduo que encoste nele pois o condutor de eqüipotencialização, também conhecido como fio terra, escoa a tensão que haveria na 38 carcaça do equipamento que houve a falta para a terra, fazendo com que não haja diferença de potencial entre a pessoa e a parte acessível do equipamento. Seccionamento automático da alimentação Proteção contra choques indiretos onde as massas estão ligadas a condutores de proteção compondo uma rede de aterramento e um dispositivo de proteção seccionado a alimentação. Dispositivo de proteção à corrente diferencial residual (DR) O dispositivo à corrente diferencial residual (DR) tem a função de interromper, num determinado prazo de tempo, a corrente elétrica fornecida a uma carga (aquecedor, bomba, lâmpada), quandouma corrente que flui para a terra (choque ou fuga devido ao mal funcionamento de algum aparelho) excede um valor predeterminado. Esta corrente é geralmente muito menor do que a requerida para acionar a proteção de sobre-corrente (fusível ou disjuntor) do circuito de alimentação. Existem no mercado diversos tipos de dispositivos DR3, que diferem basicamente quanto às seguintes especificações: IDN (sensibilidade), tempo de atuação, voltagem de operação (se 110 ou 220 V) e corrente máxima permitida (nos contatos do disjuntor). Esta última especificação determina o tamanho e formato físico do dispositivo. Na figura 1 estão esquematizados os blocos que compõem um DR típico. Como se pode observar, o dispositivo é ligado em série com a alimentação dos equipamentos a serem utilizados. Dessa forma, no caso de 220 V, as duas fases passam pelo dispositivo, enquanto que em 110 V, apenas uma fase e o neutro. De acordo com o princípio de conservação da carga (elétrons não podem ser criados e nem destruídos), toda a corrente elétrica que flui para o equipamento (If1) deve retornar para a fase 2 ou neutro (If2), após ter passado pelo mesmo. O dispositivo DR possui um transformador diferencial que acusa diferenças, entre as duas correntes acima citadas, e transfere esta informação para o circuito eletrônico que comanda o disjuntor. Este disjuntor permanecerá fechado (permitindo a passagem de corrente elétrica para o equipamento) enquanto não houver diferenças entre as duas correntes. Supondo que, por alguma falha do equipamento, uma pessoa que entra em contato com o mesmo, receba um choque elétrico (Ich), isto é, parte da corrente If1, ao invés de retornar para a fase 2 (ou neutro), circula para a terra via o corpo da pessoa, tornando a corrente If2 menor que If1, mais precisamente If2 = If1 - Ich. O transformador diferencial comunicará ao circuito eletrônico a existência de uma diferença de correntes, que por sua vez abrirá o disjuntor, interrompendo rapidamente a chegada de energia elétrica ao equipamento e à vítima. 39 A norma NBR 54101 recomenda dispositivos DR de alta sensibilidade com IDN £ 30 mA. Isto significa que a corrente elétrica será interrompida se houver fuga igual ou maior do que 30 mA. Uma outra especificação importante na escolha do DR é o tempo de atuação diferencial, ou seja, o tempo que o dispositivo demora para desligar a corrente após constatada a sua fuga. Na maioria dos modelos comercias este tempo é da ordem de 0,04 segundos. É importante destacar que choques elétricos com essa duração só se tornam perigosos quando a corrente atinge 200 mA2, valor bem acima dos 30 mA necessários para sensibilizar o DR. Assim, um dispositivo DR com sensibilidade de IDN £ 30 mA e tempo de atuação de 0,04 s garantirá o desligamento da corrente elétrica sempre que houver uma fuga de corrente igual ou maior do que 30 mA e fará isso num tempo de 0,04 s, de forma que eventual choque elétrico não represente perigo de vida nem grande incômodo para quem o receber. Todos os DRs apresentam um botão para teste que simula uma fuga de corrente, e um botão de reset para rearmar o dispositivo, depois que a causa da fuga de corrente já tenha sido eliminada. Proteção por extrabaixa tensão Instalação elétrica cuja tensão nominal é igual ou inferior a 50 V, em corrente alternada, ou a 120 V, em corrente contínua. Possui um fator alto de segurança ao fazer isolamento de sistema e funcional além de reduzir a tensão; Proteção por barreiras e invólucros Quando a isolação das partes vivas for inviável ou não for conveniente para o funcionamento adequado da instalação. Estas partes devem estar protegidas contra o contato por barreiras ou invólucros. Estas barreiras ou invólucros devem satisfazer a NBR 6146, norma que define condições exigíveis aos graus de proteção providos por invólucros de equipamentos elétricos e especifica os ensaios de tipo para verificação das várias classes de invólucros. As condições exigíveis pela NBR 6146 estão descritas no ANEXO 2. As partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás de barreiras que confiram pelo menos o grau de proteção IP3X. As superfícies superiores das barreiras ou dos invólucros horizontais que sejam facilmente acessíveis devem atender pelo menos ao grau de proteção IP4X. As barreiras e invólucros devem ser fixados de forma segura e possuir robustez e durabilidade suficientes para manter os graus de proteção e a apropriada separação das partes vivas nas condições normais de serviço, levando-se em conta as condições de influências externas relevantes. Proteção por obstáculos Os obstáculos são destinados a impedir os contatos com partes vivas, mas não os contatos voluntários por uma tentativa deliberada de contorno do obstáculo. Os obstáculos devem impedir uma aproximação física não intencional das partes vivas (por exemplo, por meio de corrimões ou de telas de arame) e o contato não intencional com partes vivas por ocasião de operação de equipamentos sob tensão (por exemplo, por meio de telas ou painéis sobre os seccionadores). Os obstáculos podem ser desmontáveis sem a ajuda de uma ferramenta ou de uma chave, entretanto, devem ser fixados de forma a impedir qualquer remoção involuntária. Quando a proteção é feita por intermédio de obstáculos, a eficácia permanente destes deve ser assegurada por sua 40 natureza, seu comprimento, disposição, estabilidade, solidez e eventual isolação, levando em conta às condições a que este está exposta. Proteção por isolação A medida de proteção contra choque por contato direto por isolação é considerada como realizada quando a isolação recobrir o total da parte viva por material isolante capaz de suportar uma matéria durável aos inconvenientes ou condições mecânicas, elétricas ou térmicas às quais ela pode ser submetida, além disto é necessário que esta matéria isolante só possa ser retirada por destruição. No caso dos equipamentos e materiais montados em fábrica, a isolação deve atender às prescrições relativas às normas desses equipamentos e materiais. Quando a isolação for feita durante a execução da instalação, a qualidade desta isolação deve ser verificada através de ensaios análogos aos destinados a verificar a qualidade da isolação de equipamentos similares industrializado. As tintas, vernizes, lacas e produtos análogos não são, geralmente, considerados como constituindo uma isolação suficiente no quadro da proteção contra os contatos diretos. Proteção por colocação fora do alcance A colocação fora de alcance é somente destinada a impedir os contatos involuntários com as partes vivas. Quando há o espaçamento, este deve ser suficiente para que se evite que pessoas circulando nas proximidades das partes vivas em média tensão possam entrar em contato com essas partes, seja diretamente ou por intermédio de objetos que elas manipulem ou que transportem. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) Consiste em abaixar a tensão para níveis seguros através do uso de transformador de separação. Como o próprio nome sugere, os equipamentos de proteção coletiva (EPC) dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores ou mesmo funcionários em atividades paralelas expostos a determinado risco. Conjunto de aterramento Aterramento temporário que eqüipotêncializa e protege contra energização indevida do circuito. Tapetes de borrachas isolantes Utilizado em subestações que proporciona isolamento a contatos indiretos. Cones e bandeiras de sinalização São utilizados com o propósito de isolar uma área onde está sendo realizada uma intervenção. Placas de sinalização Sinalizam perigo e situação de equipamentos para alertar proteger as pessoas que manuseiam tais sistemas. Protetores isolantes de borrachaou PVC para paredes elétricas Utilizados para trabalhos próximos ou em redes energizadas evitando contatos acidentais. 41 EPI - Equipamento de Proteção Individual - NR 6 Todas as empresas estão obrigadas a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, assim está disciplinado na NR 6, da Portaria nº 3.214/78. Em qualquer circunstância, o uso do EPI será tanto mais útil e trará melhores resultados, quanto mais correta for a sua indicação. Essa indicação não é difícil, mas requer certo cuidado nos seguintes aspectos: • identificação do risco: verificar a existência ou inexistência de elementos da operações, de produtos, de condições do ambiente, que sejam ou que possam vir a ser agressivos ao trabalhador; • avaliação do risco existente: determinar a intensidade e extensão do risco, quanto às possíveis conseqüências para o trabalhador; verificar com que freqüência ele se expõe ao risco e quantos trabalhadores estão sujeitos aos mesmos perigos; • indicação do EPI apropriado: escolher, entre vários EPI, o mais adequado para solucionar o problema que se tem pela frente, contando, para isto a assistência dos fabricantes e com instruções apropriadas e claras. Obs.: a) Todos os EPI, de acordo com o art. 167 da CLT, devem ser adquiridos pelos fornecedores idôneos, que possuam Certificado de Aprovação da Secretaria Nacional do Trabalho. A aquisição dos EPI sem a aprovação da SNT, não atende os requisitos exigidos pela Portaria nº 3.214/78, daí sujeito a multas pela Fiscalização do Trabalho. As empresas fabricantes de EPI respiratória com filtros químicos ou combinados, segundo a Portaria nº 3, de 03/06/91, do Depto. Segurança do Trabalhador deverão requerer os respectivos Certificados de Aprovação mediante apresentação: Memorial descritivo; Relatório de ensaio, Termo de Responsabilidade e Cópia do ao alvará de funcionamento e localização; b) De acordo com a Portaria nº 06, de 19/08/92, DOU de 19/08/92, da Diretoria do Depto. Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, os EPI de fabricação estrangeira, devem ser aprovados pelo Ministério do Trabalho e comprovar o Certificado de Aprovação - CA. A empresa fica obrigada a comunicar ao Ministério do Trabalho, qualquer irregularidade apresentada no EPI. A seguir apresentaremos uma relação de EPI que poderá servir, no caso de ajustar as atividades da empresa, como orientação para um futura consulta aos fabricantes desses equipamentos. FINALIDADE RISCO EPI INDICADO Proteção para crânio. Impactos, perfurações, choque elétrico, cabelos arrancados. Capacete de segurança. Proteção visual e facial Impactos de partículas sólidas quentes ou frias, de substâncias nocivas (poeiras, líquidos, vapores e gases irritantes), de radiações (infravermelho, ultravioleta e calor). Óculos de segurança (para soldadores, torneiros, esmeriladores, operadores de politriz e outros). Protetores faciais (contra a ação de borrifos, impacto e calor radiante). Máscaras e escudos para soldadores. Proteção respiratória. Deficiência de oxigênio, contaminantes tóxicos (gasosos e partículas). Respiradores com filtro mecânico (oferecem proteção contra partículas suspensas no ar, incluindo poeiras, neblinas, vapores metálicos e fumos). 42 Respiradores com filtros químicos (dão proteção contra concentrações leves, até 0,2% por volume, de certos gases ácidos e alcalinos, de vapores orgânicos e vapores de mercúrio). Respiradores com filtros combinados (são usados em trabalhos tais como pintura a pistola e aplicação de inseticidadas). Equipamentos de provisão de ar (ou linhas de ar). Equipamentos portáteis autônomos (de oxigênio e de ar comprimido). Proteção auricular O ruído é um elemento de ataque individual que se acumula, produzindo efeitos psicológicos e, posteriormente, fisiológicos, na sua maioria irreversíveis. Por isso, quando a intensidade de ruído pode ser prejudicial, deve-se fazer o possível para eliminá-lo ou reduzi-lo por meio de um controle da fonte ou do meio. Quando todos os métodos de controle falharam, o último dos recursos é dotar o indivíduo exposto de um equipamento de proteção auricular. Protetores de inserção, que podem ser: descartáveis ou não- descartáveis (ambos moldados ou moldáveis). Protetores externos (circum-auriculares), também conhecidos como orelheiras ou tipo-concha. Proteção de tronco Projeção de partículas; golpes ligeiros; calor radiante, chamas; respingos de ácidos, abrasão; substâncias que penetram na pele, umidade excessiva. Aventais de couro - Vaqueta e Raspa (para trabalhos de soldagem elétrica, oxiacetilênica e corte a quente, e, também são indicados para o manuseio de chapas com rebarbas). Aventais de PVC (para trabalhos pesados, onde haja manuseio de peças úmidas ou risco de respingos de produtos químicos). Aventais de amianto (para trabalhos onde o calor é excessivo). Jaquetas (para trabalhos de soldagem em particular, soldagens em altas temperaturas, trabalhos em fornos, combate a incêndios). Proteção de membros superiores Golpes, cortes, abrasão, substâncias químicas, choque elétrico, radiações ionizantes. Luvas de couro - Vaqueta e Raspa (para serviços gerais de fundição, cerâmicas e funilarias, usinagem mecânica, montagem de motores, usinagem a frio, manuseio de materiais quentes até 60ºC, carga e descarga de materiais, manuseio e transporte de chapas). Luvas de borracha (para eletricistas e para trabalho com produtos químicos em geral, exceto solventes e óleos, serviços de galvanoplastia, serviços úmidos em geral). Luvas de neoprene (empregadas em serviços que envolvem uso de óleo, graxas, gorduras, solventes, petróleo e derivados, inspeções em tanques contendo ácidos, serviços de galvanoplastia). Luvas de PVC (para trabalhos com líquidos ou produtos químicos que exijam melhor aderência no manuseio, lavagem de peças em corrosivos, manuseio de ácidos, óleos e graxas/gorduras, serviços de galvanoplastia). Luvas de hexanol (empregadas em serviço com solventes, manuseio de peças molhadas - hexanol - corrugado, em serviços que envolvem uso do petróleo e derivados). Luvas de tecidos (de lona, de lona flanelada, de grafatex, de feltro, de lã, de amianto, de malha metálica). Proteção dos membros inferiores. Cortes por superfícies cortantes e abrasivas, substâncias químicas, cinzas quentes, frio, gelo, perigos elétricos, impacto de objetos pesados, superfícies quentes, umidade. Sapatos (com biqueira de aço; condutores; anti-fagulhas; isolantes; para fundição). Guarda-pés (são recomendados para trabalhos em fundições, forjas, fábricas de papel, serralherias, fábricas de gelo). Botas de borracha (e outros materiais similares). Perneiras (de raspa de couro, são usadas pelos soldadores e fundidores, sendo as mais longas, são utilizadas em trabalhos com produtos químicos, líquidos ou corrosivos). Proteção coletiva. Equipamentos de proteção coletiva são aqueles que neutralizam a fonte do risco no lugar em que ele se manifesta, dispensando o trabalhador do uso de Os protetores dos pontos de operação em serras, em furadeiras, em prensas, os sistemas de isolamento de operações ruidosas, os exaustores de poeiras, vapores e gases nocivos, os dispositivos de 43 equipamento de proteção individual. proteção em escadas, em corredores, em guindastes, em esteiras transportadoras são exemplos de proteções coletivas que devem ser mantidas nas condições que as técnicas de segurança estabelecem e que devem ser reparadas sempre que apresentarem uma deficiência qualquer. A observação
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