Buscar

A EVOLUÇÃO DOS EDIFÍCIOS EM ALVENARIA AUTO-PORTANTE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
 
ENGENHARIA CIVIL – DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E FUNDAÇÃO 
 
PEF- 5707 “Concepção, projeto e realização das estruturas: aspectos históricos” 
 
Prof. Dr. Henrique Lindenberg Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seminário: A EVOLUÇÃO DOS EDIFÍCIOS EM ALVENARIA AUTO-PORTANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: Alexandre Souza Silva 
1. INTRODUÇÃO – HISTÓRICO 
 
 
Até o início do século XX a alvenaria, em suas diversas formas, foi o principal 
material de construção e atualmente o tijolo é o mais velho material de construção 
manufaturado, em uso. 
 
A alvenaria como suporte de edifícios de grande altura foi intensivamente explorada 
pelo gênio humano. As grandes catedrais dos séculos XII e XVII que chegaram até 
nossa época intactas são exemplos eloqüentes. 
 
Considerada uma das maiores produções da técnica da antigüidade, o Farol de 
Alexandria (fig. 1) foi construído por volta de 300 a.C. pelo arquiteto grego Sóstrato de 
Cnido. Sobre uma base quadrada erguia-se uma esbelta torre octogonal de cerca de 
150 metros de altura, que por mais de cinco séculos guiou todos os navegantes num 
raio de 55 quilômetros da antiga capital egípcia. Durante a noite, uma enorme chama 
era mantida acesa na base do edifício e o combustível utilizado era, provavelmente, 
estrume ressecado. Um jogo de espelhos de bronze levava a luz até o topo e a emitia 
para o alto mar. O efeito era tão grandioso que, segundo relatos da época, era como se 
um sol brilhasse à noite. Essa obra, feita toda em granito, ruiu no século XIII, quando 
terremotos e deslizamentos tragaram boa parte de Alexandria, acabando com o brilho 
da "cidade dos mil palácios". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1 
 
 Porém, todas as estruturas de alvenaria erguidas até o início deste século foram 
dimensionadas empiricamente. Intuitivamente, projetistas e construtores compreendiam 
como as cargas eram transferidas pelas paredes resistentes para o solo. 
 
 Alguns sábios criaram teorias que explicavam corretamente aspectos isolados da 
capacidade de resistência da alvenaria. Podemos destacar Aristóteles e da Vinci (teoria 
do arco) e Leonard Euler (flambagem em pilares de alvenaria). 
 
 No entanto, apesar destas teorias, a concepção estrutural não deixou de ser 
intuitiva e o dimensionamento, empírico. 
 
 Um marco importante na história da alvenaria estrutural foi o Edifício 
“Monadnock” (fig. 2), construído em Chicago entre 1889 e 1891. Apresentando 16 
andares e 65 metros de altura, sua estrutura em alvenaria armada era constituída por 
paredes de 1,80 m de espessura na base, que iam diminuindo 10 cm a cada andar 
sucessivamente, até chegar ao 160. com paredes de 30 cm de espessura, pois esta era 
a dimensão considerada mínima para que uma edificação de pé-direito até 3 metros 
fosse considerada segura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2 
 
 Sua construção foi considerada na época como o limite dimensional máximo 
para estruturas de alvenaria calculadas pelos métodos empíricos até então 
empregados. Se este edifício fosse calculado hoje, empregando os mesmos materiais, 
as paredes resistentes do térreo teriam 30 cm de espessura. 
 
 À medida, porém, que o concreto começou a ser desenvolvido e conhecido mais 
e mais através deste século, inúmeros usos e técnicas foram criados com a mistura do 
cimento, pedra e areia e a adição do aço. Isto fez com que o concreto armado 
permitisse outras possibilidades estruturais, até então limitadas, na construção de 
paredes e arcos com blocos ou tijolos. 
 
 A Revolução Industrial e o desenvolvimento de máquinas cada dia mais 
aperfeiçoadas para a produção em série possibilitaram a geração de blocos de concreto 
no peso e na medida da capacidade do homem de assentá-los em grande quantidade 
ao longo de um dia de trabalho. A partir da metade deste século, um grande número de 
paredes construídas com blocos vazados de concreto, armadas e não armadas, foi 
submetido a ensaios de laboratório, em vários pontos dos USA. Isso propiciou o 
desenvolvimento de parâmetros, que permitiu a formulação de equações, onde 
esforços solicitados e resistentes se relacionassem através de coeficientes de 
segurança para o cálculo das paredes. Era a fuga do pragmatismo do passado, onde 
predominavam as regras do empirismo, passadas de geração à geração. 
 
Nos USA, após o terremoto de Long Beach, Califórnia em 1933, o uso da 
alvenaria simples (não armada) foi proibida nas regiões sujeitas a abalos sísmicos. 
Começaram a surgir os primeiros conceitos teóricos de alvenaria armada. 
 
No início da década de 50 outra revolução na concepção estrutural aconteceu. 
Após inúmeras pesquisas experimentais, o engenheiro suíço Paul Haller dimensionou e 
construiu na Basiléia, em 1951, um edifício de 13 andares (42 m) em alvenaria não 
armada, com paredes resistentes internas de 15 cm de espessura e externas de 37,5 
cm . Este edifício pode ser considerado como o primeiro em alvenaria estrutural não 
armada. 
 
 Em 1957, em Zurich, Suíça, foi construído o maior edifício do mundo em 
alvenaria estrutural, até então (fig. 3) . Possui 18 pavimentos, com as espessuras das 
paredes internas de 25 cm e nas externas, 38,5 na base do edifício. 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 3 
 
Em maio de 1966 foi editado o primeiro código americano de alvenaria estrutural, 
denominado “Recommended Building Code Requirements for Engineered Brick 
Masonry”. 
 
Neste mesmo ano, foi erguido em Denver, Colorado, a mais arrojada estrutura, 
até aquela data, em alvenaria armada. O edifício “Park Mayfair East” (fig. 4) destacou-
se por ser o primeiro edifício de grande altura a ser construído em zona sísmica 
somente em alvenaria estrutural. Possui 17 pavimentos, com paredes de espessura de 
27,5 cm no pavimento térreo. Possui ainda lajes protendidas de 35 cm, vencendo vãos 
de 11 m. Já esteve sujeito a distúrbios sísmicos moderados (grau superior a cinco na 
escala Richter) sem qualquer efeito prejudicial em sua estrutura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 4 
 Outro acontecimento importante para a alvenaria estrutural data de 1967, 
em Austim, Texas. Foi realizado o primeiro congresso internacional sobre o tema. Após 
este evento, cujos anais publicados por Johnson se transformaram em um texto 
clássico, onde a alvenaria começou o tornar-se reconhecida com uma estrutura racional 
e precisa. 
 
 Como exemplo significativo de edifício projetado e construído com o 
conhecimento científico desenvolvido neste século, podemos destacar o Hotel 
Excalibur, em Las Vegas, USA (figs. 5 e 6) , com 28 pavimentos e blocos de 19 cm de 
espessura em suas paredes estruturais, suportando toda a carga do edifício, do 1º ao 
28º andar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 5 Figura 6 
 
 
2. A ALVENARIA ESTRUTURAL NO BRASIL 
 
A história brasileira registra que a técnica da utilização da taipa, aqui chegada nos 
primórdiosda colonização, difundiu-se largamente representando elemento 
preponderante na construção de prédios em que a durabilidade era a preocupação 
maior. A taipa (fig. 7) é uma terra simplesmente apiloada, socada. Para adquirir a 
rigidez imprescindível a uma estrutura, ela requer espessura tremendamente 
exagerada, o que sacrifica os espaços da edificação. O desenvolvimento impunha a 
modernização das paredes a fim de se obter maiores espaços úteis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 7 
 
 As cidades se ampliavam, requerendo melhorias nas edificações urbanas e 
exigindo um sentido estético mais compatível com as mudanças econômicas, culturais 
e políticas da sociedade. Mas São Paulo, em particular, se modernizava rapidamente. 
Surgem os edifícios em concreto armado e as construções em aço. Mas os primeiros 
edifícios em alvenaria estrutural armada foram construídos em São Paulo em 1966, no 
Conjunto Habitacional “Central Parque da Lapa” (fig. 8). Com 4 pavimentos, 
apresentavam blocos de concreto com 19 cm de espessura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 8 
 
 Porém, o marco mais importante foi a construção em 1972 de 4 edifícios de 12 
pavimentos no mesmo conjunto. (fig. 9) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 9 
 
 
 Outro edifício que ganhou destaque na década de 70, foi o “Muriti”, em São José 
dos Campos, SP. (fig. 10) . Possui 16 pavimentos, blocos de 19 cm em alvenaria 
armada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 10 
 Em alvenaria estrutural não armada, o pioneiro foi o Edifício Jardim Prudência 
(fig. 11), erguido em São Paulo em 1977. Ele possui 9 pavimentos com paredes 
resistentes de alvenaria de blocos sílico-calcários de 24 cm. 
 
 
 
 
 Figura 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Com o aprimoramento das técnicas com a utilização dos blocos estruturais, o 
mercado começa a dar espaço para novas edificações. Em 1988, são construídos 12 
edifícios no bairro do Brás, em São Paulo, com 19 pavimentos (fig.12). Até então eram 
os edifícios mais altos já construídos no Brasil, em alvenaria estrutural armada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 12 
 Nos anos 90 é construído o edifício residencial “Solar dos Alcântara”, no bairro 
da Penha, em São Paulo, com 21 pavimentos, que a partir de uma laje de transição em 
concreto armado no térreo tem suas paredes de carga construídas com blocos de 14 
cm de espessura, do 1 º. ao 21º pavimentos. 
 
 A evolução tecnológica engloba também os blocos cerâmicos estruturais. 
Vejamos alguns exemplos: 
 
• Exemplo da versatilidade e potencial plástico do bloco cerâmico estrutural; edifício 
de 5 pavimentos no Guarujá – São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Condomínio em Ubatuba – SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Laboratório de Instalações Prediais – EPUSP 
Torre hidráulica, com 9 pavimentos, 25 m, blocos 14 cm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Conjunto residencial parque das Flores – Jundiaí – SP 
Edifícios de 4 pavimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
Principais vantagens: 
 
• Técnicas de execução simplificadas: proporciona maior rapidez à construção por 
se tratar de uma construção racionalizada; 
• Menor diversidade de materiais empregados: excluem-se as fôrmas para vigas e 
pilares, o no caso de blocos aparentes, dispensam o revestimento externo; 
• Redução no número de especializações da mão de obra ocupada: como por 
exemplo o marceneiro e o armador; 
• Eliminação de interferências, no cronograma executivo, entre os sub-sistemas: a 
existência de apenas um elemento para assumir as múltiplas funções de ambos 
é bastante vantajoso, não só pela facilidade construtiva que proporciona mas 
também por eliminar problemas que surgem nas interfaces entre este sub-
sistemas. 
 
Principais desvantagens: 
 
• O desempenho da alvenaria é altamente influenciado por fatores inerentes à 
maneira como ela é executada: isso exige controle de qualidade eficiente tanto 
dos materiais empregados como do componente alvenaria. Mão de obra 
qualificada e bem treinada e uma constante fiscalização são imprescindíveis. 
• A concepção estrutural inibe a destinação do edifício e condiciona o projeto 
arquitetônico: a necessidade de paredes internas enrijecedoras subdivide o 
espaço em cômodos de dimensões relativamente pequenas. O usuário não tem 
a mesma flexibilidade para remover paredes a fim de se aumentar um 
determinado ambiente, como no caso de uma estrutura reticulada. 
 
 
 
 
4. A ESTABILIDADE DOS EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
 
Algumas recomendações para a disposição das paredes no projeto são citadas a 
seguir: 
 
• Paredes distribuídas em duas direções transversais 
• Cuidados com o colapso progressivo 
• Paredes sobrepostas andar a andar 
• Paredes uniformemente distribuídas em planta 
• Plantas preferencialmente simétricas 
• Ligação efetiva entre painéis de parede 
• Ligação efetiva entre paredes e lajes 
• Lajes com capacidade de funcionamento com diafragma rígido 
• Vãos relativamente pequenos 
• Limitações na altura e comprimento das paredes 
• Evitar quebras 
 
 
 
 
 
 
A seguir, são apresentadas ilustrações que ajudam a evidenciar o correto 
posicionamento das paredes visando uma geometria estável e segura, além do fluxo de 
cargas atuantes em uma parede. 
 
 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
• SALVADORI, M. – Why Buildings Stand Up. – W.W. Norton, New York, 1980 
• SABBATINI, F.H. – O processo construtivo de edifícios de alvenaria estrutural sílico-
calcária - EPUSP – Dissertação de Mestrado, 1984 
• ABCI – Manual Técnico de alvenaria, 1990 
• Notas de aula do curso “Tecnologia dos Processos Construtivos em Alvenaria 
Estrutural” – PECE 
• Notas de aula do curso “Concepção, projeto e realização das estruturas: aspectos 
históricos” - PEF- 5707 
• Notas de aula do curso “Alvenaria estrutural com blocos vazados de concreto”- Arq. 
Carlos Alberto Tauil 
• Internet: 
 
http://ce.eng.usf.edu/pharos/wonders/ -> Farol de Alexandria 
http://www.excalibur-casino.com/accommodations.html -> Excalibur Hotel 
http://www.glasser.com.br/ -> Glasser 
http://www.bia.org -> The Brick Industry Association 
http://www.greatbuildings.com

Continue navegando