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5/30/2014 1 Profa. Dra. Daniela L. Ambrósio Bioenergética, Glicólise Bioenergética, Glicólise e Gliconeogênesee Gliconeogênese Metabolismo Vias metabólicas (catalisadas por enzimas) Obtenção de energia química - energia solar ou degradação de nutrientes ricos em energia Converter moléculas dos nutrientes em outras necessárias para o funcionamento celular (precursores) Polimerizar precursores monoméricos em macromoléculas (proteínas, ácidos nucleicos e polissacarídeos) Sintetizar e degradar biomoléculas (ex. lipídeos de membrana, mensageiros intracelulares, pigmentos, etc) 5/30/2014 2 Metabolismo: processo pelo qual as células utilizam a energia necessária obtida pela conversão de nutrientes alimentares (gorduras, proteínas, CHs) em uma forma de energia biologicamente utilizável - Os organismos podem ser divididos de acordo com a forma pela qual eles obtém carbono do meio ambiente Autotróficos Heterotróficos 5/30/2014 3 - autotróficos: CO2 atmosférico como fonte de C para a síntese de biomoléculas - relativamente autossuficientes. - heterotróficos: o C e obtido a partir do meio ambiente na forma de moléculas orgânicas relativamente complexas como a glicose. - Alguns organismos autotróficos, como as cianobactérias, também podem utilizar N atmosférico para a produção de compostos nitrogenados - Fonte de N para a síntese de aminoácidos, nucleotídeos e outros componentes 5/30/2014 4 - A reciclagem de C, O e N dependem do equilíbrio adequado entre as atividades dos organismos autotróficos e heterotróficos na biosfera - Esses ciclos são impulsionados por um enorme fluxo de energia na biosfera - Nos processos metabólicos, existe uma perda de energia útil (energia livre) e um aumento na energia não utilizável (calor e entropia) METABOLISMO - Soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo, por uma serie de reações catalisadas por enzimas que constituem as vias metabólicas – catabolismo e anabolismo - Metabólitos: intermediários metabólicos formados durante a conversão de um precursor em um produto CATABOLISMO: Moléculas nutrientes orgânicas são convertidas em produtos finais menores e mais simples, liberando energia - degradação ANABOLISMO: Precursores pequenos e simples vão formar moléculas maiores e mais complexas – biossíntese 5/30/2014 5 - As enzimas realizam tanto a degradação quanto a síntese de biomoléculas nas vias metabólicas - Necessidade de regulação dos processos catabólicos e anabólicos (ativação e supressão) REGULAÇÃO: 1) Disponibilidade do substrato 2) Regulação alostérica (por um intermediário metabólico ou por uma coenzima) - A energia química dos combustíveis e utilizada para a síntese de macromoléculas complexas, formação de gradientes de concentração ou elétricos, movimento, calor e em alguns organismos, em luz. E os organismos fotossintéticos transformam a energia luminosa em todas essas outras formas de energia 5/30/2014 6 - Bioenergética: estudo quantitativo das transformações entre as várias formas de energia nas células vivas, bem como a natureza e a função dos processos envolvidos 1ª Lei da termodinâmica: em qualquer transformação física ou química, a quantidade total de energia permanece constante, embora possa mudar a forma de energia. 2ª Lei da termodinâmica: todas as transformações químicas tendem a ocorrer em uma direção tal que a energia útil sofre degradação irreversível para uma forma desordenada chamada ENTROPIA (energia inútil). Bioenergética e termodinâmica - Entropia (S): fração de energia perdida para o universo toda vez que uma transformação ocorre. Nas transformações espontâneas é sempre positiva e corresponde ao grau de desordem do sistema. Adquire energia livre ΔG positivo reação endergônica - Entalpia (H): é o conteúdo de calor do sistema reagente - Energia livre de Gibbs (G): quantidade de energia capaz de realizar trabalho durante uma reação a temperatura e pressão constantes Liberação de calor ΔH negativo reação exotérmica Liberacao de energia livre ΔG negativo reação exergônica Adquire de calor ΔH positivo reação endotérmica 5/30/2014 7 - As 3 formas de energia estão relacionadas pela equação: - Em resumo, os organismos vivos preservam sua organização interna por captarem a energia livre do meio na forma de nutrientes ou luz solar, e devolverem a ele uma quantidade de energia igual, na forma de calor e entropia - As células heterotróficas e fotossintetizantes transformam a energia livre adquirida em ATP e em outros compostos ricos em energia, capazes de fornecer energia para a realização de trabalho biológico em temperatura constante. G = H - TS G = Variação de energia livre do sistema (kJ/mol ou kcal/mol) H = Variação de energia calorífica do sistema - Entalpia (H) S = Variação de entropia (S) T = Temperatura absoluta (K) - A variação de energia livre em uma reação esta diretamente relacionada ao equilíbrio: ΔG negativo – reação ocorre no sentido direto ΔG igual a zero – reação em equilíbrio ΔG positivo – reação ocorre no sentido inverso - Os principais compostos celulares que apresentam um ΔG alto de hidrólise (altamente energéticos) são: A) Compostos pirofosfatados: nucleotídeos (Ex. ATP) ATP + H2O ADP + Pi ΔG = -7300 cal/mol 5/30/2014 8 B) Fosfatos de acila: ésteres fosfóricos dos ácidos carboxílicos (Ex. ácido 1,3-difosfoglicérico) ácido 1,3-difosfoglicérico + H2O ácido 3-fosfoglicérico + Pi ΔG = -11800 cal/mol C) Fosfato enólico (Ex. ácido fosfoenolpirúvico) ácido fosfoenolpirúvico + H2O ácido pirúvico + Pi ΔG = -14800 cal/mol D) Tioésteres (Ex. acetil-coenzima-A– acetil-CoA) ΔG = -7500 cal/mol H2O+ O CH3 C S CoA CH3 C OH O + Coenzima A E) Fosfatos de guanidina: fosfatos de creatina e de arginina (Ex. fosfocreatina) ΔG = -10300 cal/mol H Gº' = -10300 Cal/Mol Creatina + HO P OH OH O H2N C N CH2 NH CH3 H2O+ Fosfocreatina HO P N C N CH2 O O NH CH3H COOH COOH 5/30/2014 9 - Acoplamento de reações: aproveitamento da energia livre liberada na catálise para realizar uma reação anabólica - A maior parte da energia produzida na célula (mais de 90%) origina-se das reações de oxido–redução. Essas reações envolvem a perda de elétrons por substâncias que serão oxidadas e o ganho de elétrons pelas que serão reduzidas - Esse processo de transferência de elétrons é exergônico e é realizado por uma série de transportadores até o oxigênio molecular. A energia liberada é utilizada na síntese de ATP 5/30/2014 10 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS - A glicose tem um papel fundamental no metabolismo de plantas, animais e vários microorganismos, por ser relativamente rica em energia potencial glicólise GLICOSEGLICOSE PIRUVATOPIRUVATO ENERGIA RIBOSERIBOSE--55--PP DNA, RNA, coenzimas via das pentoses fosfato POLISSACARÍDEOSPOLISSACARÍDEOS GLICOGÊNIO, AMIDOGLICOGÊNIO, AMIDO 5/30/2014 11 - O armazenamento da glicose como polímero (amido e glicogênio) permite a célula estocar grandes quantidades sem interferir na osmolaridade - A oxidação completa da glicose a CO2 e H2O ocorre com um ΔG de -2840 kJ/mol - Além de ser um excelente combustível, a glicose também e um precursor versátil - A oxidação da glicose pela via das pentoses-fosfato produz ribose-5- fosfato para a síntese de ácidos nucleicos e NADPH - Os organismos fotossintéticos sintetizam a glicose a partir de precursores simples de 3 ou 4 C, pelo processo de gliconeogênese GLICÓLISE - Uma molécula de glicose e degradada em uma série de reações catalisadas por enzimas, gerando duas moléculas de piruvato, na ausência de O2 - Durante essas reações sequenciais, parte da energia livree conservada na forma de ATP e NADH - A quebra da glicose ocorre em 10 etapas, sendo que as 5 primeiras constituem a fase preparatória ou primeira fase - Glicólise: do grego glykys (doce) e lysis (quebra) - A glicólise ocorre em 2 fases: na primeira há o consumo de energia e na segunda há a produção de energia 5/30/2014 12 Primeira fase ou Fase preparatória fosforilação Mg2+ Mg2+ isomerização fosforilação Mg2+ clivagem isomerização Gasto energético 2 ATPs Segunda fase ou fase de compensação oxidação e fosforilação formação de ATP transferência do grupo P Mg2+ Mg2+ desidratação Mg2+ formação de ATP K+ e Mg2+ ou Mn2+ Rendimento liquido de ATP: 4 ATPs, mas 2 foram consumidos na primeira fase, restando 2 ATPs 5/30/2014 13 Equação geral da glicólise - O piruvato ainda contem a maior parte da energia existente na glicose, que pode ser extraída por reações oxidativas durante o ciclo de Krebs e na fosforilação oxidativa REGULAÇÃO DA GLICÓLISE - O fluxo da glicose na via glicolítica deve ser regulado para a manutenção de níveis constantes de ATP - O ajuste se da pela interação entre o consumo de ATP, regeneração de NADH e a regulação alostérica de algumas enzimas (hexoquinase (1), PFK-1 (2) e piruvato quinase (3) (1) (2) (3) 5/30/2014 14 - A captação de glicose para a glicólise é regulada pelos hormônios glucagon, adrenalina e insulina. - Mediada pela família GLUT de transportadores (GLUT1 e 2 nos hepatócitos e GLUT3 nos neurônios. GLUT4 no músculo esquelético, músculo cardíaco e tecido adiposo, que se desloca para a membrana somente com o sinal da insulina) - Portanto, no músculo esquelético, músculo cardíaco e tecido adiposo, a captação e o metabolismo da glicose dependem da liberação normal de insulina pelas células beta pancreáticas em resposta a concentração de glicose presente na corrente sanguínea. 5/30/2014 15 - Na diabetes melito tipo 1 (ou insulino dependente), a falta de insulina para a captação de glicose pela célula resulta em hiperglicemia. Incapazes de captar a glicose, o músculo e o tecido adiposo utilizam os ácidos graxos armazenados como triacilgliceróis como fonte de energia - No fígado, a degradação dos ácidos graxos leva a formação dos corpos cetônicos que são levados para outras partes do organismo. O acúmulo desses corpos cetônicos leva a cetoacidose (elevação do pH sanguíneo), que é uma condição letal. - O metabolismo da glicose em mamíferos e limitado pela taxa de captação da glicose pelas células e sua fosforilação pela hexoquinase Destinos do piruvato ou ácido pirúvico 5/30/2014 16 - Condições aeróbicas: piruvato é oxidado a acetato (acetil-CoA), que entra no ciclo de Krebs e é oxidado a CO2 e H2O - Condições anaeróbicas: fermentação láctica e alcoólica Fermentação Fermentação láctica - Quando os tecidos animais não são supridos com O2, para a oxidação aeróbica do piruvato e do NADH, o NAD+ é regenerado pela redução do piruvato a lactato Fermentação alcoólica - Leveduras e outros microorganismos fermentam a glicose em etanol e CO2 em um processo de 2 etapas: - TPP (tiamina-pirofosfato): coenzima derivada da vitamina B1 (beriberi) 5/30/2014 17 Vias alimentadoras da glicólise - Alem da glicose, outros CHs são catabolizados na glicólise. Ex. polissacarídeos (amido e glicogênio), dissacarídeos (maltose, lactose, trealose e sacarose) e monossacarídeos (frutose, manose e galactose) 5/30/2014 18 GLICONEOGÊNESE - Durante períodos de jejum mais longo ou após exercício físico vigoroso, há o esgotamento das reservas de glicogênio e a glicose necessita ser produzida - A gliconeogênese converte o piruvato e compostos relacionados (3 - 4C) em glicose - Em mamíferos, a gliconeogênese ocorre principalmente no fígado - Em plantas, as gorduras e proteínas estocadas nas sementes são convertidas em sacarose para o desenvolvimento da planta - A glicose e seus derivados são precursores para a síntese da parede celular, nts, coenzimas e outros metabolitos essenciais para as plantas - A gliconeogênese e a glicólise não são vias idênticas ocorrendo em direções opostas, embora compartilhem varias etapas (7 etapas) - Em animais, as 2 vias ocorrem principalmente no citosol - A glicose produzida pela gliconeogênese no fígado, nos rins ou ingerida via alimentação e transportada aos tecidos pela corrente sanguínea 5/30/2014 19 - Equilíbrio de NADH no citosol PEP: fosfoenolpiruvato 5/30/2014 20 - Balanço da gliconeogênese: consumo de 4 ATP, 2 GTP e 2 NADH regulação 5/30/2014 21 Via das pentoses-fosfato ou via do fosfogliconato - Não é uma via principal para a obtenção de energia a partir da oxidação da glicose - O principal destino metabólico da glicose-6-P é a degradação a piruvato e oxidação no ciclo do ácido cítrico para a formação de ATP - Na via das pentoses, a glicose-6-P leva a formação de produtos necessários para o funcionamento da célula, como RNA, DNA, coenzimas (ATP, NADH, FADH2 e CoA) - A via das pentoses possui uma fase oxidativa e outra não oxidativa, mas ambas ocorrem no citoplasma - A fase não oxidativa recicla o produto da fase oxidativa em glicose-6-P - A entrada da glicose-6-P na glicólise ou na via das pentoses-fosfato depende das necessidades momentâneas da célula e da concentração de NADP+ no citosol 5/30/2014 22 Biossíntese do glicogênio (músculo e fígado) - A glicose e transferida da UDP-glicose a extremidade não redutora do glicogênio - A ramificação da cadeia e feita por uma enzima especifica - A síntese de amido nos vegetais ocorre nos cloroplastos, em um processo semelhante ao do glicogênio, mas usando ADP-glicose como substrato
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