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POLUICAO da AGUA

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MEIO AMBIENTE
Prof. Delfim S. Neves
POLUIÇÃO
Conceitos: 
 Poluir significa sujar, manchar. O ato ou efeito de poluir é designado de poluição.
Juridicamente, poluição é a inclusão de qualquer fator ao ambiente que venha a provocar alteração de suas qualidades naturais, impondo ao vizinho condições modificadas de seu meio.
Cientificamente, poluição ambiente é mais caracterizada pela impureza introduzida em um determinado momento do que pelo fato do lançamento da impureza no meio. Poluição é o resultado indesejável da impureza e das ações de transformação das características naturais de um ambiente.
Biologicamente, a poluição se dá quando compostos ou microrganismos indesejáveis penetram no ambiente, alterando suas propriedades químicas e físicas, colocando em perigo o equilíbrio da composição e distribuição das populações.
Na área sanitária, poluição é aquilo que possa provocar alterações na comunidade biótica de um ambiente. Toda espécie animal ou vegetal, surgida no meio após alguma alteração, deve ser tratada como indicadora de poluição.
A lei federal 6.938 / 81 define poluição como toda alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas que possam constituir prejuízo à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações e, ainda, possa comprometer a biota e a utilização dos recursos para fins comerciais, industriais e recreativos.
	Poluição natural é aquela essencialmente produzida por fatores naturais, como por exemplo, as nuvens de cinzas vulcânicas e os gases emanados das erupções, como o vapor d’água, hidrogênio, enxofre, carbono, cloro e dióxido de carbono. As combustões naturais originadas em florestas. A dispersão de grãos de pólen e várias resinas voláteis de plantas que provocam problemas alérgicos quando inaladas. Exagero na multiplicação em massa de algumas espécies de microalgas que secretam fitoplanctontoxinas na água atingindo valores críticos. Contaminação ambiental por mais de 200 espécies de fungos secretores de substâncias inflamatórias de mucosas da boca, faringe e olhos.
	Poluição antrópica ( provocada por atividades humanas ). 
Várias substâncias químicas usadas no nosso cotidiano originadas da explosão industrial e da descoberta de novos produtos provocam doenças ou morte, e até a extinção de espécies Substâncias com alto poder de dano ambiental. Conhecem-se, hoje, cerca de 100.000 tipos desses tóxicos ambientais.
MEIO AMBIENTE
Prof. Delfim S. Neves
Água
	A água encontra-se disponível sob várias formas e é uma das substâncias mais comuns existentes na natureza, cobrindo a maior parte do nosso planeta. O seu estado físico mais notado é o líquido, constituindo um recurso natural renovável por meio do ciclo hidrológico. 
Todos os seres vivos necessitam da água para sobreviver. A água participou dos momentos determinantes do desenvolvimento da vida no planeta há pelo menos 3.8 bilhões de anos atrás. Não é a toa que se vive procurando por ela em outros planetas. Onde existe água, em tese, existe vida. No nosso caso, sua ausência significa o fim da vida. Entretanto, na Terra há muita água. 
Aspectos da importância da água na Biosfera :
As águas cobrem 75% da superfície do planeta, contudo, mais de 97% dessa água é salgada, e menos de 3% é água doce. Desta última, 68,9% está congelada nas calotas polares e glaciares; 29,9% se encontra no subsolo, 0,9% compõem a umidade do solo e dos pântanos e apenas 0,3% encontra-se nos rios, lagos, plantas e animais. É dessa ínfima quantidade, que vem quase todo o consumo humano. Mas ai é que começam os problemas, principalmente em razão da poluição e do desperdício.
Já estamos em risco
Os oceanos cobrem a maior parte da superfície terrestre e contém biodiversidade maior do que a das florestas tropicais. Cerca de 300 km (largura) de águas costeiras contém mais da metade da totalidade de espécies biológicas dos oceanos e respondem por quase toda a produção de pesca do mundo. Os oceanos contem ecossistemas que estão em risco cada vez maiores; ameaçados pela pesca excessiva de grande escala (cerca de 100 milhões de toneladas peixes são retiradas por ano dos oceanos); construção de portos para recepção de navios de carga de tamanhos monumentais e outras estruturas, além de derrames de petróleo, efluentes industriais e domésticos.
	As atividades humanas: agricultura, indústria, mineração, geração de energia, descarte de resíduos das mais variadas fontes, crescimento demográfico, urbanização, abastecimento e as mudanças climáticas – têm impacto sobre a qualidade da água. 
O Brasil, mesmo contendo enormes reservas de água doce (12% do total mundial), também apresenta alguns aspectos preocupantes. A Amazônia (região Norte) despeja no oceano 78% da água superficial que corre no país, por outro lado, na região Sudeste, onde estão as grandes metrópoles do país, existe apenas 6% de toda água doce do Brasil o que representa um enorme déficit, porque na região Sudeste irriga-se cerca de 50% da produção agrícola, dá-se de beber a cerca da metade da população do país (187 milhões) e fornece água para produzir mais de 55% do PIB nacional. Isso coloca a região Sudeste num patamar critico, com menos de 10% do volume de água/habitante preconizado pelas Nações Unidas que é de 200 m3/seg/ano. 
Algumas conseqüências mundiais:
1. Com o crescimento populacional chegando a 7 bilhões (2011), as demandas se tornam cada vez maiores por energia, alimentos e as mais variadas atividades humanas. Isso em médio prazo aumentará a escassez e até falta total de água doce para o consumo humano e animal. No século XX, enquanto a população mundial cresceu 4 vezes, o consumo de água cresceu 7 vezes. Some-se a isso, a dependência de um gerenciamento precário dos corpos de água, a falta de conservação adequada dos mananciais, a poluição dos lençóis freáticos, aquíferos e bacias hidrográficas.
Devemos considerar as enormes áreas do planeta ocupadas por desertos e o aumento de inúmeras áreas que sofrem desertificação pelo manejo equivocado do solo, além das águas doces serem distribuídas de forma heterogênea em todo mundo. 
A maior parte do Oriente médio, da África e da América central e do Oeste dos EUA já se encontram em carência (estresse hídrico) e/ou ausência de água. A escassez, certamente limita o desenvolvimento e o crescimento industrial e agrícola, pondo em risco: a saúde, a nutrição e o desenvolvimento econômico das nações de todo o mundo, principalmente das mais pobres.
Segundo a UNICEF (2009), estima-se que hoje quase 42% da população mundial ou 2,6 bilhões de pessoas vivam sem acesso à coleta e tratamento de esgotos além da própria escassez de água. 
Conservação 
Na verdade, a água doce (recurso natural limitado) tem sido tratada como um recurso ilimitado, barato e fornecido em qualquer quantidade. Portanto, para prevenir a escassez, as nações devem exercer um gerenciamento mais eficiente desse recurso, introduzir o “reuso”, prevenir a poluição e promover a conservação dos mananciais. Faz-se necessário também, a correta utilização dos oceanos e a proteção dos recursos marinhos que são fundamentais para toda a vida futura do planeta. A vida na Terra começou nos mares. As espécies marinhas representam um papel central nos ciclos biológicos, químicos e físicos dos quais todas as formas de vida dependem.
Os recursos hídricos para aproveitamento humano
Há duas formas de caracterizar os recursos hídricos:
A quantidade e a qualidade. Ambas as formas são intimamente relacionadas.
Impactos sobre a quantidade da água
A escassez e estiagem devidas ao desmatamento e a urbanização podem ter efeitos sobre o ciclo hidrológico. As cheias e inundações observadas principalmente nas cidades são derivadas da impermeabilização do solo e dos efeitos do crescimento urbano desordenado. Além disso, com o aquecimento global haverá um grande desequilíbrio na distribuição das chuvas e a capacidade dos ecossistemas em recompor suas reservas estaráprejudicada. 
No Brasil, crescerá ainda mais o risco de desertificação na região nordeste e no Sul, regiões ótimas para a agricultura serão seriamente afetadas na sua produtividade.
 
II) Qualidade da água 
	Não existe água pura na natureza a não ser as moléculas de água presentes na atmosfera na forma de vapor, mesmo assim por pouco tempo. Assim que ocorre a condensação, começam a ser dissolvidos na água os gases atmosféricos. Como a água é um excepcional solvente, se faz necessário o estudo dos indicadores físicos, químicos e biológicos para caracterizar a qualidade da água. As variáveis físicas são medidas em escalas próprias, já as variáveis químicas são dadas em concentração (g/L ou mg/L) e as variáveis biológicas pela indicação da densidade populacional do organismo de interesse.
Problemas:
	O descaso com a qualidade das águas dos rios urbanos e costeiras que absorvem a maior parte da carga de resíduos e esgotos é um fato mundial. Existe uma preocupação maior com a cadeia de uso da água (ter ou não infraestrutura de escoamento) do que com a qualidade da água. Destaque-se também que rios assoreados provocam enchentes e comprometem a capacidade de geração de energia elétrica.
	
	A indústria da pesca sofre pela exploração excessiva e pela incapacidade de resposta dos ecossistemas oceânicos na recuperação e busca de sustentabilidade das áreas de reprodução e pesca. Segundo estudos recentes, existe a estimativa alerta de que nos próximos 40 anos os estoques de peixe e frutos do mar pescados para alimentação humana entrará em colapso. Portanto, como podemos ver a complexidade da gestão dos recursos hídricos não é apenas um problema local. Seus reflexos são diversos e globais.
	Quanto ao uso da água de qualidade para abastecimento humano, a ONU faz uma grande campanha mundial (objetivos das Metas do Milênio, lançadas em 2000) buscando alcançar até 2015 que o acesso à água potável esteja praticamente universalizado. Ainda dentro do tema qualidade da água que bebemos existem dados inquietantes. No Brasil (2012), estudos revelam que águas retiradas da maioria dos mananciais para tratamento e consumo humano estão contaminadas com micropoluentes (milhares de substâncias químicas artificiais, além de elementos hormonais sintéticos ou não) que não são removidos no tratamento de água usual. Essa é uma preocupação mundial e até o momento, nada podemos fazer.
	No momento o Brasil apresenta aproximadamente 87% da população com acesso à água tratada, porém apenas 68% tem seu esgoto coletado. Desta, apenas 25% do esgoto coletado é tratado em estações de tratamento antes de serem lançados nos rios, lagoas e mares. No Sudeste, o índice de coleta é de 92,5%. No Norte, não chega a 9% das habitações.
	Numa comparação internacional, o Brasil também ainda fica devendo. Em serviços de coleta de esgoto, temos uma distância de 15 pontos percentuais da Argentina e do Chile. Na comparação com a cobertura média de esgoto dos países desenvolvidos, o Brasil está mais de 20 pontos percentuais abaixo (IPEA - 2010). 	
Indicadores da qualidade da água :
Físicos → cor – turbidez - sabor - calor.
Químicos → salinidade - dureza - alcalinidade - corrosividade.
Biológicos → algas - microrganismos patogênicos.
			 
Cor = deriva da existência de substâncias em solução.
Turbidez (turva) = decorrente da presença de material em suspensão na água.
Sabor e Calor = associados à presença de poluentes industriais, algas ou matéria
 orgânica em decomposição.
Salinidade = alterações no conjunto de sais normalmente dissolvidos na água. Pode
 conferir a água um sabor salino.
Dureza = água contendo sais de metais alcalino-terrosos e alguns metais em menor
 escala.
Alcalinidade = ocorre devido à presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. 
 A alcalinidade influi no tratamento da água para consumo doméstico.
Corrosividade = tendência da água de corroer os metais.
Algas = quantidade excessiva pode formar grandes massas orgânicas, produzindo lodo e a produção de vários compostos orgânicos tóxicos ou produzir sabor e odor ruins.
Microrganismos patogênicos = introduzidos na água junto com matéria fecal de
 esgotos sanitários. Podem ser vírus, bactérias,
 protozoários, vermes. 
Utilização da água:
Abastecimento : é considerado o prioritário.Utilização relacionada à
 sobrevivência e a qualidade de vida dos seres humanos.
Industrial: usada nos processos produtivos (industria siderúrgica,
 farmacêutica, alimentos, bebidas, têxtil,etc).
Agricultura: cultivos vegetais diversos (consome cerca de 70% de toda água
 doce).
Energia: obtenção de energia por meio das usinas hidrelétricas, e do vapor
 de água nas usinas termoelétricas.
Navegação: transporte de cargas e passageiros por via fluvial, lacustre e
 marítima.
Recreação: atividades de esportes aquáticos, a pesca e a navegação
 esportiva.
MEIO AMBIENTE
Prof. Delfim S. Neves
Poluição da água
O conceito de poluição da água tem-se tornado cada vez mais amplo. Então, quanto à qualidade da água é importante diferenciar os conceitos de Poluição e Contaminação, já que eventualmente são usados como sinônimos. 
Entende-se por poluição da água a alteração de suas características por quaisquer ações ou interferências, sejam elas naturais ou antrópicas. As alterações podem produzir impactos estéticos, fisiológicos ou ecológicos. A contaminação refere-se à veiculação e transmissão de “substâncias e/ou microrganismos” nocivos à saúde humana pela água. Ter a água poluída não implica necessariamente ter água contaminada.
Os efeitos resultantes da introdução de poluentes no meio aquático dependem da natureza do poluente introduzido, do caminho que ele percorre no meio e do uso que se faz do corpo de água. 
Os poluentes podem ser introduzidos no meio aquático de forma pontual ou difusa. As cargas pontuais são originadas de lançamentos individuais (despejo de esgoto doméstico ou esgoto industrial). Esses despejos são facilmente identificadas, facilitando seu controle. As cargas difusas não têm um ponto de lançamento específico (Ex. lançamentos ao longo das margens dos rios ou de uma lagoa).
Principais poluentes aquáticos
Os poluentes são classificados de acordo com sua natureza e com seus principais efeitos impactantes no corpo hídrico. São eles:
a) Os poluentes orgânicos biodegradáveis – são degradados naturalmente por bactérias aeróbias quando em quantidades reduzidas. Em grandes quantidades esses poluentes tem efeito impactante sobre a vida aquática devido à diminuição do O2 dissolvido na água.
b) Os poluentes orgânicos recalcitrantes ou refratários – são aqueles que não são biodegradáveis ou sua taxa de biodegradação é muito lenta. Esses poluentes provocam impacto através da sua toxicidade e alguns componentes podem ser introduzidos nas cadeias alimentares (bioacumulação). 
Alguns exemplos de orgânicos recalcitrantes: defensivos agrícolas, petróleo, etc.
c) Os Metais – são todos solúveis em água, e podem gerar danos a saúde em função da quantidade ingerida (bioacumulação), pela sua toxicidade, por seus potenciais: carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos. Exs. Metais pesados como Cádmio, Boro, Arsênio, Cromo, Chumbo, Mercúrio.
Outros metais (menos tóxicos), podem, dependendo de suas concentrações, produzir inconvenientes para o consumo humano (alteração da cor, odor, sabor)
d) Nutrientes – excessos de nutrientes no corpo de água (eutrofização) pode levar ao crescimento excessivo de algas, e daí produzindo uma sequência de efeitos negativos na vida aquática como também no usodessa água.
e) Organismos patogênicos – responsáveis pela produção de um grande número de doenças transmitidas pela água, principalmente em áreas sem saneamento básico ou com saneamento precário. Essas doenças podem matar e/ou incapacitar pessoas. 
Os principais agentes são: Bactérias (gastrenterites, cólera, tifo, leptospirose, etc.); Vírus (hepatite, poliomielite, etc.); Protozoários (amebíase, giardíase, etc.) e Vermes (esquistossomose, ascaridíase, etc.).
f) Calor – afeta características físicas, químicas e biológicas do meio aquático. 
Comportamento dos poluentes no meio aquático
Os poluentes, ao atingir os corpos de água, sofrem a ação de diversos mecanismos físicos, químicos e biológicos. Estes mecanismos acabam alterando o comportamento do poluente e sua concentração.
Efeitos físicos da água sobre a poluição
A diluição é observada pela diminuição da concentração original de uma substância despejada no meio. A ação hidrodinâmica é um efeito da própria mobilidade da água. O corpo de água apresenta movimento próprio que transporta o poluente do seu ponto de despejo para outras regiões, conseqüentemente, a concentração do poluente irá variar. Existem dois processos difusíveis, que são: difusão molecular e a difusão turbulenta. O primeiro, em termos de concentração do poluente é praticamente desprezível. O segundo é obtido pela turbulência da água no seu escoamento, o que provoca mistura rápida das substâncias poluentes no corpo de água. Esse tipo de difusão contribui eficientemente para a diminuição da concentração de poluentes em meios fluídos.
A ação da gravidade se faz pela sedimentação de substâncias poluidoras mais densas em suspensão na água. 
A luz é necessária para a existência de algas, que são a fonte básica de alimento do meio aquático, além da produção de oxigênio. A luz penetra até determinada profundidade, limitando assim a fotossíntese apenas à camada superficial. O aumento na turbidez da água diminui a transparência, afetando dessa forma a fotossíntese. 
A temperatura graças a sua variação está envolvida com a solubilidade dos gases na água e na dinâmica das reações químicas, produzindo efeitos importantes entre poluentes e o meio aquático.
Mecanismos bioquímicos
O ecossistema aquático como todo ecossistema possui cadeias alimentares que são responsáveis pelos ciclos de matéria e energia. Todos os elementos químicos que tomam parte nessa dinâmica precisam ser devolvidos ao meio. 
Quando a matéria orgânica biodegradável é despejada no meio aquático, os decompositores fazem sua digestão por meio de mecanismos bioquímicos. Bactérias decompositoras aeróbias utilizam o oxigênio dissolvido na água e passam a competir com os demais seres aeróbios. Como elas têm alimento à sua disposição (material de despejo orgânico) e possuem requisitos de sobrevivência em presença de pouco oxigênio; ganham a competição. Com isso os peixes morrem e a população de decompositores aumenta drasticamente. É dessa forma que a matéria orgânica biodegradável causa poluição. A redução dos teores de oxigênio dissolvido devido ao excesso de consumo pelos decompositores prejudica a sobrevivência dos demais seres decompositores. Quando o oxigênio fica ausente, permite a existência de bactérias anaeróbias que liberam substâncias que conferem odor, sabor e aspecto indesejáveis à água. 
Um corpo de água poluído por lançamentos de matéria orgânica biodegradável sofre um processo natural de recuperação denominado autodepuração. A autodepuração realiza-se por meio de processos físicos (diluição, sedimentação), químicos (oxidação) e biológicos. A decomposição da matéria orgânica corresponde, a processo biológico integrante do fenômeno da autodepuração. Os compostos orgânicos biorresistentes e os compostos inorgânicos (metais pesados) não são afetados pela autodepuração.
A matéria orgânica biodegradável é decomposta em compostos simples como amônia, aminoácidos e CO2. Durante esse processo haverá um decréscimo na concentração de O2 solubilizado na água devido à respiração dos decompositores. O processo de autodepuração completa-se com a reposição, pela reaeração, desse O2 consumido.
A autodepuração ocorre em duas etapas:
1ª etapa → decomposição 
 
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) é a quantidade de oxigênio necessária para a decomposição completa da matéria orgânica lançada na água. A DBO é usada como um dado de medição do potencial poluidor de certas substâncias biodegradáveis em relação ao consumo de O2 dissolvido. Por exemplo, o esgoto sanitário é constituído por diversas substâncias biodegradáveis, onde cada uma têm características distintas de consumo de O2. Contudo, o conhecimento da DBO como um todo já é suficiente para determinar os efeitos do impacto do despejo sanitário na concentração de O2 dissolvido no corpo de água do receptor. Não é necessário conhecer a DBO de cada constituinte do esgoto separadamente.
O consumo de oxigênio dissolvido para a digestão da matéria orgânica ocorre em certo intervalo de tempo. Convencionou-se que as medições experimentais de DBO devem ser feitas com ensaios que tenham duração de 5 dias, nas quais adota-se o símbolo (DBO5) que se refere a decomposição de matéria carbonada. A temperatura experimental da DBO é convencionalmente feita à 20°C , sendo adotado o símbolo (DBO5 . 20) para representá-la. O valor da DBO varia muito de acordo com a natureza do despejo (doméstico, indústrias de alimentos, fábricas de papel e celulose, curtumes). Quando os decompositores terminam seu trabalho, dizemos que a matéria orgânica foi estabilizada, por não existirem mais compostos orgânicos biodegradáveis, mas apenas água e seus constituintes normais.
2ª etapa → reaeração
	Existem fontes contínuas de reposição de oxigênio na água: a atmosfera e a fotossíntese. As trocas são mais intensas quanto maior for a turbulência no curso de água. Ocorre que, durante a fase de decomposição, geralmente o consumo é maior do que a reposição por ambas as fontes. Apenas quando acaba a decomposição e os decompositores morrem é que o oxigênio aumenta a sua concentração novamente. 
	Caso a quantidade de matéria orgânica despejada seja muito grande, pode haver o esgotamento total do oxigênio dissolvido na água. a decomposição passará a ser feita pelos decompositores anaeróbios. Como subproduto dessa decomposição são gerados os gases metano e sulfídrico e outros, com produção de odores fétidos. A decomposição anaeróbica é incompleta, devendo ser completada pela decomposição aeróbia quando o corpo de água começar apresentar teores maiores de oxigênio.
Interpretando a figura:
Zona de águas limpas → região anterior ao local de lançamento da matéria orgânica. Nesse ponto a concentração de oxigênio é elevada e a vida aquática é abundante.
Zona de degradação → localiza-se a jusante do ponto de lançamento do poluente biodegradável, sendo caracterizada por uma diminuição inicial na concentração de oxigênio e um aumento acelerada da DBO, sedimentação de parte do material sólido. Nesse local ainda existem alguns peixes e um aumento na quantidade de bactérias e fungos, mas poucas algas. 
Zona de decomposição ativa → é a zona onde a concentração de oxigênio dissolvido atinge valor mínimo, podendo até zerar. A quantidade de bactérias e fungos diminui, e a quantidade de seres aeróbios diminui.
Zona de recuperação → nesta zona ocorre um aumento na concentração de oxigênio dissolvido, pois os mecanismos de reaeração acabam predominando sobre a desoxigenação. O aspecto da água volta a melhorar, havendo redução na quantidade de bactérias e fungos e um aumento na quantidade de peixes e outros organismos aeróbios. Volta a existir a tendência para a proliferação de algas devido à disponibilidade de nutrientes, resultantes da decomposição da matéria orgânica. 
Zona de águas limpas → nessa área, a quantidade de oxigênio dissolvido na água volta ao normal e a DBO volta a cair. Todavia, isso não significa necessariamenteque ela é livre de organismos patogênicos (causadores de doenças). 
O processo da eutrofização
	A eutrofização é o enriquecimento das águas com os nutrientes necessários ao crescimento da vida vegetal aquática. É um processo natural dentro da sucessão ecológica dos ecossistemas, quando o ecossistema lacustre tende a transformar-se em um ecossistema terrestre. 
	A eutrofização manifesta-se por meio do aumento da produtividade biológica do lago, sendo observada a proliferação de algas e outros vegetais aquáticos devido à maior quantidade de nutrientes disponível. Em geral, o fósforo e/ou nitrogênio são importantes para a eutrofização.
	Como vimos, a eutrofização é um processo natural e lento, entretanto, existe a eutrofização com a interferência humana (antropogênica). Ela é chamada de eutrofização acelerada ou cultural. Neste caso, haverá muitos efeitos negativos sobre a vida e a utilização do corpo de água afetado.
	A eutrofização acelerada é causada pelo aporte de fósforo que provém principalmente das seguintes fontes:
 esgotos doméstico, esgotos industriais e fertilizantes agrícolas
Os organismos fotossintetizantes aquáticos são dependentes da disponibilidade de diversos nutrientes para seu crescimento e proliferação. São necessários carbono, enxofre, oxigênio, potássio, cálcio, nitrogênio, fósforo, etc. O crescimento pode ser limitado pela insuficiência de qualquer desses elementos. Na maioria dos ecossistemas aquáticos o fósforo é o nutriente limitante.
 
Obs.: Os lagos das regiões tropicais possuem tendência maior a eutrofização por se localizarem em regiões quentes e com grande incidência de radiação solar, praticamente constante ao longo do ano.
Desequilíbrio ecológico nos lagos com eutrofização acelerada:
Excesso de Aumento Diminuição Morte de Aumento
nutrientes → biomassa → da aeração → organismos → da DBO
 superficial sensíveis a 
 redução de O2 
 na água ↓
 Aumento do
 predomínio de
 bactérias anaeróbias 
Condições facultativas no fundo do lago. 
	Lago Oligotrófico
	Lago Eutrófico
	Baixos níveis de nutrientes
	Altos índices de nutrientes
	Boa penetração da luz
	Pouca penetração de luz
	Alta concentração de OD
	Baixa concentração de OD
	Águas profundas
	Águas rasas
	Baixo crescimento de algas
	Alto crescimento de algas
	Biodiversidade alta
	Biodiversidade baixa
As conseqüências da eutrofização são:
1 – Impactos sobre o ecossistema e a qualidade da água:
Diversidade biológica reduzida devida as condições adversas.
Alteração no número de espécies de algas no meio devido a presença excessiva ou ausência de tipos de nutrientes. Por exemplo, a não existência de nitrogênio na forma de nitrato possibilitará um crescimento excessivo de cianobactérias (floração).
O baixo teor de oxigênio gera alterações na população de peixes presentes no meio.
Elevada quantidade de compostos orgânicos na água gerará turbidez, gosto ruim e mau cheiro.
A decomposição anaeróbia que ocorre no fundo do lago libera metano, gás sulfídrico, amônia e outros compostos que alteram o pH e outras condições químicas da água.
2 – Impactos sobre a utilização dos recursos hídricos:
A utilização do corpo de água como manancial de abastecimento fica prejudicada por causa do excesso de algas e do gosto e odores desagradáveis. Como conseqüência, o tratamento dessa água para consumo humano se torna caríssimo.
Estudos epidemiológicos têm mostrado alta correlação entre epidemias de distúrbios gastrointestinais e a alta concentração de cianobactérias geradoras de toxinas nas águas de consumo. Cerca de 80% de todas as doenças humanas estão relacionadas à água não tratada, saneamento precário e a ignorância de conhecimentos básicos de higiene e dos mecanismos de transmissão das doenças.
 Doenças mais comuns geradas por ingestão de água contaminada:
 Cólera - Verminoses - Disenterias ou diarréias - Febre tifóide e paratifóide - 
 Gastroenterites - Giardiase - Hepatite - Leptospirose - Poliomielite
Outros efeitos devem também ser considerados, como a impossibilidade do uso recreacional do corpo de água, o uso para irrigação é prejudicado pela obstrução nos sistemas de bombeamento e a perda do valor comercial das propriedades localizadas nas margens de lagos eutrofizados.
A poluição da água nos países industrializados tem como principais fontes:
Indústrias de polímeros e de variados produtos químicos orgânicos, indústrias de polimento de metais, siderúrgicas, indústrias de papel e celulose, fundição de metais, refinarias de petróleo, mineradoras, áreas agrícolas e de pecuária intensiva, chuvas ácidas, etc.
Nos EUA 1/4 das águas subterrâneas usadas atualmente já estão contaminadas, e em outras regiões desse país, 3/4 já estão contaminados. 
Há crescente contaminação das águas subterrâneas com água salgada, microrganismos patogênicos e produtos químicos tóxicos.

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