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Artigo sobre reaproveitamento de materiais civis

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Universidade Paulista - Campus Flamboyant, Goiânia
Melhoramento e reaproveitamento de material de obra
Anna Bárbara Rodrigues Cunha (C5279I-7) EC5B42
Fernanda Fonseca Faria (C49JCC-0) EC5B42
Gustavo Henrique de Souza (C3831E-4) EC5A42
Matheus Henrique Gomides (C63BEJ-8) EC5A42
Samira Rúbia da Cunha (D39124-0) EC4A42 
Thaisa Aureliano Oliveira (C50006-2) EC5B42
Resumo
A construção civil é um ramo que trabalha com diversos materiais, que por inúmeros motivos, muitas vezes são descartados em locais indevidos, acarretando sérios problemas, como social e ambiental. Neste artigo, falaremos sobre as soluções mais sustentáveis que existem hoje em dia, que são o reaproveitamento e o melhoramento de entulhos da obra civil.
Palavras-chaves: Reaproveitamento, Entulho, Construções, Melhoramento.
Introdução
 Nos dias atuais, a construção civil tem passado por grandes desafios, dentre eles encontramos uma grande quantidade de entulhos, onde muitas vezes são descartados em locais inadequados. Contudo, existem projetos de reaproveitamento que minimizam os impactos provocados ao meio ambiente, assim como, o melhoramento de suas técnicas que as aperfeiçoam para que além de diminuir o desperdício possa reduzir gastos e problemas sociais. 
Diante do que é visto no dia-a-dia de quem trabalha na obra, o reaproveitamento vem sendo utilizado por ser um meio que traz muitos benefícios, onde o que seria descartado – provavelmente em locais impróprios – passa por um processo para que seja reaproveitado e novamente utilizado, mesmo que em locais inferiores.
 Sendo assim, o melhoramento é essencial para complementar todo o processo da construção, de tal forma que surgem novas técnicas para que haja um melhor aproveitamento do material em uso, com base em estudos e pesquisas que possam comprovar que de fato, há uma melhora no uso daquele material em concordância com o seu manuseio. Ou seja, conhecer o material, suas características e a sua finalidade traz pontos positivos a toda obra civil, evitando assim, prejuízos e desgastes.
Fundamentação teórica
História do Entulho
Em fevereiro de 2011, surgiu a entidade ABRECON (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição) - criada por Levi Torres - para suprir as necessidades das empresas que reciclam entulho e como uma apelação ao governo e à sociedade, em relação ao descarte em locais irregulares, oferecendo assim, soluções sustentáveis.
De acordo com a ABRECON, o RCD - Resíduos da Construção Civil e Demolição- é todo fragmento que é gerado em uma obra. A partir de 1946 foi analisado a hipótese de começar a estudar tecnologias que possam reciclar tais resíduos, embora ainda hoje tenham uma grande dificuldade em finalizar esses estudos por falta de recursos financeiros provenientes do governo ou das empresas que se interessem por esta economia no futuro.
Segundo os estudos desenvolvidos na Escola Politécnica da USP(2015), as perdas de materiais chegam a 8%, já as financeiras, ligadas em parte à custo de retrabalho, alcançam 30%. Causadas ora por falta de qualificação no manuseio outrora por consequência do produto.
Além do mais, os destinos inapropriados desses desperdícios provocam sérios problema ambientais (PINTO,1995) e descumprem a Lei nº 12.304/2010, a qual institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, como também, a Resolução nº 307 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que visam estabelecer um trato para que as empresas trabalhem com consciência e respeito com a flora e a fauna.
Resolução CONAMA 307 Art. 3°: Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte forma:
I. Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II. Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;
III. Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;
IV. Classe D – são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.
Projetos de Reaproveitamento de Materiais
 Existemprojetos sustentáveis para resíduos descartados de maneira brusca e prejudicial: o reaproveitamento. No final da 2ª Guerra Mundial, registros foram feitos de aplicações de entulhos reciclados na produção de concretos, e assim, temos as primeiras pesquisas desenvolvidas para soluções desse grande desafio para a Engenharia (LEVY, 2001).
A alteração dos materiais convencionais por aqueles reciclados gera vantagens, como por exemplo, o custo benéfico. E ainda suavizam os impactos ambientais, evitando o acúmulo de animais ofensivos ao ser humano – como por exemplo, roedores –,a poluição, o assoreamento dos rios e alguns tipos de doenças, como a dengue.
 Se bem que, o concreto reciclado possui desvantagens que podem não ser aceitas em alguns tipos de obra, como o aumento da porosidade (BAZUCO, 100; LEVY 2001;). Este aumento provoca maior velocidade na carbonatação, fazendo com que assim, se torne menos resistente, e por consequência menos confiável.
CABRAL (2007) estudou os parâmetros do concreto produzido com agregados reaproveitados, observando a porosidade e a dureza, então, concluiu que a velocidade da carbonatação não depende diretamente da porosidade. Todavia, LEVY (2001) afirmou que a carbonatação depende da carga suportada pelo concreto. Dessa forma, agregados reciclados podem ser considerados menos resistentes devido a existência de microfissuras e de materiais cimentante anidro – substância de qualquer natureza que não contém, ou quase não contém, água na sua composição. O autor também constatou que poderá existir perda de durabilidade, caso a substituição seja superior a 20%.
Melhoramento
Em média, 50% dos materiais desperdiçados em obras são destinados a lugares inadequados (MELLO, 2010). Contudo, novas tecnologias foram criadas para gerar melhores destinos a esses entulhos, como as usinas de reciclagem.
A técnica de melhoramento das sobras de materiais da construção foi testada, visando cessar o desperdício ou ainda transformá-lo proveitosamente para benefício da sociedade, um exemplo disso é na pavimentação.
Usinas de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil
Uma usina de reciclagem é uma britagem adaptada para triturar o entulho, possui equipamentos como britadores, peneiras, transportadores de correia, entre outros. De acordo com HANSEN (1992), o procedimento básico de reciclagem consiste em britar o resíduo até se obter a granulometria desejada. A britagem pode acontecer somente uma vez (primária), ou como também várias, dependendo do tipo de aproveitamento a ser dado para o resíduo.
Pavimentação
Segundo MOTTA (2005), as primeiras experiências que remetem ao uso de agregados reciclados em pavimentação no Brasil datam meados da década de 1980. Desde então, várias pesquisas sobre o tema vêm sendo realizadas, embora exista a necessidade de procurar novas técnicas e materiaisno setor da infraestrutura rodoviária. A durabilidade do agregado reciclado ao longo da vida útil do pavimento é um assunto que gera muitos questionamentos conforme demonstrou as pesquisas de NATAATMADJA e TAN (2001).
Por isso, muitos órgãos que regulamentam o uso deste material em pavimentação não permitem ouestabelecem restrições sobre o uso em camadas de base. Para projetar e empregar o agregado reciclado é muito importante conhecer as especificações e normas existentes, procurando respeitar sempre as recomendações e limites estabelecidos (BENNETT et al., 2000; BLANKENAGEL e GUTHRIE, 2006).
Conclusão
 Este artigo propõe a redução dos impactos ambientais – provocados pelo descarte irregular de restos de materiais da construçãocivil– através do reaproveitamento e melhoramento destes. 
 No decorrer do estudo, concluímos que, além das vantagens, como o custo mais acessível e a consciência pelo meio ambiente, temos as desvantagens, que podem ocasionar sérios conflitos, pois nem todos os resíduos reciclados possuem a resistência esperada. Logo, antes de iniciar uma obra deve ser feito um estudo aprofundado, levando em considerações a capacidade resistente e incorporando-os, para que não haja nenhum imprevisto ao longo do trabalho com o material melhorado ou reaproveitado.
Referências 
BAZUCO, R. S. Utilização de agregados reciclados de concreto para a produção de novos concretos. Florianópolis, 1999. 100 p. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina. 
BLANKENAGEL, B. J., and GUTHRIE, W., 2006. Laboratorycharacterizationofrecycled concrete for use as pavement base material. TransportationResearch Board. Washington D.C. USA.
BENNETT, N., Wise, C., Woods, P.A. and Harvey, J.A. (2003). DistributedLeadership. Nottingham: National College ofSchoolLeadership.
CABRAL, A.E.B. (2007). Modelagem de propriedades mecânicas e de durabilidade de concretos produzidos com agregados reciclados, considerando-se a variabilidade da composição do RCD. 2007. 254 p. Tese (Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.
HANSEN, T.C. RILEM Report 6 - RecyclingofDemolished Concrete andMansory. London, E& FN SPON na imprintof Chapman & Hall. 1992. 
LEVY, S.M. Reciclagem do entulho da construção civil, para utilização com agregados para argamassa e concretos.147p. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Engenharia de Construção Civil, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997.
MELLO, M. Reutilização de materiais na construção. Site Cimento Itambé - Massa Cinzenta. 2010.
MOTTA, R. S. Estudo laboratorial de agregado reciclado de resíduo sólido da construção civil para aplicação em pavimento de baixo volume de tráfego. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005.
NATAATMADJA, Andreas. and TAN, Y.L. (2001) Resilient response ofrecycled concrete roadaggregates. JournalofTransportationEngineering 127(5):pp. 450-453.
PINTO, T. P. De Volta à Questão do Desperdício. Construção, São Paulo, Ed. Pini, no 2491, nov. 1995.

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