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CIVIL I

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CIVIL I: prova de monitoria (vídeo aulas)
Introdução ao direito civil
Direito natural x direito positivo: o primeiro decorre da natureza, seria um direito anterior à qualquer lei, da própria essência humana e com caráter universal. O clássico exemplo seria o direito à vida.
O direito positivo é aquele legislado, está escrito nas leis, eu deve obedecer aos procedimentos específicos de cada país para serem promulgadas.
O direito positivo se subdivide em um direito objetivo e subjetivo.
O direito objetivo é o direito geral e abstrato previsto em uma lei. A partir do momento que um determinado indivíduo se enquadre na norma que prevê o direito objetivo, nasce o direito subjetivo, do sujeito individualizado.
O direito potestativo é aquele que envolve um poder de adentrar na esfera jurídica de alguém e força-lo a reconhecer o determinado direito. Um exemplo seria o direito de pedir demissão, quer o empregador queira ou não. Outro exemplo seria o divórcio.
Direito público x privado: O primeiro traz uma relação vertical, o Estado em relação ao particular, ele é uma expressão do poder estatal. Por outro lado, o ramo privado trabalha com relações horizontais. O direito civil é o direito privado por excelência.
O direito civil se divide em parte geral e especial. A parte geral estuda o sujeito, o objeto e a relação jurídica.
Pessoa física
Personalidade jurídica:
É a aptidão genérica de titularizar direitos e contrair deveres na ordem civil.
Aquele que é dotado de personalidade jurídica é chamado de sujeito de direito. No direito civil brasileiro existem dois principais sujeitos de direito: pessoa física e pessoa jurídica.
A personalidade é uma qualidade inerente à pessoa.
A pessoa física é um ente dotado de uma estrutura, de uma complexidade biopsicológica.
Aquisição de personalidade (art. 2º, CC): se dá com o nascimento com vida. O nascimento com vida é declarado quando o bebê é expulso do ventre materno e ocorre o primeiro ingresso de ar nos pulmões. O recém-nascido recebe a personalidade mesma que morra em seguida, basta haver a respiração.
Para a aquisição de personalidade não é necessário prazo mínimo de vida, vida viável, forma humana ou corte do cordão umbilical; conceitos que são ou eram adotados pela legislação de outros países.
O nascituro é aquele ser humano que já foi concebido mas que ainda está por nascer. Ele não possui personalidade civil, nem é detentor de direitos para a doutrina majoritária, mas seus interesses são protegidos pela lei (art. 2º, 542, 1609, 1779, 1780 e 1798; CC).
A extinção da personalidade da pessoa física se dá com a morte, seja ela real ou presumida. Aquela é a qual existe um morto efetivamente, um cadáver, que será analisado por um perito que declarará a morte caso o cérebro já não tenha mais vida. Por outro lado, esta se refere ao casos em que não há corpo, de forma que caberá ao juiz atestar o óbito.
No art. 7º, CC se encontram as hipóteses em que não é necessária a declaração de ausência para que se dê a morte presumida. Em todos os outros casos é necessária a declaração.
O procedimento de ausência se dá em 3 fases: a) curadoria ou arrecadação de bens, b) sucessão provisória e c) sucessão definitiva.
Curadoria (art. 22): qualquer interessado poderá comunicar o juiz da ausência de alguém. Diante disso, o juiz declarará a ausência e nomeará um curador para administrar os bens do ausente. O curador será o cônjuge, os pais, os descendentes ou alguém de confiança do juiz (curador dativo), obedecendo a esta ordem de preferência (art. 25). Esta fase, em regra, dura um ano, a menos que o ausente tenha deixado procurador, caso no qual o prazo será prorrogado para três anos. O procurador deve querer assumir os bens do ausente.
Sucessão provisória (art. 27): passado o prazo, um dos legitimados do art. 27, irá requisitar a conversão da curadoria de bens para sucessão provisória. Os legitimados são o cônjuge, um credor e herdeiros do ausente. Caso ninguém pleiteie a conversão, o MP poderá fazê-lo (art. 28). Em regra, nesse tipo de sucessão, o sucessor não poderá se desfazer dos bens do ausente; para alienar um bem do ausente, o sucessor deverá dar uma garantia. O sucessor deve guardar pelo menos 50% dos frutos no caso de retorno do ausente. Dessas duas condições excluem-se os ascendentes, os descendentes e o cônjuge; porque são herdeiros necessários. A sucessão provisória dura 10 anos.
Sucessão definitiva: o sucessor passa a ser o proprietário definitivo dos bens do ausente.
Se o ausente tinha mais de 80 anos na data de seu desaparecimento e de 5 anos datam suas últimas notícias, é possível pleitear diretamente a sucessão definitiva. 
Se o ausente retornar na fase de curadoria, recebe todo seu patrimônio de volta. Já na fase de sucessão provisória, o ausente terá direito ao patrimônio no estado em que deixou e, caso haja depreciação anormal, o ausente poderá buscar o reembolso na caução, além e ter direito de 50% dos frutos. Por fim, se ele retornar após a sucessão definitiva, terá direito ao patrimônio no estado em que se encontra, ou aquilo que se sub-rogou aos bens (substituiu). Contudo, caso o ausente retorne 10 anos após a sucessão definitiva, ele não terá nenhum direito.
O cônjuge do ausente pode, desde o início, pedir o divórcio.
Comoriência (art. 8º): é a morte simultânea. A acontece através de uma presunção relativa, quando dois ou mais indivíduos falecerem numa mesma ocasião de forma não há como precisar qual deles faleceu primeiro. Possui relevância no que concerne à sucessão, já que os comorientes não herdam um do outro.
Capacidade:
É a medida jurídica da personalidade. Pode ser de fato ou de direito. A primeira é do exercício e a segunda do gozo.
A capacidade de direito é tratada no art. 1º do CC, que institui que todas as pessoas possuem capacidade de gozo, sem exceções. No entanto, nem todos possuem capacidade de fato, nem todos poderão, pessoalmente, praticar atos da vida civil, que são os incapazes (absolutos ou relativos). 
Mesmo com capacidade jurídica ou plena (de direito + de fato), para a prática de certos atos é necessária uma legitimação. Como exemplo está o artigo 496, CC, que regula a venda de ascendente para um descendente, que necessita da aprovação expressa do cônjuge e dos outros descendentes. Desse modo, o ascendente só terá legitimado para a venda com a dita aprovação expressa.
Teoria da incapacidade: é um abrandamento da capacidade de fato. Não existe incapacidade de direito.
Existem os absolutamente incapazes, que não possuem nenhum discernimento, necessitam de representação (art. 3º); e os relativamente incapazes, que necessitam de assistência (art. 4º).
O absolutamente capaz, caso pratique um ato sem representação, esse ato é nulo. Já no caso do relativamente incapaz, é anulável.
A partir da promulgação do Estatuto da pessoa com deficiência (Lei 13.146/15), os únicos absolutamente incapazes são os menores de 16 anos (retirou aqueles com deficiência mental sem discernimento e aqueles que não podem exprimir vontade, como a pessoa com coma, ou o surdo-mudo). Por outro lado, os relativamente incapazes são aqueles maiores de 16 anos e menores de 18, os ébrios habituais e viciados em tóxico, os que não podem exprimir sua vontade e o pródigo (a mesma lei retirou dessa lista os excepcionais sem desenvolvimento completo e os deficientes mentais com discernimento reduzido).
O EPD é uma medida libertadora, emancipatória. Ele traz para o Brasil uma premissa importantíssima: o deficiente, a priori, é plenamente capaz.
Os deficientes mentais passaram a ser plenamente capazes.
O ato de se julgar necessária a nomeação de um assistente ou de um representante chama-se interdição, que pode ser proposta por qualquer parente.
Como os incapazes exercerão atos da vida civil? O relativamente capaz é assistido e o absolutamente incapaz é representado.
Como se dá o fim da incapacidade? Ela terminará junto com seu fato gerador, com a maioridade, por exemplo. Excepcionalmente, ela pode se dar antecipadamente a partir da emancipação,que é um ato irrevogável e irretratável. A emancipação pode ser voluntária, legal ou judicial.
A voluntária é aquela concedida pelos pais (o filho deve ter pelo menos 16 anos), a judicial é aquela que decorre de decisão do juiz (promovida pelo tutor em relação ao tutelado que tenha ao menos 16 anos completos), já a legal são aqueles casos previstos em lei que automaticamente conferem a capacidade ao agente (casamento, exercício de emprego público efetivo, colação de grau em ensino superior, quando o menor tenha emprego e economia própria).

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