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RESUMO DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM 2

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RESUMO DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM – AV2 – ESTÁCIO – HELOÍSA NOGUEIRA
Aula 8 – Enfermagem Psiquiátrica No Brasil – Escola de Enfermagem Alfredo Pinto e os primórdios da psiquiatria:
A enfermagem psiquiátrica tem as seguintes características: As atividades de enfermagem eram relegadas ao plano doméstico ou religioso, sem nenhum caráter técnico ou científico. Não se cogitava, entre nós, o preparo de profissionais. Foi caracterizado por um processo de dominação da loucura pela razão: o que se dá de modo ambíguo e conflituoso, na medida em que implica reciprocidade e semelhança entre elas. Toda essa argumentação se organizou para dar conta da situação da loucura na modernidade. E, na modernidade, loucura diz respeito à psiquiatria: o louco, como doente mental.
 O marco institucional da etapa do processo da dominação da loucura pela razão é a criação por Luiz XIV, em 1656, em Paris, do Hospital Geral. Não se tratava de uma instituição médica, mas de uma estrutura semijurídica, entidade de assistência administrativa, que se situa entre a polícia e a justiça e seria como que a ordem terceira da repressão. Atinge toda a Europa e não se restringe somente à esfera estatal, pois a Inglaterra, por exemplo, também organizou estabelecimentos de reclusão.
 No mundo em geral, a compreensão era de que não havia hospital ou prisão para o louco. Ele vivia solto, era um errante, às vezes expulso das cidades, frequentemente vagando pelos campos, entregue a comerciantes, peregrinos ou navegantes.
 Nos primeiros 300 anos da sociedade brasileira, era desconhecida uma política de saúde implementada pelo Estado português para atender às demandas da sua colônia na América. Inexistia uma política social e sanitária para o índio e para a população negra, para o louco, para o escravo. Os loucos eram colocados nas cadeias com vagabundos, criminosos ou indiciados. Essa promiscuidade de nenhum modo foi privativa da Colônia do Vice-Reinado ou do Primeiro Império, era Universal. E, contra esse fato, surgiu o artigo 24 da Lei Francesa de 1838, que foi e continua a ser a matriz de toda a legislação mundial sobre alienados.
 Antes dessa lei, o asilamento, bem como a morte ou a tortura, eram fenômenos eminentemente morais e instrumento de poder político. Mas, se tornaram formas alternativas de fazer os doentes mentais desaparecerem.
 O desequilíbrio mental e as personalidades anormais com condutas fortemente desviadas não eram considerados como doença, mas como um desequilíbrio que perturbava a ordem social. A psiquiatria surgiu, então, com a função de tomar para si a normatização social. Até então, os loucos eram jogados de um lado para outro e, muitas vezes, encarcerados como meros delinquentes. Não conseguiam local adequado onde pudessem ser tratados.
 A Sociedade de Salubridade, designada pela Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, protestou, pela primeira vez, contra o tratamento bárbaro dado aos alienados. O médico José Martins da Cruz Jobim fez um relatório e também realizou, pela primeira vez, os escritos sobre as doenças mentais no Brasil. Com a intervenção de José Clemente Pereira, então Ministro da Guerra, e o apoio do jovem monarca Pedro II, somada a pressão da sociedade e dos higienistas, surgiu a ideia da criação do hospício. Porém, essa proteção aos alienados também se apresentou de forma ambivalente com a organização de asilos construídos em locais afastados das cidades, cuja real finalidade era isolar o doente do convívio social, ou melhor, proteger a sociedade. Aos loucos o atendimento era deficiente quantitativamente e qualitativamente; os doentes eram tratados como delinquentes, muitas vezes encarcerados, não existindo uma infraestrutura física e material para que fosse estabelecida uma assistência adequada.
→Em 1890 foi criada a Assistência Médico-Legal aos Alienados que teve o seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 508, de 21 de junho. Foi designado para a Direção o médico João Carlos Teixeira Brandão, que estabeleceu as seguintes modificações:
 1º- Criação de seção masculina cuja vigilância ficou sob a responsabilidade dos “guardas” e “enfermeiros”.
 2º- Dispensou as irmãs de caridade e suas agregadas, até então responsáveis pelo serviço de enfermagem e pela administração interna do Hospital, as quais se sentiram diminuídas em sua autoridade. Por isso, abandonaram o Hospício. 
 Esse fato colocou em confronto o poder do Estado e o poder clerical: era uma questão explicitamente política. Com os problemas políticos e financeiros que o Brasil atravessava cada vez mais se deteriorava a assistência aos alienados. Nesse momento de crise de pessoal para cuidar dos doentes mentais, era criada a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto no Decreto Lei nº 791 de 27 de Setembro de 1890.
 A formação das enfermeiras era de dois anos com atuação hospitalar e curativa, tendo sido a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto a primeira escola de enfermagem no Brasil. Destacou-se, também, na transformação da Psiquiatria no Brasil através do médico Juliano Moreira que inaugurou a psiquiatria cujos fundamentos teóricos, práticos e institucionais constituíram um sistema psiquiátrico coerente. No plano internacional, ocorria a difusão do sistema Nightingale e, no Brasil, a Escola Alfredo Pinto iniciaria a reforma da enfermagem.
Aula 9 – Transição Monarquia-República - Rio de Janeiro – Higienização e Urbanização:
1) TRANSIÇÃO MONARQUIA/REPÚBLICA:
   1.1 .Segundo Reinado de 1870-1889:
 Capitalismo industrial no plano internacional com a generalização do trabalho livre e assalariado tornou a escravidão insustentável. Problemas da mão de obra na economia cafeeira, sustentada pela escravidão. Introdução do trabalho assalariado, desenvolvimento das atividades industriais e o crescimento da população livre e das cidades.
- Lei Eusébio de Queirós (1850): abolição do tráfico negreiro no Brasil.
- Lei do ventre Livre (1871): liberdade aos filhos de mulheres escravas nascidos a partir da data da lei.
- Lei do sexagenário (1885): liberdade aos escravos com mais de 60 anos.
 Tais mudanças fizeram com que o movimento abolicionista se intensificasse e somasse ao ideal. O escravo não era consumidor e era considerado um entrave à expansão do capitalismo.
- Abolição da escravidão em 1888 – LEI ÁUREA – Princesa Isabel.
Fatores de declínio do Império: o catolicismo, religião oficial do estado brasileiro, instituiu o Padroado:
 O papa Pio IX proibiu a ligação de católicos com a maçonaria. Não foi obedecido por D. Pedro II, que era maçom. D. Pedro II perdeu o apoio da Igreja católica e dos militares. As queixas eram variadas, com soldos irrisórios e promoções militares morosas. Além disso, várias críticas foram publicadas na imprensa pelos militares. Tal fato culminou em punições e houve revolta. Brasil deixava de ser uma sociedade escrava para ser uma sociedade capitalista, onde as principais relações de produção eram as do trabalho assalariado.
 A Abolição significou o fim dos entraves à expansão do trabalho assalariado e à imigração. Não houve a integração do negro na sociedade sem indenização ou assistência pela escravidão. Surgiram subempregos com baixas remunerações. A maioria dos negros deslocou-se para as cidades, onde ficaram sem emprego e marginalizados. Havia discriminação racial, social e econômica.
 * Proclamação da República em 1889 – 15 de Novembro (Golpe Militar).
OBS: Após toda esta problemática, em 1890 foi implantada a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto na área de psiquiatria.
2) A CIDADE DO RIO DE JANEIRO - HIGIENIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO:
• República Velha: (1889-1930): nesse período, tivemos 13 presidentes. A maior preocupação quanto à saúde era sanear a cidade e libertá-la dos desequilibrados mentais. A psiquiatria se desenvolveu para normalizar a sociedade na cidade. Registrou-se o tipo de organização de serviço de saúde que privilegiou o porto como alvo de intervenção por exigência da economia agroexportadora. Havia preocupação com a cidade do Rio de Janeiro por ser a capital da República. Exigiamque acabassem com as ruas estreitas e escuras, bem como os cortiços, ou seja, a preocupação era dirigida à aparência da cidade e não à saúde da população.
 Faltavam condições higiênicas e a insalubridade era geral. As autoridades sanitárias invadiam as casas para inspecionar as condições de higiene. A prostituição foi tratada. Eliminar os cortiços era importante. As doenças que assolaram a população eram as seguintes: febre tifóide, cólera, febre amarela, varíola e a doença de Chagas.
 Foram abertas novas avenidas na cidade do Rio de Janeiro: Rio Branco, Mem de Sá, Salvador de Sá, Nossa Senhora de Copacabana e Atlântica. Cortiços foram demolidos. Essa situação levou a população a áreas mais distantes, subúrbios e encostas de morros, onde temos as FAVELAS. A falta de esclarecimento ao público era grande. Foram realizados a vacinação obrigatória e o isolamento forçado dos doentes, tal fato provocou a revolta da população.
 MEDIDAS: Fim do Padroado; Naturalização de estrangeiros; e a Instituição do Casamento e Registro Civil.
OBS: Mais para frente, veremos que, com a epidemia das doenças no Rio de Janeiro, ocorreu a implantação da Escola de Enfermagem Anna Nery na área de Saúde Pública, com o objetivo de auxiliar nas atividades de saneamento da cidade e tornar aptos os trabalhadores para atuarem no mercado de trabalho. Era de extrema importância essa ocorrência, em virtude das pressões internacionais que vislumbravam o desenvolvimento das indústrias no país.
Aula 10 – Enfermagem no Brasil através do século XX: Saúde Pública – Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e a Missão Parsons; Escola Anna Nery:
A organização da enfermagem na sociedade brasileira: Perfil e organização social de um país espoliado em toda a sua trajetória em benefício dos interesses externos. A organização da colônia era voltada para a produção e exportação de gêneros tropicais de grande expressão econômica que eram fornecidos ao comércio europeu.
 Emergiram três grupos sociais: a classe superior representada pelos proprietários rurais, os quais eram donos absolutos de riquezas, de prestígio e de poder; os escravos, índios e negros, que trabalhavam nas terras e eram econômicos e socialmente dominados por seus senhores; e a classe flutuante, composta por um aglomerado de mestiços sem posição social.
 As ações de saúde estavam vinculadas aos rituais místicos, realizados nas tribos pelos pajés e feiticeiros, e às práticas domésticas desenvolvidas pelas mulheres índias para o cuidado de velhos, crianças e enfermos.
 Com a chegada do colonizador europeu e do negro africano, doenças infecto-contagiosas, como tuberculose, febre amarela, varíola, lepra e doenças venéreas, passaram a compor o cenário brasileiro, iniciando as epidemias e a extinção dos nativos. Somente com a chegada do Príncipe Regente é que o ensino médico teve início no Brasil. Foi estabelecido pelos jesuítas e houve a formação das Santas Casas de Misericórdia.
 A prática de enfermagem nessa época era doméstica e empírica, instintiva, atendendo a fins lucrativos. A preservação da vida dos soldados tinha também finalidades financeiras para manutenção das tropas. Tanto as Santas Casas de Misericórdia quanto os hospitais militares eram mantidos por iniciativa privada e filantrópica (amor à humanidade). Os médicos eram figuras esporádicas (só apareciam às vezes) nos hospitais.
Desenvolvimento da educação de Enfermagem no Brasil: Teve início no final do século XIX. A existência de um mercado consumidor para produtos manufaturados europeus constituía um dos pré-requisitos para o desenvolvimento industrial brasileiro que veio a ocorrer posteriormente, intensificando o crescimento urbano.
 A questão saúde passa a constituir um problema econômico-social a partir do momento em que as doenças infecto-contagiosas, trazidas pelos europeus e pelos escravos africanos, começam a se propagar rapidamente.
 Os países que comercializavam com o Brasil advertiam constantemente a persistência de epidemias e endemias que ameaçavam não só as tripulações dos navios como as suas populações. A mão de obra da população dos grandes centros urbanos era considerada importante para o desenvolvimento industrial e estava em um estágio de calamidade pública em relação às condições de higiene. Logo, a disponibilidade de trabalhadores sadios não era equivalente às necessidades capitalistas da época.
 O Serviço de Inspeção de Saúde Pública do Porto do Rio de Janeiro, principal porta de entrada de doenças, já existia desde 1828, mas sua atuação era deficiente.
Introdução: A Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (UniRio) com dois anos de formação em atuação hospitalar e curativa como a primeira escola de enfermagem no Brasil. A Cruz Vermelha Brasileira, em consonância com o movimento internacional de auxílio aos feridos de guerra, passa a preparar voluntárias para o trabalho de enfermagem.
 A Escola de Enfermagem Anna Nery, em 1923, primeira escola de enfermagem baseada na adaptação norte-americana com atuação inicial na área de Saúde Pública, tornou-se a “escola padrão” para as que se espalharam por todo o Brasil. Ela redimensionou todo o modelo de enfermagem profissional no Brasil ao selecionar moças de camadas sociais elevadas e ao atuar com uma política interessada em fomentar o desenvolvimento da profissão em seu próprio benefício. Para muitos, ser enfermeira naquela época subentendia ser formada pela Escola de Enfermagem Anna Nery. Também a divisão social do trabalho em enfermagem é delineada, ou seja, a Escola amplia as características próprias das candidatas de acordo com a posição social ocupada por elas na sociedade. Nesse período, vamos encontrar a enfermagem profissional voltada para a área de ensino e de saúde pública, enquanto nos hospitais predominava a prática leiga e subserviente da enfermagem, por religiosas.
 Oswaldo Cruz e Carlos Chagas foram responsáveis pela criação da medicina preventiva e pela formação da enfermagem em saúde pública no Brasil. Com as Reformas Sanitárias de Oswaldo Cruz em 1904 e mais tarde com Carlos Chagas em 1920, proporcionou-se a capacitação médica e de enfermagem na área de saúde pública.
 OSWALDO CRUZ realizou grandes feitos contra a febre amarela, após uma árdua campanha ridicularizada pelos jornais e pela multidão. Criou o Instituto de Pesquisas que hoje tem seu nome, embora conhecido pelo local onde foi construído: Manguinhos. A Fundação Oswaldo Cruz – Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) tem preparado vários profissionais com estudos de extrema relevância para a Saúde Pública.
 Em 2 de Janeiro de 1920, pelo decreto n.º 3.987, foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública. Por iniciativa de CARLOS CHAGAS, então diretor do Departamento, e com a cooperação da Fundação Rockefeller, chegou ao Rio de Janeiro, em 1921, um grupo de enfermeiras norte-americanas que iniciou um curso intensivo de enfermeiras visitadoras.
 A primeira orientadora das enfermeiras entre nós foi Ethel Parsons, a qual fundou, junto com Carlos Chagas, a Escola de Enfermagem Anna Nery, hoje pertencente à UFRJ. Apesar das grandes dificuldades enfrentadas, as enfermeiras visitadoras contribuíram para a melhoria das condições sanitárias no Brasil. Organizar-se em centros de saúde bem aparelhados, onde existam escolas, é uma das primeiras providências a serem tomadas a fim de que os estágios sejam verdadeiramente proveitosos às alunas de enfermagem.
 Na década de 40, a Escola de Enfermagem Anna Nery foi incorporada à Universidade do Brasil (atual UFRJ) e, em 1949, controlou a expansão das escolas, exigindo que a educação em enfermagem fosse centralizada nos centros universitários (com nível superior).
 A formação técnica em enfermagem de saúde pública abrange, em teoria e prática, cursos básicos em escolas de enfermagem e cursos de especialização para enfermeiras diplomadas. A eficiência do treinamento depende de unidades sanitárias em bom funcionamento, demonstrando a aplicação prática dos conceitos fundamentais de saúde pública. A cooperação desanitaristas, enfermeiras de saúde pública, escolas de enfermagem e poderes públicos, reunindo todos os esforços e recursos, tornará possível introduzir, no setor de saúde pública, reformas que garantirão o melhoramento do exercício e do ensino de enfermagem de saúde pública no Brasil.
Aula 11 – A Enfermagem como profissão – Definição e Características:
Introdução:
 Os desenvolvimentos históricos da Enfermagem e da Medicina se entrelaçam. A medicina preocupa-se com o diagnóstico e o tratamento (a cura, quando possível) da doença. A enfermagem preocupa-se com os cuidados à pessoa em uma variedade de situações relacionadas à saúde. A medicina se envolve com a cura do cliente e a enfermagem com o cuidado dele. Esse cuidado inclui papéis significativos na educação para saúde, prevenção de doenças, cuidado individual do cliente, educação e ensino acadêmico. Especialização na enfermagem: variedade de áreas de atuação.
Efeito da tecnologia na definição de enfermagem: Avanços tecnológicos desde a década de 50 com o final da 2º Guerra Mundial. Ex: aneurisma de aorta – década de 50 para o século 21; garrote para bebê; cama para banho no leito. Tudo isso gerou ampliação de responsabilidades para a enfermagem.
 Enfermeira é uma pessoa que nutre e protege, ou seja, uma pessoa preparada para cuidar dos enfermos, dos deficientes, idosos, adultos, jovens e crianças. “Enfermeira” é uma palavra derivada do latim nutrix que significa “mãe enfermeira”. Em outros dicionários há o significado de Amã ou nutriz – Imagem Feminina: MULHER. Atualmente, o Conceito enfermeira (o) possui outras conotações inerentes ao sexo (masculino ou feminino).
Definição dos teóricos de Enfermagem: “A função única da enfermeira é assistir o indivíduo, doente ou sadio, no desempenho daquelas atividades que contribuem para a sua saúde ou recuperação (ou para a sua morte tranquila) que ele seria capaz de realizar por si próprio, caso tivesse a força necessária, o desejo ou o conhecimento. E deve fazê-lo de tal modo a auxiliá-lo a adquirir a independência o mais rápido possível.” (1958 – Virginia Henderson).
Qualquer definição de enfermagem deve indicar que se trata de uma arte e uma ciência:
ARTE no sentido de que é composta de habilidades que exigem a excelência e a proficiência para a sua execução.
CIÊNCIA no sentido de que exige conhecimento sistematizado obtido a partir da observação, do estudo e da pesquisa.
Falhas que decorrem nos últimos anos:
∙ Surgimento de determinadas profissões através da enfermagem. Exemplo: fisioterapia, nutrição e fonoaudióloga.
∙ Tentativa de alguns profissionais de enfermagem em realizar procedimentos que não competem à sua profissão.
∙ Falta de registro no próprio atendimento dos profissionais de enfermagem.
Em geral, uma profissão deve ter como características: Possuir um corpo de conhecimento bem organizado e bem definido que esteja em um nível intelectual e que possa ser aplicado a atividades do grupo; Ampliar o corpo de conhecimento sistemático e melhorar o ensino e os serviços através do uso do método científico; Formar seus profissionais em instituições de ensino superior; Funcionar de maneira autônoma na formulação de políticas profissionais e no controle da atividade profissional; Criar, dentro do grupo, um código de ética; Atrair para a profissão um grupo de indivíduos que reconheçam essa ocupação como o trabalho de suas vidas e que desejam contribuir para o bem da sociedade através do servir ao outro; e Lutar para garantir autonomia, desenvolvimento profissional continuado e segurança econômica aos profissionais.
OBS: A enfermagem não possui um CORPO DE CONHECIMENTO ESPECIALIZADO. Utiliza-se de diversas áreas, como a sociologia, a psicologia e a antropologia, entre outras, para explicar seu corpo de conhecimento. A enfermagem possui: Diversas atuações no mercado de trabalho; Diversos cursos de especialização latu sensu; Diversos cursos de Mestrado e Doutorado; Literaturas sobre e para a enfermagem; Relevância para a prática profissional e acadêmica; e Aplicação de seu conhecimento prático.
Avanços significativos para definição do cuidado em oposição à cura do cliente, pois ambos somam-se: Planejamento e execução de cuidados; Diagnóstico de Enfermagem (Processo de Enfermagem); Home Care; Consulta de Enfermagem; Decisão dos cuidados de Enfermagem; Prescrição de Enfermagem; Consultório de Enfermagem (curativos e terapias alternativas).
Aula 12 – As Tradições de Enfermagem:
 Ao longo dos anos, a enfermagem tem, devido à sua história, desenvolvido algumas tradições. Algumas dessas tradições estão sendo questionadas, primeiramente, porque simplesmente não são práticas nos ambientes de trabalho de hoje em dia (por exemplo, o uso da touca de enfermagem). Vale à pena, porém, refletirmos um pouco sobre o desenvolvimento dessas tradições e discutir a sua relação com a enfermagem.
 O BROCHE DA ENFERMAGEM: O broche da enfermagem pode datar do tempo das Cruzadas, quando os Cruzados, marchando até Jerusalém para reaver a Terra Sagrada, tiveram cruzes gravadas em suas cabeças ou peitos como símbolos de boa fortuna. Após a captura de Jerusalém em 1099, alguns dos Cruzados notaram o excelente cuidado de enfermagem fornecido pelo St. John Hospital e decidiram incorporar o grupo de enfermagem. Um uniforme foi concebido para o grupo que incluía uma túnica negra com uma Cruz de Malta branca no peito. A Cruz de Malta é uma cruz de oito pontas formadas por quatro cabeças de flecha unidas em seus pontos. 
A TOUCA DE ENFERMAGEM: A história da touca de enfermagem é um pouco menos clara. A touca branca da diaconisa dos primórdios da Era Cristã e o véu de freira da Idade Média são apontados como os precursores da touca de enfermagem que conhecemos hoje. Era considerado próprio para as mulheres manter a cabeça coberta naqueles dias. O véu foi modificado para se tornar uma touca e foi associado ao serviço dedicado a outros. A touca adquirida pelos estudantes em Kaiserwerth, quando Florence Nightingale era uma estudante, tinha forma de um capuz, com um franzido em volta da face, e era amarrado em baixo do queixo. Além disso, o corte curto de cabelo não era aceitável para as mulheres e o uso de uma cobertura na cabeça ajudava a prender o cabelo.
O UNIFORME DE ENFERMAGEM: Assim como a touca de enfermagem, que é de fato uma parte do uniforme antigo, a exigência de uma vestimenta especial é oriunda da história religiosa e militar. Isso é devido, em grande parte, ao fato de que o uniforme fornece uma mensagem forte, não verbal, sobre a imagem de alguém. A enfermeira vestida em um uniforme branco, nos anos 50 e 60, veiculava uma impressão de confiança, competência, profissionalismo, autoridade, atribuições e responsabilidade.
A LÂMPADA: A lâmpada da enfermeira é o símbolo significante ou dominante (de maior relevância) da enfermagem e Florence Nightingale, o mito da categoria.
 A cerimônia da lâmpada era realizada durante as solenidades de formatura e tinha como objetivo homenagear a aluna que, durante a formação, havia “incorporado”, de maneira exemplar, os princípios apregoados por Florence Nightingale, a Dama da Lâmpada. Essa aluna passava a ser a Dama da Lâmpada. Era ela quem conduzia, em silêncio, a lâmpada, símbolo da enfermeira, que se encontrava acesa por entre as alunas que formavam um corredor, levando-a até a mesa onde estavam as autoridades presentes. Essa lâmpada permanecia acesa durante toda a solenidade de formatura, remetendo o espírito de “doação” e de “amor” com que Florence cuidou dos doentes.
Aula 13 – A História do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estácio de Sá:
 Caminhando há séculos na sua missão de cuidar, a enfermagem nasce como um serviço organizado nos primórdios do cristianismo, através do sistema de diaconato, sendo posteriormente tomada como profissão nas sociedades complexas, mais especificamente na sociedade capitalista do século XIX, na Inglaterra. Com um corpo de conhecimento organizado, com o sistema Nightingaleano, a enfermagem atinge o status deprofissão e se expande no mundo com a denominação de “Enfermagem Moderna”.  
 Constituída por um contingente eminentemente feminino e com uma formação voltada para níveis diferenciados, nasce e se desenvolve, portanto, em uma sociedade industrial emergente, onde a saúde do corpo adquire fundamental importância como instrumento produtor de mercadorias e, ao mesmo tempo, elemento essencial ao processo de acumulação de capital. 
 Com a sua consolidação no mundo e com franca expansão nos Estados Unidos, Canadá e vários países da Europa, ainda no final do século passado, no Brasil, somente no início do século XX, é que surgiu, no ano de 1923, na cidade do Rio de Janeiro, uma escola na área de saúde pública (Escola Ana Néri). No entanto, é interessante salientar a existência de várias iniciativas de ensino na área de enfermagem, anteriores à década de vinte, porém, que não contemplavam as prerrogativas chamadas de “Princípios Nightingaleanos”, entre os quais se destacaram: a preocupação com a conduta das alunas, ensino teórico e prático sistematizado e direção da escola por enfermeiras. Por esse motivo, o surgimento do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) e a criação da Escola de Enfermagem Ana Néri representaram o verdadeiro marco referencial da enfermagem profissional no Brasil. 
 Tamanha iniciativa não decorreu simplesmente do processo de expansão do ensino de enfermagem nos diversos continentes, mas se configurou, no Brasil, como uma necessidade do próprio desenvolvimento capitalista do início do século. É importante ressaltar que a sociedade brasileira no início do século XX tinha como sustentáculo, tanto no plano político quanto no plano econômico, o setor agrário-exportador cafeeiro. Tal fato tem uma repercussão em relação à saúde, pois na medida em que se alastravam as epidemias e endemias nas cidades portuárias que representavam a porta de comunicação para comercialização do Brasil com os países europeus, constituía uma ameaça concreta à sobrevivência dessa economia, caso os grandes portos não fossem saneados. Nesse contexto, a saúde pública cresceu como uma questão social juntamente com o capitalismo. É também nesse cenário onde o ensino e a profissão de enfermagem se institucionalizam.
 O modelo de enfermagem anglo-americano, implantado na capital do Brasil no início da década de 1920, ocorreu em uma conjuntura de forte influência americana nos domínios da economia e da tecnologia. Para efetivar seu projeto, a Missão Parsons atuou simultaneamente em três frentes de trabalho: Organização de um serviço unificado de enfermeiras (na área de saúde pública) que fazia a visitação domiciliar para controle sanitário na cidade do Rio de Janeiro e promovia orientações de cunho educativo; Criação da escola padrão pelo DNSP; e reorganização de um Hospital Geral da Assistência do DNSP cujo propósito era promover um campo de estágio favorável às alunas ingressantes.
 É interessante perceber que, nessa trajetória, a enfermagem teve como centro difusor a escola de enfermeiras, desde cedo desencadeando as tradições, explícitas em emblemas e rituais de inspiração religiosa e militar, como um modelo de inculcação hierárquica e disciplinar, favorecendo a construção de uma identidade indissociável de suas figuras fundadoras.
 Dessa forma, a enfermagem, no seu cenário atual, dá à sua visibilidade um espaço socialmente compartilhado cujo compromisso social se revela de acordo com a sua continuidade no tempo e no espaço, conferindo à nossa profissão um reconhecimento. Até porque o seu desenvolvimento foi configurado através de contínuas adaptações às crescentes demandas da sociedade, oriundas de um conhecimento que por excelência é de cunho científico e tecnológico. Com essa afirmação, percebemos que somente com a implantação de programas de formação acadêmica podemos fornecer ao espaço social um conhecimento com nível de impacto exequível às inovações técnicas e científicas. Portanto, a formação da enfermeira em pleno século XXI deve vislumbrar uma incessante aquisição de conhecimentos de modo a atuar efetivamente na equipe de saúde e no interesse maior que é o cliente por nós assistido. 
 Não é uma questão de elucubrar fatos históricos, mas mostrar que o discente egresso em termos atuais possui a oportunidade de ampliar conhecimentos e desenvolver uma postura crítica e reflexiva que vem a redundar numa formação acadêmica compatível com a realidade. 
 Nesse sentido, o currículo do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estácio de Sá implementa concepções pedagógicas problematizadoras, cujo enfoque parte da base que, em um mundo de mudanças rápidas, o importante não são os conhecimentos ou ideias, nem os comportamentos corretos e fáceis que se espera, mas sim o aumento da capacidade do aluno – participante e agente da transformação social – para detectar os problemas reais e buscar para eles soluções originais e criativas. Por essa razão, a capacidade que se deseja desenvolver é a de se fazer perguntas relevantes em qualquer situação, para entendê-las e ser capaz de resolvê-las. 
 Neste momento, percebemos que, no auge das transformações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, preocupa-nos as transformações dos sistemas políticos e sociais emergentes e persistentes, relacionando-os principalmente com alterações na estrutura externa da assistência à saúde e as inovações em geral. Para enfrentar essas mudanças constantes, as enfermeiras devem estar preparadas para compreender, discutir e decidir com um enfoque humanístico, tecnicamente correto, legalmente e eticamente apoiado e, principalmente, com suas bases científicas devidamente fundamentadas.
A IMPLANTAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E O SEU DESENVOLVIMENTO: O Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estácio de Sá foi autorizado pela Resolução nº. 32/CONSUNI/AR, de 07 de março de 1997, tendo sido implantado somente no segundo semestre do ano de 2000, quando a Universidade considerou haver condições técnicas e operacionais adequadas para implantação do curso.
 A Universidade Estácio de Sá, que tem uma estrutura multicampi, iniciou a implantação do curso de graduação de enfermagem em 2002. O curso nestes nove anos de história vem mantendo o seu compromisso de articular a formação e o exercício profissional às reais e atuais tendências emanadas pelos representantes da categoria, além das necessidades do mundo do trabalho, de forma a contribuir com um profissional promissor, eficiente e eficaz.
 Formar enfermeiros qualificados para atuar em todos os níveis de complexidade da assistência ao ser humano em sua integralidade, no contexto do Sistema Único de Saúde e do sistema de saúde complementar, numa perspectiva crítico-reflexiva-criativa, compromissado com a qualidade de vida da população, bem como comprometido com sua qualificação permanente e com o desenvolvimento da profissão.
A CRIAÇÃO DO CURSO - O INÍCIO DA TRAJETÓRIA E AS SUAS CONCEPÇÕES: Apesar do surgimento de novos cursos de graduação em enfermagem, acreditamos que ainda se faz necessária a formação de novos profissionais de enfermagem capazes de atender o mercado de trabalho atual, considerando-se as estratégias emanadas do Ministério da Saúde no sentido de implantação e expansão do Programa de Saúde da Família (PSF) nos municípios brasileiros.
 A reorientação das políticas de saúde, calcadas nas diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS - uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e ações de saúde) foi transformada, na Constituição Federal de 1988 (pelo deputado Ulysses Guimarães), em “direito à saúde”, o que significa que cada um e todos os brasileiros devem usufruir dessas políticas públicas - econômicas e sociais - que reduzam riscos e agravos à saúde. Esse direito significa, igualmente, o acesso universal (para todos) e equânime (com justa igualdade) a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde (atendimento integral).
 Apesar da matriz curricular estar organizada e dispostapor disciplinas, desenvolve-se de modo preliminar o currículo integrado, no qual as disciplinas trabalham articuladas no período com objetivos definidos. 
 Tem-se a intenção de desenvolver a proposta da Educação Problematizadora, também chamada de Libertadora por Paulo Freire, como a fundamentação pedagógica que caracterizará o enfermeiro formado pelo Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estácio de Sá.
 Dessa forma, Freire contribui afirmando que para se exercer um ato comprometido este necessita de sua atuação e reflexão. É essa capacidade de atuar, operar e transformar a realidade de acordo com finalidades propostas pelo homem, à qual está associada sua capacidade de refletir, que o faz um ser da práxis (ação, atividade prática). 
 Essa diretriz vem acontecendo nas disciplinas do eixo integrador de saúde coletiva. Para a sedimentação dessa proposta, no que se refere à capacitação docente, organizou-se, junto à pós-graduação da universidade, para que, nos anos de 2005, 2006 e 2007, fossem oferecidos cursos de extensão e também o curso de docência do ensino superior com o objetivo geral de preparar o docente para atuar no curso de enfermagem tendo como proposta a Educação Problematizadora. 
 A Pedagogia Problematizadora traz no seu bojo um modelo de processo ensino-aprendizagem que se dá numa relação entre dois elementos: um sujeito que aprende e um objeto que é aprendido, tendo-se em conta os padrões culturais dos elementos envolvidos no processo. Propõe o aluno como construtor do seu conhecimento a partir da reflexão e indagação de sua prática. 
 Isso porque Freire vai além, ressaltando que, para problematizar o melhor ponto de partida para estas reflexões é a não conclusão do ser humano de que se tornou consciente. Como vimos, aí radica a nossa educabilidade, bem como a nossa inserção num permanente movimento de busca em que, curiosos e indagadores, não apenas nos damos conta das coisas, mas também delas podemos ter um conhecimento cabal. A capacidade de aprender, não apenas para nos adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a, fala de nossa educabilidade a um nível distinto do nível de adestramento dos outros.
 Traz também o professor como orientador-condutor do processo, um provocador de dúvidas, organizando sistematicamente uma série gradual e encadeada de situações observadas numa realidade, através de sucessivas aproximações, desencadeando um processo de ação. Essa proposta pedagógico-metodológica baseia-se na tríade ação-reflexão-ação, considerando que a aprendizagem se dá a partir de uma realidade vivenciada, que é problematizada, teorizada, refletida e transformada. A adoção dessa concepção de ensino-aprendizagem produz no aluno um espírito crítico e investigativo, transformando-o em agente ativo da sua formação. 
 Assim, o Curso de Graduação em Enfermagem da UNESA busca a formação de enfermeiros generalistas, humanistas, criativos, críticos e reflexivos, orientados para atuar com senso de responsabilidade social, ética e compromisso com a cidadania. Tem a finalidade de superar os conceitos mecanicistas e funcionalistas que vêem a saúde como mera ausência de doenças cuja cura consiste na eliminação destas, onde o cliente é visto apenas como o portador de uma patologia, por esse modelo biomédico, centrado na hospitalização de assistência à saúde, onde o cliente precisa constantemente de inspeção por um especialista. 
 Desse modo, o Curso de Graduação em Enfermagem da UNESA adota o conceito de saúde contido na Constituição Federal de 1988, onde “saúde é a resultante das condições de trabalho, renda, meio ambiente, liberdade, lazer, acesso e posse de terra, educação, habitação, alimentação e acesso aos serviços de saúde”. A natureza desse conceito é eminentemente interdisciplinar, visto que tem por base as múltiplas determinações e mediações históricas que o constituem.
 Esse paradigma demanda articular dinamicamente as dimensões do social, do antropológico, do econômico, do psicológico, do biológico, para que a saúde possa ser apreendida em toda a sua dimensão, o que traz à tona a necessidade de uma abordagem do conhecimento interdisciplinar que seja capaz, ao mesmo tempo, de preservar a autonomia e a profundidade de cada área do conhecimento envolvida e de articular os fragmentos desse conhecimento, ultrapassando e ampliando a compreensão pluridimensional dos objetos, sendo, portanto, condizente com a eleição do currículo integrado, também de base interdisciplinar. 
 Entendemos que a área de saúde é essencialmente interdisciplinar. A interdisciplinaridade no ensino de saúde implica a integração disciplinar – currículo integrado – em torno de problemas oriundos da realidade de saúde, onde os conteúdos das disciplinas que auxiliam na compreensão daquela realidade de saúde interagem dinamicamente estabelecendo entre si conexões e mediações. Nessa proposta, o princípio da hierarquia entre as ciências é substituído pelo princípio da cooperação, possibilitando a transitividade interna entre fragmentos de ciência, conceitos e linguagens. Essas concepções contrapõem-se ao conhecimento empírico-racionalista na qual o conhecimento realiza-se mediante um método de análise e soma cujo resultado é constituído pela representação atomística da realidade. Quanto à visão de sociedade, esse conhecimento é plural e busca mudanças históricas, políticas e econômicas capazes de superar as fortes desigualdades sociais. 
 É um curso que possui bases metodológicas que compõem a formação profissional do discente de enfermagem alicerçada no processo crítico e reflexivo que acompanha a trajetória contemporânea de aperfeiçoamento profissional de acordo com as mudanças do mundo atual, no que pese as exigências do mercado de trabalho. 
 Não obstante, ressalte-se a atuação qualificada do corpo docente no desenvolvimento e na formação do Curso. Estes docentes estão inseridos em um papel de destaque na produção, troca e articulação de conhecimentos que estão em constante mudança. É um desafio que é enfrentado pelos profissionais de enfermagem que decorre do constante processo de transformação da sociedade brasileira. Sociedade esta que se transforma no mercado de trabalho diferenciado e que prima pelo desenvolvimento tecnológico, pela competitividade e o rigor científico. Assim, entender a singularidade da formação discente se faz necessária através de bases pedagógicas que visam a entender a configuração e a formação dos discentes de enfermagem. 
 As características singulares do Curso de Graduação em Enfermagem da UNESA são especificadas, porque é uma instituição de ensino superior que se propõe em inserir no mercado de trabalho discentes qualificados para atuarem nas diversas áreas de conhecimento da enfermagem. Além disso, este curso de graduação possui um perfil multicampi, ou seja, há a presença de diversas unidades de ensino superior na enfermagem em diversas regiões do Estado do Rio de Janeiro em que a UNESA foi pioneira.
O CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E SUAS CONQUISTAS: O desenvolvimento do Curso de Graduação em Enfermagem da UNESA está pautado no Projeto Político Pedagógico que compreende uma constante reestruturação acadêmica no processo de formação dos discentes de enfermagem, em virtude das mudanças de paradigmas no mundo contemporâneo em que estamos inseridos. Segundo FERNANDES isso envolve princípios, a saber:
► Reconhecer as múltiplas dimensões da prática profissional (técnica/científica, ética, social, política) como forma de superar o pensar simplificado e fragmentado da realidade.
► A interdisciplinaridade como realidade na ótica pluralista das concepções de ensino.
► A importância do raciocínio clínico ampliado, tendo em vista a integralidade da atenção à saúde e a rede progressiva de cuidados em saúde/enfermagem.
►A indissociabilidade entre as bases biológicas e sociais da atenção à saúde/enfermagem.
►Valorização da articulação teoria e prática, contemplando a articulação da pesquisa com o ensinoe a extensão.
►Desenvolvimento de habilidades e competências para produção de conhecimento próprio, inovador, assegurando uma assistência de qualidade.
►Diversificação de cenários de atenção à saúde (visualizado inclusive nas peculiaridades entre os campi).
►Utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, saindo do pólo do ensino para o da aprendizagem e da centralidade do professor para a centralidade do aluno como sujeito e cidadão e a flexibilidade curricular.
 O desenvolvimento do Curso de Graduação em Enfermagem da UNESA traz em sua trajetória dados empíricos que fomentam a construção deste curso de graduação e o conhecimento de sua trajetória. Tal fato nos permite afirmar que a universidade possui um olhar interdisciplinar que busca a articulação contínua das disciplinas visando à formação de um aluno de enfermagem que busca sua emancipação e desenvolvimento como cidadão.
 Segundo Pinhell e Kurcgantll assim se concretizará um novo modo de pensar e de agir na educação em enfermagem, objetivando a melhoria no atendimento das demandas sociais, com a construção de competências ético-sociais, envolvendo a capacidade de colaboração e cooperação com o outro (estudantes, usuários, docentes e demais profissionais), estabelecendo relações humanas participativas e construtivas, assumindo a responsabilidade de ser um agente transformador social sob a égide da ética, especialmente a ética no cuidado, respeitando a autonomia, a diversidade e a responsabilidade nas relações com o outro. 
 Através desta aula, foi possível apreender algumas características relevantes do Curso de Graduação em Enfermagem da UNESA, como a estrutura da universidade, que a caracteriza como multicampi. Esse fator, aliado à contribuição do corpo docente da instituição, é que garantiu êxito à implantação do Curso de Graduação em Enfermagem da UNESA.
 Outro aspecto relevante é a Evolução do Projeto Político Pedagógico do Curso de Enfermagem, por meio do desenvolvimento das disciplinas que sofreram algumas evoluções curriculares para atender à demanda do mercado de trabalho. Além disso, foi necessário agregar conhecimentos reconhecendo as adversidades e diferenças peculiares de cada unidade do Curso de Graduação em Enfermagem no mercado de trabalho atual.
 São modificações que partem de uma análise das competências requeridas na formação do enfermeiro a fim de que este possa desenvolver a profissão com qualidade. Educar profissionais de enfermagem requer estratégias pedagógicas que transformem o discente em uma pessoa livre, com autonomia, criatividade e solidariedade no exercício de sua profissão.
 No entanto, sobre a importância da Educação à Distância no Curso de Graduação em Enfermagem da universidade, percebemos que o uso das novas tecnologias para educação à distância tornam possível concatenar conhecimentos norteadores de uma prática profissional engajada no mercado de trabalho. É a possibilidade da inclusão digital sem deixar de fomentar novas questões dentro da prática educativa via web que busca inserir o discente num mercado de trabalho conectado à interatividade da construção do conhecimento. 
 A educação à distância tem desempenhado uma ampla adequação nas modalidades de ensino tanto de cursos de graduação como em cursos de extensão oferecidos pelas instituições de ensino. Tal fato tem exigido dos serviços de saúde e, também, da equipe enfermagem uma qualificação diferenciada, visando à atualização com novas tecnologias oferecidas. Compreendemos que essa inserção do nosso discente se faz necessária a essa nova tônica de ensino. 
 Percebemos que o nosso Curso de Graduação em Enfermagem está adotando didáticas e temas inovadores na área da enfermagem por meio do ensino à distância, permitindo que os estudantes de graduação em enfermagem tenham também o acesso a novas tecnologias e se tornem incluídos digitalmente.
Aula 14 – A medicalização do Sistema de saúde:
 O empobrecimento da população, nos últimos anos, fez com que as pessoas limitassem seus gastos a itens básicos de sobrevivência como alimentação e habitação. O orçamento de verbas necessárias à manutenção da capacidade operacional das instituições públicas mostra-se afetado pelo processo inflacionário. A previsão de recursos para os serviços de saúde das instituições públicas não atende ao programado, resultando em profundos cortes no planejamento de programas por falta de recursos.
 Os primeiros anos da década de 90 denunciam a falta de respeito da classe política com as instituições, os profissionais de saúde, a população e as péssimas condições e a desvalorização do trabalho dos profissionais de saúde. Em contrapartida, os meios de comunicação anunciam e vendem planos de saúde com promessa de atendimento de alto nível. A atual política de desmoralização dos serviços públicos de saúde vem atender aos interesses dos grupos empresariais do setor.
 Outro aspecto que contribui para crise no setor da saúde está relacionado ao espaço político e intelectual dos profissionais da área. SABER MÉDICO: traz sérios problemas ao relacionamento multidisciplinar e grandes prejuízos à clientela. A medicalização do Sistema de Saúde é um comportamento profissional elitista e preconceituoso, que é cultuado na estrutura do sistema de formação médica e causa profundos danos na assistência multiprofissional nas necessidades do paciente, família e sociedade.
 Favorecimento de indústrias médico-hospitalares e farmacêuticas; Deficiência na relação médico-paciente; Ausência de comunicação com o cliente. Surgem os profissionais especializados em uma única área; O homem que apresenta um problema de saúde passa a ser considerado um instrumento de produção de riquezas, com características consumistas.
 Podemos dizer, diante dos fatos descritos, que ocorre uma nova epidemia: Manifesta sob a forma de invalidez, exclusão social e angústia que são produto do diagnóstico e tratamento inadequados. Os erros ocorrem pela falta de conhecimento médico, erros laboratoriais e/ou mal-entendidos na orientação com o cliente.
A enfermagem: O enfermeiro funciona como mediador entre as inconsequências médicas, a ética e o paciente. A falta de segurança no argumento teórico do enfermeiro faz com que este assuma uma postura passiva diante da dúvida para execução das prescrições médicas. Os avanços tecnológicos em saúde, com a utilização de equipamentos eletrônicos sofisticados, estão sugerindo a mecanização do trabalho da equipe de enfermagem.
 Para que novos procedimentos sejam realizados, são elaboradas rotinas de serviço que caracterizam o trabalho do técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem como atividade de atendimento às necessidades do médico e não do paciente. Ao cliente raras vezes são fornecidas informações sobre sua saúde, conduta, riscos e precauções. Os resultados são geralmente anexados ao prontuário.
 O despreparo do pessoal é disfarçado pela falta de manutenção do equipamento especializado. O fato de o paciente ter sido exposto a exaustivos procedimentos técnicos de preparo para o exame não desperta a sensibilidade do médico em perceber seu sofrimento. A Ética não está servindo de parâmetro de respeito humano para com o semelhante.
A prática assistencial hospitalar tem apontado inúmeras falhas de caráter técnico e administrativo:
- É frequente a ocorrência de omissão de atendimento, situação em que o cliente passa por períodos de até sete dias sem visita ou prescrição médica.
- São rotineiras as avaliações e prescrições de medicamentos sem que o médico sequer entre na enfermaria para ver o doente.
- Falta de organização e supervisão da equipe médica no serviço público contribui para incidência de casos agravados, o que dificulta o serviço de enfermagem.
- Falta de preparo do médico para prescrição do cliente. Fator este de extremo desgaste para a equipe de enfermagem.
Posição atual de alguns profissionais de enfermagem:
- O saber da enfermagem é ampliado através do exercício crítico da assistência sistematizada do cliente.
- Discussãoda prática, na prática, para um domínio do conhecimento fundamentando o seu fazer.
- Rompe com a ideia de simples grupo de execução de tarefas partindo para o exercício político de uma atividade social de importância singular na preservação da qualidade de vida e saúde da sociedade.
- A evolução acadêmica na formação de enfermeiros em cursos de pós-graduação já demonstra seus reflexos no perfil social da profissão (escalões federais, estaduais, municipais e projetos ousados na iniciativa privada).
Importante saber: A enfermagem é uma atividade que permanece estável em sua essência, pois a humanização do cuidado e a ajuda ao cliente não pode ser atribuída a máquinas. É a enfermagem que sustenta a atenção e apoio, tão necessário ao conforto e segurança do cliente, família e comunidade. Proporcionou ao profissional de enfermagem, capacitado, ocupar cargos de ênfase nas instituições do país. A enfermagem na docência de universidades investe na valorização e incentivo dos programas de pós-graduação.

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