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DIP I

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DIP I
Processo de integração entre os Estados
O direito diplomático constituiu objeto de primeiro tratado multilateral de que se tem Notícia: o Règlement de Viena, de 1815, que deu forma convencional às regras até então costumeiras sobre a matéria. Na atualidade vigem, com aceitação generalizada, duas convenções celebradas em Viena nos anos 60, uma delas sobre relações diplomáticas (1961), outra sobre relações consulares (1963).
O serviço diplomático, de que cuida a convenção de 61, goza de estatuto acentuadamente mais favorável que aquele próprio do serviço consular, versado na convenção de 63. O diplomata representa o Estado acreditante junto à soberania local, e para o trato bilateral dos assuntos de Estado. Já o cônsul representa o Estado de origem para o fim de cuidar, no território onde atue, de interesses privados – os de seus compatriotas que ali se encontrem a qualquer título, e os elementos locais que tencionem, por exemplo, visitar aquele país, de lá importar bens, ou para lá exportar.
Convenção de Viena sobre relações diplomáticas:
As missões diplomáticas destinam-se a assegurar a manutenção de boas relações entre o estado representado e os estados em que se acham sediadas, bem como a proteger os direitos e interesses do respectivo país e de seus nacionais.
A expressão locais da missão, que encontramos na Convenção de 1961, aplica-se aos edifícios, ou a parte dos edifícios, e terrenos anexos, seja quem for o seu proprietário, utilizados para as finalidades da missão, inclusive a residência do chefe desta.
Todo estado soberano tem o direito de estabelecer relações diplomáticas com os demais estados, bem como o de enviar missões diplomáticas por consentimento mútuo, ou seja, as duas partes devem consentir, sendo este princípio um dos regentes das relações diplomáticas. Esse direito é denominado direito de legação (que só é tido pelos sujeitos de direito internacional) ativo, no caso de envio de missão, e passivo, quando se tratar de receber missões de outros países.
A inexistência de relações diplomáticas pode decorrer de questões econômicas, de sanções não-militares por descumprimento do direito internacional, ou ainda por questões políticas – como no caso de Marrocos que não mantém relações com os países que reconhecem a República Saariana – o que não significa, necessariamente, o não reconhecimento de um país.
Acreditação: é um ato discricionário do Estado de acolhimento, ou seja, praticado com liberdade de escolha, pelo qual ele reconhece os poderes do representante do Estado de origem. É realizada uma cerimônia formal, de modo que cada país tem o seu ritual específico, contando ainda com a presença do Chefe de Estado do país acreditador e o chefe da missão diplomática do país de origem.
A missão diplomática é integrada não só pelo chefe de missão e pelos demais funcionários diplomáticos, mas também pelo pessoal administrativo e técnico e pelo pessoal de serviço.
Os funcionários diplomáticos são classificados em permanentes ou temporários, isto é, se são acreditados permanentemente junto a governo estrangeiro ou se integram delegação governamental em conferência internacional ou tenham sido enviados a posse presidencial, coroação de monarca ou outra cerimônia protocolar.
Missão diplomática permanente: a instalação da missão permanente inicia-se coma comunicação do Estado acreditante manifestando ao Estado de acolhimento o interesse em constituir uma missão em seu território. O estabelecimento das relações diplomáticas por meio de uma missão permanente é considerado um ato positivo de reconhecimento da importância do Estado de acolhimento para o Estado acreditante. A missão permanente pode ter competências gerais, quando atua nas relações diplomáticas com um Estado, ou competências específicas, como as missões que atual perante as Organizações Internacionais, por exemplo. Podem ser de diferentes naturezas.
Embaixadas: responsáveis pela representação política;
Consulados: responsáveis pela representação comercial e administrativa, sobretudo de caráter notarial;
Missões ou escritórios: responsáveis pela representação política, comercial ou mesmo administrativa pera Organizações Internacionais ou perante Estados, mas com dimensões menores, geralmente ocupando um espaço físico menos importante ou com número reduzido de pessoas.
Acreditação dupla ou múltipla: a mesma missão diplomática representa os Estado acreditante perante diversos Estados acreditados ao mesmo tempo. Ex: Bangkok, Tailândia, Camboja e Mianmar.
Missão diplomática temporária: ou especial. Os diplomatas podem ser de carreira ou Ad hoc. É enviada por um Estado a outro para uma negociação específica ou para executar uma tarefa determinada. A missão temporária pode ser acreditada da mesma forma que a missão permanente, muito embora procedimentos menos burocráticos, acordados entre as partes envolvidas, sejam mais comuns nessas situações. Nada impede que a mesma missão especial seja acreditada em diferentes Estados. Não é necessário que os Estados que enviam missões especiais também tenham missões diplomáticas permanentes nos Estados com quem irão negociar ou mesmo que tenham relações diplomáticas estáveis. A concessão de imunidades e privilégios aos diplomatas que participam de missões especiais é facultativa, e cada Estado reage de uma maneira distinta. Dura de 2 a 4 anos. Convenção sobre missões especiais (1969). Ex: Tratados, negociadores, observadores.
Os sujeitos de direito internacional têm a liberdade de escolher seus representantes que, em geral, são nacionais seus. O chefe da missão diplomática, na maioria das vezes, o diplomata de maior posto hierárquico na carreira, tem ampla liberdade sobre as atividades da missão. O chefe da missão é chamado de embaixador, núncio, enviado ou ministro encarregado de negócios.
Funções da missão diplomática (art. 3º, CVRD): há o direito de representação: o agente diplomático fala em nome de seu governo com o estado junto ao qual se acha acreditado e promove relações amistosas como o intercâmbio econômico, cultural e científico. Em decorrência do direito de representação, cabe à missão negociar com o estado acreditado. O diplomata deve proteger os interesses de seu estado e de seus nacionais perante as autoridades do país. O dever de observação consiste em inteirar-se por todos os meios lícitos das condições existentes e da evolução dos acontecimentos no estado acreditado e informar a esse respeito o respectivo governo.
A Convenção de Viena ainda salienta que nada impede a missão diplomática de exercer funções consulares, prática esta que vem sendo adotada nas capitais onde a criação de repartição consular não se justifica.
Imunidades: são previstas pelo Direito Internacional para o exercício de capacidades e competências soberanas.
Privilégios: benefícios concedidos pelo Estado de acolhimento.
Atos de Estados de Império: exercício do poder soberano do país de origem em território estrangeiro.
Atos de gestão: atos comuns em igualdade com os demais atores nacionais.
Imunidades e privilégios diplomáticos: o funcional protege o Estado, o individual ou pessoal protege o indivíduo, o que, em determinados, ocorre apenas no exercício da função.
Imunidades da missão diplomática: no âmbito da missão diplomática, os membros do quadro diplomático de carreira gozam de ampla imunidade de jurisdição penal e civil. O membros do quadro administrativo e técnico, desde que oriundos do Estado acreditante, distinguem-se dos diplomatas no que concerne à imunidade de jurisdição civil, aqui limitada aos atos praticados no exercício de suas funções. Todos são, ademais, fisicamente invioláveis, não podem ser presos nem detidos. Reveste-os, além disso, a imunidade tributária. Há necessidade de os agentes diplomáticos serem e manterem-se independentes da jurisdição civil e criminal do estado onde se acham acreditados, a fim de poderem tratar, com plena liberdade e a máxima franqueza, dos negócios inerentes às respectivas missões, o que lhes exige não seja aplicada a referidajurisdição 373. Assim, tal imunidade tem sido admitida pela prática internacional.
Em matéria penal, civil e tributária, os privilégios dos agentes das duas categorias citadas estendem-se aos membros das respectivas famílias, desde que vivam sob sua dependência e tenham sido, por isso, incluídos na lista diplomática. Uma terceira categoria, o pessoal de serviços só goza de imunidades no que concerne aos seus atos de ofício, à sua estrita atividade funcional – o que significa que, neste caso, não cabe falar em extensão do privilégio ao grupo familiar.
Além disso, são fisicamente invioláveis os locais da missão diplomática – sem a expressa autorização do país de origem – com todos os bens ali situados, assim como os locais residenciais utilizados pelo quadro diplomático e pelo quadro administrativo e técnico. Esses imóveis, e os valores mobiliários neles encontráveis, não podem ser objeto de busca, requisição, penhora ou medida qualquer de execução. Os arquivos e documentos da missão diplomática são invioláveis onde quer que se encontrem.
Por mais que os agentes da missão diplomática gozem de imunidade penal no país acolhedor, isso não os livra da jurisdição de seu Estado patrial. O que se espera é que, ao retornar, o diplomata responda pelo delito praticado no exterior.
Imunidade trabalhista: os agentes diplomáticos submetem-se as normas trabalhistas do país acolhedor quando contratam nacionais deste. Por outro lado, para os nacionais do Estado de origem é proporcionada a seguridade social, no sentido que seguirão as normas de seu próprio país.
Imunidade tributária: os membros e os bens da missão diplomática estão isentos de impostos, excedendo-se as compras feitas em nome próprio, custas judiciais, rendimentos privados e bens relacionados a direitos de sucessão.
Privilégios: benefícios concedidos pelo Estado de acolhimento. Ex: importação facilitada em impostos, matrícula em universidade pública até os 24 anos (UNB), taxa de aeroportos, placa diplomática, entre outros.
Em caso de ruptura das relações diplomáticas entre dois Estados, ou se uma missão é retirada definitiva ou temporariamente: o Estado acreditador está obrigado a respeitar e a proteger, mesmo em caso de conflito armado, os locais da missão, bem como os seus bens e arquivos; O Estado acreditante poderá confiar a guarda dos locais da missão, bem como dos seus bens e arquivos, a um terceiro Estado aceite pelo Estado acreditador; O Estado acreditante poderá confiar a proteção de seus interesses e os dos seus nacionais a um terceiro Estado aceite pelo Estado acreditador.
Relações diplomáticas e organizações internacionais:
A organização não goza de privilégios apenas no seu lugar de sede. Ela tem o direito de fazer-se representar tanto no território de Estados-membros quanto no de Estados estranhos ao seu quadro, mas que com ela pretendem relacionar-se desse modo. Seus representantes exteriores, em ambos os casos, gozarão de privilégios semelhantes àqueles do corpo diplomático de qualquer soberania representada no exterior. Por igual, suas instalações e bens móveis terão a inviolabilidade. Da mesma forma, a missão que representa um Estado numa Organização Internacional gozará de inviolabilidade, isenção fiscal, inviolabilidade de arquivos e documentos e liberdade de comunicação. Quanto aos seus membros, desfrutarão eles de inviolabilidade pessoal, inviolabilidade de residência e propriedade, imunidade de jurisdição penal, civil e administrativa, isenção no tocante à legislação social, isenção fiscal e aduaneira.
Existe uma relação triangular entre Estado de origem, Organização Internacional e Estado sede da Organização. Isso porque as OIs não possuem território próprio, de modo que se situam dentro de um Estado, o qual deve permitir a entrada de missões diplomáticas, mesmo que elas pretendam exercer suas funções com relação a OI. O Estado sede pode recusar, porém isso não é muito comum.
Convenção de Viena para relações consulares (1963):
Os consulados são repartições públicas, estabelecidas pelos estados, em portos ou cidades de outros estados, com a missão de velar pelos seus interesses comerciais, prestar assistência e proteção a seus nacionais, legalizar documentos, exercer a polícia da navegação e fornecer informações de natureza econômica e comercial sobre o país ou o distrito onde se acham instalados (art. 5º, CRVC). Um Estado pode ter vários consulados, mas só uma Embaixada.
A Convenção de Viena estipula em seu artigo 1 º que o estabelecimento de relações consulares depende do consentimento mútuo dos estados interessados. Se, de um lado, o estabelecimento de relações diplomáticas implica o estabelecimento das consulares, a não ser que haja declaração em contrário, por outro lado, contudo, a ruptura de relações diplomáticas não importa na ruptura de relações consulares, que deverá resultar de outra decisão.
A Convenção de Viena estipula em seu artigo 1 º que o estabelecimento de relações consulares depende do consentimento mútuo dos estados interessados (princípio do consentimento mútuo). Se, de um lado, o estabelecimento de relações diplomáticas implica o estabelecimento das consulares, a não ser que haja declaração em contrário, por outro lado, contudo, a ruptura de relações diplomáticas não importa na ruptura de relações consulares, que deverá resultar de outra decisão. A abertura de repartição consular — consulado-geral, consulado, vice-consulado ou agência consular — depende de acordo entre os estados. O estado, dito de residência, tem o direito de não concordar com a abertura de consulado, mas dificilmente isso ocorrerá, pois, além de representar ato inamistoso, pode ser prejudicial aos seus interesses comerciais. O direito internacional, contudo, reconhece o direito do estado de não aceitar a abertura de consulado em determinadas localidades, o que geralmente ocorre por motivos estratégicos.
Posto consular: normalmente é dentro da própria embaixada, não tem autonomia, não tem independência e é supervisionada pelo embaixador.
Consulados ou vice-consulados: pode estar fisicamente vinculado a uma embaixada mas é independente. Possui representações autônomas, é dirigido por um cônsul e possui pessoal administrativo próprio.
Pessoal da repartição consular: o chefe da repartição consular é indicado pelo Estado de origem e deve ser aceito pelo de acolhimento. A exemplo do que ocorre com os chefes de missões diplomáticas, a nomeação de cônsules depende da aceitação prévia do nome do indicado, que é feita mediante exequatur. Mas ao passo que o embaixador ou ministro só pode dirigir--se a seu posto depois de haver recebido o agrément, a prática é mais flexível em matéria consular, tanto assim que o cônsul poderá ser admitido provisoriamente no exercício de suas funções. Além disso, o cônsul pode ser de carreira (os chamados cônsules missi) ou honorários (os chamados cônsules electi), que muitas vezes são recrutados no próprio país onde vão exercer o ofício.
Existem ainda os empregadores consulares, que são aqueles responsáveis por serviços administrativos ou técnicos no consulado, como secretários, atendentes, tradutores, entre outros.
Por outro lado, o funcionário consular é qualquer encarregado de funções consulares. Eles podem ser de carreira ou honorários.
Há ainda o pessoal de serviço, que são os demais funcionários responsáveis pela manutenção da missão, como o serviço de jardinagem, garçons e cozinheiros por exemplo. E, por fim, o pessoal privado, que são empregados privados que prestam serviços particulares ao pessoal consular.
Conforme visto, o estado de residência tem o direito de exigir a sua retirada, o que ocorre pela anulação do exequatur, isto é, declarando-o persona non grata (art. 23, CVRC). A decisão poderá ser tomada a qualquer momento, sem que o estado seja obrigado a explicar os motivos de sua decisão. A anulação do exequatur pode ser ocasionada por conduta incompatível do cônsul ou então por motivo político, ou seja, como demonstração menos séria do que a ruptura de relações consulares.Ocorrendo declaração de guerra, a missão consular termina, mas mesmo em tal caso deve haver a cassação do exequatur.
Privilégios e imunidades (art. 41, 42 e 43): os cônsules e funcionários consulares gozam de inviolabilidade física e imunidade ao processo – penal ou cível – apenas no tocante aos atos de ofício. Está claro que um privilégio assim não tem como se estender a membros da família. Os membros do pessoal consular podem ser presos em casos de crimes graves, o que caracteriza uma imunidade jurisdicional limitada.
O prédio do consulado é inviolável, devendo o Estado receptor protege-lo mesmo em caso de guerra. Além disso, os arquivos e documentos consulares são invioláveis em qualquer circunstância e onde quer que se encontrem. Por outro lado, a residência do Cônsul não é, diferentemente da do Embaixador.
O correio é relativamente protegido, excedendo-se os casos em que haja forte suspeita.
As imunidades tributárias não são automáticas, devendo ser acordadas entre os dois Estados. 
O empregados estrangeiros permanentes na repartição consular não precisam de visto de permanência no país.
Ruptura das relações diplomáticas e consulares: A retirada/fechamento de um, não implica, nem interfere nada no outro. Gera uma mensagem política muito forte em relação às relações diplomáticas bilaterais desses países. Mas diretamente não implica nada. A ruptura das relações diplomáticas é um ato discricionário de qualquer um dos Estados envolvidos. O Estado de acolhimento pode expulsar o s diplomatas de seu território, assim como o Estado de origem pode retirá-los e fechar o local da missão diplomático. O ato tem um significado importante, porque transmite a informação de que o canal de diálogo entre os mesmos será interrompido. Ocorre, portanto, em situações de conflito entre os dois Estados. Em caso de guerra, a ruptura das relações diplomáticas é automática. No entanto, importa ressaltar que a ruptura das relações diplomáticas não significa a ruptura das relações consulares, já que estas possuem representação administrativa.
Considerações sobre carreira diplomática no Brasil:
Os cargos de carreira diplomática são privativos de brasileiros natos (art. 12, § 3º, V, CF).
O ingresso na carreira diplomática se dá mediante concurso realizado pelo Instituto Rio Branco – órgão do Itamaraty encarregado da seleção, do treinamento e aperfeiçoamento de diplomatas. O Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata vem sendo realizado anualmente desde 1946.
O diplomata ingressa na carreira no cargo de Terceiro-Secretário. Com base em critérios objetivos (como a antiguidade) e em merecimento, poderá ser promovido a Segundo-Secretário, Primeiro-Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de Primeira Classe (Embaixador). Podem ser ainda nomeados diretamente pelo Presidente da República, por ser um cargo de confiança.
O serviço exterior possui regime jurídico próprio, regulado pela lei 11.440/06.
Responsabilidade Internacional
O Estado é internacionalmente responsável por todo ato ou omissão que lhe seja imputável, que fira o direito internacional e cause dano a outro Estado, de modo que esse conceito se aplica igualmente às organizações internacionais. A responsabilidade tem ligação direta com ideia de sujeito de direito internacional, ou seja, o ente que possui direitos e deveres na esfera internacional.
Não se admite, em regra, responsabilidade objetiva, ou seja, independente de culpa. A responsabilidade internacional geralmente é subjetiva, de forma que o dano deve ter sido comprovadamente causado pelo Estado.
É corrente falar também em responsabilidade direta e responsabilidade indireta, dizendo-se que a primeira deriva de atos do próprio governo ou de seus agentes, e que a segunda resulta de atos praticados por simples particulares, mas de maneira que possa ser imputável ao governo. Na verdade, os atos de particulares não podem acarretar propriamente a responsabilidade do estado, mas este será responsável por não os haver prevenido ou punido. A falta de cooperação para evitar o dano ou punir os responsáveis também pode ocasionar a responsabilização. Ex: 11 de setembro. Culpabilização do Afeganistão.
Requisitos:
Ato ilícito (ato passível de responsabilização): a responsabilidade de uma pessoa jurídica de direito internacional público – Estado ou organização – resulta necessariamente de uma conduta ilícita, seja ela uma ação ou omissão, que represente afronta a uma norma de DIP. Pode ser um princípio geral, um costume, um dispositivo de tratado, entre outros.
Imputabilidade: resulta, naturalmente, de ato ou omissão que possam ser atribuídos ao estado, em decorrência de comportamento deste, ou seja, é necessário que haja um nexo de causalidade entre o ato praticado e o dano. Nessa categoria estão apenas os atos ou as omissões de indivíduos que o representem.
Dano: não há falar em responsabilidade internacional sem que do ato ilícito tenha resultado um dano para outra personalidade de direito internacional. O dano, entretanto, não será necessariamente material, não terá em todos os casos uma expressão econômica, podendo ser também moral.
Só o Estado vitimado por alguma forma de dano tem qualidade para invocar a responsabilidade internacional do Estado faltoso. Assim, no domínio dos tratados, a violação de norma convencional só pode, em princípio, dar origem à reclamação das outras partes, não à de terceiros.
A vítima do dano, na grande maioria dos casos será o Estado. No entanto, em caso de danos aos direitos humanos, a vítima será a humanidade, e o culpado será culpado por tal crime (crime contra a humanidade).
Ao praticar uma ação ou omissão, o Estado deve sempre obedecer aos princípios da prevenção e precaução. O primeiro estabelece que, quando os estudos feitos comprovarem que existe a certeza da possibilidade de dano, o Estado deve fazer de tudo possível para que ele não ocorra; é uma diretriz para a restrição de uma atividade diante da evidência de perigo ou dano possível, quando houver um risco já diagnosticado. O segundo faz relação aos casos em que não existe a certeza de que o dano possível, mas também não se comprovou que ele é impossível, de forma que o Estado deve, da mesma forma, evitar de todas maneiras que ele ocorra; na dúvida do dano não se deve permitir que a atividade seja realizada.
Dano transfonteiriço: consiste no dano que atinge mais de um Estado, posto que pode se espalhar de maneira incontrolável pelo homem, como através do ar ou das águas. Assim, se um determinado Estado é negligente ou omisso em relação aos cuidados a serem tomados para evitar a expansão do dano, pode acarretar que outros sejam atingidos, contaminados. Aqui, deve ser observado o dever geral de vigilância.
Formas de reparação do dano: sobre o pressuposto de haver sido responsável por ato ilícito, o Estado deve àquela outra personalidade jurídica internacional uma reparação correspondente ao dano que lhe tenha causado.
A forma de reparação há de corresponder à do dano. Tenha este sido estritamente moral, não de se falar em reparação pecuniária, mas como, como tem sido estabelecido pelo costume, deve-se fazer um pedido formal de desculpas. Se o dano teve expressão econômica, a reparação pode ser feita por meio de indenização. Outra forma possível é a restauração do status quo ante, a recolocação das coisas no estado em que se encontravam antes do ato ilícito.
Causas de exclusão de ilicitude:
Consentimento da vítima, como em casos de missões de paz.
Contramedidas legítimas: Como retorsão e represália. O primeiro é a aplicação de meios de mesma natureza e intensidade aos que lhe foram ou estão sendo empregados pelo Estado agressor, a fim de restabelecer o status quo ante. Consiste, em geral, em simples medidas legislativas ou administrativas. A retorsão é a resposta a um ato lícito do agressor (ex: identificação de americanos no Brasil devido à mesma medida tomada nos EUA). O segundo são medidas coercitivas, derrogatórias das regras ordinárias do DIP, tomadas por um Estado em consequênciade atos ilícitos praticados, em seu prejuízo, por outro Estado e destinadas a impor a este, por meio de um dano, o respeito do Direito. São formas de autotutela justificadas por representar uma resposta a uma violação anterior ao DIP, situação similar a uma espécie de legítima defesa de interesses. Ex: a interrupção das relações comerciais; a recusa de executar os tratados vigentes.
Força maior ou eventos naturais: no primeiro, o principal seria uma guerra civil que, salvo em caso de excessos, exclui a responsabilidade do Estado.
Prescrição liberatória: priva um Estado de exigir determinada prestação de outro Estado, já que aquele perdeu esse direito.
Agressões mútuas.
Temas específicos: Convenção de Haia de 1907, sobre danos provocados por forças armadas/Convenção de Bruxelas de 1969, sobre poluição do mar por hidrocarbonetos.
Conflitos internacionais
Conflito ou litígio internacional é todo desacordo sobre certo ponto de direito ou de fato, ou ainda toda contradição ou oposição de teses jurídicas ou de interesses entre dois Estados. Esse conceito formulado há quase 80 anos pela Corte de Haia, parece bastante amplo e tem o mérito de lembrar-nos que o conflito internacional não é necessariamente grave ou explosivo, podendo consistir, por exemplo, em mera diferença quanto ao entendimento do significado de certa norma expressa em tratado que vincule dois países.
Soluções pacíficas:
Meios não jurisdicionais:
Negociação diplomática: o desacordo, nesse caso, resolve-se mediante negociação direta entre as partes, sem que terceiros intervenham a qualquer título. Tem como fundamento a prática costumeira e voluntarista dos Estados. Além disso, a solução encontrada não vincula as partes, de modo que deve ser cumprida de boa-fé.
Investigação internacional: é um procedimento preliminar, sendo ele próprio um meio diplomático de se estabelecer antecipadamente a materialidade dos fatos. O inquérito costuma ser conduzido por comissões integradas pro representantes das partes e investigadores neutros. Essas comissões não tem por encargo propor o que quer que seja, mas tão só apurar fatos ainda ilíquidos, fornecendo subsídios e relatórios para as partes, com a finalidade de fundamentar um eventual ingresso numa das vias de efetiva solução de conflito.
Bons ofícios: cuida-se, aqui também, de um entendimento entre as partes conflitantes, entretanto facilitado pela ação amistosa de um terceiro. Nesta forma de procedimento o terceiro intervêm no impasse, utilizando-se de seu prestígio, vontade ou influência política, com a finalidade de buscar dirimir a controvérsia. Na maior parte das vezes o terceiro convida as partes para que, em um território neutro, busquem solucionar o impasse, no entanto, também pode ser convidado pelas partes. Cabe ressaltar que o terceiro não propõe solução para o conflito. Na realidade, ele nem sequer toma conhecimento das razões das partes, ele somente busca reaproxima-las. A aceitação ou recusa a prestação de bons ofícios não é ato inamistoso. A sua origem, assim como as negociações diplomáticas, é no direito costumeiro. A codificação da prática ocorreu com as Convenções de Haia de 1899 e 1907.
Mediação: tal como sucede no caso dos bons ofícios, a mediação importa o envolvimento de um terceiro no conflito. Aqui, entretanto, este não atua instrumentalmente aproximando as partes: ele toma conhecimento do desacordo e das razões de cada um dos litigantes, para finalmente propor-lhes uma solução. O parecer ou a proposta do mediador não obriga as partes. Daí resulta que essa via só terá êxito se os contendores, ambos, entenderem satisfatória a proposta. A mediação pode ser oferecida pelo terceiro ou pedida pelas partes, de forma que as duas devem concordar sobre o mediador. É lícita a recusa de prestar a mediação, como é lícita a recusa de aceita-la.
Conciliação: é uma variante da mediação, caracterizada por maior aparato formal, e consagrada por sua previsão em bom número de tratados, alguns recentes e de capital importância. Caracteriza esta variante o fato de ser coletivo seu exercício; não há um conciliador singular, mas uma comissão de conciliação, integrada por representantes dos Estados em conflito e elementos neutros, em número total ímpar. O parecer da comissão não tem força obrigatória para as partes, e só será observado quando ambas o entendam conveniente.
Meios jurisdicionais: A resolução jurisdicional, ou judiciária de solução de conflitos é aquela, através da qual a questão é resolvida por um terceiro, através de decisão fundamentada, mediante a aplicação de argumentos e de teses jurídicas, observando-se os princípios do contraditório, da ampla defesa e através de um órgão jurisdicional independente.
Arbitragem: sua prática remonta, no mínimo, ao tempo das cidades gregas. É um via jurisdicional, porém não judiciária, já que o foro arbitral não tem permanência. Às partes incumbe a escolha do árbitro (ad hoc), a descrição da matéria conflituosa e a delimitação do direito aplicável. Da boa-fé, da honradez das partes penderá o fiel cumprimento da sentença, mas caso descumprida, configura ato internacionalmente ilícito, ou seja, a sentença é obrigatória.
A arbitragem pode ser feita tanto por um árbitro único, de confiança de ambas as partes – método muito usado até o começo do século XX – que normalmente será um soberano ou um Chefe de Estado. Por outro lado, cada vez mais se adota o sistema de confiar a arbitragem a um Tribunal ad hoc. Este pode ser formado por um colégio em que todos os árbitros são escolhidos pelas partes a partir de um acordo, ou por uma comissão em que as partes escolhem um número igual de árbitros que irão escolher mais um ou mais um grupo neutro, de modo que o corpo deve possuir número ímpar de árbitros. 
A sentença arbitral é irrecorrível. Dela não cabe recurso, visto que o árbitro não se inscreve num sistema judiciário como aquele das ordens jurídicas internas. Proferida a sentença, o árbitro se desincumbe do encargo jurisdicional que assumira ad hoc, cabendo às partes a execução fiel da sentença.
Em casos muito especiais, a sentença arbitral pode ser considerada sem eficácia e não obrigatória. Em geral, admite-se que isso suceda: quando o árbitro ou o tribunal arbitral exceder, evidentemente, os seus poderes; quando a sentença for o resultado da fraude ou da deslealdade do árbitro ou árbitros; quando a sentença tiver sido pronunciada por árbitro ou árbitros em situação de incapacidade, de fato ou de direito; quando uma das partes não tiver sido ouvida, ou tiver sido violado algum outro princípio fundamental do processo. A estes quatro casos poderá talvez ser acrescentado o da ausência de motivação da sentença.
Cortes Internacionais: Os tribunais e as cortes internacionais são entidades judiciárias permanentes, compostas de juízes independentes, cuja função é o julgamento de conflitos internacionais tendo como base o direito internacional, de conformidade com um processo preestabelecido e cujas sentenças são obrigatórias para as partes. 
Em princípio, as questões são submetidas aos tribunais internacionais permanentes por estados, mas nada impede que uma ou ambas as partes sejam organizações internacionais.
É necessário que estejam presentes os pressupostos processuais, que são: a legitimidade das partes (sujeitos de direito internacional ou, em casos de crimes que ferem direitos humanos, pessoas físicas) e o interesse de agir (decorre da necessidade e da utilidade de se recorrer a uma Corte).
OBS: TRIBUNAIS 
Órgão de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio: criada em 1955, especificamente para tratar questões comerciais.
Sua competência ratione personae estabelece que apenas os 150 membros que ratificaram o convênio com a OMC possuem competência para mover uma demanda através desse órgão de solução de controvérsias. Já a ratione materiae indica que a controvérsia deve ser relativa a tratados ou acordos feitos entre Estados e que não estão sendo cumpridos.
O procedimento de demanda é feito em duas fases.Na primeira, busca-se a negociação entre as partes, durando de 30 a 60 dias. Caso a negociação não ocorra, inicia-se a segunda fase. Nesta, é formado um painel contencioso com três painelistas escolhidos por sorteio, dentre os nomes indicados pelos 150 países. Eles têm até 60 dias para dar um relatório final, podendo haver recurso.
Corte Internacional de Justiça: é um órgão da ONU que tem como finalidade dirimir as controvérsias existentes entre os Estados no que diz respeito a temas relativos ao Direito Internacional. Todos os Estados que são parte da ONU são considerados partes perante a CIJ, que também pode ser acionada por Estados não parte que sigam os requisitos necessários. A sua jurisdição não é obrigatória, no entanto, uma vez publicada a sentença, esta vincula as partes.
A Corte é composta por quinze juízes com mandados de 9 anos. Dentre esses quinze, três devem ser africanos, dois latino-americanos, três asiáticos, dois da Europa Oriental e cinco da Europa e demais Estados.
Ratione personae, o Estatuto dispõe que só os estados, sejam eles membros ou não das Nações Unidas, poderão ser partes em processos perante a CIJ. As OIs podem requerer parecer consultivo.
A competência da Corte ratione materiae se estende a todas as questões de ordem jurídica que possam ser submetidas por um Estado, como a existência de um tratado, existência de fato que poderia constituir violação de compromisso. Na sua decisão, a Corte aplicará qualquer das fontes do direito internacional: as Convenções internacionais, o costume internacional, os princípios gerais do direito e a doutrina dos juristas mais qualificados.
A decisão da Corte é definitiva e inapelável.
Corte Interamericana de Direitos Humanos: a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em San José da Costa Rica, representa o principal órgão de proteção dos direitos humanos do sistema americano. Uma vez que o Estado ratifique a competência da Corte, tais decisões adquirem força obrigatória. O órgão exerce função jurisdicional e consultiva.
A Corte é composta por sete juízes, com mandados de seis anos.
A sua competência ratione personae se estende a todos os Estados que ratificaram o pacto de São José da Costa Rica. Ratione materiae, a Corte julga qualquer violação aos direitos humanos.
O próprio tratado que estabelece a criação do Tribunal irá esclarecer se há ou não a possibilidade de recorrer a uma decisão.
Mecanismos de pressão: são contramedidas ou sanções internacionais.
Retorsão: A retorsão é um ato por meio do qual um estado ofendido aplica ao estado que tenha sido o seu agressor as mesmas medidas ou os mesmos processos que este empregou ou emprega contra ele (Lei de Talião). Constitui um meio de se opor a que um Estado exerça seu direito em prejuízo de outros. É pautado no princípio da reciprocidade e do respeito mútuo que uma nação deve ter pelas demais. Exemplo de medida que pode gerar retorsão: o aumento exagerado, por um estado, dos direitos de importação.
Represália: são medidas coercitivas, derrogatórias das regras ordinárias do DI, tomadas por um Estado em consequência de atos ilícitos praticados por outro em seu prejuízo, com a finalidade de impor a este, por meio de um dano, o respeito ao direito.
Uso lícito da Força (ONU)
Existindo ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão, o órgão responsável, em primeiro lugar – segundo a Carta da ONU – pelo restabelecimento da normalidade será o Conselho de Segurança. Este possui atribuições para emitir recomendações e/ou decidir que medidas deverão ser tomadas a fim de recuperar a paz e segurança internacionais entre os Estados.
O artigo 51 da Carta das Nações Unidas possibilita que os Estados, individualmente considerados, utilizem-se do uso da força, de forma lícita, em resposta a um ataque armado. É importante perceber que o uso da força somente é lícito, no âmbito internacional, para fins de manutenção ou restabelecimento da paz e segurança internacionais. Tanto o Conselho de Segurança quanto os Estados – estes em legítima defesa –, apenas poderão valer-se de forma lícita, do uso da força, se o objetivo for manter ou restabelecer a paz e segurança internacionais.
O direito de legítima defesa individual ou coletiva é assegurado aos Estados nos termos do artigo 51 da Carta da ONU. Para alegar que fez uso da legítima defesa, o Estado deve estar sob agressão atual ou iminente. Uma vez agredido por ato de força, o Estado pode tomar as medidas cabíveis para se defender e imediatamente comunicar ao Conselho de Segurança para que este tome as providências que julgar necessárias para sustar a agressão. Se o Conselho de Segurança não age de pronto, o Estado agredido pode continuar se defendendo militarmente, devendo, contudo, cessar a defesa tão logo consiga rechaçar a agressão. A legítima defesa é, desta forma, uma faculdade subsidiária, provisória e controlada. Além disso, deve ser proporcional ao ato do agressor. Não pode, por exemplo, justificar uma anexação de território ou prolongar-se além do suficiente para repelir a agressão. Desta forma, se as ações levadas a cabo em nome da legítima defesa forem excessivas, o Estado que se defende pode passar de agredido a agressor. As condições para o exercício da legítima defesa coletiva são as mesmas que são estabelecidas para legítima defesa individual, o que as diferencia é que na individual um Estado se defende sozinho e na coletiva há a reunião de diversos Estados em defesa de um.
A legítima defesa em Direito Internacional tem em comum com a represália o fato de ambas constituírem uma reação a um ato ilícito. O que as diferencia é a atualidade do ato ilícito, isto é, na legítima defesa a agressão está em execução ou é iminente mediante uso da força; na represália, o ato ilícito praticado pelo agressor já se consumara, e expressa um direito do Estado a reagir contra qualquer ato ilícito. A legítima defesa é um direito fundamental do Estado.
Legítima defesa preventiva: não há, no Direito Internacional contemporâneo, qualquer dispositivo que consagre a legítima defesa preventiva. O recurso à legítima defesa preventiva pode levar o Estado a situações juridicamente insustentáveis, uma vez que este pode incorrer em avaliação errada, superestimar as possibilidades militares de outro Estado, ou, como se deu recentemente no caso da invasão do Iraque, simplesmente, usá-la como escudo para justificar outros interesses. Apesar disso, o Conselho de Segurança não aprovou qualquer Resolução Geral e definitiva condenando a legítima defesa preventiva. Apenas tem se manifestado em casos pontuais. Em resumo, a melhor doutrina aponta para a ilicitude da legítima defesa preventiva. Para Hildebrando Accioly, a “legítima defesa só existe em face de uma agressão injusta e atual, contra a qual o emprego da violência é o único recurso possível”.
Segurança coletiva: pode ser definida como um sistema institucionalizado, através do qual os Estados-membros acordam conjuntamente, por via de tratado, reagir a qualquer ato de agressão ou qualquer outra forma ilegal de recurso ao uso da força por parte de um Estado-membro. O conceito de segurança coletiva é assim primariamente dirigido ao uso ilegal da força dentro do próprio grupo de Estados que forma o sistema de segurança coletiva, e não contra uma qualquer ameaça externa. Quando houver ameaça, a ONU age gradativamente, primeiro buscando uma negociação entre as partes para que se possa chegar a um consenso e evitar o conflito. Segundo, lançando mão de sanções de diversas naturezas, além do rompimento de relações diplomáticas com países infratores. Por fim, se nenhuma das outras duas vias funcionar, a ONU poderá enviar tropas (capacetes azuis) com a finalidade de forçar o fim do conflito.
Ingerência humanitária: Determinadas circunstâncias – especificamente o desrespeito sistemático de um governo nacional aos direitos humanos, conflitos internos, catástrofes naturais, etc – dariam à comunidade internacional, mais do que o direito, mas como já falam outros, o dever de intervir visandodar uma assistência humanitária às vítimas ou para pôr fim aos desmandos do Estado infrator. Esta assistência humanitária seria dada por Estados, organizações internacionais ou, ainda, por organizações não-governamentais. A ideia de ingerência significa que o Estado não é o único a poder socorrer suas vítimas. Este instituto se fundamentaria nos direitos humanos, principalmente, no direito à vida. A tese é que a assistência humanitária é um dos direitos do homem, vez que ela contribui aos direitos à vida e à saúde, que constituem uma das mais elevadas finalidades do Direito Internacional Público. Com isso, organizações como a Cruz Vermelha, Médicos sem fronteiras e a UNICEF possam adentrar um território no intuito de prestar assistência humanitária. Isso também chamado de corredor humanitário.
Direito humanitário: é um conjunto de normas internacionais, convencionais e consuetudinárias, destinadas a resolver problemas causados diretamente por conflitos armados internacionais e não internacionais. Protege as pessoas e os bens afetados, ou que podem ser afetados, por um conflito armado, e limita o direito das partes no conflito de escolher os métodos e os meios de fazer a guerra.

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