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Processo Civil I (p1) - Profº Fabio de Assis

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Processo Civil I 
Professor Fábio de Assis 
Baseado nas transcrição da turma 2016.1 - Noturno 
 
O ​Processo Civil é composto por um tripé que é a ​Jurisdição, a Ação e o 
Processo ​. 
1. Partes do Processo 
Teoria restritivista: ​Chiovenda. ​Parte é quem pede e contra quem se pede​. Ela é 
chamada de Restritivista porque ela ​não engloba todos os sujeitos do processo​. 
 
Teoria Ampliativa: ​Liebman. ​Parte é todo aquele sujeito que participa do processo 
em contraditório sendo titular de situações jurídicas​. Vai incluir o MP, como fiscal da ordem 
jurídica, e o assistente, assistente é outra forma de intervenção de terceiros. 
 
 
Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
2. Natureza Jurídica do Processo 
Teoria 1: O processo como procedimento. Surgiu em uma época que a gente chama de 
época Imanentista. Nesse período, a gente dizia que o direito de ação e o direito material eram a 
mesma coisa. 
 
Direito material hoje é ​o direito que você opõe em face da parte contrária​. 
Então se eu entro com um processo, o meu direito material é aquele direito que eu 
oponho em face do réu. ​O ​direito processual vai ser o direito que eu tenho de ir ao 
judiciário e exigir que ele me preste uma tutela jurisdicional. É uma diferença bem 
superficial dos dois. 
 
Essa primeira teoria não traz essa diferença. ​Ela ia dizer que o direito material era um direito 
inerente, um direito estático, e a partir do momento que a gente tinha um descumprimento a esse 
direito, esse direito se colocava em posição de reação, direito processual. Então, vejam bem, ​o direito 
processual nada mais era do que o direito material reagindo a uma agressão. 
A gente pode ter o direito material sem ter o direito processual e vice-versa. Vamos dizer, por 
exemplo, que eu entre com um processo, sou o autor da ação e essa minha ação é julgada 
improcedente. Quando essa minha ação é julgada improcedente, o que o juiz está me dizendo que 
aquele direito material que eu aleguei não existe. Então se eu disser que o direito material é a mesma 
coisa que o direito processual, e o juiz está dizendo que o meu direito material não existe, todo aquele 
processo que chegou até a sentença seria o quê? Então essa é a principal crítica a teoria. 
 
Teroia 2: o processo como um contrato. ​Vem do direito romano. Na época, o Estado não 
tinha como forçar que as partes se sujeitassem ao processo, então quando a gente tinha um processo 
nessa época, a gente ia ter o que se chamava de lide contestatio (um acordo das partes para elas se 
sujeitarem ao processo). Então se diz que o processo é um contrato porque as partes tinham que 
aceitar e se sujeitar a ele. 
 
Princípio da inevitabilidade: ​As parte não podem evitar a jurisdição. Então 
uma vez que as partes integram aquele processo, elas vão se colocar em ​estado de 
sujeição​, esse é o termo técnico que é importante vocês terem, vocês vão ver inclusive 
em direito constitucional as vezes. 
 
2 
 
Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
Teoria 3: ​O processo é relação jurídica. Essa é a Teoria mais aplicada hoje em dia. Essa 
teoria ela vai ter como elemento a relação jurídica. Para ela o processo é uma relação jurídica. ​A 
relação jurídica traz obrigações e deveres entre as partes. 
Essa relação jurídica vai envolver os deveres e obrigações entre as partes do processo, 
recíprocas. 
 
● Linear: o juíz e o autor, eu ainda não tive o ingresso do réu no processo, e por 
isso ela é linear, então é o caso de ou o réu ainda não ter sido citado, ou de 
um julgamento liminar de improcedência (onde o réu sequer vai ser citado) - 
a gente diz que é uma relação jurídica incompleta; ​NCPC: tráz algumas 
hipóteses que quando você já tem uma tese fixada contrária àquela ação, o 
juiz já pode julgar improcedente sem nem o réu ingressar no processo. 
 
● Angular: o juíz, autor e réu. autor-juiz e réu-juiz. O autor quando entra com 
uma ação ele tem o dever de agir de boa fé, e o juiz tem o dever de dar uma 
sentença ao final do processo, esse é um exemplo bem simples. ​Crítica: não 
reconhece uma relação entre autor e réu. 
 
● Triangular: ​irá existir relação réu - autor. Que é um dever de boa fé, um 
dever de cooperação. O ​NCPC traz explicitamente esse ​princípio da 
cooperação​, afirmando que ​autor e réu têm que cooperar entre si​. ​Dever de 
agir de boa fé no processo, de evitar prejudicar o andamento do processo, 
buscar sempre dar a maior celeridade possível. 
 
Teoria 4: Processo é um procedimento animado por uma relação jurídica em 
contraditório.​ Teoria majoritária na doutrina atualmente. 
 
Três elementos: 
● Procedimento: ​a parte visível do processo, exteriorizada. Sucessão de atos 
interligados de forma lógica visando um objetivo final. o ato posterior depende o ato 
anterior. E ele vai visar um objetivo final, a sentença. 
○ Ex.: A própria réplica, eu não tenho como apresentar uma réplica no processo 
se eu sequer tive uma contestação. 
 
● Ação Jurídica: 
3 
 
Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
 
● Contraditório: As partes do processo têm o direito de atuar nele de forma efetiva. De 
forma efetiva de forma que elas podem influenciar na decisão final desse processo. E 
que elas não tenham no desenvolver desse processo nenhuma decisão surpresa. O 
NCPC trouxe essa inovação, que é a ​vedação à decisão surpresa​. É a impossibilidade 
do juiz dar uma decisão sem permitir que as partes falem sobre aquilo antes, sem 
permitir que as partes se manifestem. 
3. Pressupostos Processuais  
Pressupostos processuais são requisitos preenchidos para que o processo tenha validade e 
regular desenvolvimento. 
> objetivos ou subjetivos 
> de validade ou de existencia 
 
3.1 de validade: ​vícios que ​podem ser reparados pelas partes. 
1. Se parte cumprir determinação do juiz, o processo segue. 
2. Se a parte não consertar o erro, o processo é extinto sem resolução 
do mérito. 
 
Todos os pressupostos processuais extrínsecos são de validade, 
exceto coisa julgada. 
 
3.2 de existência: ​requisitos tão importantes que, ​se descumprios, tornam o processo 
inexistente​. 
1. Não há sentença (cancelamento do registro/distribuição). 
2. vicio mais gravoso. 
 
3.3 Objetivos 
● Extrínsecos/Negativos:​ ​trazem requisitos que NÃO PODEM ESTAR no processo. 
i) Coisa Julgada: ​torna a sentença indiscutível e imutável, para conferir segurança 
jurídica. A coisa julgada acontece no trânsito em julgado. Este, por sua vez ocorre: 1. 
porque não cabe mais recurso; 2. porque as partes não interpuseram o recurso no 
prazo. 
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Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
1) Formal (endoprocessual): ​dentro do processo. Julgamentos sem resolução de 
mérito - pode serproposta nova ação pois só há coisa julgada dentro do 
processo. 
2) Material (extraprocessual): ​ocorre para fora do processo. O pedido do 
processo, mérito, foi julgado, portanto, não podendo ajuizar outra ação. 
 
OBS.: Prazo de 2 anos de qualquer decisão para impetrar ação rescisória (quando o processo tem 
vícios para desconstruir a ação anterior, anulando a sentença). 
 
ii) Litispendência: ​2 ações idênticas tramitando ao mesmo tempo (necessariamente com 
esses três requisitos): 
1) Mesmas partes 
2) Mesmos pedidos: 
(a) imediato: tutela jurisdicional pretendida - ex.: quero tutela 
condenatória 
(b) mediato: bem da vida pretendido - ex: tutela condenatória em dano 
moral no valor de 5 mil 
3) Causa de Pedir: ​divisão entre fatos e fundamentos 
 
OBS.: Divisão da causa de pedir em fatos (simples - sem relevância jurídica - ou jurídicos - o juiz 
vinculado não pode decidir com base em fatos jurídicos não apresentados “extra causa petendi”) e 
fundamentos (explicação à luz do direito - juiz não vinculado pode exercer com fundamento jurídico 
diverso desde que as partes se manifestem em relação ao utilizado - vedação à decisão surpresa). 
 
A ação que prossegue é a que teve a citação primeiro​. 
 
iii) Perempção: ​mesma ação sendo extinta 3 vezes por abandono do autor não cabendo 4ª 
ação. 
 
iv) Arbitragem: ​as partes confiam num terceiro para decidir conflitos. A arbitragem 
promove a coisa julgada e não pode ser rediscutida. 
 
v) Transação: ​interesse recíproco para ambos os lados, ambos abrem mão de uma parte 
do direito. 
 
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Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
vi) Não pagamento de custas: ​não pagamento de custas em processo extinto por sentença 
terminativa - sem resolução de mérito. A parte só pode propor ação se pagou custas 
da anterior ​salvo se justiça gratuita. 
 
● Intrínsecos / Positivos: ​devem estar PRESENTES no processo 
i) ​Demanda: ​ato de demandar. A jurisdição é inerte, precisa ser provocada; o juiz nunca atua 
de ofício. 
> se não houver demanda não há processo; 
> ​EXISTÊNCIA. 
 
ii) ​Petição inicial apta: ​art. 330, NCPC/2015 ​- ​petição inapta leva a um vício de validade, 
sendo oportunizado à parte autora que conserte. 
 
iii) ​Citação válida:​ possui requisitos formais a serem cumpridos. 
> doutrina majoritária - ​art. 239, NCPC/2015: ​a citação como um 
pressuposto de validade; 
> mesmo que a citação seja inválida, o autor não poderá ingressar de novo. 
 
iv) ​Regularidade Formal (​ver item 8.1)​: atos processuais são atos solenes, seguem forma 
disposta no CPC. Vícios podem gerar: 
> ​mera irregularidade:​ vício irrelevante que não gera consequências 
> ​nulidade relativa: ocorre quando ato anulável visa proteger as partes. A 
parte tem que alegar no 1º momento possível e o juiz não pode conhecer de 
ofício. ​sentença sem relatório. 
 
OBS.: não pode ser alegado pela parte que gerou o vício. 
 
> ​nulidade absoluta: ato que visa proteger a sociedade como um todo 
podendo ser conhecida de ofício pelo juiz a qualquer momento, bem como 
ser alegada por qualquer uma das pessoas envolvidas. ​sentença sem 
fundamentação. 
> ​inexistência jurídica: o vício fere a própria natureza do ato, de forma que 
ele sequer existe. ​sentença sem dispositivo. 
 
3.4 Subjetivos: ​requisitos processuais em relação aos sujeitos do processo. 
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Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
● em relação ao juiz: 
1. investidura: Estado, ser inanimado, incumbe ao juiz o exercício desse poder 
de jurisdição que é exclusiva do Estado. Incumbe por meio de concurso ou 
nomeação - ​art. 5º, CRFB/88. 
2. imparcialidade:​ juiz deve ser desinteressado no processo que vai julgar. 
arts. 144 a 148, NCPC/15: 
a. Suspeição: imparcialidade subjetiva - tem que comprovar na 
hipótese. Ex.: juiz não pode ganhar presentes das partes. - 
NULIDADE RELATIVA. 
> deve ser alegada pela parte no 1º momento que houver 
oportunidade de declarar, sob pena de preclusão. 
> ​EXCETO: ​pode ser conhecida de ofício pelo juiz. 
 
b. ​Impedimento: ​imparcialidade objetiva - aplicação da lei. Ex.: o juiz é 
casado com uma das partes. - NULIDADE ABSOLUTA 
> pode ser conhecida a qualquer momento, sem alegação das 
partes. 
 
OBS.: ​Imparcialidade # Impartilidade > impartialidade é o juiz ser o terceiro dentro do processo, 
não pode ser uma parte. 
Imparcialidade # Neutralidade > neutralidade é exigir que o juiz abra mão das experiências 
extra-autos dele de forma que não existe juiz neutro e nem se o exige. 
Imparcialidade # Inércia > Juiz atuante quando dá andamento ao processo não esta sendo 
parcial. 
 
Imparcialidade é pressuposto de VALIDADE. 
Não leva à inexistência, mas há um vício - 
NULIDADE RELATIVA OU ABSOLUTA. 
 
3. Competência: 
a. Relativa: 
b. Absoluta: 
 
● em relação às partes 
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Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
1. Capacidade de ser parte: Paralelo com o direito civil: capacidade de exercer 
direitos e obrigações. O Processo Civil amplia essa capacidade para ​entes 
despersonalizados 
> capacidade de integrar ao processo ou como demandante 
ou como demandado 
> ​entes despersonalizados​: procon, casas legislativas, 
espólio, condomínio de apartamentos, massa falida. 
> quando o ato é praticado por alguém que não tem 
capacidade gera a INEXISTÊNCIA DO ATO. 
 
2. Capacidade de estar em juízo: “capacidade processual” - capacidade de 
praticar validamente os atos processuais. 
> ​VALIDADE - nulidade relativa ou absoluta. 
> pode haver hipótese em que o sujeito tenha capacidade de 
ser parte mas não há capacidade de estar em juízo: 
- Relativamente incapaz: precisa ser assistido e o 
assistente não pratica o ato sozinho e sim, junto com 
o assistido. 
- Absolutamente incapaz: o representante é quem 
pratica o ato, sem necessidade da companhia do 
incapaz. 
 
3. Capacidade Postulatória: ​art. 104, §1º e §2º, NCPC/2015. Exigência de que 
haja no processo um advogado regularmente inscrito na OAB. 
> para atuar num processo é necessário que esteja 
representado por um advogado. 
 
OSB.: ​MP e DP são exceções pois, apesar de não serem advogados, tem ​capacidade postulatória 
funciona​l. 
> Casos que não são exigidos advogados: 
1. Juizados especiais cíveis 
2. ações trabalhistas 
3. habeas corpus em caso de prisão civil 
4. Processo objetivos: processo de averiguação de constitucionalidade. 
 
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Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
4. Possibilidades: 
a. ato praticado por advogado SEM PROCURAÇÃO: ​o juiz concede 15 
dias (+15) para regularização - VÍCIO SANÁVEL - se não apresentar 
a procuração os atos tornam-se ineficazes (existem, são válidos, mas 
não surte efeito). 
 
b. ato praticado por pessoa não advogada: - pressuposto de validade - 
NULIDADE ABSOLUTA. 
 
4. Sujeitos do Processo 
1. Autor 
2. Réu 
3. Estado (Juiz)4. Hipóteses de intervenção de terceiros 
5. MP: fiscal da ordem jurídica e, em ações criminais, autor. 
 
4.1 Parte 
i) ​Restritivo: quem pede e contra quem se pede > autor, réu, denunciado à lide, 
chamado ao processo. 
 
ii) ​Ampliativo (Liebman): quando o sujeito participa do processo em contraditório 
sendo titular de situações jurídicas. > restritivo + MP (fiscal) + assistência. 
 
iii) ​Dinamarco:​ ampliativo (partes do processo) + restritivo (parte da demanda). 
 
OBS.: JUIZ NÃO É PARTE NO PROCESSO pois NÃO TEM INTERESSE. Ele É ENVOLVIDO 
 
art. 73, NCPC: Art. 73. ​O cônjuge necessitará do consentimento do outro para 
propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o 
regime de separação absoluta de bens. 
 
Trata da necessidade de autorização do cônjuge quando for uma ação real imobiliária (usucapião, ação 
reivindicatória): a autorização somente não é necessária em caso de regime de separação de bens. 
9 
 
Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
> se a parte autora ingressa com ação sem consentimento do cônjuge, juiz intima para que 
parte autora traga autorização. Caso contrário, processo é extinto SEM RESOLUÇÃO DE 
MÉRITO - faltou requisito essencial exigido para prática dos atos. 
 
4.2 Hipótese do cônjuge ser a parte ré > ingressaram juntos no processo: 
§1º:​ Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob 
o regime de separação absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato 
praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da 
família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a 
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
 
● litisconsórcio necessário:​ obrigatoriamente os dois estarão no polo passivo. 
 
art. 74, NCPC: ​hipóteses em que o Juiz n​ão exigirá autorização​: 
> resistência infundada do cônjuge pode suprir a autorização. AÇÃO 
JURISDICIONAL VOLUNTÁRIA. 
 
4.3 Deveres das partes e dos procuradores 
art. 77, NCPC: ​não exaustivo. 
IV E VI - ​ ​ato atentatório​ à dignidade da justiça - atos de má-fé 
> consequência: multa no valor de 1 à 20% do valor da 
causa. Caso o valor seja irrisório, juiz pode fixar multa em 
até 10 salários mínimos - EM FAVOR DO ESTADO 
 
Exceções ao ato atentatório: 
1. art. 77, § 6, NCPC: “advogados, membros do Ministério Público, 
da Defensoria público não podem ser multados em ato atentatório à 
dignidade da Justiça.’’ 
2. Jurisprudêncial: ​O Estado não pode ser multado em ato atentatório > 
multa será paga pelo Estado a ele mesmo. 
 
10 
 
Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
4.4 Dever de Urbanidade 
art. 78, NCPC: “​É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos 
membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer 
pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos 
escritos apresentados”. 
 
Se for em audiência o juiz vai, ​oralmente​, informar a parte que se ela continuar, ela vai 
ter a ​palavra cassada​, ou seja, ela não vai mais poder se manifestar. Se for por ​escrito​, o juiz vai 
determinar que aquelas palavras ofensivas ​sejam riscadas do processo e ​se a parte interessada 
requerer, eles expedem uma certidão inteiro teor com essas palavras para a parte tomar as 
medidas que ela entender, sejam penais ou cíveis​. 
 
Art. 79, NCPC: ​Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como 
autor, réu ou interveniente. 
 
RESPONSABILIDADE PROCESSUAL: ​responsabilidade de reparar atos praticados em má-fé 
(litigância de má-fé). A diferença entre o ato atentatório e a litigância de má-fé é que está é voltada 
para aquele que sofreu o prejuízo, ou seja, para aquela pessoa do processo que saiu prejudicada com o 
ato. No ato atentatório a multa é para o Estado. 
 
4.4.1 hipóteses de litigância de má-fé 
Art. 80, NCPC:​ ​ ​Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
II alterar a verdade dos fatos; 
III usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do 
processo; 
VI - provocar incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 
MULTA: ​1% < X < 10 % do valor da causa, ou, se irrisório, 10 SM 
 
11 
 
Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
Art 81, §s - ​Na litigância de má-fé há a hipótese desse ato gerar um 
prejuízo a outra parte. Então além da multa, essa parte que saiu 
prejudicada pode cobrar dentro do próprio processo esse prejuízo. 
 
4.5 Despesas processuais, honorários advocatícios e multa 
art. 84, NCPC: ​“As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a 
indenização de viagem, remuneração da assistente técnico e a diária de 
testemunha.” 
 
art. 82, NCPC: Se a parte não for beneficiária da justiça gratuita, logo no início do 
processo ela tem que antecipar essas custas. 
 
Na hipótese do ato ser determinado pelo juiz ou pelo Ministério Público quem vai ter que 
adiantar as custas é a parte autora. 
 
EXCEÇÃO - PERÍCIA: Se for prova pericial, se ambas as partes requererem, elas vão ter que 
dividir o valor da perícia​. Também se for requerido pelo juiz ou pelo Ministério Público, elas também 
vão ter que dividir o valor → é uma crítica que se faz ao Novo CPC. 
 
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA: A parte que vence a demanda é ressarcida dessas custas. ​O 
CPC/73 trazia o que se chamava de sucumbência recíproca. A sucumbência é quando a parte perde. 
Sucumbência recíproca é quando as duas partes perdem um pouco, aí nesse caso há uma 
compensação de custas, ou seja, cada parte vai arcar com metade das custas. Era muito criticado 
porque quando havia essa possibilidade de sucumbência recíproca, o juiz não só compensava as 
custas, como compensar os honorários advocatícios, ou seja, nenhuma das partes pagará honorários, 
cada um pagava do seu. Hoje em dia, o novo CPC já traz essa previsão, reconhecendo que os 
honorários advocatícios são uma verba alimentar ​(art. 85,§14)​. Então, hoje o ​novo CPC veda essa 
possibilidade de compensação de honorários​, mesmo quando a gente tem uma sucumbência 
recíproca. Contudo, há a hipótese de uma parte sucumbir em parte mínima do pedido. Nesse caso, a 
parte que sucumbiu na maior parte do pedido fica responsável pelo pagamento das custas. 
art. 91, NCPC: a fazenda pública e o Ministério Público são dispensados do 
adiantamento de custas no início do processo. 
 
Os honorários advocatícios são de 10 a 20%, sempre, de acordo com o novo CPC ou o 
juiz pode fixar um valor, se ele entender que aquele valor é irrisório. O novo CPC traz uma questão 
12Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
interessante também. ​Pelo CPC de 73 o advogado que já tinha ganhado honorários em primeira 
instância, se a decisão fosse confirmada, os honorários mantinham iguais. O ​novo CPC traz uma 
previsão de que quando aquele advogado atua em grau de recurso, ele tem a majoração dessa 
verba​. 
 
No CPC de 73 tinha uma questão que era meio absurda: casos, por exemplo, que o juiz 
deixava de fixar honorários, o juiz esquecia. Então acontecia muito de a sentença ser omissa, não fixar 
honorários, e o juiz não consertar nem em hipótese de embargos de declaração, e o STJ não permitia 
que ele cobrasse. ​O novo CPC resolveu isso, ele prevê que o advogado pode entrar com uma ação 
autônoma para cobrar esses honorários, ou seja, ele entra com uma ação só para fixar e cobrar 
esses honorários que foram omissos no outro processo → Artigo 85, parágrafo 18, cancelou a súmula 
453 do STJ. 
5. Litisconsórcio 
Litisconsórcio é a ​pluralidade de sujeitos​, ou seja, há mais de um sujeito no polo ativo da 
ação, passivo ou em ambos. 
 
Corrente majoritária: não importa o interesse em jogo, basta que haja pluralidade 
para haver o litisconsórcio. 
Corrente minoritária: ​Marioni - é preciso que haja interesse em comum, logo, se for 
conflitante, não há litisconsórcio e sim uma cumulação de sujeitos (subjetiva). 
 
5.1 Hipóteses de Cabimento - art. 113, NCPC 
art. 113. ​Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em 
conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de 
pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de 
direito. 
 
5.2 Classificação do Litisconsórcio 
● quanto aos polos de ocorrência: 
> ​ativo:​ mais de um autor 
13 
 
Faculdade Nacional de Direito - UFRJ 
Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
> ​passivo:​ mais de um réu 
> ​misto:​ mais de um autor E mais de um réu 
 
● quanto ao momento de formação: 
> ​inicial:​ indicado no início da ação, ou seja, na petição inicial pelo autor. 
> ​ulterior: formado depois do início do processo e o juiz determina que a 
petição inicial seja emendada. > SÓ NO POLO PASSIVO, salvo se a 
legislação permitir expressamente. 
 
OBS.: a inicial só é permitida até o momento da citação, após será ulterior. 
 
● quanto à obrigatoriedade: 
> ​necessário: ​quando a formação desse litisconsórcio é obrigatório - ​art. 114, 
NCPC 
1. necessário por disposição da lei:​ usucapião, ação popular. 
2. ​necessário pela natureza da relação jurídica controvertida, a 
eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser 
litisconsortes: ​direito material incindível - anulação de casamento. 
> ​facultativo:​ quando não for necessário, é facultativo. 
 
● quanto ao conteúdo da decisão: 
> ​unitário: quando aquela decisão proferida OBRIGATORIAMENTE tem 
que ser IGUAL para todos os litisconsortes. Ex.: anulação de casamento. 
> ​simples: é quando pode ou não ter decisões diferentes para cada um dos 
litisconsortes 
 
Ex.: necessário simples: ação popular, usucapião - não há nulidade, há ineficácia. ​(artigo 115, caput e 
incisos I e II, NCPC)​. 
Ex.: facultativo unitário: ação rescisória, ação quanti minoris. 
Ex.: ativo necessário: criticado pela doutrina porque obriga a alguém a ingressar numa ação que é um 
ato voluntário do autor. 
> ação rescisória: alguns dizem que é facultativa outros que é necessária. 
1. Dinamarco: se um está resistindo, não se pode entrar com a ação e ela será extinta 
sem resolução de mérito pois ele não é obrigada a ingressar com a ação. 
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2. Scarpinella: A processa C, e intima B (que ingressa como sujeito anômalo) e ele entra 
ou como réu ou como autor depende da decisão dele mesmo. 
3. Nelson Ney:​ ingressa como réu e depois pode mudar para autor 
4. Bedaque (majoritária):​ citado como réu fica como réu até o final. 
 
5.3 Litisconsórcio multitudinário (art. 113, §1º) 
O juiz pode limitar o número de litisconsortes através de um desmembramento da ação e 
fica à critério do juiz. 
O réu pode fazer esse requerimento, ou pode o juiz fazer, quando a hipótese for 
verificada, determinando por ofício. 
 
Alexandre Câmara: ​não é um desmembramento de ações, e sim eliminar o 
excesso de litisconsortes, ou seja, manteria-se o número que o juiz definiu e 
excluirá o resto. 
 
5.4 Dinâmica entre os litisconsortes - art. 117, NCPC 
No litisconsórcio unitário o ato de um dos litisconsortes beneficia os demais, mas nunca 
os prejudicará, ou seja, se um desses litisconsortes praticar um ato é preciso ver se esse ato é benéfico 
ou prejudicial para os demais. 
No litisconsórcio simples se um dos litisconsortes é revel, aplica-se os efeitos da revelia 
para ele, os fatos contestados serão em relação a ele, exclusivamente. Logo é passível de prejudicar os 
demais. 
 
PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DA PROVA: não interessa quem produziu a prova, pois é uma 
prova do processo. Sendo assim, não se discute quem ela beneficia ou quem ela prejudica podendo 
acontecer com qualquer dos litisconsortes. 
 
5.5 Prazos - art. 229, caput, parágrafo 1 e 2, NCPC 
O CPC/73 tinha uma regra no que se refere aos prazos que foi MANTIDA no NCPC/15, 
porém com exceções. 
> tendo mais de um sujeito em um dos polos, e esses sujeitos possuem advogados diferentes, 
o prazo para cumprirem as determinações será dobrado (exceto se forem da mesma sociedade 
de advogados ou se o processo for eletrônico). 
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Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
Ingrid Grandini 
> ​Súmula 641 - STF: ​se um dos litisconsortes tiver sucumbido, ou seja, perdido, o prazo 
também não é em dobro pois só um deles tem direito em recorrer, logo não há dificuldades 
nos processos. 
6. Intervenção de Terceiros 
Além do autor e do réu, um terceiro pode intervir no processo. 
O CPC/73 trazia 5 hipóteses, porém o NCPC/15 aprecia apenas 3 e acrescenta outras duas 
diferentes do CPC/73. 
 
6.1 Deixaram de ser intervenção de terceiros: 
● oposição: ocorre quando tem-se um bem com direito sendo discutido no processo e 
um terceiro entrava. A: esse bem é eu; B: não, é meu; C: não é de nenhum de vocês, é 
meu. - ação reivindicatória - passou a ser ​procedimento especial (art. 681 à 686). 
 
● nomeação de autoria: ocorre quando tem-se duas legitimidades passivas, ou seja, 
tinha o réu que não era para ser réu. - passou a ser ​preliminar de defesa ​(corrigir o 
polo passivo da ação, colocar o réu legítimo). A correção no polo é chamada de 
extromissão da parte. Diferente do CPC/73, o réu nomeado não pode mais se negar a 
ser citado, porém o autor da ação tem que concordar, OBRIGATORIAMENTE, com 
a nova nomeação. Caso ele não concorde e o juiz realmente ver que não hálegitimidade ele pode extinguir o processo. 
 
6.2 Assistência (art. 119 a 124, NCPC) 
Um terceiro que surge com ​interesse jurídico​, ingressa como assistente (auxiliar) - ​não 
se relaciona com assistência ao relativamente incapaz​. ​Forma voluntária de intervenção​, porém, 
em alguns casos, o juiz que verifica alguém como assistente em potencial, pode determinar a 
intimação desta pessoa APENAS para ela ter conhecimento do processo. Cabível em qualquer 
processo e em qualquer momento do processo ​- não há preclusão temporal, porém o processo não 
pode retroagir para antes da entrada. 
○ Não pode haver assistências nos juizados especiais cíveis pois são 
procedimentos simples - ​Lei 9.099 - ​nem em ações de controle de 
constitucionalidade - ​Lei 9.869 ​-, nem em mandado de segurança - 
jurisprudência​, ​não tem produção de provas. 
 
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Caderno de Processo Civil I - 2017.2 
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> ​assistência simples (​art. 119​): um terceiro tem uma relação jurídica de direito material não 
convertida com uma ou ambas as partes que pode ser afetada pelo resultado - “​não 
convertida” significa que essa relação jurídica não está em discussão no processo, ele tem 
apenas interesse jurídico. 
 
> ​intervenção anômala: quando a União, empresas públicas ou autarquias ingressam num 
processo com interesse meramente econômico, continuará na Justiça Estadual, em primeira 
instância, e vai para a Federal (TRF) em segunda (​art. 5, parágrafo único, Lei. 9.469/97​) 
 
> ​assistência litisconsorcial / qualificada: o terceiro que ingressa no processo é o titular do 
direito material discutido. Ex.: alienação de coisa litigiosa (caso o autor não autorize a entrada 
do novo réu como dono da coisa); condomínio de um bem (​art. 124, NCPC). 
○ Para Marinoni e Nery de Andrade essa categoria não existe - essa parte ou 
entra como réu ou como autor - ​litisconsórcio ulterior. 
○ Dinamarco e Bedaque acrediram ser uma forma de intervensão de terceiros . 
Esse terceiro quando entra não está formulando um pedido nem está sendo 
formulado um pedido contra ele, ingressa com o processo já em andamento 
de onde ele está. Caso fosse réu ou autor teria que formular ou ser formulado 
um pedido contra ele. 
 
● Procedimento da assistência (art. 120, NCPC) 
Não há muitas formalidades para o ingresso do assistente, ele inicia uma petição simples 
no processo - a legislação não traz um rol de requisitos dessa petição, mas deve-se comprovar o 
interesse jurídico. Então, ou o juiz indefere o pedido caso não seja caso de assistência - ​assistência de 
plano: imediato, rejeição liminar - ​ou verifica que é assistência e concede prazo de 15 dias úteis para 
manifestação das partes - inclusive pode ter pedido de prova para analisar o requisito de assistência, 
porém não há suspensão do processo para referida análise. 
> essa decisão de deferir ou não a assistência é ​decisão interlocutória. 
> o assistente pode recorrer ao indeferimento do pedido de assistência ​(art. 1.015, IX, 
NCPC) 
 
OBS.: no CPC/15, o pedido seguia como um apenso no processo, já no NCPC/15, o pedido segue 
como parte integrante do processo. 
 
● Poderes do Assistente: 
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Na ​assistência simples​, parte-se da premissa que o assistente ​não pode contrariar os 
interesses do assistido. ou seja, tudo o que fizer dentro do processo vai ter que ser de acordo com a 
vontade do assistido (​art. 122, NCPC/15​). 
Quando o assistido torna-se revel ou omisso, o assistente torna-se o substituto processual 
do assistido, ou seja, pratica os atos do próprio assistido. (​art. 121, parágrafo único, NCPC/2015). 
O ​assistente litisconsorcial é ​tratado como parte​, querendo ou não o assistido. Pode fazer 
tudo o que a parte pode fazer, porém sem o poder de formular pedidos pois não está presente na 
petição inicial. 
 
● Eficácia da Intervenção (art. 123, NCPC/15) 
Uma vez que o assistente intervém no processo, ele ​não pode discutir a justiça da 
decisão - ​pode abrir outra ação, por exemplo no caso da assistência litisconsorcial. ​Exceto quando o 
ingresso dele ao processo é muito tardio - sem condições de intervir adequadamente no processo e 
sem a capacidade de influenciar na decisão ou quando, na assistência simples, a atuação dele ​foi 
extremamente limitada pelo assistido​. 
 
6.3 Denunciação à Lide (arts. 70 a 76, NCPC/15) 
Denunciação à lide é uma ação regressiva proponível tanto pelo autor quanto pelo réu, 
sendo citada como denunciada aquela pessoa contra quem o denunciante terá pretensão indenizatória 
ou de reembolso venha sucumbir da ação principal. Ex.: supervia e seguradora. 
É ​uma intervenção à ação​, porque é uma forma de intervenção de terceiros, afinal, tem 
um terceiro ingressando nesse processo, e ação, porque esse pedido poderia ser feito, inclusive, numa 
ação autônoma - ou seja, se não denunciada a lide poderia ser entrar com uma ação para isso. 
A denunciação da lide existe com o pretexto de ​celeridade processual​, exatamente para 
não haver necessidade de um novo processo. 
 
● Características da denunciação da lide: 
1. ação incidente: sempre haverá uma ação principal, e a incidente será 
acessória à principal. 
2. ação regressiva:​ é um direito de regresso; 
3. ação eventual: pode ocorrer perda de objeto. Caso o denunciante ganhe um 
processo, um denunciado não deve pagar, afinal o denunciante não paga, logo 
se perde o objeto - ​prejudicialidade 
4. ação antecipada: não se sabe se haverá prejuízo ao justificar essa denunciação 
- não se sabe se haverá necessidade dessa ação. 
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● Hipóteses de cabimento de denunciação (art. 125, NCPC/15) 
 
art. 125: É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das 
partes: 
I - “ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio 
foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos 
que da evicção lhe resultam” - ​EVICÇÃO: perda de coisa ou de 
um direito por decisão judicial transitada em julgado. 
 
OBS: O CPC/73 não deixava claro se era o alienante imediato ou qualquer um da cadeia 
 
II - “aquele que estiver obrigado por lei ou por contrato a indenizar 
em ação regressiva o prejuízo de quem for vencido no processo” 
> ​Teoria Restritiva: a denunciação deve ser sempre com 
base na mesma causa de pedir da ação principal; 
> ​Teoria Ampliativa: pode ser trazida causa nova ao pedido 
e isso se fundamenta na celeridade processual. 
 
Ex.: ação indenizatória qualquer contra a fazenda pública - a ​Fazenda pública tem ​responsabilidade 
objetiva​, ou seja, quando ela gera um dano à alguém não se discute se ela teve culpa ou não, pois sua 
responsabilidade é objetiva, ou seja, tem o dever de indenizar. Já o ​agente público possui 
responsabilidade subjetiva,​ ou seja, é necessário verificar sehá culpabilidade. 
ATENÇÃO: ​A Jurisprudência não aceita denunciação ao agente público - apesar disso não ser 
unânime -, logo, o que ​prevalece é a teoria restritiva. ​Em uma ação contra a Fazenda Pública a sua 
demanda é simples, não há de se ficar discutindo a culpabilidade, e sim apenas se houve o dano e se é 
passível de indenização. Caso o denunciado seja o agente público isso complicaria a ação, devido a 
investigação da culpabilidade e o objetivo da denunciação é simplificar. Essa denunciação ao agente é 
admitida quando a Fazenda Pública alega culpa concorrente ou exclusiva da vítima - o elemento culpa 
já está dentro do processo. 
 
No ​CPC/73 havia ​denunciação da lide obrigatória, ou seja, quando a pessoa não utilizasse a lide ela 
perdia a oportunidade de entrar com aquela ação. Então o ​NCPC/15 acabou com as hipóteses de lide 
obrigatória e tornou a ​denunciação facultativa​. 
 
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● Denunciação pelo autor (art. 127, NCPC/15) 
Quando a denunciação é feita pelo autor da ação, o denunciado ingressa no processo 
como litisconsorte (litisconsórcio ativo) do autor, ou seja, como se ele também fosse autor. Na ação 
principal ele entra como litisconsorte do autor e na ação secundária, réu. 
> deve ser realizada na PETIÇÃO INICIAL, caso contrário não pode mais. 
- cita o denunciado e após a entrada do denunciado, cita-se o réu: o denunciado 
pode trazer novos argumentos para a petição inicial (trazer novos argumentos 
difere de aditar petição pois essa permite inclusão de nova causa de pedir). 
 
● Denunciação pelo réu (art. 128, NCPC/15) 
>​ deve ser realizada na CONTESTAÇÃO. 
Inciso I ​- A processou B e ele denuncia C, o ​C pode contestar a ação (se defender) 
também, dizer "o A tá errado". Nessa hipótese os dois (o réu e o denunciado) vão ser 
litisconsortes como réu na ação principal​. 
 
Inciso II - A processou B e o B denunciou C. Se o C ficar revel​, ou seja, ele não 
contestar o pedido, ele não se defender, o ​B pode parar de se defender do A e passar 
a atacar só o C em ação regressiva​. 
 
Inciso III - A processou o B, B processou o C. E o ​C reconhece o pedido, fala "o 
A está certo"​. O que o B faz? Ou ele ​continua se defendendo e prossegue no 
processo, ou ele fica também só na ação de regresso contra o C​. 
 
 
Denunciação sucessiva​: quando se tem várias denunciações dentro de um mesmo processo, é a 
sucessão de denunciações: A processa o B, o B denuncia o C e o C denuncia o D. O CPC só permitiu 
uma denunciação sucessiva (no exemplo seria só até o D). 
 
OBS.: A denunciação é um processo de conhecimento, logo nunca haverá em processo de execução 
pois já há título formado em relação à alguém, logo não tem como buscar esse regresso. 
OBS’.: também não há denunciação em processos que envolvam relação de consumo. o ​CDC nega 
expressamente essa possibilidade (​art. 13 c/c art. 88​) - a doutrina e a jurisprudência interpretam esses 
artigos de forma ampliativa pois eles dizem que não cabe a denunciação apenas quando se tem um 
vício no produto, e essa interpretação abrange todas as relações de consumo. ​a relação de consumo 
tem uma responsabilidade objetiva ​- o dever de indenizar surge havendo culpa ou não. 
 
● Verbas de sucumbência na denunciação da lide 
Verbas: custas processuais e dos honorários advocatícios da parte contrária. 
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Verbas de Sucumbência: verbas que quem sucumbe tem que pagar, ou seja, quem perdeu 
o processo tem que pagar. 
 
1ª Hipótese: a ação principal é julgada procedente - o autor processou o réu (que é o 
denunciante) e ganhou. Como o réu perdeu, julga-se a denunciação e se esta procede, 
o réu ganha contra o denunciado. 
> o réu arca com as custas do autor 
> o denunciado arca com as custas do réu na lide secundária - exceto se o 
denunciado não se opor ao denunciante. 
 
2ª Hipótese: ação principal procedente e ação secundária improcedente - o réu paga as 
custas tanto da ação principal como da denunciação 
3ª Hipótese: ação principal julgada improcedente, logo não há ação secundária a ser 
julgada - extinta. 
> nesse caso, quem fica responsável pelo pagamento das custas e honorários é 
o DENUNCIANTE, por ter movido a ação desnecessariamente 
 
ASSISTÊNCIA x DENUNCIAÇÃO: 
Assistência é uma forma voluntária de intervenção​, ou seja, a pessoa vai ser assistente se ela 
quiser. ​Denunciação da lide é uma forma coercitiva de intervenção - cada vez que ela é denunciada 
ela é citada e, obrigatoriamente, integra o processo. 
6.4 Chamamento ao processo 
Chamamento ao processo é uma espécie de intervenção ​coercitiva de terceiros em 
virtude de um pedido do réu e independente da concordância daquele. Os terceiros são considerados 
corresponsáveis. É um ​litisconsórcio facultativo passivo ulterior. 
 
OBS1.: O autor nunca pode impedir esse chamamento. 
OBS2.: Não é obrigatório que se faça o chamamento, ele também pode ser realizado em uma ação 
autônoma. 
 
● Hipóteses de chamamento (art. 130, NCPC/15) 
 
art. 130.​ É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - ​do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
 
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OBS.: o CC traz o benefício de ordem, que significa que primeiro tenho que processar o devedor, para 
só depois processar o fiador, mas essa regra pode ser flexibilizada desde que dentro daquele contrato 
de aluguel o fiador abra mão desse benefício de ordem. 
 
II -​ dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
 
OBS.: dentro de um mesmo processo, pode-se ter hipóteses do inciso I e II desse dispositivo. O fiador 
pode chamar tanto o locatária quando outros fiadores - são hipóteses cumulativas. ​diferente do que 
acontecesse na denunciação que pode haver apenas uma sucessão, aqui podem haver vários. 
 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de 
alguns o pagamento da dívida comum. 
 
OBS.: ​solidariedade - ​se tem vários réus e eles são responsáveis solidariamente, mas o autor processa 
apenas um, este pode chamar os demais. 
OBS.: nos casos de tratamento médico, quando não havia prestação de um determinado tratamento 
que eu não tinha condições de pagar, posso processar tanto o município, o estado ou a União. Dessa 
forma, os entes começaram a fazer chamamentos sucessivos ao processo. O ​STF ​decidiu que o 
chamamento só cabe quando for em casos de obrigação de pagar quantia certa. 
 
● Procedimento (art. 131, NCPC) 
O chamamento ao processo deve ser requerido na ​contestação​, ​ou seja, depois que o réu 
for citado ele terá 15 dias úteis - a partir da audiência de mediação ou conciliação - para contestar e 
dentro dessa contestação deve formular o pedido de chamamento ao processo. 
No ​art. 131 indica que a citação desse chamado ao processotem até 30 dias para ser 
promovida e o prazo é dobrado caso seja morador de outra comarca e etc. 
 
6.4 Desconsideração (arts. 133 a 137, NCPC) 
Pessoa Jurídica - CC: formada pelos sócios; há autonomia patrimonial, de direitos de 
obrigações entre os sócios. A autonomia representa que a PJ responde com o patrimônio pŕoprio e, os 
sócios, com os deles, mas dividindo as obrigações, ou seja, os sócios não vão responder por uma 
dívida contraída pela empresa. Entretanto, esse separação patrimonial gerou fraudes, passando o 
patrimônio da PJ para a PF ficando inadimplentes para com os credores. Sendo assim, foi criada a 
desconsideração da PJ 
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Desconsideração: desconsiderar a separação patrimonial da PJ com os sócios dela para 
que possa ser possível alcançar os bens dos sócios em PF. Isso surgiu no Brasil em 1990 ​(art. 28, 
CDC). 
Surgiu a discussão sobre se essas hipóteses citadas no dispositivos eram taxativas ou 
exemplificativas. Os tribunais superiores entendem como exemplificativas, ou seja, havendo 
comprovação de que havia alguma fraude para prejudicar o consumidor, poderia-se considerar. 
No âmbito privado, a desconsideração surgiu no ​art. 50, CC/02. 
 
● Requisitos: 
1. Desvio de Finalidade: abuso da pessoa jurídica, ou seja, quando ssa pessoa jurídica é 
usada para fraudar os credores 
 
2. Confusão patrimonial: quando o patrimônio da pessoa jurídica está muito ligado com 
o patrimônio dos sócios de forma que não se possa distinguir qual é o patrimônio da 
PJ e das PF. 
 
O artigo 28, parágrafo 5, é altamente criticado pois é um dispositivo genérico - a desconsideração 
deve ser tratada como exceção, a regra é ter separação patrimonial. 
 
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos 
causados aos consumidores. 
 
● Teorias 
> ​Menor: ​basta que haja insolvência da PJ para que se possa efetuar a desconsideração​, 
ou seja, basta o não pagamento dos credores dela para que seja possível efetuar a despersonalidade. 
- Não existem muitos requisitos para permitir a desconsideração 
- Relações de consumo e trabalhistas 
 
> ​Maior: ​deve haver comprovação do desvio de finalidade, a má administração ou a 
confusão patrimonial ​- teoria adotada pelo ​art. 50, CC/02. 
 
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA: ao invés de você desconsiderar para atacar os bens do sócio, 
você desconsidera para atacar os bens da PJ - ex.: relações de família. 
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DESCONSIDERAÇÃO EXPANSIVA: tendência que vem tendo o nosso ordenamento para 
expandir as hipóteses de desconsideração - Ex.: espera ambiental e na lei anticorrupção. 
 
OBS1.: ​a desconsideração é uma intervenção de terceiros porque está se trazendo os sócios, que 
inicialmente não integravam aquele processo, para o polo passivo. ​(alguns autores consideram 
litisconsórcio ulterior). 
 
OBS2.: é ​incidente​, ou seja, é tratado dentro do próprio processo e pode ser incidente em ​qualquer 
fase do processo e nem é vítima de preclusão temporal. 
 
Se for desconsiderar a PJ tem que, OBRIGATORIAMENTE, fazer por meio 
desse incidente - só é dispensável quando se faz na própria petição inicial. 
 
OBS3.: quando a desconsideração for requerida na petição inicial e for acolhida pelo juiz, os sócios 
integram o processo como litisconsortes passivos ulteriores - essa é uma crítica pois não seria 
intervenção de terceiros 
 
6.6 Amicus Curiae (art. 138, NCP/15) 
Sinônimo de amigo da corte: pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade, que 
demonstre que naquele caso concreto elas possuem um profundo conhecimento a matéria que é o 
objeto do processo. 
No ​CPC/73​, este dispositivo já existia essa classificação, mas não era considerada 
intervenção de terceiros. O ​STF ​entendia como ​mero auxiliar do juízo, restringindo a legitimidade 
dele para recorrer ​. 
O ​NCPC/15, inseriu a classificação como intervenção de terceiros e, para resolver o 
problema do STF, deu a ele a possibilidade de recorrer, ou seja, ​pode interpor embargos de 
declaração​. 
Quando o ​amicus curiae ​ingressa no processo os ​poderes dele são definidos pelo juiz - 
na pŕatica, o que se vê, é a participação em audiência. O seu ​ingresso é voluntário - pedido de 
ingresso. O prazo para manifestação é de 15 dias - podendo ser ampliado ou dilatado pelo juiz, como 
permite o NCPC. 
 
OBS1.: não cabe recurso contra a decisão que nega a enteda do ​amicus curiae. 
 
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OBS2.: se o amicus curiae for uma pessoa jurídica de direito público, isso não vai deslocar a 
competência do feito. 
 
OBS3.: ​cabível em qualquer instância desde que preencha os requisitos. 
 
● Hipóteses: 
1. Relevância da Matéria: 
2. Especificidade do tema:​ tema raro 
3. Repercussão social 
7. Atos das Partes 
7.1 Eficácia mediata dos atos processuais (art. 200, NCPC/15) 
Declarações unilaterais (manifestação de vontade de apenas uma das partes - ex: petição 
inicial) ou bilaterais (vontade das duas partes - autor e réu - ex.: acordo para suspensão do processo 
enquanto negociam) 
- não precisam de homologação do juiz 
- tem eficácia imediata 
- exceção: ​desistência 
 
 
 
DESISTÊNCIA RENÚNCIA 
desistência da ação e não do direito parte abre mão do seu direito 
se citado, autorização do réu não é necessário da outra parte nem do juiz 
poderá repropor não poderá repropor a ação 
precisa da homologação judicial - 
 
7.2 Direito de exigir recibo do cartório (art. 201, NCPC/15) 
É o “protocolo”. Esse direito é pacífico na posição de que ​todos os sujeitos podem exigir 
recibo e não só as partes - Ex: Perito. 
 
7.3 Cotas marginais ou interlineares: ​vedação​ (art. 202, NCPC/15) 
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Manifestação por cotas são manifestações por escrito, normalmente, à mão pelas partes. É 
uma prerrogativa do MP e da Defensoria. 
- marginal: fora do local adequado 
- interlineares: entre as linhas 
8. Pronunciamentos 
8.1 Formas do juiz se manifestar no processo 
● Sentença: ​pronunciamento por meio do qual o juiz põe fim a uma fase procedimental 
- seja cognitiva ou de execução - ​art. 203, §1º, NCPC - sendo recorrível por 
apelação 
○ cognitiva:​ há incerteza jurídica. As partes discutem o processo 
○ execução:​ não há mais títulos a serem discutidos, agora resta a execução dele. 
■ numa sentença pode haver 2 ou mais sentenças. 
 
- TRÊS FASES: 
i) ​relatório: visa proteger as partes (dispensado nos Juizados Especiais) - 
quando o juiz faz um relatório, demonstra que leu todo o processo. - 
NULIDADE RELATIVA 
ii) fundamentação: explicação à luz do direito que visa a proteção da 
sociedade. - NULIDADE ABSOLUTA 
iii) dispositivo: onde o juiz efetivamente julga,concedendo ou não a 
pretensão do autor. - INEXISTÊNCIA. 
 
OBS.: ações sincréticas -> fases procedimentais sucessivas. 
 
● Decisão interlocutória: DECISÃO INTERLOCUTÓRIA: decisões proferidas ao 
longo de todo o processo que tem um conteúdo decisório - ​Residual: aquilo que não 
for sentença - ​art. 203, §2º, NCPC 
> ​CPC/73: ​decisão interlocutória seria passível de agravo de instrumento. 
> ​art. 1015, NCPC/15: ​rol taxativo para impetração de agravo de instrumento 
- ​recorrível 
 
● Despacho: ​visa apenas dar prosseguimento ao processo, não tendo conteúdo de 
decisão; dá andamento processual. Em regra, irrecorríveis - ​ art. 203, §3º, NCPC​. 
 
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8.2 Atos Ordinários (art. 203, §4, NPCC) 
Atos ordinários são atos praticados por serventuários (funcionários do cartório), visando 
dar andamento ao processo sem a necessidade da participação do juiz. 
Ex: juntada de petição/documentos, vista aos autos, etc. 
 
8.3 Pronunciamentos pelos tribunais de 2ª instância 
a) despachos: geralmente do desembargador relator. 
b) decisões interlocutórias 
c) decisão final 
 
OBS.: ​ACÓRDÃO​: qualquer decisão proferida por um ​colegiado 
- caso a decisão seja só do ​relator​: ​MONOCRÁTICA 
 
8.4 Requisitos formais dos pronunciamentos judiciais (art. 205, NCPC) 
1. redigidos, datados e assinados pelos juízes 
2. §3º​: publicados na íntegra no Diário de Justiça eletrônico 
a. a ​sentença​, só o dispositivo (parte final) sem o relatório. 
b. acórdão:​ só a ementa. 
 
8.5 Atos processuais eletrônicos (art. 193 a 199, NCPC) 
 
9. Tempo dos atos processuais 
9.1 Dias úteis, das 6h às 20h (art. 212, NCPC) 
- Plantão Judiciário: receber atos processuais urgentes fora do expediente 
normal 
- Horário Forense: horário de funcionamento do fórum (varia de acordo com 
cada ente - ​Lei da organização de cada ente) 
- Adiamento que prejudicar a diligência ou causar grave dano ​- ​art 212, §1º, 
NCPC 
- Juizados Especiais Cíveis:​ ​art. 12, L. 9099/95​ - permite atos noturnos. 
- Atos de citação, intimação e penhora: pode ser feito fora do horário, mas 
respeitando a inviolabilidade do município - ​art. 212, §2º, NCPC - atenção 
art. 5º, XI, CF/88 
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9.2 Momento para prática eletrônica do ato processual (art. 213, NCPC) 
- até as 24h do dia do prazo 
- §1º​: horário local da prática do ato - ​não conta fuso-horário 
 
9.3 Atos praticados durante as férias forenses ou feriados (art. 214, NCPC) 
- não há atos praticados 
- exceto art. 212, §2º (​independente de autorização judicial​) ou ​Tutela de 
Urgência. 
- FÉRIAS: 20/12 até 20/01 
- a doutrina entende que, assim como pode ser pedido Tutela de Urgência, em 
respeito à paridade das armas, a parte acusada pode recorrer; 
 
9.4 Lugar da prática dos atos processuais (art. 217, NCPC) 
- REGRA: sede do juízo 
- exceto: 
1. Deferência (art. 454) 
2. interesse de justiça 
3. Natureza 
4. obstáculo arguido pelo interessado 
10. Prazos 
10.1 Espécies 
● Legais: ​estipulados pela legislação 
● Judiciais:​ estipulados pelo juiz 
● Convencionais:​ estipulado pelas partes (​art. 190, NCPC - autocomposição) 
 
Em regra, os prazos das partes são próprios e caso não sejam cumpridos acontece 
preclusão temporal causando perda do direito de realizar aquele ato. 
Os prazos do juiz são impróprios, ou seja, se não forem cumpridos dentro do prazo não 
causam perda do direito de realização do ato. 
Se a lei não especificar o prazo, o juiz o fará no caso concreto ​(art. 218, §1º)​. Se este não 
o fizer o NCPC determina prazo de 5 dias úteis (​art. 218, §3º)​. 
 
10.2 ato praticado antes do início da contagem do prazo 
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10.3 Contagem de prazo 
● art. 219, NCPC: ​dias úteis. 
● art. 224, NCPC: ​exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento 
 
Os prazos nunca se iniciam ou terminam em dias que não há expediente forense 
 
10.4 Intimação tácita por meio eletrônico 
O prazo da intimação passa a ser contado a partir do momento que o advogado abre o 
processo. Caso não ocorra, há intimação tácita após 10 dias de intimado. 
 
10.5 Suspensão e interrupção dos prazos 
Quando o prazo é ​suspenso​, no momento em que retorna ​volta a contar do momento 
onde parou​. Quando ocorre a ​interrupção​, o prazo volta a ser contado do​ início​. 
 
10.6 Obstáculo criado pela parte contrária 
Ocorre quando a parte contrária cria um obstáculo para a prática de determinado ato 
processual de forma que, nesse caso, o prazo fica suspenso até o momento que cessar o obstáculo 
criado. 
Esse obstáculo pode ser criado também pela serventia judicial, por exemplo, ainda dentro 
do prazo processual, o cartório remete aos autos à conclusão ou quando o processo físico desaparece. 
A ​doutrina e a jurisprudência divergem quanto ao momento da alegação do obstáculo. 
Majoritariamente, alegado ​dentro do prazo para a prática do ato. ​Minoria entende que pode ser 
depois desde que em momento oportuno. 
 
10.7 Foro onde for difícil transporte (art. 222, NCPC) 
FORO: delimitação territorial para a prática de atos jurisdicionais 
pelo juízo. Na justiça estadual são as comarcas e na Federal, seções 
e subseções. 
 
Havendo dificuldade de transporte em determinado FORO, pode o juiz, de acordo com o 
art. 222, prorrogar os prazos para até 2 meses. 
Havendo ​calamidade pública ​(art. 222, §2º), ​o juiz pode ultrapassar esse prazo ou, ​art. 
313, VI,​ suspender o processo 
 
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O ​ art. 139, VI​ já dava a possibilidade do juiz estender o prazo. 
 
10.8 Preclusão 
Perda da possibilidade para prática de determinado ato processual. 
1. consumativa:​ quando o ato já foi consumado não pode ser realizado novamente 
2. lógica: quando a parte prática um ato anterior incompatível com o ato que pretende 
realizar - ​art. 1.000, NCPC 
3. temporal: quando terminar o prazo para a prática do ato, de forma que não poderá 
mais ser práticado. 
 
10.9 Indisponibilidade dos sistemas de informática 
Havendo indisponibilidade do sistema de informática, o prazo se prorroga para o dia útil 
subsequente - ​art. 224, §1º, NCPC e art. 10, §2º, L. 11.419/06 
 
10.10 Renúncia ao prazo recursal 
Só pode renunciar do prazo recursal aquele que poderia se beneficiar da prática do ato. 
1. Litisconsórcio Simples: o ato de renunciar só produzirá efeitos para aquele que o 
praticou. 
2. Litisconsórcio Unitário: por a decisão obrigatoriamente, ser igual para todos os 
litisconsortes, o ato de renunciar só produzirá efeitos se todos o praticarem. 
 
10.11 Prazo para pronunciamento judicial (art. 226, NCPC) 
Os prazos referidos no artigo são impróprios, ou seja, quando o ato for realizado fora do 
prazo, não gera preclusão. 
art. 227: permite ao juiz exceder os prazos desde que de forma fundamentada, isso para 
que não haja incidência do ​art.​ ​235. 
 
10.12 Prazo para os serventuários da justiçaOs serventuários da justiça ten o prazo de 1 dia para enviar o processo à conclusão (ao 
juiz) e 5 dias para praticar os atos processuais. 
art. 228, §2º:​ processo eletrônico - independe dos serventuários. 
 
10.13 Contagem e fluência dos prazos (art. 231, NCPC) 
1. Citação / Intimação postal: começa a contagem após a juntada do Aviso de 
Recebimento (AR) ao processo. 
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2. Citação / Intimação por OJA: oficial de justiça - o prazo começa a fluir a partir da 
data de juntada do mandado 
3. Comparecimento espontâneo da parte ao escrivão: o prazo flui a partir do 
comparecimento. 
4. Por edital - art. 257, III: deve o juiz fixar o prazo de 20 a 60 dias, de forma que a 
fluência para a prática do ato processual apenas iniciará quando for findo esse prazo. 
5. Litisconsórcio: 
a. contestação: só começa a fluir a partir da juntada do último AR ou mandado 
de citação - só é aplicado se não haver audiência de conciliação ou mediação. 
 
b. demais atos: ​o prazo começa a fluir individualmente, ou seja, cada parte 
produzirá o ato de acordo com a data que foi intimada. 
 
10.14 Restituição dos autos (art. 234, NCPC) 
Regra para os autos físicos. A parte que faz a carga dos autos deve devolvê-lo no mesmo 
prazo do ato praticado. 
Havendo excesso de prazo, o juiz intimará o advogado a devolver o processo no prazo de 
3 dias. 
 
OBS.: o advogado que manter o processo em carga não significa desconsideração do ato. 
 
● sanções: 
○ §1 e §2: ​determinados pelo juiz 
1. Não pode mais ter carga do processo - não se aplica ao MP, à DF e nem aos 
advogados públicos. 
2. Pagamento de ½ salário mínimo. 
11. Comunicação dos atos processuais 
11.1 Formas de Comunicação 
1. Citação ​(art. 238)​:​ integra o réu ao processo - uma única vez por réu 
2. Intimação: os demais atos praticados no processo são comunicados por meio 
da intimação. A intimação se dirige não só as partes, mas a qualquer sujeito 
que de alguma forma participar do processo, incluindo os terceiros e os 
serventuários da justiça. Quanto ao conteúdo, a intimação se presta a informar 
qualquer ato sem restrições. 
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11.2 Intimação 
● meios 
1. advogado:​ ​art. 269, §1º 
2. eletrônico:​ art. 270 
3. publicação no órgão oficial:​ ​art. 272 
4. Correio:​ ​ art. 274 
5. Escrivão:​ ​art 274 
6. Oficial de Justiça:​ art. 275 
7. Edital:​ art. 275, §2º 
 
OBS.: intimação por telefone não é admitida, porém o STF já aceitou em duas hipóteses: 1. quando 
não houve prejuízo para a parte; 2. nos casos de Juizados Especiais Cíveis (não pacificado) devido a 
necessidade de celeridade processual. 
 
● Responsável pela intimação: ​Regra - cartório judicial. 
O ​NCPC traz exceção no ​art. 269, §1º e §2º permitindo que o ​advogado realize a 
intimação do advogado da parte contrária. Essa intimação deve se dar via postal, com AR. O prazo 
iniciará no dia útil seguinte ao dia que o advogado peticionar comprovando a intimação. 
 
● Intimação da Fazenda Pública (art. 269, §3º): ​Será realizada perante o órgão da 
advocacia pública responsável pela sua representação judicial. 
 
● Meio Eletrônico (art. 270) 
● Publicação no Órgão Oficial (art. 272): ​A REGRA do ​NCPC é de que as 
intimações ocorram preferencialmente por meio eletrônico ​(art. 270). ​Todavia, não 
sendo possível, a intimação ocorrerá por meio de publicação no órgão oficial. 
 
● Em nome da sociedade de advogados (art. 272, §1º): ​Novidade no ​NCPC​. Porém, 
ATENÇÃO, deve ser requerido explicitamente! 
 
● Requisitos formais da publicação (art. 272, §3º e §4º): ​Nome da parte, do 
advogado ou da sociedade. 
 
● Advogado indicado (publicação) (art. 272, §5º) 
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● Retirada dos autos do cartório: ​Quando a parte retira os autos do processo do 
cartório, considera-se intimado por todos os atos praticados. 
 
● alegação de nulidade (art. 272, §8º): ​A parte deve alegar que há nulidade na 
próxima peça. 
§ 9º: ​se não conseguir praticar o ato, deve peticionar pedindo nulidade. 
 
● intimação pelo correio: ​Quando nenhuma das outras formas é possível 
ATENÇÃO para o ​art. 274, §u 
 
● Intimação por OJA (art. 275): ​Caso não consiga nem por correio. 
 
OBS.: redação de termo de intimação. 
 
 
ANEXO I 
Formas alternativas de solução de conflitos 
 
● Autotutela: ​sacrifício integral do interesse de uma das partes com o uso da 
força (​legítima defesa ​e ​desforço imediato​). 
● Conciliação / Autocomposição: ​sacrifício integral ou recíproco do interesse 
das partes por acordo de vantagens. 
- Renúncia ou Submissão: quando uma das partes abre mão total de seu 
direito 
- Transação: interesse recíproco para ambos os lados, ambos abrem mão 
de uma parte do direito. 
● Mediação: ​acordo de vontade das partes, mas não leva a nenhum sacrifício. 
Envolve família e relações de vizinhança, ou seja, as partes ainda terão um 
relacionamento pós-processual. 
● Arbitragem:​ as partes confiam num terceiro para decidir conflitos. 
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