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DIREITO PROCESSUAL CIVIL -

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DIREITO 
 PROCESSUAL 
 CIVIL 
 1. NORMAS FUNDAMENTAIS 
 O Código de Processo Civil de 2015, em seus artigos iniciais, cuida da disciplina 
 das normas fundamentais, destinadas a auxiliar o operador na interpretação e na 
 compreensão dos processos submetidos a esta lei. O título inaugural contém 12 
 artigos; no entanto, cumpre ressaltar que , as ditas “normas fundamentais” estão 
 distribuídas por todo o Código, não se limitando ao regramento previsto nos artigos 
 1º a 12. 
 As “normas fundamentais refletem em regras ou princípios. O CPC/15 trata de 
 reproduzir alguns princípios contidos até mesmo na Constituição Federal de 1988. 
 Vale dizer que, acerta o legislador neste ponto, uma vez que, devemos interpretar 
 todo o CPC à luz da CF. Tal interpretação recebe a denominação de 
 NEOPROCESSUALISMO , ou seja, a interpretação das normas processuais deve 
 ser feita de acordo com a Constituição Federal. 
 Tal diretriz é extraída da redação do art. 1º, CPC, vejamos 
 Art. 1º. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e 
 as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, 
 observando-se as disposições deste Código. 
 É importante fazer uma análise do art. 1º do CPC, o qual se submete 
 explicitamente aos ditames constitucionais. O dispositivo prevê expressamente a 
 necessidade de o Código de Processo Civil ser “ordenado, disciplinado e 
 interpretado” com observância do “modelo constitucional” ou, como nele está 
 escrito, “conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na 
 Constituição da República Federativa do Brasil”. 
 Esse artigo, em tese, é desnecessário, porque, em um sistema constitucional 
 que preza pela força normativa da Constituição e pela submissão das demais 
 normas a esta, resta óbvio que o CPC deve obediência à Constituição. Contudo, o 
 que pretendeu o legislador foi robustecer a necessária submissão da norma 
 processual à Constituição. 
 1.1 Principais Normas Fundamentais do CPC/2015 
 Inércia/dispositivo 
 Art. 2º. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, 
 salvo as exceções previstas em lei. 
 Consagra o “princípio dispositivo” ou da “inércia jurisdicional”. A jurisdição é 
 inerte, ou seja, a atividade jurisdicional somente se movimenta após provocação do 
 interessado. Depois de iniciado o processo se desenvolve por impulso oficial. 
 O art. 2º do CPC/2015 manteve o preceito instituído no art. 262 do CPC/1973, o 
 qual ratificava a necessidade de provocação da jurisdição para formação da relação 
 jurídico processual. Do ponto de vista instrumental, essa provocação é feita pela 
 petição inicial. Ajuizada a ação, ou seja, protocolada a petição inicial, o processo 
 segue o procedimento previsto em lei, cabendo ao juiz impulsionar os atos 
 subsequentes. 
 Inafastabilidade jurisdicional/acesso à justiça 
 Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
 §1º . É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
 §2º . O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
 §3º . A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos 
 deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do 
 Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
 Consagra o “princípio da inafastabilidade do poder jurisdicional” ou princípio do 
 “acesso à justiça. Os parágrafos trazem exceções ao princípio, muito embora 
 estejam em total consonância com o ordenamento processual civil. 
 » Arbitragem é um método alternativo, privado e extrajudicial de resolução 
 de conflitos, regulamentado pela Lei 9.307/96. 
 *Juízo arbitral: A constitucionalidade da Lei da Arbitragem (nº 9.307/1996) já foi 
 objeto de questionamento no STF, ao fundamento de que a faculdade que têm as 
 partes de recorrerem a um juiz privado (árbitro) para solução dos litígios afrontava, 
 entre outros, o princípio da inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV e LIII). O 
 STF, por maioria, declarou a constitucionalidade da norma. Essa decisão do 
 Supremo agora é ratificada pelo CPC/2015, que textualmente dispõe: “é permitida a 
 arbitragem, na forma da lei” (§ 1º). 
 » As figuras da Conciliação e da Mediação são métodos de solução 
 consensual de resolução de conflitos, muito influentes nos dias atuais e 
 extremamente estimuladas pelos próprios juízes que compõem o Poder 
 Judiciário (13.140/2015) 
 Outros meios de solução dos litígios. O novo CPC não tem por foco 
 exclusivamente o processo jurisdicional. O processo, na visão contemporânea, anda 
 para frente, no sentido da composição, seja pela outorga da sentença estatal, da 
 sentença arbitral ou do acordo entre as partes. Na perspectiva do novo Código não 
 se afigura correto falar em “meios alternativos” de solução de litígios para se referir 
 à arbitragem, à conciliação e à mediação. Não mais se pode falar em relação de 
 alternatividade entre o processo jurisdicional e os outros meios de solução 
 consensual dos litígios. Todos, igualmente, são contemplados no novo Código e 
 devem ser promovidos pelo Estado (§ 2º) e estimulados por juízes, advogados, 
 defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do 
 processo judicial (§ 3º). 
 Previsão Constitucional: art. 5º da CF, XXXV diz que “a lei não excluirá da 
 apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”; 
 Economia/duração razoável do processo e eficiência dos atos 
 processuais 
 Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
 incluída a atividade satisfativa. 
 Norma introduzida na CF/88 pela EC 45/2004, agora contida de forma expressa 
 e positivada no CPC/15, a duração razoável significa que o feito deve durar o tempo 
 necessário para que haja uma justa decisão, sem dilações desnecessárias. O artigo 
 reproduz, no plano infraconstitucional, o “princípio da economia e eficiência 
 processuais” constante do art. 5º, LXXVIII, da CF. O artigo ainda é fonte do princípio 
 da primazia do julgamento do mérito. 
 Uma das principais alterações promovidas pelo novo CPC foi a ênfase dada à 
 resolução do mérito. Nesse contexto, o encerramento do processo sem a resolução 
 de mérito deverá ser exceção, devendo o juiz trabalhar de modo a que isso não 
 ocorra, sendo-lhe facultado corrigir vícios processuais para promover a apreciação 
 do mérito. 
 Boa-fé objetiva 
 Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo 
 com a boa-fé. 
 O Código de Processo Civil consagrou de forma expressa neste artigo, o 
 princípio da boa-fé objetiva, em queonde todos os sujeitos processuais devem 
 adotar uma conduta no processo em respeito à lealdade e àa boa-fé. 
 Cooperação 
 Art. 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
 tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
 O princípio da cooperação visa estabelecer um modelo de processo cooperativo, 
 algo devidamente inspirado no modelo constitucional, com o intuito de buscar aà 
 prestação efetiva da tutela jurisdicional, com ampla participação de todosos sujeitos 
 processuais, do início ao fim da atividade jurisdicional 
 O CPC/15 privilegia o modelo cooperativo de processo, o que confere deveres 
 tanto à parte como ao juiz. São eles: dever de prevenção, esclarecimento, consulta 
 e auxílio. 
 Isonomia 
 Art. 7º. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos 
 e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de 
 sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 O dispositivo prevê expressamente o princípio da isonomia, garantindo igualdade 
 de tratamento aos litigantes, as partes devem contar com os mesmos ônus e 
 privilégios durante o processo, salvo algumas exceções, por exemplo, os prazos 
 dilatados para a Fazenda Pública e a isenção do pagamento de custas processuais 
 para as partes contempladas pela gratuidade da justiça. 
 Contraditório e ampla defesa 
 Art. 5º , LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
 geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
 inerentes; 
 Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente 
 ouvida. 
 Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
 à tutela provisória de urgência; 
 às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
 à decisão prevista no art. 701. 
 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a 
 respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se 
 trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
 Consiste na oportunidade que os litigantes tem de serem tratados com igualdade 
 e ainda que possam participar do processo de forma ativa, praticando os mesmos 
 atos praticados pelo adversário, ou seja, produzir provas, requerer providências, 
 enfim participar ativamente da formação do livre convencimento do Juiz, ainda 
 importa destacar que as ambas têm o direito influir no julgamento e resolução dos 
 conflitos. (Art. 5, LV, CF). 
 Podemos citar dois pilares do Princípio do Contraditório e Ampla Defesa: 
 Direito de participar ativamente: 
 Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente 
 ouvida. 
 Direito de influir no julgamento da causa 
 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a 
 respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se 
 trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
 Exceções ao Contraditório Prévio: 
 Art. 9º , parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
 I. à tutela provisória de urgência; 
 II. às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
 III. à decisão prevista no art. 701. (Ação Monitória) 
 Contraditório diferido . O parágrafo único do art. 9º, CPC, apresentaCPC, 
 apresenta situações nas quais se admite que o contraditório seja postergado 
 (contraditório diferido ou ulterior). Trata-se de exceções, visto que a regra é a 
 realização do contraditório prévio à decisão jurisdicional. As hipóteses descritas 
 tratam de cenários nos quais a prerrogativa de influência é mitigada para a garantia 
 de outras prerrogativas fundamentais do processo. O inciso I remete à tutela 
 provisória de urgência, que por sua própria natureza não comporta prévia ciência da 
 parte contrária, sob pena de ineficácia do provimento. O inciso II remete à 
 denominada tutela da evidência, na qual o contraditório perde seu poder de real 
 influência, visto que o direito é tão cristalino que a manifestação da parte contrária 
 só atrasaria a conclusão do feito. Por fim, o inciso III se refere ao procedimento 
 monitório, no qual se permite a emissão de mandado de pagamento, entrega de 
 coisa ou obrigação de fazer, independentemente de prévia manifestação da parte 
 contrária, quando a prova escrita apresentada pelo postulante for evidente. 
 Cronologia 
 Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de 
 conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
 §1º . A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição 
 para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. 
 §2º . Estão excluídos da regra do caput :caput: 
 I. as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência 
 liminar do pedido; 
 II. o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em 
 julgamento de casos repetitivos; 
 III. o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas 
 repetitivas; 
 IV. as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932 ;932; 
 V. o julgamento de embargos de declaração; 
 VI. o julgamento de agravo interno; 
 VII. as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
 VIII. os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
 IX. a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão 
 fundamentada. 
 §3º . Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões 
 entre as preferências legais. 
 §4º . Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado 
 pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a 
 reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. 
 §5º . Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em 
 que anteriormente se encontrava na lista. 
 §6º . Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no §1º. ou, conforme o caso, no § 3º, o 
 processo que: 
 I. tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de 
 realização de diligência ou de complementação da instrução; 
 II. se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II .II. 
 A redação original do CPC/2015 (Lei nº 13.105/2015) dispunha de forma 
 categórica que os juízes e os tribunais deveriam obedecer à ordem cronológica de 
 conclusão para proferir sentença ou acórdão. Tratava-se, portanto, de comando 
 imperativo, que autorizava a “quebra” da ordem cronológica apenas nas hipóteses 
 excepcionadas pelo próprio Código. 
 Depois de muita controvérsia durante a vacatio legis – a Lei n. 13.256/2016 
 alterou o caput do dispositivo para nele acrescentar o advérbio “ preferencial ” o que 
 foi o suficiente para enfraquecer a rigidez do comando original da regra, quiçá 
 torná-la inócua, verdadeiramente sem sentido, ao menos na perspectiva de sua 
 concepção original. 
 Pela regra da cronologia, os processos serão preferencialmente julgados de 
 acordo com a ordem em que forem conclusos para a sentença. Assim, o juiz deve 
 dar preferência aos processos que estão na fila, sem considerar a complexidade 
 deles (assim, não poderia julgar logo o processo mais simples para depois apreciar 
 um de maior complexidade). A lista com a ordem de julgamento é pública (§ 1° A 
 lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição 
 para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores). 
 2. JURISDIÇÃO 
 2.1 ConceitoJURISDIÇÃO é o poder/dever do estado de dizer o direito, chamando para si a 
 responsabilidade de resolução de todos os conflitos existentes na sociedade, 
 trata-se, portanto da capacidade para dizer o direito de forma definitiva, resolvendo 
 o conflito de forma definitiva. 
 O CPC/15 ao tratar do assunto, dispõe no art. 13, que a jurisdição civil será 
 regida, em regra, pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas disposições 
 específicas. Por sua vez, o art. 16, identifica os juízes e tribunais como os órgãos 
 que exercem a jurisdição civil, contenciosa e voluntária, no território nacional. 
 2.2 Características da Jurisdição 
 Como principais características da Jurisdição apontadas pela doutrina, podem-se 
 citar a substitutividade, a lide, a inércia, a definitividade , conforme o que será 
 abordado nos tópicos a seguir. 
 Substitutividade 
 Entendida pela peculiaridade de a jurisdição substituir a vontade das partes pela 
 vontade da lei no caso concreto, resolvendo o conflito entre elas e proporcionando a 
 pacificação social. Ex.: numa obrigação inadimplida a vontade do devedor (não 
 pagar) será substituída pela vontade da lei (realização do pagamento). 
 Inércia 
 Significa que o juiz, representante jurisdicional não poderá dar início a um 
 processo sem manifestação prévia das partes. 
 O CPC/15 contempla de forma expressa em seu art. 2º, o princípio da inércia da 
 jurisdição, pelo qualpelo qual se aduz que a jurisdição depende de prévia 
 provocação do interessado apenas para iniciar-se, sendo garantido, após tal 
 provocação inicial, o desenvolvimento do processo independentemente de qualquer 
 provocação. (princípio da demanda) 
 Definitividade 
 Pela qual afirma-se que a decisão do conflito por meio jurisdicional é única que 
 se torna imutável e definitiva. Essa definitividade significa que a decisão que 
 solucionou o conflito deverá ser respeitada por todos. 
 2.3 Equivalentes da Jurisdição/Formas Alternativas 
 de Solução dos Conflitos 
 Equivalentes jurisdicionais ou formas alternativas de solução de conflitos são as 
 espécies admitidas pelo Direito para a solução dos litígios, sem, contudo, integrarem 
 o exercício da jurisdição estatal, consistindo em formas de administração dos 
 conflitos que ocorrem fora do Poder Judiciário. 
 São as espécies: autotutela, mediação, conciliação, dispute board e arbitragem. 
 Autotutela 
 É a forma mais primitiva de solução de conflitos. 
 Representada pelo sacrifício integral de uma das partes envolvidas nos conflitos 
 em virtude do exercício da força empegado pela outra. Força analisada pelo aspecto 
 físico, intelectual, econômico e religioso. 
 →Características: 
 01. Ausência de terceira pessoa (juiz distinto). 
 02. Imposição da vontade de uma das partes à outra. 
 São exemplos da autotutela o desforço imediato no esbulho (art. 1210, parag. 1º, 
 do CC) e a legítima defesa (art. 188, I, do CC). 
 Forma de solução que pode ser amplamente revista pelo Poder Judiciário para 
 coibir os excessos. Não é definitiva. 
 Mediação 
 Figura de resolução consensual de conflitos, representada pela presença de uma 
 terceira pessoa que se coloca entre as partes com o objetivo de tentar aproximá-las, 
 não cabe ao mediador julgar as pretensões ou interferir nas discussões, mas 
 apenas tentar superar os problemas, reduzindo as diferenças. 
 O CPC/15, estabelece características definidoras da mediação no art. 165, §3º: 
 “O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo 
 anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os 
 interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da 
 comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem 
 benefícios mútuos. ” 
 Possui regulamentada pela Lei: 13.140/2015 
 Conciliação 
 Figura de resolução consensual de conflitos, representada pela presença de uma 
 terceira pessoa que se coloca entre as partes com o objetivo de alcançar uma 
 solução que seja satisfatória para ambos, o conciliador pode julgar as pretensões e 
 interferir nas discussões, tendo total liberdade para sugerir desfechos aos conflitos 
 de interesses. 
 O CPC/15, estabelece características definidoras da conciliação no Art. 165, §2º: 
 “O“O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver 
 vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada 
 a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes 
 conciliem.” 
 É importante destacar os princípios informadores da mediação e da conciliação, 
 previstos no art. 166, caput e parágrafo 4º, do novo CPC: da independência, da 
 imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da 
 informalidade e da decisão informada. 
 Dispute board 
 Trata-se de criação de um Comitê Preventivo de Resolução de Conflitos, um 
 mecanismo privado e contratual de prevenção e solução de conflitos advindos da 
 relação contratual. 
 O comitê é geralmente composto por um ou mais profissionais independentes, 
 imparciais, qualificados, com grande experiência e conhecimento técnico no campo 
 objeto da relação contratual. 
 O comitê acompanhará o andamento e o cumprimento das prestações de 
 maneira ativa, devendo evitar o acontecimento de desacordos que possam interferir 
 na relação contratual e possivelmente transformando-se em futuras proposituras de 
 ações. 
 O comitê pode de acordo com a vontade dos envolvidos na relação contratual 
 exercer as seguintes funções: 
 a)Oferecer sugestões para solucionar os desentendimentoos 
 desentendimentos, não havendo força vinculante. “Dispute Review Board 
 (DRB)” 
 b)Decidir as controvérsias podendo impor o cumprimento de suas decisões. 
 “Dispute Adjudication Board (DAB)” 
 c)Possuir natureza híbrida, por vezes aconselhando sem força vinculante, e 
 em outras decidindo o conflito. “Combined Dispute Board (CDB)” 
 Exemplos: 
 » PL 6814/2017 (Nova lei de licitações prevê a possibilidade da Dispute 
 board) 
 » Lei n. º 16.873/2018 (Munícipio de SP regulamenta a criação dos comitês) 
 Arbitragem 
 A arbitragem consiste num método alternativo, extrajudicial e privado de 
 resolução de conflitos. A doutrina majoritária confere à Arbitragem jurisdição, sendo 
 que o árbitro terá o poder para resolver determinados conflitos de forma definitiva, 
 não se admitindo em regra a discussão das decisões arbitrais no Poder Judiciário. 
 Conforme dito acima o arbitro é um particular que será previamente escolhido 
 pelos envolvidos no conflito para que receba o conflito e o solucione de forma 
 definitiva. 
 O procedimento arbitral estaestá regulado pela Lei 9.307/1996. 
 O art. 3º do CPC/15, ao disciplinar o princípio da inafastabilidade de jurisdição, 
 contempla, no seu parágrafo 1º, a permissão para a arbitragem na forma da Lei nº. 
 9307/96. 
 O art. 1º da Lei 9.307/96 estabelece como requisitos mínimos para a utilização 
 da arbitragem que os envolvidos sejam capazes e que a discussão verse sobre 
 direitos patrimoniais e disponíveis. 
 3. AÇÃO 
 A ação pode ser entendida como o direito público subjetivo e abstrato de se 
 requerer a prestação da tutela jurisdicional do Estado. 
 3.1 Teorias da AçãoTeorias que versam sobre a natureza jurídica da ação são temas 
 costumeiramente cobrados em certames públicos. Elas buscam explicar em que 
 consiste o direito de ação. As principais teorias, são: 
 Teoria imanentista ou civilista 
 O entendimento era que o direito de ação não possuía autonomia em relação ao 
 direito material, mas que eles seriam, na verdade, apenas estados diferentes do 
 mesmo direito. Dizia que a ação se confundia com o próprio direito material, por 
 outras palavras, a ação seria o direito material reagindo a uma agressão ou a uma 
 ameaça de agressão. Tal teoria foi superada após a polêmica entre Windsheid e 
 Muther, estudiosos da actio romana, e a publicação da obra sobre os pressupostos 
 processuais de Oskar von Bülow. 
 Teoria concreta da ação ou concretista 
 A Teoria Concreta da Ação, foi a teoria que reconheceu a ação como um direito 
 autônomo a partir do estudo da ação declaratória. Neste caso a ação seria o direito 
 a uma sentença favorável, portanto, tratando-se a ação de direito distinto do direito 
 material, mas que exigiria a presença do direito material de fundo para que a 
 sentença fosse favorável. Dizia-se que o direito de ação surgia exatamente quando 
 do momento da violação do direito material de fundo. 
 Teoria abstrata pura 
 Neste caso a existência do direito de ação não depende necessariamente da real 
 existência do direito material. De tal sorte que, o exercício do direito de ação é o 
 exercício de um direito incondicionado. Não há condições da ação. 
 Pela Teoria Abstrata Pura, o direito de ação é exercido com o alcance de 
 qualquer pronunciamento jurisdicional, seja ele de análise do mérito ou não. 
 Teoria abstrata eclética 
 A Teoria Abstrata Eclética, desenvolvida por Enrico Tulio Liebman, utiliza-se de 
 pressupostos da Teoria Abstrata com algumas peculiaridades. Para a Teoria 
 Abstrata Eclética, o direito de ação é autônomo, independente, mas não é 
 incondicional e genérico, pois depende de certos requisitos formais (condições) sem 
 os quais não faz sentido que o Estado se pronuncie a respeito do mérito da 
 controvérsia no caso concreto. 
 Os requisitos exigidos são as denominadas condições da ação, que, desde que 
 preenchidas, autorizam ao juiz analisar o mérito do pedido do autor. Importante 
 mencionar que para os defensores desta teoria as condições da ação não são 
 matérias que devem ser analisadas no mérito da causa, sendo que uma vez 
 ausentes, não há que se falar em direito de ação. 
 Teoria da autônoma da asserção 
 De acordo com a Teoria Autônoma da Asserção é devidamente reconhecido a 
 existência das condições da ação, porém, as condições somente podem ser 
 analisadas no momento da propositura da ação pelo autor (petição inicial). Em 
 comparação da Teoria Abstrata Eclética a ausência das condições da ação, em 
 qualquer fase do processo, gera a extinção sem julgamento do mérito. 
 Na Teoria da Asserção, o magistrado só irá observar a presença das condições 
 da ação no início do andamento do processo, de forma que se a falta de condições 
 da ação somente for observada após a produção das provas, não se estaria diante 
 de decisão sobre as condições da ação, mas sim, de análise do próprio mérito do 
 processo. 
 No Brasil, a doutrina majoritária adota a teoria abstrata eclética das condições da 
 ação (Liebman). No âmbito do Superior Tribunal de Justiça, mais recentemente, tem 
 prevalecido a teoria da asserção (Tema nº 939 – Repetitivo). Neste sentido, REsp nº 
 818.603/RS; REsp nº 1.395.875/PE. 
 3.2Condições da Ação 
 As condições de ação são requisitos mínimos para o exercício do direito de 
 ação, cujo atendimento propicia a análise do mérito pelo Poder Judiciário. As 
 condições da ação estão previstas expressamente no art. 17 do CPC/15, são elas: o 
 interesse de agir e a legitimidade ad causam. 
 Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
 A falta de uma das condições acarreta extinção do processo sem resolução de 
 mérito (art. 485, VI, CPC). 
 Interesse de agir 
 O interesse é condição da ação que se relaciona com a utilidade da tutela 
 jurisdicional pretendida com a ação, devendo ser analisado, de acordo com duas 
 faces, intituladas: necessidade e da adequação. 
 a) Necessidade: para que se possa pedir algo ao Judiciário, a parte autora deve 
 necessariamente precisar daquilo que pretende. Se não há necessidade do 
 provimento, e se não há utilidade, não há porque exercitar o direito de ação. Em 
 duas situações a pessoa pode precisar da atividade estatal: (i) quando a lei imponha 
 (exemplo: adoção) ou (ii) quando haja resistência (lide). 
 b) Adequação: para que se requeira algo ao sistema de Justiça, o requerimento, 
 do ponto de vista processual, deve ser feito pela via adequada. 
 ** Cumpre destacar que o interesse pode consistir apenas na declaração de 
 algo, conforme redação dos arts. 19 e 20 do CPC: 
 Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
 I. da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
 II. da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação 
 do direito. 
 Legitimidade “ad causam” 
 Consiste na demonstração de vinculo subjetivo entre o titular da ação e o direito 
 material discutido. 
 O art. 18 do CPC/15 prevê duas formas de atendimento do requisito legitimidade, 
 são elas: 
 a) ordinária: ocorre toda vez que o titular do direito pleiteado é também o sujeito 
 que figura no polo da ação como parte, ou seja, quando alguém postula em nome 
 próprio, direito próprio. Cumpre ressaltar que em regra a legitimidade é ordinária, 
 conforme redação do art. 18, CPC. 
 b) Extraordinária (art. 18, parágrafo único, CPC): também chamada de 
 substituição processual, somente pode ocorrer se o ordenamento jurídico permitir, 
 sendo o caso de uma pessoa pode defender direito alheio em nome próprio. 
 Exemplos: um sindicato ingressa com ação para defesa dos sindicalizados; uma 
 associação ingressa com ação em nome próprio para a defesa dos interesses dos 
 associados; um condômino pode defender, em nome próprio, a posse de todos os 
 demais condôminos. 
 NÃO CONFUNDIR!!!!!!!! 
 Substituição 
 processual 
 Sucessão processual Representação 
 Nome próprio 
 + 
 Direito alheio 
 Nome próprio 
 + 
 Direito próprio 
 Nome alheio 
 + 
 Direito alheio 
 MP, Sindicato 
 Associação 
 Adquirente no lugar do alienante da 
 coisa litigiosa 
 Pai representando o filho no 
 direito dele 
 3.3Elementos Identificadores da Ação 
 São características existentes na ação que servem precipuamente para 
 identificar uma ação e principalmente individualizar, tornando-a única. Uma ação só 
 é igual à outra quando tiver identidade entre todos estes elementos. Os elementos 
 são: Partes, Causa de Pedir e Pedido. 
 a) Partes : quem pede (autor) em face de quem o pedido é feito (réu) 
 b) Causa de pedir : é o motivo pelo qual se buscou a atividade jurisdicional, o 
 “porquê” do processo. Se divide em fundamentos jurídicos e fundamentos de fatos. 
 b.1) Fundamentos Jurídicos: causa de pedir próxima. 
 b.2) Fundamentos de Fato: causa de pedirremota. 
 c) Pedido (objeto do processo): é a pretensão com o exercício do direito de ação 
 (arts. 322 a 329 do CPC), ele pode ser: 
 c.1) imediato: é a pretensão processual. Pedido feito no tocante ao provimento 
 jurídico que se deseja do Estado-Juiz. 
 c.2) mediato: é a tutela de direito material. É o bem da vida; aquilo que a parte 
 usufruirá com o processo. 
 * Principal Finalidade: através dos elementos da ação define-se a identidade total 
 (litispendência e coisa julgada) e parcial das demandas (conexão e continência). 
 4.CAUSAS MODIFICADORAS DO JUÍZO 
 COMPETENTE 
 Após fixação do juízo competente o assunto é tratado pela característica da 
 PERPETUATIO JURISDICTIONIS, nos seguintes termos contidos no art. 43, CPC 
 Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição 
 inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
 posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência 
 absoluta. 
 No entanto, é possível que mesmo após a fixação do Juízo competente a ação 
 se desloque para outro, destaca-se que este fenômeno somente ocorre de forma 
 excepcional, podemos citar duas hipóteses destacadas em lei, são a conexão e a 
 continência, conforme regulamentação do art. 54, CPC. 
 Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, 
 observado o disposto nesta Seção. 
 A conexão e a continência são institutos do processo cuja finalidade é a de evitar 
 decisões conflitantes em causas que possuam uma ligação entre si. Sendo assim, 
 quando for comum o pedido ou causa pedir (conexão art. 55 do CPC) ou quando 
 entre duas ou mais ações houver identidade de parte e causa de pedir e o pedido 
 de uma, por ser mais amplo, abranger o das demais (continência art. 56 do CPC) 
 haverá, regra geral, a reunião das ações para julgamento conjunto. 
 Conexão , conforme redação do art. 55 duas ou mais ações são conexas quando: 
 Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou 
 a causa de pedir. 
 § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um 
 deles já houver sido sentenciado. 
 § 2º Aplica-se o disposto no caput: 
 I. à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato 
 jurídico; 
 II. às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
 §3º . Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de 
 prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, 
 mesmo sem conexão entre eles. 
 A ressalva, que se lê do art. 55, § 1º, provém da Súmula n. 235 do STJ (“A 
 conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”). 
 Nestes casos, a coerência de entendimentos deve ser buscada de maneira diversa, 
 observando-se, por exemplo, o que já foi objeto de julgamento no processo ainda a 
 julgar ou, ainda, ao longo do segmento recursal. 
 Antes mesmo da entrada em vigor do CPC/2015, alguns autores já defendiam 
 que a conexão entre duas ou mais ações deveria ser reconhecida ainda que o 
 objeto (pedido) ou causa de pedir fossem diferentes, bastando uma mera relação de 
 prejudicialidade (conexão por prejudicialidade) entre as causas para se admitir a 
 reunião das ações para julgamento conjunto (Teoria Materialista da Conexão). 
 Na prática, a jurisprudência já adotava essa posição doutrinária ao admitir, por 
 exemplo, a reunião de uma ação declaratória de inexistência de relação jurídica e 
 uma ação de execução, desde que não implicasse modificação da competência 
 absoluta. 
 Com o Novo Código de Processo, essa situação foi contemplada expressamente 
 no art. 55, § 3° do CPC, bem como houve uma ampliação das hipóteses de conexão 
 no § 2° do mesmo artigo: 
 §3º . Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de 
 prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, 
 mesmo sem conexão entre eles . § 2° Aplica-se o disposto no caput: 
 à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato 
 jurídico; 
 às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
 b) Continência 
 Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade 
 quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o 
 das demais. 
 Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, 
 no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, 
 caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. 
 Não deve ocorrer, invariavelmente, a reunião dos processos para julgamento 
 conjunto. Se o processo no qual está veiculada a “ação continente” (a que tem o 
 objeto mais amplo) tiver sido ajuizado anteriormente, no processo no qual está 
 veiculado a “ação contida” (a que tem o objeto menos amplo) deverá ser proferida 
 sentença sem resolução de mérito (art. 485, X). Trata-se de solução escorreita 
 porque, bem compreendida, a hipótese é (e sempre foi) de litispendência parcial. 
 Se, contudo, o processo que contém a “ação contida” for anterior ao que contém 
 a “ação continente”, ambos devem necessariamente ser reunidos para julgamento 
 conjunto. O advérbio necessariamente deve ser compreendido com o sistema do 
 CPC de 2015: a reunião pressupõe competência relativa (art. 54). 
 Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde 
 serão decididas simultaneamente. 
 Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
 Só se concebe a prevenção, portanto, a partir da existência de diversos juízos 
 abstratamente competentes, de modo que aquele que conheceu uma das causas 
 conexas deve preferir aos demais para conhecer todas as ações vinculadas que a 
 acompanharem. 
 O registro ou a distribuição da petição é utilizado como critério para aferição do 
 juízo prevento. 
 O registro e distribuição ocorrem simultaneamente. Aliás, na praxe forense, 
 utilizamos o termo “distribuição” como sinônimo de ajuizamento, de protocolo ou 
 registro. Exemplo: “Distribuí uma ação de execução na comarca de Fortaleza. ”.” 
 Ambos os atos se referem ao momento do ajuizamento (do protocolo). 
 5. DAS PARTES E DOS 
 PROCURADORES 
 5.1 Definição de Partes e Procuradores 
 Em uma relação processual, pode-se dizer que os seus protagonistas são as 
 partes. São elas que, em um procedimento em contraditório, tentarão fazer 
 prevalecer o direito que supõem ter. No polo ativo da relação processual, tem-se o 
 autor, o qual deflagrará o início do curso do processo com a petição inicial, levando 
 ao Poder Judiciário a pretensão que alega ter. Por outro lado, no polo passivo, 
 tem-se a figura do réu, ou seja, aquele contra o qual o autor formula sua pretensão. 
 É interessante mencionar que, durante do transcorrer do processo, essa posição 
 inicial do polo ativo e passivo pode ser invertida. É absolutamente possível que o 
 réu originário da deman- da possa formular pretensão em desfavor do autor. Basta 
 imaginar o réu apresentandoreconvenção no processo. 
 OBS.: em concursos públicos, é interessante adotar a posição de que na 
 jurisdição voluntária não há partes, mas meros interessados. Prevalece o 
 entendimento de que nos procedi- mentos de jurisdição voluntária não há lide, pois 
 não há conflito de interesses. Desta forma, não existe processo, mas mero 
 procedimento. 
 Embora as partes tenham o protagonismo do processo, não possuem a aptidão 
 técnica para formularem suas pretensões diretamente ao Poder Judiciário, é que o 
 sistema exige do sujeito que pretenda praticar atos postulatórios no processo a 
 capacidade postulatória, a qual, segundo o art. 103 do CPC, é atribuída ao ad- 
 vogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogado do Brasil. Da mesma forma, 
 detêm a capacidade postulatória os membros da Defensoria Pública, do Ministério 
 Público e, excepcionalmente, a própria parte nas causas que não suplantem 20 
 salários mínimos processadas nos Juizados Especiais Cíveis (art. 9 da Lei 
 9.099/95), ou quando possuir habilitação legal. 
 Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na 
 Ordem dos Advogados do Brasil. 
 Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. 
 Art. 9º (Lei 9.099/95) Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as p artes 
 comparecerão pessoalmente , podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, 
 a assistência é obrigatória. 
 Nota: percebe-se que ao postular em causa própria, o advogado demandante 
 cumulará, a um só tempo, a capacidade de ser parte, a capacidade processual e a 
 capacidade postulatória. 
 A legislação trabalhista e o Código de Processo Penal também preveem 
 hipóteses de postulação pela parte em juízo sem a presença de advogado, senão 
 vejamos: 
 Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perantea 
 Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 
 Art. 654 . O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu faVOR ou 
 de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
 5.2 Exigência da Procuração para o Advogado 
 Postular em Juízo (Art. 104 do CPC) 
 Sendo certo que a atuação da parte em juízo está condicionada à capacidade 
 postulatória, esta, por sua vez, exige que o profissional do direito esteja 
 devidamente habilitado para poder postular em nome da parte perante o Poder 
 Judiciário. Desta forma, o ADVOGADO da parte deve ser constituído por 
 instrumento procuratório que lhe outorgue poderes para a defesa dos direitos do seu 
 cliente, sob pena de se reputarem ineficazes os atos pra- ticados por causídico sem 
 procuração nos autos. Assim dispõe o art. 104 do CPC/2105: 
 Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração , salvo para 
 evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. 
 Convém observar que a parte final do artigo deixa margem para atuação do 
 advogado, ainda que não tenha procuração nos autos. Sendo assim, para evitar a) 
 preclusão; b) decadência ou prescrição; c) praticar ato considerado urgente , a lei 
 admite, excepcionalmente, que haja a postulação sem que seja considerada viciada 
 a iniciativa do representante da parte no caso específico. Basta imaginar que o 
 cliente do advogado se envolva em grave acidente auto- mobilístico ficando em 
 estado de coma e a seguradora de saúde não queira proceder com determinado 
 tratamento cirúrgico a que faz jus o segurado. Nesta situação, resta claro que o 
 Advogado pode postular em juízo, ainda que sem procuração, para propor uma 
 ação com pedido de tutela antecipada para obrigar a seguradora de saúde a 
 submetê-lo ao tratamento necessário (praticar ato considerado urgente). 
 Ocorrendo uma dessas situações, o advogado terá que, posteriormente, exibir a 
 procuração no prazo de 15 dias, prorrogáveis por igual período por despacho do juiz 
 independentemente de caução. Caso o advogado não cumpra essa exigência, o ato 
 será considerado ineficaz relativamente àquele em nome de quem foi praticado o 
 ato, ficando ainda o advogado sujeito às despesas e a eventuais perdas e danos. É 
 o que dispõem os parágrafos § 1° e § 2° do art. 104 do CPC: 
 Art. 104 (...) 
 §1° Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução , 
 exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por des- 
 pacho do juiz. 
 §2° O ato não ratificado será considerado ineficaz relativa-mente àquele em cujo nome foi 
 praticado, respondendo o ad- vogado pelas despesas e por perdas e danos. 
 Espécies de Procuração (art. 105 do CPC) 
 A depender da espécie de ato que deva ser praticado pelo advogado no 
 processo, a procuração deverá conter poderes especiais ao representante da parte. 
 Sendo assim, há duas espécies de procuração: 
 a) Procuração geral para o foro: 
 A procuração geral para o foro pode ser outorgada por instrumento público ou 
 particular pela parte, sendo que habilita o ad- vogado para a prática de atos 
 ordinários no curso do processo (ex.: receber intimação, apresentar contestação, 
 interpor recurso etc.). Nesta espécie de mandato judicial, não se exige qualquer 
 espécie de cláusula específica para o livre exercício da profissão pelo advogado. 
 Ademais, segundo o § 4° do CPC, a procuração outorgada na fase de conhecimento 
 é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença 
 §4º . Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a 
 procuração outorgada na fase de co- nhecimento é eficaz para todas as fases do 
 processo, inclusive para o cumprimento de sentença. 
 b) Procuração com poderes especiais: 
 A procuração judicial pode conferir poderes especiais (cláu- sula et extra) para o 
 advogado realizar atos no processo que transcendem as questões eminentemente 
 processuais. É que determi- nados atos que são praticados pelo causídico estão 
 relacionados à disponibilidade do próprio direito material da parte. Portanto, atos 
 como confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, devem 
 constar de cláusula específica 
 Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por ins- trumento público ou particular 
 assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, e xceto 
 receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, 
 renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar 
 compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de 
 cláusula específica. 
 Nota: nas provas, é interessante que o candidato é importante observar qual o 
 tipo de ato que esteja a praticar o advogado. Em muitas questões, o examinador 
 para induzir o candidato em erro afirma, por exemplo, que o advogado com mandato 
 com poderes gerais para o foro poderá receber citação. 
 O CPC exige que a procuração contenha o nome da sociedade de advogados, 
 seu número de registro na OAB e o endereço completo caso o advogado pertença a 
 um escritório de advocacia: 
 §3º . Se o outorgado integrarsociedade de advogados, a procuração também deverá 
 conter o nome dessa,seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e 
 endereço completo . 
 Por fim, deve-se enfatizar que, se houver qualquer espécie de vício relativo à 
 capacidade postulatória no processo, o juiz de- verá observar as normas 
 fundamentais da cooperação e da prima- zia do julgamento de mérito. Logo, não 
 poderá de imediato extinguir o processo se o vício for ocasionado pelo autor ou 
 considerar revel o réu se este tiver dado causa ao vício, sem antes intimar as partes 
 para a correção dos vícios. Sendo assim, deverá suspender o processo e designar 
 um prazo razoável para que seja sanado o vício. Essa determinação encontra-se 
 estabelecida no art. 76 do CPC: 
 Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregulari- dade da representação da 
 parte, o juiz suspenderá o proces- so e designará prazo razoáVel para que seja sanado o 
 VÍCIO. 
 Da Sucessão das Partes e dos Procuradores 
 Inicialmente, vale dizer que o CPC/2015 corrigiu uma grave atecnia do 
 dispositivo legal do CPC/73 (art. 41) que corresponde ao atual art. 108 do CPC. Ao 
 eliminar a expressão “substituição” do antigo Código e empregar o termo 
 “sucessão”, promove a ade- quada categorização do instituto disciplinada pelo 
 processo. Com efeito, não há que se confundir a sucessão processual com a 
 substituição processual. A sucessão ocorre quando uma parte toma o lugar da outra 
 no curso do processo, ou quando um advogado ingressa no lugar de outro na 
 causa. Por outro lado, na substituição, o que existe é um sujeito em nome próprio, 
 pleiteando direito alheio (art. 18 do CPC) nas situações em que o ordenamento 
 jurídico permite. Percebe-se que não há entrada de uma parte no lugar de outra no 
 processo. 
 Em virtude da estabilidade subjetiva do processo (perpetuatio legitimationes), 
 regra geral, é vedada a sucessão processual das partes no curso do processo, 
 salvo os casos expressos em lei. Eis a conclusão a que se chega pela disposição 
 constante no art. 108 do CPC: 
 Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos 
 casos expressos em lei. 
 Fixada essa premissa básica, importa tratar do mais rele- vante tema do instituto 
 para fins de concurso público. Sem dúvida, a sucessão das partes pela alienação da 
 coisa ou do direito litigioso é, de longe, o tema da maior predileção da maioria das 
 bancas de concurso público do país. Portanto, ter-se-á um cuidado maior no trato da 
 matéria aqui (sugiro uma leitura atenta do art. 109 do CPC). 
 A sucessão das partes em virtude da alienação da coisa ou do direito litigioso 
 encontra previsão no art. 109 do CPC 
 Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, 
 não altera a legitimidade das partes. 
 §1º . O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante 
 ou cedente, sem que o consinta a parte contrária . 
 §2º . O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente 
 litisconsorcial do alienante ou cedente. 
 §3º . Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao 
 adquirente ou cessionário . 
 Convém notar que uma situação muito interessante ocorre no processo quando 
 há a alienação da coisa ou do direito litigioso: não há a alteração da legitimidade 
 das partes. Sendo assim, o autor/ réu originário (demandante/demandado) não 
 perde legitimidade na causa que estava a participar. Ou seja, ele passará da 
 condição de legitimado ordinário para substituto processual ou legitima- do 
 extraordinário. Continuará no processo, agora, a pleitear emnome próprio direito 
 alheio (atuará na condição de substituto processual do adquirente ou cessionário). 
 Percebe-se que, da dicção do § 1° do art. 109, o só fato da alienação da coisa ou 
 do direito litigioso não legitima o ingresso do adquirente ou cessionário no curso do 
 processo. A lei exige o consentimento do adversário do alienante ou cedente para a 
 su- cessão processual, sem o qual o ingresso do adquirente ou cessionário está 
 vedado no processo. 
 Caso não haja o consentimento, o adquirente ou o cessionário poderá participar 
 do processo na condição de assistente litisconsorcial do alienante ou do cedente. 
 Em verdade, dada a natureza da atuação prevista no CPC, atuará como verdadeira 
 parte no processo, tendo em vista o claro interesse jurídico na causa. Tanto é assim, 
 que os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias serão estendidos ao 
 adquirente ou cessionário participando ou não do processo. 
 É importante observar que as situações tratadas pelo art. 109 e parágrafos do 
 CPC dizem respeito à sucessão processual entre vivos. Caso a sucessão 
 processual se dê por causa mortis, o espólio ou os sucessores é que ingressarão no 
 curso do processo para defender o direito do de cujus: 
 Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio 
 ou pelos seus sucessores , observa- do o disposto no art. 313, §§ 1º. e 2°. 
 O Código também disciplina a sucessão de advogados no curso do processo. A 
 parte pode manifestar seu desinteresse em continuar com o advogado que 
 constituiu anteriormente e revogar o mandato, caso em que deverá incontinenti 
 nomear um outro (art. 111 do CPC). Não sendo designado novo advogado, o juiz 
 deverá aplicar o disposto no art. 76 do CPC: 
 Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu ad- vogado constituirá, no 
 mesmo ato , outro que assuma o patro- cínio da causa. 
 Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias , 
 observar-se-á o disposto no art. 76. 
 Por outro lado, constitui direito do advogado, a qualquer tempo, renunciar ao 
 mandato, bastando provar que deu ciência ao mandante para que este possa 
 nomear um substituto. Neste caso, tem o dever de permanecer no patrocínio da 
 causa durante os 10 dias subsequentes, desde que seja necessário para evitar 
 prejuízo ao representado. A comunicação será dispensada quando na procuração 
 houver a constituição de vários advogados e um deles permanecer na defesa dos 
 interesses do constituído. Vejamos o que disciplina o art. 112 do CPC: 
 Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qual- quer tempo, provando , na 
 forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este 
 nomeie sucessor. 
 §1º . Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continua- rá a representar o 
 mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo 
 §2º . Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido 
 outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da 
 renúncia 
 6.ATOS PROCESSUAIS 
 6.1 Aspectos Introdutórios 
 Como se sabe, o processo traduz um conjunto ordenado de atos, os quais 
 devem atender ao contraditório e à ampla defesa para que o exercício da jurisdição 
 possa ser efetivado de forma legítima. Os atos praticados pelos diversos sujeitos 
 que participam do processo,regra geral, são públicos e não dependentes de 
 forma . 
 Como se verá mais adiante, as manifestações de vontade (atos processuais) dos 
 sujeitos que de qualquer forma participam do processo serão praticadas em tempo 
 e lugar próprios segundo a legislação vigente. Ora, não se imagina que um ato 
 praticado pelo réu, por exemplo, possa ser praticado sem limite temporal, nem 
 tampouco, mostra-se adequada uma sessão de julgamento em que exista a 
 necessidade de preservar a intimidade e vida privada das partes e que possa ser 
 realizada em praça pública. Logo, o tempo , a forma e lugar dos atos processuais 
 precisam ter um delineamento mínimo pelo legislador até mesmo para proteger o 
 sistema de justiça e as próprias partes. 
 Forma dos atos processuais 
 Antes de qualquer consideração, apontaremos como vetor interpretativo do tema 
 a seguinte premissa: o processo civil não pode ser visto como um fim em si mesmo, 
 mas como um mero instrumento do direito material. Seria uma verdadeira afronta ao 
 acesso à justiça a burocratização do procedimento, a forma como se devem praticar 
 os atos do processo, para que se possa apreciar o direito material do jurisdicionado. 
 Absolutamente, não é isso que pretendeu o legislador do CPC/2015. 
 Com base na premissa fixada acima, pode-se dizer que os atos processuais 
 independem de forma determinada, senão quando a própria lei expressamente 
 exigir . Aliás, essa perspectiva encontra previsão expressa no atual Art. 188 do 
 CPC/2015. Vejamos: 
 Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada , salvo 
 quando a lei expressamente a exigir , considerando-se válidos os que, realizados de outro 
 modo, lhe preencham a finalidade essencial. (Grifo nosso) 
 Não poderia ser diferente, afinal, o processo civil não é destino, mas um mero 
 caminho do direito material que se pretende ver reconhecido em juízo. No entanto, o 
 legislador, com a finalidade de proteção do próprio jurisdicionado, tomou o cuidado 
 de conferir certa formalidade a alguns dos atos processuais mais importantes. Como 
 imaginar o mandado de citação destituído de qualquer formalidade? Sem, por 
 exemplo, ter que indicar os nomes das partes, o juízo que está a conduzir a causa 
 ou a finalidade da própria citação? Com certeza, uma situação dessa natureza 
 deixaria desprotegido o cidadão do direito fundamental da ampla defesa e do 
 contraditório constitucionalmente garantido pela Carta Política de 1988. 
 Sendo assim, busca-se, por intermédio da forma, uma prestação jurisdicional 
 adequada que respeite o devido processo legal. Repita-se: o que não se admite é a 
 forma pela forma, o exacerbado formalismo no processo. 
 6.2 A Instrumentalidade das Formas dos Atos do 
 Processo 
 Como já ficou bem claro, percebe-se que a preocupação com a forma não deve 
 ser a tônica do operador do direito quando estiver a participar de uma relação 
 processual. Assim, ainda que a lei exija certa formalidade e esta não venha a ser 
 atendida, é provável que o ato venha a ser considerado válido a despeito de não a 
 observar, desde que atinja a sua finalidade . Não é por outro motivo que a parte 
 final do mencionado Art. 188 estabelece que se consideram válidos os atos que, 
 realizados de outro modo, preencham a finalidade essencial . 
 Como bem explica parcela da doutrina, o processo não é um fim em si mesmo, 
 mas um meio para solucionar o objeto litigioso apresentado. Aquele tem natureza 
 instrumental. Por isso, a instrumentalidade das formas, que rege a prática dos 
 atos processuais, baliza-se pelo não prejuízo às partes e pela segurança 
 jurídica , a se evitar a constante decretação de invalidades no curso do processo. 
 A título de exemplo, imaginemos que um mandado de citação venha a ser 
 efetivado na pessoa que divide apartamento com o réu que fora o alvo da ação 
 judicial (sabe-se que a citação deve ser feita PESSOALMENTE ao réu). Agora 
 suponhamos que a pessoa que veio a receber o mandado de citação no lugar do 
 verdadeiro réu tenha o cuidado de comunicar a ele o que se passou. Nesta 
 situação, se o verdadeiro réu se dirigir ao juízo para comunicar o vício e, logo em 
 seguida apresenta defesa, pode-se dizer que a despeito de não ter sido observada 
 a forma (a citação deveria ter sido feita na pessoa do réu!) o ato atingiu a sua 
 finalidade? Pois bem, são nessas e noutras situações que a instrumentalidade das 
 formas tem uma função nobre no processo, qual seja: evitar que se decrete uma 
 invalidação do processo por um mero formalismo, sem que haja um efetivo prejuízo 
 para a parte. 
 6.3 O Princípio da Publicidade dos Atos Processuais 
 Como regra geral, os atos processuais são públicos . Tendo como base essa 
 ideia, não se pode restringir o acesso dos autos à consulta por quem quer que seja, 
 bem como, não se pode proibir o ingresso de qualquer pessoa às audiências. 
 Ressalte-se que o cidadão poderá assistir à audiência ou consultar um processo, 
 ainda que não tenha interesse na causa. 
 Esta ideia central de ampla publicidade dos atos e termos do processo tem uma 
 importante razão de ser: é que a publicidade dos atos processuais permite uma 
 melhor fiscalização dos atos do Poder Judiciário, de modo que seja possível inibir e 
 controlar eventuais arbitrariedades praticadas no curso do processo. 
 É importante levar em consideração que, em algumas situações, essa ampla 
 publicidade pode comprometer um importante direito fundamental daqueles que 
 participam de uma relação processual como o direito à intimidade e à vida privada. 
 Neste caso, a publicidade deve ceder espaço para que se preserve a intimidade das 
 partes. Por esse motivo, estatui o Art. 189 do CPC que o processo corre em 
 segredo de justiça nas seguintes situações: 
 Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
 processos : 
 I. em que o exija o interesse público ou social ; 
 II. que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união 
 estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes ; 
 III. em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade ; 
 IV. que versem sobre arbitragem , inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
 que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
 § 1° O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de 
 pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. 
 § 2° O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do 
 dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou 
 separação. (Grifo nosso) 
 Pelas restrições do Art. 189, percebe-se que o legislador teve uma atenção 
 especial ao importante direito fundamental da intimidade e da vida privada das 
 partes em causas nas quais tais interesses estejam em discussão. Em virtude disso, 
 percebe-se que o direito de consulta aos autos do processo e o pedido de certidões 
 restaram sobremaneira restritos às partes e aos seus advogados.6.4Classificação dos Atos Processuais 
 Atos das partes 
 Como se sabe, o processo somente pode se iniciar com o requerimento da parte. 
 Logo, o processo é inaugurado por um ato da parte autora (petição inicial) em 
 homenagem ao princípio da inércia. Os atos das partes podem ser classificados 
 como atos postulatórios, probatórios e dispositivos. 
 Os atos postulatórios são aqueles em que as partes se servem de argumentos 
 fático-jurídicos para pleitear algo em juízo. Ex. petição inicial, contestação, recursos 
 etc. 
 Os atos probatórios são aqueles em que as partes buscam demonstrar o fato 
 constitutivo do seu direito (autor) ou o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
 direito (réu). Acima de tudo, com os atos probatórios, os agentes do processo 
 objetivam formar o convencimento do magistrado para a tese que defendem em 
 juízo. Ex.: depoimento pessoal da parte. 
 Os atos dispositivos são aqueles em que as partes abdicam das suas 
 prerrogativas processuais ou até do próprio direito material no curso do processo. 
 Ex.: desistência da ação, desistência do recurso, renúncia sobre o direito em que se 
 funda a ação, o reconhecimento jurídico do pedido. 
 No que diz respeito aos atos das partes, é importante que se tenha em mente 
 que, segundo estabelece o Art. 200 do CPC, os atos das partes consistentes em 
 declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a 
 constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. 
 FIQUE LIGADO 
 O parágrafo único do Art. 200 do CPC dispõe que a desistência da ação 
 somente produzirá efeitos após homologação judicial . 
 Atos do juiz 
 O julgador tem uma função relevante na condução do processo, pois, a partir da 
 quebra da inércia pela iniciativa da parte autora, o processo se desenvolve por 
 impulso oficial. Sendo assim, o juiz tem o dever de dar seguimento à atividade 
 processual para que o processo chegue ao seu fim com um provimento jurisdicional, 
 se possível, de mérito. 
 O legislador entendeu por bem categorizar cada um dos atos do juiz na lei. Com 
 efeito, ao analisar o Art. 203 do CPC, vê-se que, com precisão, estão delineados os 
 atos que podem ser praticados pelo julgador. 
 Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
 despachos. 
 § 1° Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o 
 pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos Arts. 485 e 487 , põe fim à 
 fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
 § 2° Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não 
 se enquadre no § 1°. 
 § 3° São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de 
 ofício ou a requerimento da parte. 
 § 4° Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de 
 despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando 
 necessário. (Grifo nosso) 
 Sendo assim, os atos do juiz são classificados em sentenças, decisões 
 interlocutórias e despachos. Percebe-se que a definição legal do despacho pode ser 
 extraída de forma residual, de tal sorte que, se o ato judicial não se enquadrar na 
 categoria de sentença ou decisão interlocutória, será considerado despacho. 
 Segundo o Art. 226 do CPC, os despachos deverão ser proferidos no prazo de 
 05 dias , enquanto as decisões interlocutórias em 10 dias e as sentenças em 30 
 dias (em todos os casos, trata-se de prazo impróprio). 
 Atos do Escrivão ou Chefe de Secretaria 
 Os auxiliares da justiça desempenham um papel fundamental no processo, são 
 eles que possuem a incumbência de auxiliar o julgador no impulsionamento do 
 processo, ou seja, o regular andamento da relação processual conta com esse 
 apoio inestimável do escrivão ou chefe de secretaria. 
 Os atos que são de responsabilidade dos referidos auxiliares da justiça 
 consistem basicamente em documentar , movimentar e certificar os atos 
 processuais que são praticados em cada um dos processos que tramitam no âmbito 
 do cartório ou da secretaria judicial. Por exemplo, cumpre ao escrivão ou chefe de 
 secretaria ao receber a petição inicial do autor, autuá-la, identificando o juízo, a 
 espécie de causa, o número de registro, os nomes das partes etc. 
 OBS.: quando se tratar de autos físicos (será a exceção do sistema com a 
 difusão do processo virtual), o chefe de secretaria terá que numerar e rubricar cada 
 uma das folhas dos autos do processo para que se confira uma maior segurança às 
 partes e ao próprio servidor de que nenhuma folha venha ser retirada, inserida ou 
 falsificada. Evita-se um grave prejuízo a todos aqueles que estão envolvidos no 
 processo. 
 Como se adiantou acima, incumbem ao escrivão ou chefe de secretaria, atos de 
 impulsionamento e deflagração do andamento do processo. Sendo assim, cabe a 
 eles determinar a conclusão dos autos do processo ao juiz, a abertura de vistas do 
 processo às partes, bem como a confecção de mandados e ofícios para o regular 
 andamento do feito. Ademais, observada a situação de segredo de justiça, eles têm 
 a função de emitir certidão de quaisquer atos ou termos do processo, isto sem a 
 necessidade de prévio despacho do juiz os autorizando. 
 6.5 Do Tempo, Lugar e Prazo dos Atos Processuais 
 Como regra geral, os atos processuais devem ser praticados nos dias úteis. Ou 
 seja, somente em situações excepcionais admite-se a prática de atos em feriados. 
 Segundo a lei, são considerados feriados os sábados , os domingos e os dias em 
 que não haja expediente forense . 
 Nos dias úteis, os atos processuais devem ser praticados das 6h às 20h , 
 levando em consideração o horário adotado no juízo em que deverá ser praticado o 
 respectivo ato processual. Ressalte-se que deverão ser concluídos após as 20h os 
 atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave 
 dano. 
 FIQUE LIGADO 
 Quando se tratar da prática de ato eletrônico, este pode ocorrer em qualquer horário 
 até as 24h do último dia do prazo. Sendo certo que o horário vigente no juízo perante o 
 qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo (Art. 
 213 do CPC). 
 No que pertine aos atos praticados nas férias forenses e nos feriados, o CPC 
 elenca um conjunto de atos que excepcionalmente poderão ser efetivados durante 
 esse período, é caso das citações, intimações, penhoras, bem como das ações de 
 alimentos, dos procedimentos de jurisdição voluntária. Vejamos o que dispõem os 
 Arts. 212, § 2°, e 215 do CPC: 
 Art. 212, § 2° Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e 
 penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses , onde as houver, e nos 
 feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste Art. , observado o disposto no 
 Art. 5°, inciso XI, da Constituição Federal . 
 Art. 215. Processam-se durante as férias forenses , onde as houver, e não se 
 suspendem pela superveniência delas: 
 I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de 
 direitos,quando puderem ser prejudicados pelo adiamento; 
 II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador ; 
 III - os processos que a lei determinar. (Grifo nosso) 
 Quanto ao lugar, os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do 
 juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de 
 interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo 
 interessado e acolhido pelo juiz. 
 No que tange aos prazos processuais, estes podem ser de três naturezas: 
 01. Legal (determinado pela lei); 
 02. Judicial (fixado pelo juiz); 
 03. Convencional (fixado pela vontade das partes). Em regra, prevalecem os 
 prazos estabelecidos pela lei. 
 Desta forma, devem as partes observá-los para que estes não venham a ser 
 considerados intempestivos, incidindo a ideia de preclusão temporal. Para os 
 julgadores, por outro lado, os prazos são impróprios. Ou seja, ainda que não 
 observados, serão considerados válidos e eficazes, aptos a gerar efeitos. 
 Quando a lei for omissa em fixar um prazo, autoriza-se ao juiz fixá-lo tendo como 
 parâmetro a complexidade do ato. Ocorre que pode acontecer de a lei ser omissa e 
 ainda assim o juiz não venha a fixar o prazo para a prática do ato. Nesses casos, 
 será de 5 dias o prazo para a prática de ato processual a cargo das partes . 
 Vejamos o que dispõe a lei: 
 Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. 
 § 1° Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à 
 complexidade do ato. 
 § 2° Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a 
 comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas. 
 § 3° Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias 
 o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. 
 § 4° Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. (Grifo 
 nosso) 
 FIQUE LIGADO 
 Uma das grandes novidades trazidas pelo CPC foi considerar tempestivo o ato 
 praticado antes do termo inicial do prazo (Art. 218, § 4°). Desta forma, não será 
 possível um julgador, por exemplo, considerar intempestivo um recurso porque a 
 parte não esperou a publicação da decisão no Diário da Justiça. Essa inovação 
 aniquilou um forte entendimento jurisprudencial das cortes superiores que 
 consideravam “prematuros” alguns recursos que eram interpostos antes da 
 publicação da decisão. Com o Novo Código de Processo Civil, isso não pode mais 
 ocorrer! 
 O Art. 224 do CPC estipula regra tradicional de contagem de prazo: o primeiro 
 dia se exclui e o último dia se inclui. Ou seja, salvo disposição em contrário, os 
 prazos serão contados excluindo o dia do início e incluindo o dia do 
 vencimento. 
 FIQUE LIGADO 
 Com o Art. 219 do Novo Código de Processo Civil, na contagem de prazo em 
 dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os DIAS ÚTEIS. 
 Logo, a contagem de dias corridos que era comum pela legislação passada, não 
 mais prevalece com a novel legislação. 
 O Novo Código de Processo Civil trouxe também uma grande novidade e que, 
 praticamente, concede um período de férias para os advogados nos dias 
 compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro. No referido período, haverá 
 uma SUSPENSÃO do curso do prazo do processo. Ou seja, durante a suspensão 
 do prazo nesse período, não haverá, inclusive, a realização de audiência ou sessão 
 de julgamento. É o que dita o Art. 220 do CPC: 
 Art. 220. S uspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 
 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive . 
 § 1° Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os 
 membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os 
 auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput. 
 § 2° Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de 
 julgamento . (Grifo nosso) 
 Por fim, no que tange ao tema prazos processuais, é preciso atentar à 
 importante situação de prática de atos processuais em que existam litisconsortes no 
 processo. É que se os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, 
 vinculados a escritórios de advocacia distintos e os autos forem físicos, os 
 atos praticados serão praticados no dobro do prazo previamente fixado . Muita 
 atenção para as situações em que os autos do processo sejam eletrônicos. Neste 
 caso, não haverá ampliação do prazo para nenhum dos litisconsortes. Vejamos o 
 que dispõe o Art. 229 do CPC: 
 Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores , de escritórios de 
 advocacia distintos , terão prazos contados em dobro para todas as suas 
 manifestações , em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. 
 § 1° Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
 defesa por apenas um deles. 
 § 2° Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos . (Grifo 
 nosso) 
 6.6 Do Registro e da Distribuição 
 O registro é o ato de documentação do processo. Trata-se de uma mera 
 identificação das principais peculiaridades de uma relação processual, tais como as 
 partes do processo, a natureza da causa, o tipo de procedimento, a data do 
 protocolo da petição inicial. É considerado ato obrigatório do processo. 
 Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a registro , devendo ser distribuídos onde 
 houver mais de um juiz. (Grifo nosso) 
 Com o Novo Código de Processo Civil, segundo o Art. 59, o registro torna 
 prevento o juízo. Observar que essa prevenção deverá ocorrer nas comarcas, 
 seções ou subseções em que não haja mais de um juízo. É que se a comarca ou 
 seção for de múltiplas varas, o critério de prevenção será a distribuição . 
 Conforme já se disse, a distribuição consiste no ato processual por meio do qual 
 se determina a competência do órgão jurisdicional para julgar determinada causa 
 nas unidades jurisdicionais que possuem mais de um juízo abstratamente 
 competente para processar e julgar uma determinada demanda. 
 Com a finalidade de distribuir igualitariamente a carga de trabalho entre os 
 julgadores, bem como para inibir a escolha do juiz que vai conduzir a causa, o Art. 
 285 do CPC estabelece que a distribuição deva ser feita por sorteio, de forma 
 alternada e aleatória, observando-se a rigorosa igualdade. 
 No entanto, nem sempre o critério de distribuição se sujeitará a esse 
 procedimento. Existem situações em que, com a finalidade de evitar burla ao 
 sistema de distribuição ou para uma melhor prestação da tutela jurisdicional, a 
 distribuição será realizada por dependência . Ou seja, a causa será direcionada 
 diretamente a um determinado órgão jurisdicional que estará prevento para 
 processá-la e julgá-la. Eis as hipóteses: 
 Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza: 
 I - quando se relacionarem, por conexão ou continência , com outra já ajuizada; (Grifo 
 nosso) 
 Nesta situação, a distribuição atende à necessidade de se tutelar uma prestação 
 jurisdicional harmoniosa.

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