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08/02/2018 .: [DIREITOS REAIS] QUESTÕES DISCURSIVAS IMPORTANTES: http://claudiorocha2015.blogspot.com.br/2013/03/direitos-reais-questoes-discursivas.html 1/5 . Direito Penal Especial Direitos Reais Mediação / Arbitragem Filosofia Winck Rocha Advogados Contato Dir. Ambiental Direito Ambiental [DIREITOS REAIS] QUESTÕES DISCURSIVAS IMPORTANTES: QUESTÕES DISCURSIVAS IMPORTANTES 1) De�ina posse ad interdicta e posse ad usucapionem; Posse “ad interdicta” é a posse que admite, em sua defesa, a utilização dos Interditos Possessórios, e um dos requisitos para a concessão será a existênc da melhor posse (causa possessionis), porém não admite a aquisição da propriedade por usucapião; inexiste a intenção de ser dono, elemento animus. Ex: posse do locatário, do depositário, do comodatário. Ao passo que a posse “ad usucapionem” caracteriza-se por ser a posse co objetivo de se adquirir a propriedade pelo usucapião. Nesta posse, encontramos os dois elementos da Teoria Subjetiva de Savigny: corpus e animus. Ant de mais nada, importante mencionar que Nosso Código Civil inclinou-se pela teoria objetiva, embora em alguns artigos pontuais faça concessões à teo subjetiva, como ocorre na posse usucapionem. 2) Qual a diferença entre constituto possessório e traditio brevi manu? No Constituto Possessório, o possuidor de uma coisa em nome próprio passa a possuı-́la em nome alheio. Exemplo clássico é o que se veri�ica quando alienante conserva a coisa em seu poder mediante cláusula contratual denominada cláusula constituti. O alienante apenas deixa de possuir para si mesm e passa a possuir em nome do adquirente, ou seja, sem nenhum ato exterior que ateste essa mudança. Operação inversa ocorre na traditio brevi man pela qual o possuidor de uma coisa em nome alheio (detentor – fâmulo, ato de permissão ou tolerância), ou com mera posse direta (locatár comodatário, usufrutuário etc.), passa a possuir ou em nome próprio ou com posse plena, sem necessidade de se promover ato fıśico de entrega da coisa 3) O que vem a ser “jus possidendi” e “jus possessiones” O jus possidendi é compreendido como o direito de possuir. Isso, naturalmente, em razão de uma relação jurıd́ica preexistente. Assim, nestes casos, a pos é efeito de um direito anterior. Normalmente o direito preexistente é a propriedade. Quando a pretensão de retomada do bem se prende ao direito propriedade, a ação correta é a reivindicatória que é uma ação petitória (juıźo petitório). De outro lado encontra-se o jus possessiones, que é a disputa posse com base em uma mera relação fática. Não há discussão a respeito da propriedade, mas quem tinha posse e como foi perdida, independentemen do direito de propriedade. Portanto, nas ações possessórias só se discute quem tinha a posse e em que circunstâncias essa posse foi perdida (juı́ possessório). Assim, pelo teor do art. 1210, parágrafo 2º, do Código Civil / 2002, veri�ica-se que a exceção de domínio está eliminada do dire possessório, pois, de acordo com esse dispositivo “§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro dire sobre a coisa”. A súmula 487, do STF, diz que será deferida a posse a quem evidentemente tiver o domıńio, se com base nele a posse for discutida. Poré esses posicionamento sumular perdeu completamente o sentido, pois o CC/2002 deve prevalecer. Só fazia sentido essa discussão e aplicação da súmu 487 na vigência do CC/1916, que em seu artigo 505 previa o seguinte: "Não obsta a manutenção, ou reintegração na posse, a alegação de domıńio, ou outro direito sobre a coisa. Não se deve, entretanto, julgar a posse em favor daquele a quem evidentemente não pertencer o domıńio". Essa confu disposição não foi reiterada pelo Código de 2002. Portanto, há nıt́ida distinção entre juıźo possessório e juıźo petitório. 4) Como exercer o direito de retenção? Quando se tratar de demanda executiva, não há dúvidas, pois o CPC, por meio da norma inscrita no artigo 745, IV, determina que ocorra a invocação direito de retenção via embargos de retenção. Quando se tratar de ação de conhecimento, o STJ já paci�icou o entendimento de que deve ser feito oportunidade da contestação, sob pena de preclusão. Neste sentido: DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. RETENÇA�O POR BENFEITORIAS. EXERCI�C MEDIANTE AÇA�O DIRETA. DIREITO QUE NA�O FORA EXERCIDO QUANDO DA CONTESTAÇA�O, NO PROCESSO DE CONHECIMENTO. SENTENÇAS CO ACENTUADA CARGA EXECUTIVA. NECESSIDADE. 1. A jurisprudência desta Corte tem se �irmado no sentido de que a pretensão ao exercıćio do direito retenção por benfeitorias tem de ser exercida no momento da contestação de ação de cunho possessório, sob pena de preclusão. 2. Na hipótese ação declaratória de invalidade de compromisso de compra e venda, com pedido de imediata restituição do imóvel, o direito de retenção deve ser exerci na contestação por força da elevada carga executiva contida nessa ação. O pedido de restituição somente pode ser objeto de cumprimento forçado pe forma estabelecida no art. 461-A do CPC, que não mais prevê a possibilidade de discussão, na fase executiva, do direito de retenção. 3. Esse entendimen válido para o �im de impedir a apresentação de embargos de retenção, deve ser invocado também para impedir a propositura de uma ação autônoma retenção, com pedido de antecipação de tutela. O mesmo resultado não pode ser vedado quando perseguido por uma via processual, e aceito por out via. 4. Recurso especial conhecido e improvido. (REsp 1278094/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/08/2012, D 22/08/2012) mais Próximo blog» Criar um blo 08/02/2018 .: [DIREITOS REAIS] QUESTÕES DISCURSIVAS IMPORTANTES: http://claudiorocha2015.blogspot.com.br/2013/03/direitos-reais-questoes-discursivas.html 2/5 5) O que se entende por desapropriação judicial indireta? E� , segundo a doutrina, a situação prevista no § 4.º do artigo 1.228 que determina o seguinte: § 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas ne houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.” Es possibilidade é chamada de desapropriação judicial em razão de que não é, ao contrário das demais formas de desapropriação, instrumentalizada pe Executivo, mas sim, pelo judiciário. 6) No tocante à desapropriação judicial indireta, quem deverá pagar a indenização mencionada no artigo 1.228, § 5.º? De acordo com a doutrina, poderá ocorrer duas situações. Quando se tratar de possuidores de baixa renda, quem deverá pagar a indenização é o pod público. Neste caso, o poder público deverá participar da relação processual. Por outro lado, se os possuidores tiverem condições econômicas, el próprios devem efetuar o pagamento. Aliás, esse é o entendimento do Enunciado 308, do CJF: Art. 1.228: “A justa indenização devida ao proprietário e caso de desapropriação judicial (art. 1.228, § 5º) somente deverá ser suportada pela Administração Pública no contexto das políticas públicas de reform urbana ou agrária, em se tratando de possuidores de baixa renda e desde que tenha havido intervenção daquela nos termos da lei processual. Não sendo possuidores de baixa renda, aplica-se a orientação do Enunciado 84 da I Jornada de Direito Civil.” 7) Como exercitar o direito assegurado aos possuidores no § 4º, do artigo 5º? O direito a promover a chamada desapropriação judicial indireta poderá ser exercitadatanto via ação própria, como via defesa em ação reivindicató promovida pelo proprietário que perdeu a posse de seu imóvel. Neste sentido, o Enunciado do CJF “O conteúdo do artigo 1.228, parágrafos 4.º e 5.º, po ser objeto de ação autônoma, não se restringindo à defesa em pretensões reivindicatórias” 8) Caso uma pessoa, falsi�ique uma procuração do proprietário e, por meio desse documento, efetue a venda de seu imóvel, o ato é nulo anulável? A distinção entre nulo e anulável é extremamente importante, pois o ato anulável está sujeito ao prazo decadencial de 4 anos para ser reconhecido (A 178, CC). Após esse prazo a situação será consolidada. Do contrário, o ato nulo não se convalesce (art. 169, CC). O TJ-MT decidiu exatamente neste sentid vejamos: APELAÇA�O CI�VEL - AÇA�O DE NULIDADE DE ESCRITURA PU� BLICA DE COMPRA E VENDA C/C REINTEGRAÇA�O DE POSSE - DECADE�NCIA INAPLICABILIDADE DO ART. 178, § 9º, INC. V, “B”, DO CC/1916 - CERCEAMENTO DE DEFESA - NA�O-OCORRE�NCIA - VENDA POR QUEM NA�O DETINHA PROPRIEDADE (VENDA A NON DOMINO) -UTILIZAÇA�O DE PROCURAÇA�O FALSA - ATO JURI�DICO NULO - EXCEÇA�O DE USUCAPIA�O EXTRAORDINA� R INDEFERIDA - HONORA� RIOS ADVOCATI�CIOS - DIMINUIÇA�O - RECURSO DESPROVIDO. 1. E� inaplicável o prazo quadrienal do artigo 178, § 9º, inciso alıńea “b”, do Código Civil de 1916, quando se tratar de venda por quem não tinha o tıt́ulo de propriedade (venda a non domino), isto é, venda nula pleno direito. 2. (...) 3. “Sendo falsa a procuração através da qual os vendedores estão representados na escritura de venda, não houve, na verda manifestação de vontade dos vendedores, pelo que, indubitavelmente, a transação é nula. E, sendo nula a primeira transação, obviamente nulas serão aquel decorrentes da primeira” (RT 563/109). Ap, 96710/2008, DJE 23/06/2009 9) Qual o traço característico da teoria de Ihering? Para a teoria de Ihering, a posse é caracterizada apenas e tão somente com a ingerência econômica sobre o bem, ou seja, o exercıćio do poder de fato propriedade (visibilidade ao domıńio), não sendo necessário o elemento animus. A teoria objetiva de Ihering repele o elemento volitivo (animu justamente porque esse elemento está “implıćito no poder de fato exercido sobre a coisa” (ROSENVALD, CURSO, pág. 62). 10) Qual a natureza jurídica da posse? Para a doutrina mais moderna é irrelevante a rigorosa classi�icação da posse como sendo direito real ou obrigacional. Aliás, para essa doutrina moderna posse assume múltiplas facetas. Assim, a posse poderá ser con�igurada como direito real, como, por exemplo, a posse exercida pelo proprietário do be Por outro lado, a posse poderá ser direito obrigacional quando advier de uma relação jurıd́ica, a exemplo da locação, arrendamento, etc. Por derradei deve ser citada a posse emanada exclusivamente de uma situação fática (apossamento e ocupação). En�im, a posse é um direito autônomo que pode s exercitado não apenas pelo proprietário, daı ́sua autonomia. A posse representa, portanto, o efetivo aproveitamento econômico dos bens para alcance interesses sociais. 11) O que signi�ica desdobramento da posse? O desdobramento da posse é um fenômeno jurıd́ico. Ocorre, basicamente, quando o proprietário, por meio de uma relação jurıd́ica negocial, transfere outrem o poder de fato sobre a coisa, por exemplo, um contrato de arrendamento ou locação. A partir dessa relação contratual a posse do proprietár será repartida. Teremos, assim, posse direta (daquele que exerce ingerência sócio-economica); e, posse indireta, daquele que transferiu a posse direta artigo 1.197, do CC/2002 disciplina que: “A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou re não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto”. 12) O que se entende por fâmulo da posse? O fâmulo da posse ou detentor da posse é aquele que, até prova em contrário, em razão da situação de dependência econômica ou de um vıńculo subordinação em relação a outra pessoa (possuidor direto ou indireto), exerce sobre o bem não uma posse própria, mas a posse desta última e em nom desta, em obediência a uma ordem ou instrução (MHD, CO� DIGO COMENTADO, pág. 821). 08/02/2018 .: [DIREITOS REAIS] QUESTÕES DISCURSIVAS IMPORTANTES: http://claudiorocha2015.blogspot.com.br/2013/03/direitos-reais-questoes-discursivas.html 3/5 13) A relação jurídica que dá suporte ao desdobramento da posse deve ser formal por meio de contrato escrito? Não. Tanto doutrina como jurisprudência não evidenciam essa necessidade. Aliás, esse desdobramento pode ocorrer por meio de contratos verbais. Ve interessante ementa da jurisprudência do TJ-MT “RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - POSSE DECORRENTE D CONTRATO VERBAL DE COMODATO - NOTIFICAÇÃO DO RÉU PARA DESOCUPAR O IMÓVEL - RECUSA - CONFIGURAÇÃO DA POSSE PRECÁRIA E ESBULHO RECURSO IMPROVIDO.Aquele que possui imóvel em virtude apenas de contrato de comodato tem somente a posse direta sobre o bem, por ato de me liberalidade dos proprietários de modo que com o falecimento do comodatário encerra-se o comodatoA permanência do Recorrente na posse após a s noti�icação para desocupar o imóvel con�igura o esbulho e a posse precária sobre o bem”. AI, 106379/2012, DJE 29/11/2012 14) O que vem a ser composse? E� a situação prevista no artigo 1.199, do CC/2002: Se duas ou mais pessoas possuıŕem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela at possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores”. Sobre composse é importante salientar que eventual ação de reintegração posse deve ser movida contra todos os co-proprietários. Neste sentido, vejamos a ementa do STJ: “PROCESSUAL CIVIL. INTERVENÇA�O DO ESTADO N PROPRIEDADE. REINTEGRAÇA�O DE POSSE. COMPOSSE. AUSE� NCIA DE CITAÇA�O DA COMPANHEIRA. NECESSIDADE. INTELIGE� NCIA DO ART. 10, § 2º D CPC. 1. A falta de prequestionamento dos artigos 46, 243 e 245 do CPC impede o conhecimento do recurso especial nos termos da Súmula 282/STF. 2. E ação de reintegração de posse, existindo a composse, é imprescindível a participação do cônjuge para o processamento válido (art. 10, § 2º, CPC). Precedente: REsp 76.721/PR, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU de 30.03.98 3. Impõe-se a anulação do processo ab initio ante a ausên de citação do cônjuge listisconsorte passivo necessário. 4. Rever os fundamentos do acórdão recorrido para acatar a alegação de inexistência de cônju ou o fato de o réu ser o causador da falta de citação, seria necessária a incursão no campo fático-probatório. O� bice da Súmula 7/STJ. 5. Recurso espec conhecido em parte e não provido.” (REsp 553.914/PE, DJe 01/04/2008) 15) A ocupação irregular de áreas públicas pode gerar direitos possessórios? Não, pois nesses casos, de acordo com a jurisprudência do STJ, o que estará caracterizado é apenas uma espécie de detenção. Neste sentido, vejamo decisão do STJ: “ADMINISTRATIVO. OCUPAÇA�O DE A� REA PU� BLICA POR PARTICULARES. JARDIM BOTA� NICO DO RIO DE JANEIRO. MERA DETENÇA� CONSTRUÇA�O. BENFEITORIAS. INDENIZAÇA�O. IMPOSSIBILIDADE. 1. A ocupação de área pública, sem autorização expressa e legıt́ima do titular domıńio, é mera detenção, que não gera os direitos, entre eles o de retenção, garantidos ao possuidor de boa-fé pelo Código Civil. Precedentes do S 2."Posse é o direito reconhecido a quem se comporta como proprietário. Posse e propriedade, portanto, são institutos que caminham juntos, não haven de se reconhecer a posse a quem, por proibição legal, não possa ser proprietário ou não possa gozar de qualquer dos poderes inerentes à propriedadeocupação de área pública, quando irregular, não pode ser reconhecida como posse, mas como mera detenção. Se o direito de retenção ou de indenizaç pelas acessões realizadas depende da con�iguração da posse, não se pode, ante a consideração da inexistência desta, admitir o surgimento daque direitos, do que resulta na inexistência do dever de se indenizar as benfeitorias úteis e necessárias" (...) 6. Recurso Especial provido”. REsp 900.159/RJ, D 27/02/2012 16) O detentor poderá valer-se das ações possessórias para defender a sua posse? O detentor exerce sobre o bem uma posse que não é própria, mas uma posse em nome de outrem. Logo, como não tem posse, não lhe assiste o direito invocar, em nome próprio, as ações possessórias. 3) Diferencie permissão e tolerância: 1. Atos de Mera Permissão (art. 1208). Permissão é a declaração de vontade do possuidor pela qual este, sem renunciar à posse nem fazer nascer pa si qualquer obrigação que anteriormente não existia, confere a terceiro – o detentor – a faculdade de realizar, com relação à coisa, atos que, sem is seriam ilıćitos. Exemplos clássicos são os empréstimos momentâneos de coisas, sem que o possuidor perca o controle sobre elas. Ex: Alguém q recebe um hóspede em sua residência, cedendo-lhe o uso de um cômodo por curto perıódo. 2. Atos de Tolerância (art. 1208). Tolerância é o comportamento de inação, omissivo, consciente ou não do possuidor que, mais uma vez, se renunciar a sua posse, admite a atividade de terceiro em relação à coisa ou não intervém quando ela acontece. Caracteriza-se por uma me indulgência, uma simples condescendência, não implica transferência de direitos. Ex: Alguém utiliza, diariamente, terreno de possuidor pa pastagem de seu semovente. 17) A posse injusta pode levar à usucapião? Alguns autores dizem que a posse deve convalescer (passar de injusta para justa), ou ter purgados os vícios (devem cessar os vícios), para gerar usucapiã Porém, isso não é bem assim. As posses violenta e clandestina (injustas em decorrência dos vícios e que se mantêm como injustas por sua causa origina na verdade, somente nascem quando cessam os ilícitos. Enquanto perdurarem esses vícios teremos simples detenção. O que se exige é que durante o pra necessário à usucapião não haja atos violentos ou clandestinos, embora a posse seja injusta, porque a sua causa original é ilícita. Prova intuitiva e maior dis é que, se alguém invadir com violência uma gleba de terras e, cessada a reação do esbulhado (deixar de resistir), permanecer por mais quinze anos sem s molestado (posse mansa, pacífica, pública, contínua e com animus domini), terá usucapião, apesar da injustiça original de sua posse. Nessa linha, a pos injusta, que possui seu vício na origem, com a consumação dos requisitos da usucapião, passa a ser posse justa (e não quando cessados os vícios), pois prescrição aquisitiva é modo originário de adquirir a propriedade, sanando qualquer vício que a acompanhe. 18) Qual o entendimento do STJ a respeito de posse de bens públicos e benfeitorias? O entendimento do STJ é o seguinte: “DIREITOS REAIS. RECURSO ESPECIAL. POSSE DE BEM PÚBLICO GERIDO PELA TERRACAP OCUPADO SE PERMISSÃO. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO À RETENÇÃO E INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS. INVIABILIDADE. 1. Conforme dispõe a Lei 5.861/7 incumbe à TERRACAP, empresa pública que tem a União como co-proprietária, a gestão das terras públicas no Distrito Federal. 2. A jurisprudência firm desta Corte entende não ser possível a posse de bem público, constituindo a sua ocupação sem aquiescência formal do titular do domínio mera detenção natureza precária. 3. Os artigos 516 do Código Civil de 1916 e 1.219 do Código Civil em vigor estabelecem a posse como requisito para que se possa faz jus ao direito de retenção por benfeitoria. 4. Recurso especial provido. (REsp 841.905/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julga em 17/05/2011, DJe 24/05/2011)” 08/02/2018 .: [DIREITOS REAIS] QUESTÕES DISCURSIVAS IMPORTANTES: http://claudiorocha2015.blogspot.com.br/2013/03/direitos-reais-questoes-discursivas.html 4/5 19) Jurisprudência do TJ-MT demonstrando a nítida diferença entre “jus possidendi” e “jus possessiones”: TJ-MT: INTERDITO PROIBITÓRIO - POSSESSÓRIA - CONTATO FÍSICO COM A COISA - PROVA FUNDADA EM TÍTULO - PROPRIEDADE - ESCRITUR DE COMPRA E VENDA - INADEQUAÇÃO - AUSÊNCIA DE PROVA DA POSSE - APELO IMPROVIDO. O ius possessionis não se confunde com o possidendi, pois, para aquele deve ser provada a existência de contato físico com a coisa e a parte se vale das ações possessórias, assim, ao ajuizar interd proibitório, que tem natureza possessória, não pode o autor cercar os autos de prova da sua aquisição e conseqüente propriedade do imóvel, tendo em vis que este se reveste da proteção à propriedade, cabendo, neste caso, ação reivindicatória e não interdito possessório. Não fazendo prova da posse, cingin em afirmar que adquiriu o imóvel através de escritura de compra e venda, vedada se mostra a concessão de outorga possessória. Ap, 78541/200 DR.CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA, QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data do Julgamento 16/01/2008, Data da publicação no DJE 31/01/2008 20) Quais são as ações que a doutrina classicamente denomina de interditos possessórios: São três, a saber: a) Reintegração de posse (esbulho: o possuidor perde a posse. Só cabe reintegração se o esbulhador tem posse injusta – violência, clandestinidade, precariedad Esbulho parcial: a ação adequada é a reintegração da posse. b) Manutenção de posse (turbação: ainda não houve o esbulho – aqui houve perturbação) c) Interdito proibitório (ameaça: é uma ação possessória de caráter nitidamente preventivo) há possibilidade de �ixação de multa 21) A ação de imissão na posse é considerada uma ação possessória? Não. A ação de imissão de posse não é uma ação possessória, pois quem ajuıźa essa ação é o sujeito (proprietário) que quer entrar na posse pela primeira vez; o au tem que provar a titularidade (direito de propriedade) sobre o bem, portanto, esse procedimento está inserido no chamado jus possidendi. 22) O Autor de uma ação de reintegração tem direito subjetivo de obter a liminar? A doutrina ensina que sim. Dessa forma, de acordo com ROSENVALD "o magistrado elabora juıźo vinculado ao conceder a liminar, pois se presentes os requisitos art. 927 do Código de Processo Civil, deverá concedê-la" (CURSO, pág. 229) 23) O que diferencia as chamadas ações possessórias por força velha e força nova? Basicamente a diferença é o procedimento, da seguinte forma: I) Ações possessórias por força nova (ação possessória proposta antes de ano e dia, art. 924, CPC); vantagem: possibilidade de concessão de uma liminar de cará satisfativo. Na verdade uma antecipação de tutela; requisitos: art. 927, CPC; II) Ações possessórias por força velha (ação intentada após ano e dia); ação de rito ordinário. Obs.: Admite-se a concessão de tutela antecipada sob o argumento que a tutela antecipada do art. 273, do CPC, é uma tutela genérica com outros requisitos (verossimilhança das alegações e risco de dano irreparável ou de dif reparação. 24) Quem pode ser parte passiva na ação de reintegração de posse? O possuidor deverá intentar ação contra não só contra o esbulhador, mas também contra terceiro, desde que este esteja de má-fé. Eis o artigo 1.212, do CC “Art. 1.2 O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.” Se o terceiro for de boa- caberá ação petitória (ação de reivindicatória) Neste sentido, é o Enunciado 80, do CJF “Art. 1.212: É inadmissível o direcionamento de demanda possessória ressarcitória contra terceiro possuidor de boa-fé, por serparte passiva ilegítima diante do disposto no art. 1.212 do novo Código Civil. Contra o terceiro boa-fé, cabe tão-somente a propositura de demanda de natureza real 25) E� possıv́el ação possessória contra a Fazenda Pública? Sim, para isso o CPC tem uma regra especial: Art. 928, parágrafo único: "Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais". No entanto, há que ser feita uma observação. Caso o Poder Público ten atribuıd́o uma �inalidade especı�́ica ao bem esbulhado do particular, este deverá ingressar com uma ação de desapropriação indireta para ressarcir os danos q obteve. 26) E� possıv́el a alegação de usucapião em demanda reivindicatória? Sim, é possıv́el a alegação de usucapião (prescrição aquisitiva) em sede de reivindicatória. E, caso demonstrados os requisitos da usucapião, o pedido reivindicató será julgado improcedente. Neste sentido, vejamos a decisão do TJ-MT: "APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REIVINDICATÓRIA - PRELIMINAR DE NULIDADE DE SENTENÇA EXCEÇÃO DE USUCAPIÃO - NÃO INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - DESNECESSIDADE - REJEITADA - CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA - CONTRA DE GAVETA - USUCAPIÃO URBANO - MATÉRIA DE DEFESA - POSSE JUSTA E SEM OPOSIÇÃO - EXISTÊNCIA DO ANIMUS DOMINI - POSSIBILIDADE - ÓBICE TRANSFERÊNCIA DO FINANCIAMENTO E OU QUITAÇÃO ANTECIPADA PELA CESSIONÁRIA - RESPONSABILIDADE DO MUTUÁRIO - RECURSO IMPROVIDO - SENTEN MANTIDA. A exceção de usucapião foi alegada em sede de defesa. Tratando-se a lide de ação reivindicatória c/c perdas e danos, não se faz necessária a intervenção órgão Ministerial, mormente, quando em grau de recurso essa providência vem ultimada, a preliminar de nulidade de sentença arguida resta afastada. A quitação �inanciamento de imóvel, sem oportunizar que terceiro possuidor procedesse à transferência do imóvel, não caracteriza oposição contra posse de quem a detém exercício da posse em imóvel urbano com área de até 250m², por mais de 05 anos, sem qualquer interrupção ou oposição, com animus domini, tendo a possuido estabelecido no imóvel a sua moradia caracteriza usucapião urbano, e que não transferiu o �inanciamento por óbice criado pelo próprio mutuário original, imperiosa manutenção da sentença de improcedência da reivindicatória e reconhece a prescrição aquisitiva. Eis, que preenchidos os requisitos do art. 1238, § único do Códi Civil. Ap, 117149/2008, DES.JURANDIR FLORÊNCIO DE CASTILHO, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data do Julgamento 13/07/2009, Data da publicação no DJE 22/07/2009 08/02/2018 .: [DIREITOS REAIS] QUESTÕES DISCURSIVAS IMPORTANTES: http://claudiorocha2015.blogspot.com.br/2013/03/direitos-reais-questoes-discursivas.html 5/5 Postagem mais recente Postagem mais antigPágina inicial CLAUDIO ROCHA 26 me adicionaram a círculos Ver tudo Adicionar aos círculos Google+ Followers Contato Direito Ambiental Direito Penal Especial Direitos Reais Mediação / Arbitragem Winck Rocha Advogados Contato Todos os Direitos Reservados. Tema Janela de imagem. Tecnologia do Blogger.
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