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Exercício 5 Módulo 4 Ed direito 3º período

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Módulo 4 – ORGANIZAÇÃO DOS PODERES – UNIP/ED – 3º P DIREITO
EXERCÍCIO 5: A respeito dos poderes Executivo e Legislativo, assinale a opção correta.
	Resposta: D;
	Justificativa Sugestiva: AUTONOMIA INSTITUCIONAL E PODER LEGISLATIVO
Inicialmente, o texto constitucional atribuiu a titularidade do controle externo a cargo do Congresso Nacional e coloca o Tribunal de Contas como um órgão auxiliar nesse desiderato. O interprete mais apressado poderia imaginar que o Tribunal de Contas é um órgão integrante do próprio Poder Legislativo. Intelecção equivocada, pois a Carta Magna de 1988 revela que o Congresso Nacional é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, com arrimo no artigo 44 da CF/88. Nessa mesma linha:
Feita a ressalva, começo por dizer que o Tribunal de Contas da União não é um órgão do Congresso Nacional, não é órgão do Poder Legislativo. Quem assim me autoriza a falar é a Constituição Federal, com todas as letras do seu art.44. litteris: O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional , que se compõe de Câmara dos Deputados e do Senado Federal’. Logo, o Parlamento brasileiro não se compõe do Tribunal de Contas da União. Da sua estrutura orgânica ou formal deixa de fazer parte a Corte Federal de Contas e o mesmo é de se dizer para a dualidade Poder Legislativo/Tribunal de Contas, no âmbito das demais pessoas estatais de base territorial e de natureza federada.
Para confundir ainda mais o interprete, existem algumas legislações infraconstitucionais que mostram que o Tribunal de Contas é um órgão do Poder Legislativo. A Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar 101/200, traz alguns dispositivos que corroboram com o entendimento que o tribunal de contas é órgão do Poder Legislativo. 
O artigo 20, I, a) da Lei de Responsabilidade fiscal é clarividente quando estipula o limite de 2,5% para a despesa com pessoal no Poder Legislativo Federal, incluído o Tribunal de Contas da União. No âmbito estadual também acontece o mesmo fenômeno, diferenciando apenas o percentual do limite para a despesa de pessoal.
Pois bem, atribuindo um limite único para a despesa de pessoal para o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas, enquanto o Poder Judiciário, Poder Executivo e Ministério Público detém limites próprios, evidencia o desiderato do legislador de considerar o Tribunal de Contas como um órgão adjacente do Poder Legislativo.
Como se não fosse suficiente, o artigo 20, §2º, II, da Lei Complementar 101/200, considera que o Poder Legislativo é também compreendido pelo Tribunal de Contas respectivo, endossando ainda mais o desiderato da legislação fiscal de considerar um órgão uno, o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas.
Não obstante a lei de responsabilidade fiscal, a Lei 12.618/2012, legislação bastante recente, também considera o Tribunal de Contas e o Poder Legislativo como um só órgão. O artigo 4º, II, da lei em comento estipula que a fundação de previdência complementar dos servidores público federal do Poder Legislativo (Funpresp-Leg) é abarcada por servidores titulares de cargo efetivo do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União e criado por ato conjunto do Presidente do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.
De maneira didática é possível vislumbrar duas correntes:
Basicamente duas posições se firmaram: as que consideram o Tribunal de Contas órgão do Poder Legislativo, embora independente e outra que lhe concede natureza de órgão desvinculado dos três poderes. 
O Supremo Tribunal Federal adota a primeira posição. Interessante questão foi abordada nos autos do MS nº 22801, no qual, segundo notícia vinculada, a Corte Suprema anulou decisão do Tribunal de Contas da União que obrigava o Banco Central a dar acesso irrestrito a informações protegidas pelo sigilo bancário, constantes no SIBACEN( Sistema de Informações do Banco Central. Nos autos, foi afirmado, expressamente, que o TCU é órgão do Poder Legislativo, não obstante não seja o próprio Poder Legislativo e, em virtude disso, não pode autorizar a invasão do referido sistema de maneira irrestrita. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 – também parece adotar a primeira posição ao dispor que nas referências à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos ‘a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangido os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e ao Ministério Público’. Os que entendem pela segunda posição sustentam a inconstitucionalidade da referida Lei Complementar.(..)A grande tese contrária está embasada na teoria dos poderes neutrais e preconiza que alguns órgãos estão fora da classificação tradicional dos poderes estatais.
Ora, além de colocar os servidores dos tribunais de contas no mesmo patamar que os servidores do Poder Legislativo, sem evidencia as diferenças e minucias entre eles, é possível a criação da fundação retromencionada sem participação direta do Presidente do Tribunal de Contas da União, mais uma vez sujeitando o Tribunal de Contas ao Poder Legislativo.
O intuito da presente pesquisa acadêmica é mostrar que a corrente supramencionada doutrinária não merece respaldo, devendo considerar o Tribunal de Contas um órgão independente e autônomo. Como bem ilustrou Odete:
A Constituição Federal, em artigo algum, utiliza a expressão órgão auxiliar; dispõe que o controle externo do Congresso Nacional será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas; a sua função, portanto, é de exercer o controle financeiro e orçamentário da Administração em auxílio ao Poder responsável, em última instância, por essa fiscalização. Tendo em vista que a própria Constituição assegura ao Tribunal de Contas as mesmas garantias de independência do Poder Judiciário, impossível considerá-lo subordinado ao Legislativo ou inserido na estrutura do Legislativo. Se a sua função é de atuar em auxilio ao Legislativo, sua natureza, em razão das próprias normas da Constituição, é a de órgão independente desvinculado da estrutura de qualquer dos três Poderes.
Na verdade, a própria Constituição colabora com o desiderato dessa monografia quando estipula que o Tribunal de Contas da União tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo território nacional, com amparo no art. 73 da CF/88. A Lex Fundamentalis é clara quando assevera tem quadro próprio de pessoal e com jurisdição em todo território nacional, pois são características de um órgão independente e autônomo.
Perceba-se que o artigo 73 não deve ser interpretado de maneira estrita ou técnica, pois o Tribunal de Contas não é um órgão judicante, sendo na verdade um órgão de natureza administrativa. O Tribunal de Contas tem aparência judiforme, ou seja, tendo algumas semelhanças com o Poder Judiciário.
A súmula do Supremo Tribunal Federal corrobora com tal entendimento, tomando como socalco a teoria dos poderes implícitos. O teor da súmula autoriza os tribunais de contas, no exercício de suas atribuições, o poder de apreciar a constitucionalidade de leis e atos do poder público. Lembrando que se trata de controle de constitucionalidade difuso, pois o controle de constitucionalidade concentrado é de cargo exclusivo do Supremo Tribunal Federal.
Outra semelhança com o Poder Judiciário é a equiparação constitucional, vislumbrada no artigo 73,§3º, da Constituição Cidadã, que assevera que os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, impedimentos, prerrogativas, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Além do mais, o auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando em exercício das demais atribuições da judicatura, as dos juízes de Tribunal Regional Federal, inteligência do artigo 73,§4º da CF/88.

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