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PEA Paulo Freire


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Entidade Executora: Associação de Cooperação Agrícola do Estado do Ceará – ACACE
 - Elaboração e Colaboração:
Lucineide Salles
Mardineuson Alves de Sena
Nilo Moreira de Souza Junior
Sebastião Carlos Leandro
Jose Antonio Alves
Plano de Exploração Anual
PA Paulo Freire
Caracterização do Projeto de Assentamento (PA)
Denominação do PA: Paulo Freire
Data de criação: 
Município / UF: – CE
Região Administrativa do Estado: 
Número de famílias assentadas: 80
 Localização do imóvel e vias de acesso: O imóvel está localizado no município de Monsenhor Tabosa, considerando a distância aproximada de 18 km da zona urbana. O acesso ao P.A Paulo Freire é realizado através de estrada carroçável que faz a ligação da sede do município de o Distrito de Barreiro. As condições de acesso não são boas, o que dificulta a locomoção das pessoas ali residentes e dos P.A circunvizinhos, agravados principalmente durante o período invernoso.
Área Total Medida: aproximadamente 1.200,6439 ha
Ações/ Propostas/ Metodologia
	O Plano de Exploração Anual – PEA do PA Paulo Freire Resistência , tem como objetivo orientar a aplicação do Crédito de Apoio do referido assentamento. 
	Atualmente, o assentamento está composto por 80 (oitenta) famílias, estando divididas em 8(oito) núcleos de base, onde todos possuem 10 (dez) famílias.
Cada núcleo tem um coordenador e uma coordenadora (10 coordenadores) e num outro patamar, um coordenador e uma coordenadora de brigada.
	A Comunidade de Resistência Bernardo Marin II possui um Conselho Popular (Entidade Jurídica), com comissões e coordenações escolhidas de forma participativa pela própria comunidade.
	Para a elaboração do Plano de Exploração do Assentamento, além da equipe de ATES presentes na área, podemos contar em alguns momentos, com o apoio técnico e organizacional da secretaria estadual do MST, que nos auxiliou nas discussões e encaminhamentos de propostas. Na construção do referido plano foi necessário se fazer uma reflexão bem aprofundada com as famílias através de encontros e reuniões, na perspectiva de sensibilizá-las sobre a importância do PEA para o assentamento. Para uma maior participação e cooperação de todos, foi necessário um trabalho de sensibilização e de conscientização em cada núcleo de base, mostrando a importância da organização, funcionamento e da estruturação dos núcleos, não apenas para os cadastrados, mas para todos os que compõem a família, incentivando a participação ativa de mulheres, jovens, idosos, etc.
	O processo iniciou-se com a realização de uma assembléia comunitária para discutirmos propostas para elaboração e realização do plano.Logo após, fizemos um estudo resgatando alguns princípios da organização que iriam contribuir no processo, onde destacamos a importância do bom planejamento, a divisão de tarefas e de uma direção coletiva. Para que isso fosse possível, enfatizamos a importância da união e organização do grupo em torno de ações participativas, pois o trabalho deverá ser realizado não para eles, mas sim com eles, onde as famílias assentadas se apropriem e façam parte do processo. 
	Em seguida, se discutiu sobre princípios e propostas de auto-sustentação, que caminhos e metas deveriam ser trilhados, como eles viam isso. Outro item discutido foi sobre a questão da agroecologia, dentro desta temática, abordou-se exemplos práticos (rotação de culturas, consórcio de plantas, cobertura e recuperação do solo, etc) para que os presentes tivessem conhecimentos e despertassem o interesse em adotar alternativas de produção, melhorando sua organização e elevando seu padrão de vida e segurança alimentar, sem destruir e nem comprometer os recursos naturais.
	Em um outro momento, reunimos a coordenação dos núcleos de base para discutirmos sobre as estratégias/ações a serem desenvolvidas e encaminhadas para os demais componentes dos núcleos. A equipe de ATES assessorou e discutiu com cada núcleo de base a sistematização das demandas e depois, voltamos a nos encontrar com a coordenação para as tomadas decisões coletivas e alguns consensos dirigidos, como a melhoria da qualidade de vida para a comunidade. Essas questões foram posteriormente levadas e discutidas em uma assembléia e foram aprovadas pelos presentes.
	As atividades a serem desenvolvidas no Projeto de Assentamento, visam sobretudo o auto-consumo e a comercialização da produção excedente. Diante dessa realidade, surgiram e fortaleceram-se as propostas que visam à garantia da produção de gêneros alimentícios (especialmente, feijão e mandioca) e aquisição de animais para auxiliar no preparo das terras, na alimentação e na colheita (bois e animais de tração). Cada núcleo utilizará tração mecanizada no preparo do solo, além da aquisição de bovinos, ovinos e caprinos, já que as características da região do semi-árido apresentam boas possibilidades para o desenvolvimento dessa atividade, além de ser uma alternativa na oferta de carne, pele, leite e derivados.
	Conforme decisão coletiva dos assentados, será implantada uma espécie de “bodega coletiva” para que as famílias não dependam das relações de preços da cidade e de outros mercados, para suprir suas necessidades básicas de consumo, onde a mesma venha a contribuir na garantia da segurança alimentar. Adiantamos ainda que a existência de um espaço para comercialização no local, representaria uma alternativa importante para amenizar a exploração do mercado ou o oportunismo de atravessadores, através da compra coletiva e direta dos gêneros alimentícios e de bens de consumo não-duráveis.
	Vale ressaltar que as famílias tiveram essa definição, após a visualização na prática em uma visita ocorrida juntamente com a equipe de ATES na experiência da bodega coletiva no PA Santana (Monsenhor Tabosa). E para fortalecer mais ainda essa proposta junto aos assentados, conhecemos uma outra experiência exitosa de gado coletivo, possibilitada por meio do Crédito de Apoio no PA Florestan Fernandes em Senador Pompeu.
	Outro ponto discutido com o assentamento foi sobre a importância da implantação da cultura do cajueiro anão precoce, pois historicamente o cajueiro é considerado uma planta resistente e muita bem adaptada às condições de sequeiro e às características, sendo muitas vezes o único cultivo a produzir em situações extremamente adversas. Desse modo, depois de um rico debate, a sugestão foi acatada pelos assentados que decidiram desenvolver essa produção.
	Foi exposta pelos presentes a preocupação com relação à limpeza das cercas, a recuperação ou até construção de algumas. Um argumento importante é que foi citado o tempo em que não se faz nenhuma manutenção nas cercas e também, visando facilitar a divisão das áreas de pastagens, Reserva legal, de plantio e até da criação diversificada de alguns animais domésticos como galinha caipira e porco, que serão atividades projetadas por algumas unidades familiares.