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que se você pedir para eu me classificar, eu não vou te dizer que eu sou uma pessoa insegura, eu posso até ser e não estar vendo esse lado. É... Eu sou uma pessoa...., eu acho... que se tiver que me avaliar, falar para uma psicóloga, hoje, o que acontece comigo... eu diria que sou uma pessoa depressiva, que eu entro em depressões, que.... eu... que eu não ...se eu falar para você, que eu não gosto da vida que eu levo, eu não sei se eu vou estar mentindo ou dizendo a verdade, tem vezes que eu gosto e tem vezes que eu não gosto. Bom, e tem meu lado afetivo, hoje.... estou com uma pessoa, faz dois anos... e ele é dez anos mais novo do que eu.... mas a gente se dá super bem, é uma pessoa ótima, super cabeça.... ele adora as crianças, tudo. Eu me dou super bem com ele....eu digo assim: eu não sei se eu sou uma pessoa assim... Quando eu vivia com o Luís, eu o amava muito. Eu não sei comparar o amor que eu sinto por ele com o amor que eu tinha pelo Luís, né? Mas, eu digo que hoje é uma das coisas que eu mais amo na minha vida, ou que eu nunca amei igual, foi o Marco. Então, eu gosto de estar com ele... eu gosto de ficar com ele... eu estou triste porque ele não vai viajar com a gente... Só que essa situação, vê se você entende... do Marco ser um namoradinho, tá? Aquela coisa de namoradinho: de chegar em casa...ele está todo dia na minha casa... fica com as crianças, ele brinca, conversa comigo, a gente é super amigo, mas aí deu tal hora ele fala que precisa ir embora por isso ou por aquilo, “meu pai é capaz de passar lá”... porque os pais dele são separados também... ou “preciso fazer compras com a minha mãe”... aquela coisa de... de... de ter uma pessoa que 120 precisa se dedicar à família dele... isso me incomoda. Porque eu acho que eu já passei dessa fase de ter um namoradinho, sabe? De conviver nessa coisa de namorado, eu queria ter um marido! Uma pessoa com quem eu pudesse sentar e falar: ‘Bom, e agora, como é que nós vamos fazer? Vamos comprar um carro. Vamos juntar daqui...vamos economizar tudo que a gente tem...’ Conviver com a pessoa...acordar... eu gostaria muito disso, então, eu acho que isso é a principal coisa que me faz mal. Profissionalmente, eu acredito que eu esteja no auge da minha carreira. Profissionalmente eu não posso reclamar, devido a crise... Financeiramente eu não ganho legal, mas, profissionalmente, eu estou muito bem. Eu gosto muito do que eu faço, mas a única coisa que me chateia é isso. S.: Você se vê então, como uma mulher casada. Quer dizer, a sua imagem, o que combina com você, o que combina com a Vanessa é ela ser casada, ela ter marido, é ela ter filhos, é ela ter planos em comum. V.: Isso... S: Os filhos, você tem... V.: (rindo) É, tenho. Ta faltando o marido... S.:... e os planos... V: (rindo) Eu vou lá no Silvio Santos... S.: ...no “Quer Namorar comigo?” (ambas riem e falam ao mesmo tempo) V.: ‘Quer namorar comigo? ‘ Quer dizer, namorar não serve mais... S.: Vai ter que fazer um programa especial: “Quer casar comigo? ” V.: Entendeu? E veja bem, ao mesmo tempo, eu nunca falei para o Marco, para resolvermos isso... S.: Ele tem quantos anos? V.: 20 anos. S.: Casar...ele não deve estar pensando nisso ainda, então. V.: Não. E... tipo assim, eu não chego pra ele e falo; “A gente tem que resolver isso. Você tem que arrumar suas coisas e mudar para cá.” Não, de jeito nenhum. S.: Por que? V.: Porque eu acho que a gente tem que ter um limite na vida da gente, eu tenho medo de invadir a vida dele. Eu acho que isso é uma invasão. Eu vou estar 121 tirando uma parte da vida dele... como eu acho que desde o começo eu tirei essa parte. Que, pôxa, ele tinha... eu sempre falei isso pra ele desde o começo, que tinha que sair, que aproveitar, mas ele nunca admitiu, ele acha que a vida dele sou eu. S.: Como assim, ele tinha que sair, aproveitar. O que você acha que você está dizendo quando diz isso? V.: Eu acho que as pessoas tem que ter idade para tudo. Então, hoje, você ter um relacionamento muito novo, como eu tive também com o Luís, eu acho que você perde coisas na sua vida. De repente, quando você desperta e quando você tem uma certa idade, que nem eu quando despertei, eu disse: “Nossa! quanta coisa eu perdi, eu podia ter estudado”.. que nem meu pai sempre quis que eu fosse para fora do Brasil, estudar... sempre incentivou isso na gente... e... eu não. Eu vivia ali com o Luís, achando que aquilo era o meu mundo, que ele era o meu príncipe encantado, que aquilo era bom para mim. Então, eu sempre levei isso comigo e mesmo os amigos dele, falam isso para ele, falavam... sei lá, hoje não falam mais porque já não tem mais jeito para falar (ri). Mesmo o pai dele, né? Sempre falou da responsabilidade que ele está tendo na vida dele, que não era o momento exato para isso... “você não tá com uma garota que está começando, mas sim alguém que está no meio da vida, que já foi casada, que tem filhos...” por exemplo, se ele falar para ir num barzinho super legal, eu não posso, entendeu? Eu tenho 2 filhos...ou vou ter que deixar eles com alguém ou, então, eu não vou... ou se tiver com febre, um deles não estiver legal, eu não posso... são vidas diferentes, são é...... são trajetórias que às vezes seriam caminhos diferentes, que às vezes não poderiam se cruzar... Então, quando eu comecei com o Marco, eu achei tudo muito engraçado. Eu falava: ‘Meu Deus, estou sendo ridícula! Como é que eu vou falar isso com a minha família! Eu, uma mulher casada, com 2 filhos, separada...’ (ri). Na época ele ia fazer 19 anos! Agora, daqui há alguns dias, vai fazer dois anos que estamos juntos, eu vou fazer 31 e ele, 21... Como é que eu ia falar pra minha família...(ri) ‘ Primeiro arrumou um que a gente sabia que não ia dar certo e agora um moleque!’ Aí, eu deixei. Eu não falava da idade. Ele não aparenta. E dizem que eu também não aparento a idade que tenho, então, parece que a gente tem a mesma idade. Aí, deixei ele entrar na minha família sem falar de idade, e as pessoas foram adorando! Ele é, realmente uma pessoa a-do-rá-vel...se você conhecer, você fica apaixonada! Ele é uma pessoa muito alegre, muito extrovertida......... ele me ajuda a sair dessa dependência toda... 122 apesar que tem só mais uma coisa, Silvia, eu não falo nada com ninguém. O que eu estou te falando aqui é meu. Eu não sou de falar nada. S.: Nem para amiga, nada? Você não tem uma amiga? V.: Tenho até amiga, que....que é a minha secretária por sinal, mas, sabe, eu sou uma pessoa que sempre pensou assim, eu acho que é até um erro... Todo mundo já tem tantos problemas, porque eu vou infernizar mais ainda a vida dos outros? S.: Quer dizer que a sua depressão é uma depressão secreta? V.: E também assim... ninguém percebe. S.: Quando você tá sozinha, tá no carro, quando está em casa, aí você se deixa deprimir... V.: Aí, aí, sim, mas olha, Silvia, é incrível, é eu chegar na escola, aquilo passa, acabou. Sou profissional. Se vier uma mãe chorar, se lamentar, eu sou profissional, eu falo, eu converso. S.: O que está me chamando atenção, é o que você falou do seu namorado. A impressão que me dá é que você está puxando ele com uma mão e empurrando com a outra. É seu namorado, você diz que é um relacionamento muito bom e você diz que não dá para medir, mas que você tem até mais amor do que tinha pelo Luís e você gostaria de casar. Mas o que você fica dizendo para ele é o contrário: ‘tem que viver sua vida, vai passear...’ V.: Não, hoje eu não digo mais. Mas eu também não me coloco nessa posição de falar ‘olha, isso é uma coisa que eu gostaria muito’. Porque é isso que eu