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Lei de Organizações Criminosas: Definição e Aplicação

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LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
 
1. Qual é o objeto da Lei? 
 
a) define organização criminosa; 
b) dispõe sobre a investigação criminal e os meios de obtenção da prova; 
c) dispõe sobre procedimento criminal; 
d) estabelece tipos penais correlatos. 
 
2. Qual a definição de organização criminosa? 
 
O Brasil, embora as Leis n. 9.034/95 (revogada) e n. 9.613/98 contivessem a expressão “organização criminosa”, 
não possuía uma definição dessa forma de concurso de pessoas. Diante disso, nos casos concretos, empregáva-
mos o conceito de organização criminosa da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transna-
cional, em 2000, a denominada Convenção de Palermo. 
 
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, porém, no HC n. 96.007, de São Paulo, de relatoria do Ministro 
Marco Aurélio, na sessão de 12 de junho de 2012, decidiu que a legislação brasileira não possuía uma definição de 
organização criminosa, não podendo a omissão ser suprida pela descrição da Convenção da ONU, pois não há 
delito sem lei anterior que o defina (Constituição Federal, art. 5o, XXIX), trancando a ação penal. 
 
Posteriormente, o art. 1º da Lei 12.694/12 criou a possibilidade de julgamento colegiado em primeiro grau, nos crimes 
praticados por organizações criminosas. No seu art. 2º está contemplada a definição de organização criminosa. Com 
a vigência da nova Lei de Organizações Criminosas, devemos considerar tacitamente revogado o conceito da lei anterior. 
 
 A respeito, com propriedade, observa Cezar Roberto Bitencourt que “admitir-se a existência de dois tipos de organi-
zação criminosa constituiria grave ameaça à segurança jurídica, além de uma discriminação injustificada, propi-
ciando tratamento diferenciado incompatível com um Estado Democrático de Direito, na persecução dos casos 
que envolvam organizações criminosas.” 
 
Para que um grupo criminoso seja considerado uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, para a nova lei, exigem-se os 
seguintes elementos:1 
 
1 Cobrado na prova de Delegado PCAC/2017. 
 
 
 
 
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SE LIGA NO BIZU:2 
 
 ASSociação para o tráfico: 2 “S” ou mais. 
 ASSociação CriminoSa: 3 “S”ou mais. 
 OrgAnizAçAo CriminosA: 4 “A” ou mais. 
 
 
3. Aplicação da Lei de Organizações Criminosas 
 
a) Abarca as organizações criminosas, assim definidas nesta lei; 
b) Às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional3 (ex.: tráfico de drogas e de pessoas) 
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter (no caso de tentativa) ocorrido no estran-
geiro, ou reciprocamente; 
c) Às organizações terroristas reconhecidas segundo as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil 
faça parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de execução de atos terroristas, 
ocorram ou possam ocorrer em território nacional. 
 
4. Do Crime de Organização Criminosa 
 
Art. 2o Promover (ou seja, agenciar), constituir (dar início), financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta 
pessoa, organização criminosa: 
 
 
2 Cobrado na prova de Promotor/MPSC/2016. 
3 Cobrado na prova de Juiz/TJSC/2017. 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (requisitos)
a associação estruturalmente 
ordenada de 4 (quatro) ou mais 
pessoas
divisão de tarefas
objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de 
qualquer natureza
mediante a prática de 
infrações penais cujas penas 
máximas sejam superiores a 
4 (quatro) anos, ou que 
sejam de caráter 
transnacional
 
 
 
 
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Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações 
penais praticadas. 
 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal 
que envolva organização criminosa. 
§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de 
fogo. 
§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que 
não pratique pessoalmente atos de execução.4 
§ 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): 
 
I - se há participação de criança ou adolescente; 
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de 
infração penal; 
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; 
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes; 
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. 
 
5. Da existência de organização criminosa e incidência da nova lei 
 
A organização criminosa é crime permanente, incidindo in casu a Súmula 711/STF, segundo a qual a lei penal mais 
grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência (STJ, RHC 48.121/SC, DJe 06/11/2014). 
 
6. Diferença entre Organização Criminosa (Lei 12.850/2013) e Associação Criminosa (Art. 288 do CPB). 
 
O antigo crime de Quadrilha ou Bando (art. 288 do CPB) foi modificado pela presente Lei 12.850/2013, exigindo-se, 
agora, apenas três pessoas (no mínimo) para que fique configurada. O tipo do art. 288 passa a ser denominado de 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. Veja o quadro comparativo: 
 
ASSOCIAÇÃO 
CRIMINOSA 
Art. 288, CPB. As-
sociarem-se 3 (três) 
ou mais pessoas, 
para o fim especí-
fico de cometer cri-
mes: (Redação 
dada pela Lei nº 
12.850, de 
2013) (Vigência) 
Pena - reclusão, de 
1 (um) a 3 (três) 
anos. (Redação 
dada pela Lei nº 
12.850, de 
2013) (Vigência) 
Parágrafo único. A 
pena aumenta-se 
até a metade se a 
associação é ar-
mada ou se houver 
a participação de 
criança ou adoles-
cente. 
ORGANIZAÇÃO 
CRIMINOSA 
 
Art. 1º, § 1º da Lei 
12.850/2013. Consi-
dera-se organiza-
ção criminosa a as-
sociação de 4 
(quatro) ou mais 
pessoas estrutural-
mente ordenada e 
caracterizada pela 
divisão de tarefas, 
ainda que informal-
mente, com objetivo 
de obter, direta ou 
indiretamente, van-
tagem de qualquer 
natureza, mediante 
a prática de infra-
ções penais cujas 
penas máximas se-
jam superiores a 4 
(quatro) anos, ou 
 
4 Cobrado na prova de Promotor/MPSC/2016. 
 
 
 
 
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 que sejam de cará-
ter transnacional. 
 
7. Agente Público participante de Organização Criminosa 
 
a) Antes da condenação: se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização crimi-
nosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remunera-
ção, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual. 
b) Após a condenação:5 a condenação com trânsito em julgado acarretará (automaticamente) ao funcionário pú-
blico a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo 
público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. 
c) Policial participante de Organização Criminosa: se houver indícios de participação de policial nos crimes de 
que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que 
designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão. 
 
8. Instrumentos de investigação: 
 
a) colaboração premiada (delação premiada); 
b) captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; 
 
Obs.: a lei fala apenas da captação ambiental, poisa lei L. 9.296/96 trata da Interceptação Telefônica, mas nada 
fala sobre a captação ambiental. 
 
c) ação controlada; 
d) acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados 
públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; 
e) interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica; 
obs.: ver Lei 9.296/96 
f) afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica; 
obs.: ver lei complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001. 
g) infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11; 
h) cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informa-
ções de interesse da investigação ou da instrução criminal. 
 
9. Colaboração Premiada 
 
A nova lei estabeleceu a delação premiada de forma condicionada. Assim, a colaboração de integrante da associa-
ção só gerará os efeitos da lei se advirem determinados resultados práticos de tal colaboração, como veremos. 
Inicialmente, cabe apontar as seguintes informações que poderão ser exploradas em provas: 
 
a) Qual efeito deve ter a delação premiada por parte do agente delator? 
 
 
5 Cobrado na prova de Juiz/TJSP/2016. 
 
 
 
 
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b) Quais benefícios podem ser concedidos ao delator? 
 
a.1) Benefícios em relação à pena: perdão judicial, redução em até 2/3 (dois terços) da pena privativa de liberdade 
ou substituí-la por restritiva de direitos.6 
a.2) Suspensão do prazo para denúncia por seis meses prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas 
as medidas de colaboração.7 
a.3) suspensão do prazo prescricional durante o prazo anterior. 
a.4) o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:8 
 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. 
 
Obs.: Uma vez homologado o acordo de colaboração premiada esse passará a produzir efeitos jurídicos, podendo o co-
laborador a qualquer tempo ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo Delegado de Polícia presidente das 
investigações, sempre se fazendo acompanhar de seu defensor. 
 
c) O Juiz pode conceder os benefícios da delação de ofício? R.: Não. A Lei estabelece que os benefícios de-
pendem: b.1) do requerimento das partes (defensor público ou advogado) b.2) de requerimento do MP; b.3) de 
representação do Delegado, ouvido o MP. 
 
Obs.: opinião contrária do MP não vincula o Juiz, pois o Delegado tem capacidade postulatória durante o IP. 
 
Obs2.: o Juiz não pode participar da negociação para requerimento da delação premiada. 
 
 
6 Cobrado na prova de Juiz/TJAM/2016. A questão afirmava que dependeria de requerimento do MP, mas a lei fala em “reque-
rimento das partes”. 
7 Cobrado na prova de Delegado/PCPE/2016. 
8 Cobrado na prova de Delegado/PCPE/2016. 
RESULTADOS (basta um)
identificação dos demais 
agentes + respectivas 
infrações penais
Revelação da estrutura e da divisão de 
tarefas.
prevenção de infrações futuras
recuperação total ou parcial do produto ou 
do proveito
localização de eventual vítima com a sua 
integridade física preservada
 
 
 
 
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d) Com o requerimento, o Juiz está obrigado a conceder o benefício? R.: Não. A concessão do benefício levará 
em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato 
criminoso e a eficácia da colaboração. 
 
O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso con-
creto. 
 
e) Pode o Juiz conceder delação premiada após a sentença? 9 10 
 
Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão 
de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos (1/6 para crimes comuns; 2/5 ou 3/5 para hediondos e equi-
parados). 
 
f) As partes podem desistir do acordo de delação? 
 
De acordo com a Lei, as partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produ-
zidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor (art. 4º, § 10), ou seja, poderão 
apenas ser utilizadas em desfavor dos demais integrantes da organização. 
 
g) Qual a situação do delator no processo? 
 
Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio11 e 
estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.12 
 
Parece-me que a melhor interpretação da lei é de que a renúncia ao direito ao silêncio poderá se dar somente 
quando o colaborador não estiver na condição de réu, por respeito à norma constitucional do nemo tenetur se 
detegere, até mesmo porque o réu não pode cometer falso testemunho. Devemos aguardar como se posicionará a 
jurisprudência a esse respeito. 
 
h) O Juiz pode condenar réus com base apenas na delação premiada? R.: Nenhuma sentença condenatória 
será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador. 
 
i) Qual o procedimento legal para homologação de acordo de colaboração?13 14 
 
 
 
 
9 Cobrado na prova de Delegado/PCPE/2016. 
10 Cobrado na prova de Juiz/TJAM/2016. 
11 Cobrado na prova de Juiz/TJAM/2016 
12 Cobrado na prova de Delegado/PCPE/2016. 
13 Cobrado na prova de Promotor/MPMG/2017. 
14 Cobrado na prova de Promotor/MPSC/2016. 
De acordo com 
o art. 6º, o 
termo de 
acordo da 
colaboração 
premiada 
deverá ser feito 
por escrito e 
conter os 
requisitos do 
art. 6º
O pedido de 
homologação 
do acordo será 
sigilosamente 
distribuído, 
contendo 
apenas 
informações 
que não 
possam 
identificar o 
colaborador e o 
seu objeto (Art. 
7º).
As informações 
pormenorizadas 
da colaboração 
serão dirigidas 
diretamente ao 
juiz a que recair 
a distribuição, 
que decidirá no 
prazo de 48 
(quarenta e 
oito) horas.
 
 
 
 
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10. Ação Controlada (prisão em flagrante retardar, controlada ou diferida) 
 
Assim como na Lei de Drogas, a Lei de Organizações Criminosas previu a possibilidade de flagrante con-
trolado, desde que: 
 
 A organização seja mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no mo-
mento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. 
 Previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao 
Ministério Público. 
 
Obs.: O Juiz deve ser COMUNICADO, mas a Lei não exige sua AUTORIZAÇÃO. O Juiz, ao ser comunicado, 
poderá estabelecer limites à ação, mas a ação controlada poderá ocorre independentemente sem sua autorização. 
 
 Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada. 
 
Obs.: Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou adminis-
trativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável itinerário 
ou destino do investigado, de modo a reduzir adminis riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou 
proveito do crime. 
 
Obs.: A Lei previu a ação controlada praticada, também, por autoridade administrativas, que pode ocorrer durante 
procedimentos conduzidos pela Receita Federal, por exemplo. 
 
O flagrante postergado foi contemplado também na Lei n.º 11.343/2006, de combate e repressão ao tráfico de 
drogas, prevendo, no art. 53, inciso II, “a não-autuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores 
químicos ou outros produtos utilizados em suaprodução, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade 
de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da 
ação penal cabível” (grifo nosso). 
 
 Ação Controlada na Lei de Drogas 
 
A ideia é a mesma, contudo os requisitos são diversos, já que na lei de drogas, exige-se autorização judicial, 
prévia oitiva do MP, além do conhecimento do provável itinerário da droga e dos eventuais agentes do delito ou 
colaboradores (art. 53, caput e parágrafo único). Ademais, o juiz que delibera quanto à prorrogação já é o compe-
tente para o futuro processo (prevenção). 
 
11. Da Infiltração de Agentes 
 
a) Decretação: 
 
A infiltração é medida judicial, sendo que o Juiz decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, não podendo decretar 
de ofício: 
 
- por representação pelo delegado de polícia (o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público); 
- ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso 
de inquérito policial. 
- requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de agentes conte-
rão a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os nomes 
ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração. 
-o Juiz decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas 
 
b) Prazo: A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, 
desde que comprovada sua necessidade. 
 
Obs.: Findo o prazo previsto, o relatório circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que imediatamente 
cientificará o Ministério Público. 
 
 
 
 
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Obs2.: No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério 
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. 
 
c) Sustação da medida por perigo iminente: Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco imi-
nente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, dando-se 
imediata ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial. 
d) Posição Jurídica do Infiltrado: 
 
- Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando 
inexigível conduta diversa. 
- O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, res-
ponderá pelos excessos praticados. 
 
e) São direitos do agente: 
 
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; 
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de julho de 
1999, bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas; 
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a 
investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário; 
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia 
autorização por escrito. 
 
"Na doutrina norte-americana classificam-se as operações de infiltração em dois grandes conjuntos, a saber:15 
a) Light Cover: são infiltrações mais brandas que não duram mais de seis meses, 'não necessitam de imersão 
contínua e permanente, exigem menos planejamento, não exigem mudança de identidade ou perda de contato 
significativo com a família e às vezes se constituem em único encontro para recolhimento de informações'. 
b) Deep Cover: têm duração superior a seis meses e reclamam do agente imersão profunda no seio da or-
ganização criminosa, utilização de identidade falsa, perda de contato significativo com a família. Justamente 
por isso são mais perigosas e penosas do ponto de vista logístico." 
 
 
12. Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações 
 
O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas aos 
dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço man-
tidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras 
de cartão de crédito.16 
 
Obs.: As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das auto-
ridades mencionadas, registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino das ligações 
telefônicas internacionais, interurbanas e locais. 
 
Obs2.: As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz, 
do Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens. 
 
13. Dos Crimes 
 
a) O art. 18 descreve a conduta de quem revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador (mesmo que a foto 
não seja publicada ou transmitida para terceiros), sem sua prévia autorização por escrito: Pena - reclusão, de 1 (um) 
a 3 (três) anos, e multa. 
 
- trata-se de crime material (depende de resultado efetivo); 
 
15 Cobrado na prova de Promotor/MPGO/2016. 
16 Cobrado na prova de Delegado/PCPA/2016. 
 
 
 
 
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- é possível a tentativa (ex.: tenta tirar uma foto, mas é impedido por terceiro). 
- a autorização do colaborador exclui o tipo, desde que seja por escrito. 
- Admite-se Suspensão Condicional do Processo, pois a pena mínima é de 1 ano. 
 
b) O art. 19 prevê um tipo especial de Calúnia, ao descrever a conduta de quem imputar (atribuir) falsamente, sob 
pretexto de colaboração com a Justiça (ou seja, apresentando-se como delator de organização criminosa), a prática 
de infração penal a pessoa que sabe ser inocente (“sabe” indica dolo direto), ou revelar informações sobre a estru-
tura de organização criminosa que sabe inverídicas: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
- Trata-se de crime formal, que admite, em tese, tentativa. 
- O bem Jurídico é a honra objetiva (respeitabilidade social do falsamente imputado). 
- Admite-se Suspensão Condicional do Processo, pois a pena mínima é de 1 ano. 
- Se o agente der causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação 
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o 
sabe inocente deverá responder pelo crime de DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA, previsto no art. 339 do CPB. 
 
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de 
agentes: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério 
Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos 
dados cadastrais de que trata esta Lei. 
 
 
 
 
 
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Bibliografia: 
 
Organização Criminosa - Comentários À Lei 12.850, de 02 de Agosto de 2013 
Nucci, Guilherme de Souza; Nucci, Guilherme de Souza / RT 
 Organizações Criminosas - Aspectos Penais e Processuais da Lei Nº 12.850/13 
Silva, Eduardo Araujo da / ATLAS 
 Comentários À Lei de Organização Criminosa - Lei Nº 12.850/13 
Greco Filho, Vicente / SARAIVA(6661541) 
 Legislação Criminal Especial Comentada/ R. Brasileito Jus Podivm 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA1. Para a configuração do crime de associação criminosa, a lei exige a ação conjunta de, no mínimo, três pessoas. 
 
2. O conceito de organização criminosa inclui a participação de, no mínimo, três pessoas. 
 
3. Como instrumento de investigação, a lei 12.850/2013 prevê a interceptação de conversas telefônicas, desde que 
determinadas judicialmente. 
 
4. A Lei 12.850/2013 prevê o combate às organizações terroristas internacionais, mesmo que as infrações prati-
cadas não tenham ocorrido no Brasil. 
 
5. Há previsão legal na Lei 12.850/2013 de aplicabilidade das medias de investigação em casos de atos prepara-
tórios. 
 
6. Aplica-se o regramento da Lei 12.850/2013 mesmo para delitos não praticados por organização criminosa, desde 
que seja previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha 
ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente. 
 
7. A Lei prevê causa de aumento de pena para organização criminosa armada. 
 
8. A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou 
mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes 
ao cumprimento da pena. Tal medida não é automática e depende de fundamentação judicial específica. 
 
9. Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, o Ministério Público ficará encar-
regado da investigação criminal respectiva. 
 
10. A delação do partícipe da organização criminosa pode ser forma de excludente de punibilidade. 
 
11. Mesmo que não haja qualquer resultado prático para a investigação ou processo, o juiz deve analisar a possibi-
lidade de conceder benefício de delação premiada ao colaborador. 
 
12. O delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderá requerer 
ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido 
previsto na proposta inicial. 
 
13. A Lei 12.850/2013 prevê hipótese de suspensão do prazo prescricional, mas o Ministério Público deverá oferecer 
denúncia no prazo improrrogável de 15 dias. 
 
14. O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 
(seis) meses, prorrogáveis, uma única vez, por igual período, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. 
 
15. O Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia desde que da colaboração advenha a identificação dos 
demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas. 
 
16. Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progres-
são de regime desde que cumpridos 1/6 da pena. 
 
17. A ação controlada deve ser previamente autorizada pelo Juiz. 
 
18. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação será precedida autorização judicial. 
 
19. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, quando requerida pelo MP depende de avaliação 
técnica do delegado de polícia. 
 
 
 
 
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13 
20. A infiltração será autorizada pelo prazo de até 12 (doze) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde 
que comprovada sua necessidade. 
 
21. O agente público policial, por dever funcional, não pode recusar determinação de infiltração policial. 
 
22. O delegado de polícia terá acesso, independentemente de autorização judicial, de dados cadastrais do investi-
gado mantidos pela Justiça Eleitoral. 
 
23. (Juiz/TJSC) A lei de crime organizado se aplica às infrações penais previstas em convenção internacional 
quando iniciada a execução no país devesse ter ocorrido no estrangeiro. 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES GABARITADAS 
 
1. Para a configuração do crime de associação criminosa, a lei exige a ação conjunta de, no mínimo, três pessoas. 
Correto 
2. O conceito de organização criminosa inclui a participação de, no mínimo, três pessoas. 
Errado 
3. Como instrumento de investigação, a lei 12.850/2013 prevê a interceptação de conversas telefônicas, desde que 
determinadas judicialmente. 
Errado. 
4. A Lei 12.850/2013 prevê o combate às organizações terroristas internacionais, mesmo que as infrações prati-
cadas não tenham ocorrido no Brasil. 
Correto. 
5. Há previsão legal na Lei 12.850/2013 de punibilidade de atos preparatórios. 
Correto. 
6. Aplica-se o regramento da Lei 12.850/2013 mesmo para delitos não praticados por organização criminosa, desde 
que seja previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha 
ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente. 
Correto. 
7. A Lei prevê causa de aumento de pena para organização criminosa armada. 
Correto. 
8. A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou 
mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes 
ao cumprimento da pena. Tal medida não é automática e depende de fundamentação judicial específica. 
Errado 
9. Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, o Ministério Público ficará encar-
regado da investigação criminal respectiva. 
Errado. 
10. A delação do partícipe da organização criminosa pode ser forma de excludente de punibilidade. 
Correto. 
11. Mesmo que não haja qualquer resultado prático para a investigação ou processo, o juiz deve analisar a possibi-
lidade de conceder benefício de delação premiada ao colaborador. 
Errado 
12. O delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderá requerer 
ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido 
previsto na proposta inicial. 
Correto 
13. A Lei 12.850/2013 prevê hipótese de suspensão do prazo prescricional, mas o Ministério Público deverá oferecer 
denúncia no prazo improrrogável de 15 dias. 
Errado. 
14. O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 
(seis) meses, prorrogáveis, uma única vez, por igual período, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. 
Errado. 
15. O Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia desde que da colaboração advenha a identificação dos 
demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas. 
Errado. 
16. Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progres-
são de regime desde que cumpridos 1/6 da pena. 
Errado. 
17. A ação controlada deve ser previamente autorizada pelo Juiz. 
Errado 
18. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação será precedida autorização judicial. 
Correto. 
19. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, quando requerida pelo MP depende de avaliação 
técnica do delegado de polícia. 
Correto. 
20. A infiltração será autorizada pelo prazo de até 12 (doze) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde 
que comprovada sua necessidade. 
 
 
 
 
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Errado. 
21. O agente público policial, por dever funcional, não pode recusar determinação de infiltração policial. 
Errado. 
22. O delegado de polícia terá acesso, independentemente de autorização judicial, de dados cadastrais do investi-
gado mantidos pela Justiça Eleitoral. 
Correto. 
23. (Juiz/TJSC) A lei de crime organizado se aplica às infrações penais previstas em convenção internacional 
quando iniciada a execução no país devesse ter ocorrido no estrangeiro. 
 
 
 
 
 
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TAREFA 1 
 
A Polícia Federal investiga esquema de corrupçãodestinado a fraudar licitações no estado de Tocantins, tendo 
como objetivo a aquisição de equipamentos chamados OPMEs (órtese, próteses e materiais especiais) de alto valor 
agregado e grande custo para o sistema de Saúde. 
 
A investigação teve início quando Carlos Pereira e João Andrade, sócios de uma empresa de produtos médicos e 
hospitalares, foram presos em flagrante por terem, na qualidade de proprietários da empresa, fornecido à Secretaria 
de Saúde do Estado do Tocantins produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais, cujos prazos de validade 
de esterilização se encontravam vencidos. 
 
Carlos e João firmaram acordo de delação premiada e noticiaram um esquema de corrupção destinado a fraudar 
licitações no estado do Tocantins, mediante o direcionamento de processos licitatórios. O esquema engendrado 
possibilitava o fornecimento de vantagens ilícitas a empresas, médicos e empresários do ramo, bem como a funci-
onários públicos da área da Saúde. 
 
A grande dificuldade na reunião de provas se deve ao fato de que os envolvidos se comunicam por aplicativo de 
mensagem criptografadas de ponta a ponta. 
 
A principal empresa envolvida na fraude é a Ortotech, de propriedade de Antônio Silva. A cada licitação fraudada, 
valores são entregues aos beneficiários do esquema. Segundo se apurou até o momento, o acerto é feito em di-
nheiro em espécie. 
 
Após meses de investigação, que inclui quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, interceptação e quebra de 
dados telefônicos etc., os investigadores obtiveram a informação de que, provavelmente, a cúpula do grupo se 
encontraria daqui a 5 dias para acerto de contas financeiro. O encontro se daria em um escritório de contabilidade 
de propriedade de Pedro Silva, irmão de Antônio. 
 
O inquérito policial retorna às mãos da autoridade policial para decisão da medida jurídica mais adequada. 
 
Na condição de delegado de polícia federal, redija peça profissional com representação ao Poder Judiciário da 
medida mais adequada, conforme a Lei de Organização Criminosa17. 
 
 
17 Baseado na notícia publicado em: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-coloca-marcapasso-contra-fraude-
na-saude-do-tocantins/ (com modificações). 
 
 
 
 
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Instruções: 
 
1- Enderece a representação para a 4ª Vara Criminal Federal de Palmas; 
 
2- Não crie fatos novos; 
 
3- Cuidado para não identificar a sua peça. 
 
 
 
 
 
 
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TAREFA 2 
 
Após autorização pelo juízo da 1ª Vara Criminal de determinada capital brasileira para realização de interceptação 
de comunicações telefônicas, visando à investigação do crime de lavagem de dinheiro, colheu-se a informação da 
prática do crime de tráfico ilícito de drogas por membros da facção conhecida como “CZN” (Comando Zona Norte), 
integrada pelos condenados Wesley Ferreira, Daniel Inocêncio, Lindomar Praxedes e Ribamar das Nevez, que 
cumprem penas, pela prática de crime de roubo (art. 157 do Código Penal), há pelo menos 15 meses na mesma 
cela em Penitenciária Estadual de Segurança Máxima. Baseado nessas informações foi instaurado novo Inquérito 
Policial, para apurar eventual prática de tráfico de drogas e/ou de outros ilícitos. Dos esforços investigativos, inclu-
sive advindos de nova interceptação de comunicações telefônicas autorizadas pelo juízo da 2ª Vara Criminal da 
mesma capital, foi possível compreender que todo o gerenciamento e a divisão de tarefas são definidos verbalmente 
entre os suspeitos, no interior do estabelecimento prisional, bem como se constatou que os referidos reclusos vêm 
cooptando outros membros, inclusive não aprisionados, visando a integrar a facção e ampliar seu poder de atuação. 
Não obstante, não foi possível estabelecer indícios suficientes de autoria e prova cabal da materialidade delitiva, 
razão pela qual não se concluiu o Inquérito Policial. 
 
Em face do caso narrado, na qualidade de Delegado de Polícia responsável pela investigação, elabore, fundamen-
tadamente, a medida pertinente ao caso, visando à constituição de justa causa para o oferecimento de eventual 
ação penal. 
 
 
 
 
 
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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO – PEÇA: INFILTRAÇÃO POR AGENTE POLICIAL IDENTIFICAÇÃO E ESTRU-
TURA DA PEÇA 
 
Representação para operação de infiltração por agente policial em atividade/tarefa de investigação. 
 
ENDEREÇAMENTO Exmo Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal de determinada capital brasileira. 
 
PREÂMBULO DA PEÇA Sigiloso Autos do Inquérito Policial n. O Delegado de Polícia Civil que, ao final subscreve, 
no exercício dos poderes conferidos pelo art. 144, § 4º da Constituição Federal, pelo art. 2°, § 1°da lei 12.830/2013, 
diante dos fatos investigados no Inquérito Policial em epígrafe, com fundamento no inciso VII, do art. 3º, da Lei 
12.850/2013 e no inciso I do art. 53 da Lei n. 11.343/2006, vem à presença de Vossa Excelência representar pela 
infiltração de agente de Polícia Civil pelo prazo de até 6 (seis) meses, na organização criminosa conhecida como 
Comando Zona Norte pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 
 
SÍNTESE DOS FATOS Não deveria criar dado não fornecido na situação problema e não deverá omitir dado rele-
vante exposto. - Pedido da infiltração, demonstrando a imprescindibilidade da medida e o prazo necessário. - Pedido 
da oitiva do MP - Sigilo da medida 
 
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E JURÍDICA Demonstração da necessidade da medida - Indícios de prática de infração 
penal cuja pena máxima é superior a quatro anos praticada por organização criminosa; - Inexistência de outros 
meios disponíveis visando a constituição de respectivas provas; - Ter restado demonstrado por meio de intercepta-
ção telefônica que as tarefas são definidas verbalmente entre os suspeitos no interior do estabelecimento prisional, 
bem como que os internos vêm cooptando outros membros, inclusive não aprisionados para integrar a respectiva 
facção. 
 
BASE LEGAL - - Art. 1°, § 1° – Lei 12.850/13 - - Arts. 10, § 2º e 11 – Lei 12.850/13 - - Art. 53, I – Lei 11.343/06 
 
ALCANCE DA TAREFA DOS AGENTES - Infiltração de agente policial, como se condenado fosse, em Penitenciária 
Estadual de Segurança Máxima na mesma ala/cela onde Wesley Ferreira, Daniel Inocêncio, Lindomar Praxedes e 
Ribamar das Neves cumprem pena. - Com a finalidade de obtenção de novas provas sobre o crime e a estrutura 
utilizada no tráfico de drogas, bem como descobertas das identidades das pessoas por eles cooptadas e que vem 
integrando a organização criminosa em comento. 
 
NOMES DOS INVESTIGADOS - Wesley Ferreira, Daniel Inocêncio, Lindomar Praxedes e Ribamar das Neves LO-
CAL DA INFILTRAÇÃO - Penitenciária Estadual de Segurança Máxima 
 
CLAREZA E OBJETIVIDADE NA ELABORAÇÃO DA PEÇA 
 
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO – PEÇA: CAPTAÇÃO AMBIENTAL DE SINAIS ACÚSTICOS. IDENTIFICAÇÃO E 
ESTRUTURA DA PEÇA Representação para captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos. 
ENDEREÇAMENTO Exmo Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal de determinada capital brasileira PREÂMBULO 
DA PEÇA Sigiloso Autos do Inquérito Policial n. O Delegado de Polícia Civil que, ao final subscreve, no exercício 
dos poderes conferidos pelo art. 144, § 4º da Constituição Federal, pelo art. 2°, § 1°da lei 12.830/2013, diante dos 
fatos investigados no Inquérito Policial em epígrafe, com fundamento no inciso II, do art. 3º, da Lei 12.850/2013, 
vem à presença de Vossa Excelência representar pela captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou 
acústicos pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 
 
SÍNTESE DOS FATOS - Não deveria criar dado não fornecido na situação problema e não deverá omitir dado 
relevante exposto. - Pedido, demonstrando a imprescindibilidadeda medida de captação na Penitenciária Estadual 
de Segurança Máxima na ala____, cela ____ bem como o prazo necessário. - Pedido da oitiva do MP - Sigilo da 
medida - Fundamentação legal e jurídica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DEMONSTRAÇÃO DA NECESSIDADE DA MEDIDA 
 
Inexistência de outro meio hábil para que seja possível a propositura da ação penal; Justificada pelo diálogo entre 
internos que ocupam a mesma cela, que definem as tarefas verbalmente e realizam a cooptação de outros aprisio-
nados e não aprisionados; Abordar a relativização do direito à intimidade dos aprisionados; Demonstrar a efetividade 
da medida; BASE LEGAL - Art. 1°, § 1° – Lei 12.850/13 - Art. 3º , II – Lei 12.850/13 
 
INDICAÇÃO DOS NOMES DOS INVESTIGADOS - Wesley Ferreira, Daniel Inocêncio, Lindomar Praxedes e Riba-
mar das Neves 
 
LOCAL DA CAPTAÇÃO - Penitenciária Estadual de Segurança Máxima 
 
CLAREZA E OBJETIVIDADE NA ELABORAÇÃO DA PEÇA 
 
 
 
 
 
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