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lei 12850 - crime organizado

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Prof. Henrique Santillo 
 Aula 09 
 
1 de 124| www.direcaoconcursos.com.br 
Legislação Especial p/ Policial Rodoviário Federal da PRF 
Aula 09 – Lei nº 12.850, de 
2013 e suas alterações. 
 
Legislação Penal Extravagante para Delegado da PC AL 
Prof. Henrique Santillo 
Prof. Henrique Santillo 
 Aula 09 
 
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Legislação Especial p/ Policial Rodoviário Federal da PRF 
Sumário 
LEI Nº 12.850/2013 (CRIME ORGANIZADO). 3 
INTRODUÇÃO 4 
CRIME DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 10 
Circunstância Agravante 11 
Causas de Aumento de Pena 11 
Funcionário Público Integrante de Organização Criminosa 12 
Efeitos da Condenação 13 
Investigação em Caso de Participação de Policial 13 
Disposições Acrescentadas Pela Lei Anticrime 14 
CRIME DE EMBARAÇO OU IMPEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO 18 
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA 20 
Colaboração Premiada 21 
Ação Controlada 47 
Infiltração de Agentes 49 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 55 
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 89 
GABARITO 100 
RESUMO DIRECIONADO 101 
CRIME DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 102 
Funcionário Público Integrante de Organização Criminosa 103 
Efeitos da Condenação 103 
Disposições Acrescentadas Pela Lei Anticrime 103 
CRIME DE EMBARAÇO OU IMPEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO 103 
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA 104 
Colaboração Premiada 104 
Ação Controlada 111 
Infiltração de Agentes 111 
LEI Nº 12.850/2013 (ATUALIZADA COM A “LEI ANTICRIME”) 114 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Henrique Santillo 
 Aula 09 
 
3 de 124| www.direcaoconcursos.com.br 
Legislação Especial p/ Policial Rodoviário Federal da PRF 
Crime organizado (Lei nº 12.850/2013). 
Bom dia, boa tarde, boa noite! 
Muito bom iniciar este encontro contigo! 
Abordaremos, na aula de hoje, um assunto importantíssimo que sofreu alterações substanciais após a 
vigência da Lei Anticrime (Lei nº 13.864/2019): 
 
O tema da nossa aula de hoje é consideravelmente explorado pelo CESPE. 
Acredito que a incidência de questões sobre a Lei nº 12.850/2013 será ainda maior após a vigência da Lei 
Anticrime, pois tivemos inúmeras mudanças no regramento dos institutos da colaboração premiada e da 
infiltração de agentes. 
 
Visando te preparar de forma eficiente para a sua prova, sugiro que você não saia daqui hoje sem ter 
assimilado os seguintes tópico: 
 
Por fim, não vamos esgotar todos os dispositivos da Lei nº 12.850/13: selecionei aqueles que mais importam 
para a sua prova! 
Vamos juntos?! 
 
 
Organizações Criminosas
(Lei nº 12.850/2013)
O que não devo esquecer hoje?
Elementos da Organização Criminosa
Crime do Art. 1º (Elementos, Agravantes e Majorantes) 
Colaboração Premiada e Infiltração de Agentes
Alterações Promovidas Pela Lei Anticrime (Lei nº 13.964/2019)
Prof. Henrique Santillo 
 Aula 09 
 
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Legislação Especial p/ Policial Rodoviário Federal da PRF 
Introdução 
Antes de iniciarmos o nosso encontro, quero que você pare e pense um pouco... 
O que significa a palavra organização? 
 
Bom, como a nossa aula é de Legislação Penal (não de Português, rs), quero que você reflita um pouquinho 
sobre que o pode significar o termo Organização Criminosa ou Crime Organizado... 
Será que são agentes que se organizam para praticar crimes? Será que o modo como executam os delitos é feito 
de forma ordenada, com projetos e definição de metas? 
Quem nos dá a resposta é a Lei nº 12.850/2013 – a Lei das Organizações Criminosas! 
Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de 
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. 
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com 
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de 
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter 
transnacional. 
 
 
 
 
 
 
 
Organização (s.f.)
1 Ato ou efeito de organizar(-se).
2 Instituição, associação ou entidade que atua no âmbito dos 
interesses comuns; organismo:
3 Conjunto de diretrizes, normas e funções que contribuem para o 
bom funcionamento de qualquer empreendimento.
4 Arrumação ordenada das partes de um todo.
5 Preparação de um projeto, com definição de procedimentos e 
metas.
Prof. Henrique Santillo 
 Aula 09 
 
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Legislação Especial p/ Policial Rodoviário Federal da PRF 
Opa! Vamos aos elementos que caracterizam uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA: 
 
 Perceba que a organização criminosa funciona como uma verdadeira “empresa do crime”: pelo menos quatro 
agentes juntam-se com o objetivo de produzir um mesmo resultado, a saber, a união estável e permanente 
para praticar infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos OU que possuam 
caráter transnacional. 
 
 
 
 
 
 
E
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en
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an
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aç
ão
 
C
ri
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in
o
sa
4 ou mais pessoas
Inclusive:
→ inimputáveis
→ pessoas não identificadas
Associados de forma 
estruturalmente ordenada
Pressupõe a estabilidade e a permanência
dos agentes
(sem isso, teremos concurso de agentes)
Divisão de tarefas, ainda que 
informalmente
→ Hierarquia
→ Cada agente tem uma função
Informalidade: não precisa necessariamente registrar 
ata, organograma. A divisão pode ser feita de "boca a 
boca" 
Para obter vantagem de qualquer 
natureza
Não necessariamente precisa ser financeira.
A vantagem pode ser a ascensão a cargo, a 
obtenção ilícita de votos etc.
Mediante a prática de infrações 
penais
...com penas máximas superiores a 4 
(quatro) anos
...que sejam de caráter transnacional,
INDEPENDENTE DA PENA MÁXIMA!
Prof. Henrique Santillo 
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Legislação Especial p/ Policial Rodoviário Federal da PRF 
Veja como podemos observar todos os requisitos de uma organização criminosa no trecho de um acórdão 
que eu trouxe especialmente para você: 
“(...) Para coibir assaltos a ônibus ocorridos na região norte do Estado, constatou-se que os 
denunciados promoveram, constituíram e integraram pessoalmente, uma organização criminosa 
voltada, em especial, para o cometimento de assaltos, com emprego de armas de fogo, a ônibus de 
transportes de passageiros, veículo de transporte de cargas e roubo de veículo na região norte do 
Estado do Rio Grande do Sul. 
J.C. atuava como o chefe do grupo, exercendo o comando da organização criminosa, bem como 
escolhendo o local dos assaltos e quem iria praticá-los; R. A. era o braço direito de J. C., com quem 
tinha mais contato e proporcionava a conexão deste com os demais integrantes do grupo, repassando 
ligações entre eles, também atuava arregimentando comparsas para o grupo, organizando reuniões 
entre eles e arrecadando armas e dinheiro para as empreitadas criminosas; o apelante R. M. G. 
atuava como motorista da organização, bem como era o responsável por conseguir dinheiro para 
abastecer os veículos roubados utilizados nos roubos, recrutar novos comparsas e levá-los até as 
reuniões (motorista e responsável pela logística da organização); o réu E. atuava como executor dos 
crimes planejados pelo grupo, sendo preso”1 
 
 
É possível a aplicação da Lei nº 12.850/13 a infrações penais não cometidas por intermédio de organização 
criminosa? 
SIM! 
Alguns dispositivos da Lei nº 12.850/13, como os meios especiais de obtenção de prova (infiltração de 
agentes, ação controlada, colaboração premiada etc.) também se aplicam a outros casos, ainda que não se 
observe a presença de organização criminosa: 
 
 
 
 
1 TJ-RS - ACR: 7008046057 
Consegue perceber que, mesmo comentendo 
"crimes de rua", vislumbramos perfeitamente 
alguns traços da organização criminosa acimaque se assemelham aos de uma empresa?
Um líder, um "gerente" que fazia a comunicação 
do líder com os demais "funcionários", uma 
sofisticada divisão de tarefas e até mesmo a 
presença de um "analista de logística"!
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Art. 1º, § 2º Esta Lei se aplica também: 
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a 
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de 
terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016) 
 
Vamos de CESPE? 
(CESPE – TCU – 2013) Em relação ao disposto na Lei n.º 12.850/2013, que trata de crime organizado, 
julgue o item a seguir. 
Nos termos dessa lei, organização criminosa é a associação de, no mínimo, quatro pessoas com 
estrutura ordenada e divisão de tarefas, com estabilidade e permanência. A ausência da estabilidade 
ou da permanência caracteriza o concurso eventual de agentes, dotado de natureza passageira. 
RESOLUÇÃO: 
Já estamos exaustos de saber que a organização criminosa pressupõe a associação estável e 
permanente de, no mínimo, quatro pessoas, apresentado estrutura ordenada e divisão de tarefas. 
Se os agentes se reúnem de forma esporádica para praticar determinado delito, fica caracterizado o 
concurso eventual de agentes, de forma que o item está correto. 
 
Confere comigo outra questão CESPE: 
(CESPE – PC/MA – 2018) Constitui requisito para a tipificação do crime de organização criminosa 
a) a prática de crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a cinco anos. 
b) a atuação de estrutura organizacional voltada à obtenção de vantagem exclusivamente econômica. 
Mesmo que ausentes os 
requisitos da organização 
criminosa, os meios 
especiais de obtenção de 
prova podem ser aplicados:
Às infrações penais previstas em tratado 
ou convenção internacional quando, 
iniciada a execução no País, o resultado 
tenha ou devesse ter ocorrido no 
estrangeiro, ou reciprocamente.
É o caso do crime de tráfico internacional de 
drogas realizado por 2 criminosos (não 4!)
às organizações terroristas, 
entendidas como aquelas voltadas 
para a prática dos atos de terrorismo 
legalmente definidos.
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c) a divisão de tarefas entre o grupo, mesmo que informalmente. 
d) a prática de crimes antecedentes exclusivamente transnacionais. 
e) a estruturação formal de grupo constituído por três ou mais pessoas. 
RESOLUÇÃO: 
a) INCORRETA. A organização criminosa deve estar voltada à prática de crimes cuja pena máxima 
seja superior a quatro (e não cinco) anos: 
Art. 1º, § 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente 
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas 
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
b) INCORRETA. A organização criminosa deve buscar vantagem de QUALQUER natureza, e não 
exclusivamente econômica. 
c) CORRETA. Perfeito! A divisão de tarefas, ainda que informal, é traço característico de uma 
organização criminosa. 
d) INCORRETA. A organização criminosa deve estar voltada à prática de crimes não necessariamente 
transnacionais. 
e) INCORRETA. É traço elementar da organização criminosa a associação de QUATRO (e não três) 
ou mais pessoas. 
A questão não parou de errar por aí: as tarefas de cada membro também poderão ser 
informalmente distribuídas para a configuração de uma ORCRIM. 
Resposta: C 
 
Vai mais uma questão CESPE: 
(CESPE – DPE/AC – 2017 - Adaptada) Considerando-se a legislação pertinente e o entendimento dos 
tribunais superiores sobre o tema, julgue o item abaixo. 
O crime de organização criminosa será assim caracterizado apenas quando houver a participação de, 
pelo menos, quatro agentes maiores de idade. 
RESOLUÇÃO: 
De fato, é traço elementar da organização criminosa a associação de QUATRO ou mais pessoas. 
Contudo, não se exige que todos os agentes sejam maiores de idade! 
Item incorreto. 
 
 
 
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Vamos a mais uma: 
(FCC – TJ/SC – 2017 – Adaptada) Julgue o item abaixo. 
A lei de crime organizado se aplica às infrações penais previstas em convenção internacional quando 
iniciada a execução no país devesse ter ocorrido no estrangeiro. 
RESOLUÇÃO: 
Isso mesmo! Ainda que não se façam presentes os requisitos das organizações criminosas, alguns 
dispositivos da Lei de Organização Criminosa também se aplicam às infrações penais previstas em 
convenção internacional quando iniciada a execução no país devesse ter ocorrido no estrangeiro. 
Confere comigo: 
Art. 1º (...) § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente 
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas 
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
 
Estamos indo muito bem: 
(FGV – TJ/SC – 2018 - Adaptada) Em determinada cidade, quatro oficiais de justiça, de maneira 
recorrente e organizada, com plena divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagem indevida, 
se reuniam para orquestrar e praticar crimes de falsidade ideológica de documento particular (art. 
299. Pena: reclusão de 1 a 3 anos e multa) na própria cidade, documentos esses que não tinham 
qualquer relação com a função pública que exerciam. 
Considerando o fato narrado, julgue os itens abaixo. 
Descobertos os fatos, a conduta dos funcionários públicos não configura crime de organização 
criminosa em razão da sanção penal prevista para os delitos que praticavam e pretendiam praticar. 
RESOLUÇÃO: 
Perfeito! A associação entre os quatro oficiais de justiça não configura uma organização criminosa 
pelo fato de objetivar a prática de crime de falsidade ideológica, cuja pena máxima é inferior a 4 
anos: 
Art. 1º, § 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente 
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas 
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
 
Mas e aí, será que a constituição de uma organização criminosa - por si só – é conduta punida por lei? 
Vamos descobrir agora! 
 
 
Prof. Henrique Santillo 
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Crime de Organização Criminosa 
A resposta para o questionamento anterior é positiva: 
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, 
organização criminosa: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às 
demais infrações penais praticadas. 
 
Veja as condutas nucleares do crime de organização criminosa: 
→ Promover: fomentar, fazer avançar. 
→ Constituir: formar, dar existência, estabelecer, organizar. 
→ Financiar: custear despesas, bancar, fornecer os meios financeiros. 
→ Integrar: fazer parte, compor, juntar-se, tornar-se membro, incorporar-se, seja pessoalmente ou 
mediante pessoa interposta (laranja) 
 
 OrganizaçãoCriminosa 
 
 Perceba que estamos diante de um tipo misto alternativo! 
O sujeito que participa da constituição e integra uma organização criminosa pratica apenas um único delito. 
 
 O crime de organização criminosa é formal! 
Como estamos diante de um crime formal, a sua consumação se dá com a mera associação de 4 ou mais 
pessoas para a prática de infrações penais com pena máxima superior a 4 anos (ou qualquer pena, se 
de natureza transnacional). 
Isso mesmo! Não importa, para fins de consumação do crime do art. 1º, se a organização criminosa 
efetivamente praticou qualquer crime por ela planejado - daí vem a explicação para que ele também 
seja considerado crime autônomo. 
Aninha, Bolinha, Cezinha e Dezinho constituíram e participaram de organização criminosa voltada à 
prática do crime de homicídio, tendo realizado várias reuniões por vários meses. 
Haverá a punição da conduta dos quatro elementos, ainda que não tenha sido praticado qualquer crime de 
homicídio. 
E se a organização chegar a praticar o crime? 
Aí a situação complica, pois os seus integrantes passarão a responder por ele em concurso material 
com o de organização criminosa... 
 
Prof. Henrique Santillo 
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Circunstância Agravante 
Há o agravamento da pena para o sujeito que exerce o comando da organização criminosa, 
independentemente de sua contribuição para a prática de atos executórios – o que representa uma verdadeira 
autoria de escritório. 
Art. 2º, § 3º A pena é AGRAVADA para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da 
organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução. 
É o caso, por exemplo, do líder da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) que dá as ordens diretamente 
de seu “escritório” para serem seguidas por seus “soldados”, hierarquicamente inferiores. 
 
Causas de Aumento de Pena 
Ao contrário das circunstâncias agravantes, as causas de aumento da pena são estabelecidas em quantidade: 
 Fixa “aumenta-se a pena até a metade” 
 Variável “aumenta-se a pena de 1/6 a 2/3” 
 
Foi exatamente essa a forma estabelecida pela Lei nº 12.850/13: 
Art. 2º, § 2º As penas aumentam-se até a METADE se na atuação da organização criminosa 
houver emprego de arma de fogo. (...) 
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): 
I - se há participação de criança ou adolescente; 
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para 
a prática de infração penal; 
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; 
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas 
independentes; 
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. 
 
 
 
 
 
 
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Vamos esquematizar? 
 
 
Funcionário Público Integrante de Organização Criminosa 
O funcionário público poderá sofrer o afastamento cautelar de suas funções em caso da existência de 
indícios suficientes de que ele integra uma organização criminosa, sem prejuízo de sua remuneração. 
Art. 2º, § 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização 
criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem 
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução 
processual. 
 
 O afastamento cautelar consiste na suspensão do exercício da sua função. 
Professor, qual o fundamento desse afastamento? 
Para que o acusado não se utilize de suas funções para obstruir a investigação dos crimes por meio da 
eliminação de provas, intimidação de testemunhas ou vítimas etc. 
Além disso, será necessário afastá-lo de suas funções para evitar que ele cometa novos crimes! 
 
 
Pena 
AGRAVADA
Comandante/Mentor 
da Organização 
Criminosa
Pena 
AUMENTADA 
ATÉ A METADE
Emprego de Arma de 
Fogo
Pena 
AUMENTADA 
DE 1/6 A 2/3
Participação de 
criança ou 
adolescente
concurso de 
funcionário público, 
valendo-se da função
conexão com outras 
organizações
transnacionalidade da 
organização / Produto 
do crime enviado ao 
exterior
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 ATENÇÃO! Por ser um afastamento cautelar, a remuneração do funcionário público é mantida! 
Estão incluídos no conceito de funcionários públicos os agentes políticos, servidores públicos, bem como 
os particulares em colaboração com o Poder Público. 
 
Efeitos da Condenação 
A condenação pelo crime de organização criminosa ainda trará dois efeitos extrapenais ao funcionário 
público (incluindo aí os detentores de mandado eletivo): 
 Perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo, independentemente da quantidade 
de pena aplicada. 
 Impossibilidade (interdição) de ocupação de qualquer cargo público (inclusive função 
pública) com efeitos futuros, pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento 
da pena. 
 
Confere aí: 
Art. 2º (...) § 6º A condenação com trânsito em julgado ACARRETARÁ ao funcionário público a 
perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função 
ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. 
 
 ATENÇÃO! Assim como ocorre na Lei de Tortura (Lei nº 9.455/1997), a perda do cargo é 
considerada efeito extrapenal AUTOMÁTICO e OBRIGATÓRIO, dispensando inclusive 
fundamentação. 
 
 
Investigação em Caso de Participação de Policial 
Imagine só como é grave a participação de um agente policial em organização criminosa! 
Nesse caso, visando evitar que as investigações contra ele sejam prejudicadas pelo corporativismo, a Lei de 
Organizações Criminosas determinar que não será a delegacia de polícia que instaurará a investigação, mas sim a 
Corregedoria de Polícia, sob fiscalização do Ministério Público. 
Perceba que a Lei nº 12.850/13 permite expressamente 
a perda do mandado eletivo e a respectiva 
interdição por 8 anos, situação que não ocorre com o 
afastamento cautelar (há discussões a respeito - as 
quais dificilmente serão objeto de cobrança em uma 
eventual questão de prova)
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Art. 2º, § 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a 
Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que 
designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão. 
Professor, por que o Ministério Público participará das investigações? 
Pelo desdobramento do controle externo da atividade policial exercido pelo MP: 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada 
no artigo anterior; 
 
Interessante, não? 
Disposições Acrescentadas Pela Lei Anticrime 
A Lei nº 13.964/2019 acrescentou dois parágrafos ao artigo 1º, disciplinando questões processuais acerca do 
estabelecimento penal e do regime de cumprimento da pena. 
Art. 2º [...] § 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à 
disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em ESTABELECIMENTOS PENAIS DE 
SEGURANÇA MÁXIMA. 
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime 
praticado por meio de organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de 
pena ou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos 
probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo. 
 Os líderes de organizaçõescriminosas armadas ou que tenham armas à disposição 
passam a cumprir a pena, inicialmente, em estabelecimentos penais de segurança 
máxima. 
 Os condenados por integrar organizações criminosas ou por crimes praticados através delas, 
ficam afastados dos benefícios prisionais – como o livramento condicional e a progressão de 
regime - enquanto ainda existirem elementos que indiquem a manutenção do seu vínculo 
com a organização! 
Sabemos bem que, na prática, alguns apenados coordenam a prática de crimes de dentro dos 
estabelecimentos penais, mantendo contato com eventuais outros membros da ORCRIM... 
Temos, então, o acréscimo de um novo requisito para que o condenado possa progredir de regime e 
obter o livramento condicional: ele deve “cortar relações” com o grupo criminoso! 
 
Resolva esta questão CESPE: 
(CESPE – MPCE – 2020) A respeito de aspectos penais da Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 
8.666/1993), da Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei n.º 9.613/1998) e da Lei de Organização Criminosa 
(Lei n.º 12.850/2013), julgue o item seguinte. 
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A perda do cargo público constitui efeito automático extrapenal da condenação transitada em julgado 
por crime de organização criminosa praticado por servidor público. 
RESOLUÇÃO: 
Perfeito! A perda do cargo é efeito AUTOMÁTICO da condenação transitada em julgado por crime de 
organização criminosa praticado por servidor público. 
Art. 2º (...) § 6º A condenação com trânsito em julgado ACARRETARÁ ao funcionário público a perda do cargo, 
função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) 
anos subsequentes ao cumprimento da pena. 
Item correto. 
 
Toma aí uma excelente questão CESPE: 
(CESPE – MP/CE – 2020) No que se refere a organização criminosa, assinale a opção correta, com 
base na Lei n.º 12.850/2013. 
a) É circunstância elementar da organização criminosa a finalidade de obtenção de vantagem de 
qualquer natureza mediante a prática de infrações penais, consumando-se com a prática, pelos 
membros da organização, de quaisquer ilícitos com penas máximas superiores a quatro anos. 
b) É circunstância elementar da organização criminosa a estrutura ordenada, caracterizada pela 
divisão formal de tarefas entre os membros da sociedade criminosa. 
c) Organização criminosa é crime comum, não exigindo qualidade ou condição especial do agente, 
mas terá pena aumentada se houver concurso de funcionário público e a organização valer-se dessa 
condição para a prática de infrações penais. 
d) Organização criminosa não configura um tipo penal incriminador autônomo, mas meramente a 
forma de praticar crimes. 
e) A associação estável e permanente de três ou mais pessoas para a prática de crimes é requisito para 
a configuração de organização criminosa. 
RESOLUÇÃO: 
a) INCORRETA. Sabemos que o crime de organização criminosa (art. 1º) é formal, o que significa dizer 
que não é exigida a efetiva prática das infrações penais pretendidas pelos agentes. 
b) INCORRETA. A divisão de tarefas entre os membros da organização pode ser feita também 
informalmente. 
Art. 1º (...) § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente 
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam 
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
c) CORRETA. De fato, o crime do art. 1º é comum pelo fato de não exigir qualidade especial do sujeito 
ativo. 
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Além do mais, se um de seus membros for funcionário público e a organização se valer dessa 
qualidade para a prática das infrações penais pretendidas, a pena será aumentada: 
Art. 1º (...) § 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): (...) 
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de 
infração penal. 
d) INCORRETA. O crime de organização criminosa não depende da prática das infrações penais 
pretendidas, sendo delas autônomo. 
e) INCORRETA. Exige-se a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas: 
Art. 1º (...) § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente 
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam 
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
Gabarito: c) 
 
Vem de CESPE comigo, meu povo! 
(CESPE – DEPEN – 2015) Determinada organização criminosa voltada à prática do tráfico de armas 
de fogo e extorsão esperava um grande carregamento de armas para dia e local previamente 
determinados. Durante a investigação policial dessa organização criminosa, a autoridade policial, de 
acordo com informações obtidas por meio de interceptações telefônicas autorizadas pelo juízo, 
identificou que o modus operandi da organização tinha se aprimorado, pois ela havia passado a contar 
com o apoio de um policial militar, cuja atribuição era negociar o preço das armas; e um policial civil, 
ao qual cabia a tarefa de receber o dinheiro do pagamento das armas. No local onde seria efetivada a 
operação, verificou-se a atuação de José, de quatorze anos de idade, a quem cabia a tarefa de receber 
e distribuir grande quantidade de cigarros estrangeiros contrabandeados, fomentando assim o 
comércio ilegal, a fim de diversificar os ramos de atividade do grupo criminoso. A autoridade policial 
decidiu, por sua conta e risco, retardar a intervenção policial, não tendo abordado uma van, na qual 
os integrantes do grupo transportavam as armas e os cigarros. Em seguida, os policiais seguiram o 
veículo e, horas depois, identificaram o fornecedor das armas e prenderam em flagrante os criminosos 
e os policiais envolvidos na organização criminosa. Após a prisão, o policial militar participante da 
organização criminosa negociou e decidiu colaborar com a autoridade policial, confessando, nos 
autos do inquérito policial, sua participação no delito imputado e também delatando outros coautores 
e partícipes, o que contribuiu para o esclarecimento de outros crimes. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item com base na Lei n.º 12.850/2013, 
que trata de organizações criminosas, investigação criminal e outras matérias correlatas. 
Com relação ao policial civil envolvido na organização criminosa, se necessário à investigação ou à 
instrução processual, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, sem prejuízo de 
sua remuneração. 
RESOLUÇÃO: 
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Isso mesmo. Caso haja indício da participação do policial civil – um funcionário público – em 
organização criminosa, o juiz poderá afastá-lo do cargo se isso for necessário à investigação ou à 
instrução processual. Mas, atenção: 
O policial civil continuará recebendo remuneração durante o período de afastamento! 
Art. 2º, § 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz 
determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a 
medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual. 
Item correto. 
 
Veja esta aqui: 
(VUNESP – PC/SP – 2018) Nos termos da Lei no 12.850, de 2 de agosto de 2013, se houver indícios 
suficientes de quefuncionário público integra organização criminosa, poderá o Juiz determinar 
a) a perda do cargo ou mandato eletivo e a interdição para o exercício do cargo público pelo prazo de 
4 anos, contado a partir do cumprimento da pena. 
b) a perda do cargo ou mandato eletivo e a interdição para o exercício do cargo público pelo prazo de 
8 anos, contado a partir do cumprimento da pena. 
c) a perda do cargo ou mandato eletivo e a interdição para o exercício do cargo público pelo prazo da 
sentença penal condenatória, subsequente ao cumprimento da pena. 
d) seu afastamento cautelar do cargo, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer 
necessária à instrução processual. 
e) seu afastamento cautelar do cargo, com prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer 
necessária à instrução processual. 
RESOLUÇÃO: 
O afastamento cautelar do funcionário público suspeito de integrar organização criminosa será feito 
para o bom andamento da instrução processual, quando for necessário, sem prejuízo da 
remuneração! 
Art. 2º, § 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz 
determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a 
medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual. 
Item incorreto. 
 
Questão para você: 
(IBFC – PC/RJ – 2014) No crime de promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por 
interposta pessoa, organização criminosa, previsto no artigo 2º da Lei nº 12.850/2013, são 
circunstâncias que aumentam a pena de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços), exceto: 
a) A participação de criança ou adolescente. 
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b) O concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a 
prática de infração penal. 
c) O produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao financiamento de 
campanha eleitoral. 
d) A organização criminosa que mantiver conexão com outras organizações criminosas 
independentes. 
e) As circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. 
RESOLUÇÃO: 
Dentre as alternativas, a única que não representa causa de aumento de pena de 1/6 a 2/3 é destinação 
do produto ou proveito da infração penal, no todo ou em parte, ao financiamento de campanha 
eleitoral – na realidade, a causa de aumento incidirá se a remessa for ao exterior: 
Art. 2º, § 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): 
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; 
Resposta: C 
 
 
Crime de Embaraço ou Impedimento de Investigação 
A Lei nº 12.850/13 também tipifica a conduta daquele que impedir ou embaraçar de forma indevida a 
investigação que envolva organização criminosa: 
Art. 2º (…) 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação 
de infração penal que envolva organização criminosa. 
 
Esse tipo possui duas as condutas nucleares: 
→ Impedir (mais grave) – obstar, impossibilitar, proibir 
→ Embaraçar – complicar, perturbar 
 
 Investigação da Infração Penal 
 
Professor, se o agente também embaraçar o processo penal, ele também comete este delito? 
SIM! Devemos compreender o termo investigação em seu sentido amplo, abarcando toda a persecução penal 
para alcançar as investigações que ocorrem durante o inquérito policial e no processo criminal! 
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 Pense aqui comigo... Após o oferecimento da denúncia e a instauração da ação penal, a investigação 
continua “a todo vapor”, pois são investigados os fatos – agora sob o crivo do contraditório! 
 
Assim, o crime se consuma se de qualquer modo o sujeito atrapalhar ou perturbar o andamento normal da 
investigação ou do processo, ainda que não atinja o seu objetivo. 
Esse inclusive é um entendimento recentíssimo do STJ. 
Veja que didático: 
“Não é razoável dar ao art. 2º, § 1º, da Lei n. 12.850/2013 uma interpretação restritiva para 
reconhecer como típica a conduta do agente de impedir ou embaraçar a investigação somente na 
fase extrajudicial. Com efeito, as investigações se prolongam durante toda a persecução 
criminal, que abarca tanto o inquérito policial quanto a ação penal deflagrada pelo 
recebimento da denúncia. Não havendo o legislador inserido no tipo a expressão estrita 
“inquérito policial”, compreende-se ter conferido à investigação de infração penal o sentido de 
persecução penal como um todo, até porque carece de razoabilidade punir mais severamente a 
obstrução das investigações do inquérito do que a obstrução da ação penal. Frise-se que também 
no curso da ação penal são feitas investigações e diligências objetivando a busca da verdade real, 
sendo certo que as investigações feitas no curso do inquérito, como no da ação penal, se 
diferenciam, primordialmente, no que diz respeito à amplitude do contraditório, ampla defesa e 
o devido processo legal. Ressalta-se que a persecução penal é contínua não havendo de se falar 
em estancamento das investigações com o recebimento da denúncia. Ademais, sabe-se que 
muitas diligências realizadas no âmbito policial possuem o contraditório diferido, de tal sorte que 
não é possível tratar inquérito e ação penal como dois momentos absolutamente 
independentes da persecução penal”. 
STJ. 5ª Turma. HC 487.962-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/05/2019 (Info 650). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Da Investigação e dos Meios de Obtenção da Prova 
Bom, todos nós sabemos da existência de inúmeras organizações criminosas estruturadas de forma 
profissional, sobretudo por praticarem infrações penais que dificilmente deixam vestígios, o que compromete a 
persecução penal e a impunidade de alguns membros. 
 Por esse motivo, é muito difícil obter provas com a utilização de métodos tradicionais de investigação, 
como a oitiva de testemunhas e a busca e a apreensão, dado o nível de profissionalismo das ORCRIM. 
Se faz necessário, então, o emprego de algumas técnicas especiais de investigação para que as autoridades 
consigam desvendar o modo de atuação das organizações criminosas, além da identidade de todos os seus 
membros... 
Tendo isso em mente, além dos que já são previstos em leis, o art. 3º da Lei 12.850/2013 traz um rol de meios 
de obtenção de provas que poderão ser utilizados no curso da persecução penal (IP + fase processual), para 
investigar a organização criminosa em si como também para as infrações penais dela decorrentes. 
Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já 
previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova: 
I - colaboração premiada; 
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; 
III - ação controlada; 
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de 
bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; 
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica; 
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica; 
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11; 
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca 
de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal. 
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá 
ser dispensada licitação para contrataçãode serviços técnicos especializados, aquisição ou 
locação de equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de 
provas previstas nos incisos II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) 
§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publicação de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei 
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle interno da 
realização da contratação. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) 
 
Para nossa aula, nos interessa os seguintes meios de obtenção de prova: 
 Colaboração Premiada 
 Ação Controlada 
 Infiltração de Agentes 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art158
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm#art61
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm#art61
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art158
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Prontos para estudá-los? 
Colaboração Premiada 
A colaboração premiada é uma técnica especial de investigação através da qual o coautor ou partícipe da 
infração penal presta auxílio e colabora trazendo dados desconhecidos e de importância para as investigações, 
buscando uma vantagem ou recompensa. 
Ah, é muito importante dizer que a Lei Anticrime agora nos traz expressamente a natureza jurídica do 
instituto em questão: 
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de obtenção 
de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos. 
 Além de constituir um meio de obtenção de prova, a colaboração premiada tem natureza de 
verdadeiro negócio jurídico processual, que deve ser negociado entre o investigador e o 
acusado! 
 
 Tá vendo a importância do instituto? As informações obtidas por meio do acordo de colaboração premiada 
podem ser utilizadas para fazer a prova de determinados fatos e, assim, fortalecer uma tese de defesa! 
 
O art. 4º nos traz a figura da colaboração premiada ou eficaz, beneficiando o agente que trair o seu grupo, 
delatando a prática de crimes cometidos pela organização e apontando seus respectivos autores e partícipes. 
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 
(dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que 
tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, 
desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: 
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações 
penais por eles praticadas; 
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; 
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; 
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela 
organização criminosa; 
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. 
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, 
e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, 
poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda 
que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 
28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). 
 
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 Particularmente sou muito a favor da colaboração premiada... Como eu te disse há pouco, os métodos 
tradicionais de obtenção de provas (testemunhas, requisição de documentos, interrogatório de suspeitos 
etc.) são insuficientes para a investigação do modus operandi e da composição de uma organização 
criminosa! 
Sendo assim, a colaboração seria uma espécie de “traição do bem”, pois o agente age contra o crime e a 
favor de toda a sociedade! É claro que ele merece um “prêmio” ... 
 
Sendo assim, temos alguns pressupostos: 
 
 Perceba que o acusado deverá confessar de forma espontânea a sua participação no crime! De nada 
adianta ele depor e tentar se eximir de sua culpa, incriminando os demais agentes. 
Se ele se limitar a imputar a responsabilidade a terceiros, sem confessar a sua própria, ele será 
considerado informante ou testemunha, não colaborador. 
 
Objetivos da Colaboração Premiada 
A colaboração premiada tem por objetivo um (ou mais) dos seguintes resultados: 
→ Identificação dos demais coautores e participes da organização e das infrações 
praticadas (Delação Premiada) 
→ Revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas (Delação Premiada) 
→ Prevenção contra novas infrações; 
→ Recuperação total ou parcial do produto e/ou proveito da atividade criminosa; 
→ Localização de eventual vítima com sua integridade física preservada. 
 
Pressupostos Legais 
Para que o colaborador faça jus a um dos prêmios, três pressupostos deverão ser levados em conta: 
Art. 4º, § 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta (1) a personalidade do 
colaborador, (2) a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato 
criminoso e a (3) eficácia da colaboração. 
 
O colaborador deve 
ser coautor ou 
partícipe
O colaborador deve 
confessar o seu 
envolvimento no 
ato criminoso
O colaborador deve 
fornecer
informações 
eficazes
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 A personalidade do colaborador 
Dessa forma, não seria possível, por exemplo, fazer um acordo de colaboração premiada com o Fulano 
que integra uma organização criminosa voltada ao extermínio dos seres humanos mediante o pagamento 
de uma recompensa. Que personalidade perigosa, não acha? 
 
 A natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato 
criminoso 
O STJ já negou o benefício do perdão judicial a um investigador de polícia “envolvido com extorsão 
mediante sequestro”, mas optou por aplicar, contudo, o prêmio da diminuição de pena, de modo que a 
“natureza” do delito foi determinante para a decisão: 
“[...] 1. Não preenchimento dos requisitos do perdão judicial previsto no artigo 13 da Lei n.º 
9.807/99. Paciente investigador de Polícia, envolvido com extorsão mediante sequestro. 
Circunstância que denota maior reprovabilidade da conduta, afastando a concessão do benefício. 
2. A delação do paciente contribuiu para a identificação dos demais corréus, ao contrário do 
entendimento esposado pelo Tribunal de origem, pois, inclusive, exerceu papel essencial para o 
aditamento da denúncia. 3. Ordem concedida, aplicando-se a causa de diminuição de pena 
prevista no artigo 14 da Lei n.º 9.807/99, reduzindo a reprimenda imposta em 2/3, tornando-a, em 
definitivo, em quatro anos de reclusão, em regime inicial fechado”. 
(STJ - HC: 49842 SP 2005/0187984-6, Relator: Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA) 
 
 A eficácia da colaboração 
A colaboração é considerada eficaz se ela gerar pelo menos um dos resultados que vimos no tópico 
anterior! 
Exemplo: Vamos supor que o colaborador revele o paradeiro da vítima. As autoridades policiais, contudo, 
chegam no cativeiro e descobrem que a pobre vítima já estava morta. Nesse caso, o agente não fará jus a 
qualquer prêmio, pois a sua colaboração não foi eficaz! 
 
Professor, já falamos tanto dos prêmios que poderão ser concedidos ao agente colaborados ... Quais são eles? 
É o que vamos ver agora! 
Prêmios Legais 
O colaborador pode ser agraciado com os seguintes benefícios legais: 
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder (1) o perdão judicial,(2) reduzir em 
até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou (3) substituí-la por restritiva de direitos 
daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo 
criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: (...) 
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, (4) a pena poderá ser reduzida até a metade ou 
(5) será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos. 
 
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Como acabamos de ver, seis são os prêmios previstos pela Lei das Organizações Criminosas: 
 
 
 ATENÇÃO! Quero que você perceba que é possível que a colaboração se dê APÓS A SENTENÇA 
CONDENATÓRIA, ocasião em que o colaborador fará jus aos seguintes prêmios: 
 Pena reduzida até a metade 
 Progressão de regime sem a observância dos requisitos objetivos. 
Veja só o tempo de cumprimento de pena exigido para progressão de regime estabelecido pela Lei 
de Execuções Penais, com significativas alterações promovidas pela Lei Anticrime: 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a 
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver 
cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido 
sem violência à pessoa ou grave ameaça; 
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem 
violência à pessoa ou grave ameaça; 
P
rê
m
io
s 
L
e
g
a
is Perdão judicial
Apenas te lembrando que o perdão 
judicial é causa extintiva da 
punibilidade!
Redução da pena em até 2/3
Nesse caso, a colaboração é anterior à 
sentença condenatória.
Substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos, 
mesmo sem a presença dos requisitos 
do art. 44 do CP; 
O colaborador poderá ter a substituição 
da PPL por PRD ainda que receba pena 
privativa superior a 4 anos e seja 
reincidente
COLABORAÇÃO APÓS A SENTENÇA
Redução da pena até a metade (1/2)
Com isso, podemos afirmar que a 
colaboração premiada poderá se dar 
inclusive na fase de execução da pena!
COLABORAÇÃO APÓS A SENTENÇA
Progressão de regime, ainda que 
ausentes os requisitos objetivos.
O colaborador poderá progredir de 
regime sem a observância do requisito 
de cumprimento de pena, segundo a 
Lei de Execução Penal (LEP)
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III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido 
cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com 
violência à pessoa ou grave ameaça; 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime 
hediondo ou equiparado, se for primário; 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for 
primário, vedado o livramento condicional; 
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa 
estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; 
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime 
hediondo ou equiparado; 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou 
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. 
 
 
Veja como a CESPE pode te cobrar este tópico: 
(CESPE – PGM Belo Horizonte/MG – 2017 - Adaptada) À luz do CP e da legislação penal 
extravagante, julgue o item abaixo. 
Poderá ser reduzida até a metade a pena de membro de organização criminosa que realizar 
colaboração premiada após a prolação da sentença. 
RESOLUÇÃO: 
Se a colaboração prestada for muito relevante, o MP ou o 
Delegado de Polícia poderão se manifestar pedindo ao 
juiz a concessão do perdão judicial ao colaborador (ainda 
que o benefício não tenha sido pedido na proposta inicial 
de colaboração) com a consequente extinção da 
punibilidade:
Art. 4º, § 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério 
Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito 
policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou 
representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que 
esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que 
couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de 
Processo Penal).
Assim, embora as partes tenham proposto um benefício, 
nada impede que posteriormente, a depender da 
colaboração, seja concedido um benefício maior.
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Perfeito! Um dos prêmios que poderá ser concedido àquele que colabora após a sentença é a redução 
da pena até a metade: 
Art. 4º, § 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será 
admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos. 
Item correto. 
 
Vamos treinar com uma questão: 
(FCC – TJ/GO – 2015 - Adaptada) De acordo com a Lei no 12.850/2013, que define organização 
criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais 
correlatas e o procedimento criminal, julgue o item abaixo. 
Não será admitida colaboração premiada depois de proferida sentença condenatória. 
RESOLUÇÃO: 
Este é um pega recorrente: a colaboração premiada pode ser admitida pelo juiz inclusive após a 
sentença condenatória: 
Art. 4º, § 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será 
admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos. 
Item incorreto. 
 
Vamos a uma questão: 
 (FCC – DPE/RS – 2017) Em relação à colaboração premiada, prevista na Lei n° 12.850/2013, julgue o 
item abaixo. 
Para a concessão do benefício da colaboração, consistente na redução da pena em até 2/3, o juiz 
levará em conta a eficácia da colaboração e não a personalidade do colaborador. 
RESOLUÇÃO: 
Item incorreto! 
Para a concessão de qualquer benefício pela colaboração premiada, o juiz levará em conta, dentre 
outros requisitos: 
 a personalidade do colaborador 
 a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso 
 a eficácia da colaboração 
Assim, a personalidade do colaborador será sim considerada pelo juiz. Confira: 
Art. 4° (...) § 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a personalidade do colaborador, 
a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração 
 
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Não Oferecimento da Denúncia 
Além disso, há um outro prêmio (talvez o mais desejado de todos... rs): 
Art. 4º (...) § 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério Público poderá DEIXAR 
DE OFERECER DENÚNCIA se a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja 
existência não tenha prévio conhecimento e o colaborador: (Redação dada pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. 
 
Isso mesmo! Estamos diante do acordo de não denunciar ou acordo de imunidade, em que o Ministério 
Público poderádeixar de oferecer denúncia e promover o arquivamento dos autos de investigação se o 
colaborador, cumulativamente: 
 
 
Muita atenção ao último requisito, acrescido pela Lei Anticrime: 
 A denúncia só poderá deixar de ser oferecida se a colaboração se referir a infração penal da 
qual o MP não tenha conhecimento prévio. 
Isso quer dizer que o colaborador deve surpreender o MP com fatos novos e com aptidão a abrir novas 
linhas de investigação – a regrinha parece bastante óbvia, mas, acredite, havia bastante discussão 
doutrinária e jurisprudencial sobre o requisito. 
 
Infrações não conhecidas previamente pelo Ministério Público... Isso não deixa margem para subjetivismos? 
NÃO FOR O LIDER DA ORGANIZAÇÃO 
CRIMINOSA
FOR O PRIMEIRO A PRESTAR EFETIVA 
COLABORAÇÃO
PRESTAR COLABORAÇÃO QUE REVELE 
INFRAÇÃO PENAL A RESPEITO DA QUAL 
NÃO SE TINHA PRÉVIO CONHECIMENTO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art14
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Para não haver dúvidas, a Lei Anticrime acrescentou o § 4º-A e estatuiu a seguinte presunção sobre o 
conhecimento prévio: 
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando o Ministério Público 
ou a autoridade policial competente tenha instaurado inquérito ou procedimento 
investigatório para apuração dos fatos apresentados pelo colaborador. 
 
 Como eu havia dito a você, o colaborador, para não ser denunciado, precisa “surpreender” o Ministério 
Público com fatos inéditos, que não tenham sido objeto de apuração por qualquer tipo de 
procedimento investigatório! 
 
Supondo que o colaborador preenche os requisitos exigidos para o não oferecimento da denúncia... Como é que 
fica o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública incondicionada? 
Prezado/a... O acordo de não denunciar é uma EXCEÇÃO à obrigatoriedade da ação penal pública 
incondicionada! 
Agora, tenho pra você uma questão: 
(AOCP – AGEPEN/PA – 2018 – Adaptada) A Lei nº 12.850/2013 disciplina a possibilidade de 
colaboração premiada àqueles que tenham colaborado voluntária e efetivamente com a investigação. 
Acerca da colaboração premiada, julgue o item abaixo. 
O Ministério Público deverá deixar de oferecer denúncia mesmo se o colaborador for o líder da 
organização criminosa. 
RESOLUÇÃO: 
PRESUNÇÃO DO CONHECIMENTO PRÉVIO 
DA INFRAÇÃO
INQUÉRITO
PROCEDIMENTO 
INVESTIGATÓRIO
Quando já tiver sido 
instaurado, para a 
apuração dos fatos 
apresentados...
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Item incorreto! Se o colaborador for o líder da organização criminosa, não será possível deixar de 
denunciá-lo, ainda que ele tenha sido o primeiro a prestar a colaboração eficaz e que as autoridades 
não tenham instaurado procedimento investigativo para apuração do fato. 
 
Mais uma: 
(VUNESP – PGM de Andradina/SP – 2017 - Adaptada) Nos termos do art. 4° da Lei n° 12.850/13, que 
trata da colaboração premiada, julgue o item abaixo: 
O Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia contra quem tenha colaborado efetiva e 
voluntariamente para a investigação, permitindo a identificação dos demais coautores e partícipes da 
organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas, desde que não seja o líder da 
organização criminosa e seja o primeiro a colaborar. 
RESOLUÇÃO: 
A assertiva poderia ser considerada correta antes da entrada em vigor da Lei Anticrime, que passou a 
prever mais um requisito para a celebração do “acordo de imunidade”: 
A proposta de acordo de colaboração deve se referir a infração de cuja existência o Ministério 
Público não tenha prévio conhecimento! 
Item incorreto. 
 
Suspensão do prazo para oferecimento da denúncia ou processo 
Agora imagine que no curso das investigações, a colaboração do delator dependa de mais dados para que 
seja solicitado ao juiz o prêmio. 
Nesse caso, é possível a suspensão do prazo para oferecimento da denúncia ou do processo por até seis 
meses (prorrogáveis por mais seis), com a suspensão do prazo prescricional. 
Art. 4º, § 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, 
poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam 
cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. 
 ATENÇÃO! Não estamos diante de um prêmio autônomo! 
Trata-se de uma medida voltada para que o colaborador cumpra com os objetivos previstos no 
objeto da colaboração. 
 
 
 
 
 
 
 
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Acordo de colaboração premiada 
Quem realizará as negociações com o colaborador? 
Inicialmente, realizam a negociação: 
 O delegado, o investigado (ou acusado) e o seu defensor, contando com a 
manifestação do Ministério Público; 
 
OU 
 
 O Ministério Público, o investigado (ou acusado) e seu defensor (art. 4.º, § 6.º). 
 
Veja só: 
Art. 4º, § 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização 
do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, 
com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e 
o investigado ou acusado e seu defensor. 
 
Muito se discutiu acerca da constitucionalidade da participação do Delegado de Polícia na negociação do 
acordo de colaboração... O STF bateu o martelo pela constitucionalidade do dispositivo: 
O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito 
policial, respeitadas as prerrogativas do MP, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, 
previamente à decisão judicial. Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei 12.850/13, que preveem essa 
possibilidade, são constitucionais e não ofendem a titularidade da ação penal pública 
conferida ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I). 
STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 20/6/18 (Info 907). 
 
Bom, a proposta de acordo de colaboração chegou à mesa do membro do MP... e agora? 
 O Ministério Público poderá indeferir sumariamente a proposta de acordo, desde que 
apresentada a devida justificativa. 
Poderá ser negada a tentativa de formalizar um acordo de colaboração premiada com o Fulano que 
integra uma organização criminosa voltada ao extermínio dos seres humanos, mediante o pagamento 
de uma recompensa... Para o indeferimento sumário, ele considerou a personalidade do agente. 
 
 
 
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Art. 3º-B (...) § 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumariamente 
indeferida, com a devida justificativa, cientificando-se o interessado. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade 
para prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e 
impedirá o indeferimento posterior sem justa causa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
A partir do momento em que o MP recebe a proposta de formalização do acordo de colaboração, forma-
se um marco inicial que irá 
 Demarcar o início das negociações 
 Constituir o marco de confidencialidade 
 
 Além disso, com o início das tratativas, as partes deverão formalizar um Termo de 
Confidencialidade, que só poderá ser levantado (extinguido) após decisão judicial. 
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração demarca o 
início das negociações e constitui tambémmarco de confidencialidade, configurando violação 
de sigilo e quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de 
documento que as formalize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumariamente indeferida, com a 
devida justificativa, cientificando-se o interessado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade 
para prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e 
impedirá o indeferimento posterior sem justa causa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
Aceitando negociar com o interessado, o MP ou a autoridade policial firmam um termo de 
confidencialidade que, por si só, não suspende o curso das investigações contra o colaborador, o qual deverá 
apresentar os fatos relevantes à colaboração. 
Contudo, atenção! Se estiver definido no acordo, é possível que haja a suspensão: 
 Da aplicação de medidas processuais penais cautelares e assecuratórias, como a prisão 
preventiva. 
 Da aplicação de medidas cíveis, como a obrigação de reparar os danos no juízo cível. 
Art. 3º-B (...) § 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de 
Confidencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação, ressalvado acordo em 
contrário quanto à propositura de medidas processuais penais cautelares e assecuratórias, bem 
como medidas processuais cíveis admitidas pela legislação processual civil em vigor. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
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§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução, quando houver 
necessidade de identificação ou complementação de seu objeto, dos fatos narrados, sua 
definição jurídica, relevância, utilidade e interesse público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confidencialidade serão 
elaborados pelo celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo advogado ou defensor 
público com poderes específicos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante, esse não poderá se 
valer de nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para 
qualquer outra finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 Importante mencionar que o § 4º do art. 3º-B permite que o colaborador, na fase das 
tratativas, faça a prova dos fatos descritos, com todas as suas circunstâncias! 
Dessa forma, ele poderá levar testemunhas ou solicitar perícias para identificar ou complementar os 
fatos objetos da investigação, em uma verdadeira tentativa de convencer o celebrante de que a 
colaboração é relevante e útil ao interesse público! 
Além disso, antes de firmar o acordo, os agentes estatais poderão realizar diligências com a 
finalidade de investigar a veracidade das informações preliminares fornecidas pelo colaborador. 
No âmbito de uma investigação de organização criminosa direcionada para a prática do crime de peculato, o 
colaborador Juquinha indica o envolvimento de quatro servidores públicos e relata os horários em que os valores 
eram desviados. 
Tendo por base essas informações, a autoridade policial (celebrante) realiza diligências para investigar o sistema 
de monitoramento do local, restando demonstrado que os servidores delatados efetivamente colocavam os 
valores dos quais tinham a posse no interior de um envelope, subtraindo-o em proveito dos membros da 
organização criminosa. 
As imagens obtidas com o auxílio do colaborador poderão instruir o acordo, de modo a demonstrar ao juiz a 
viabilidade da colaboração. 
 
Por fim, a Lei Anticrime acrescentou o art. 3º-B, que regulamentou ainda mais as tratativas acerca da 
colaboração premiada: 
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com procuração do 
interessado com poderes específicos para iniciar o procedimento de colaboração e suas 
tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte que pretende a colaboração e seu advogado ou 
defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada SEM A PRESENÇA DE 
ADVOGADO CONSTITUÍDO OU DEFENSOR PÚBLICO. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipossuficiente, o celebrante 
deverá solicitar a presença de outro advogado ou a participação de defensor público. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
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§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar TODOS OS FATOS ILÍCITOS 
para os quais concorreu e que tenham RELAÇÃO DIRETA com os fatos 
investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos com os fatos 
adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias, indicando as provas e os 
elementos de corroboração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 Segundo o § 3º, o delator deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais concorreu e que 
tenham relação direta com os fatos investigados. 
Historicamente, muitos delatores acabavam narrando fatos ilícitos sem qualquer relação com o fato 
objeto da investigação, o que prejudicava o andamento da investigação em curso e criava ilações. 
 
Formalidades do acordo de colaboração 
Vamos falar agora a respeito das formalidades do acordo de colaboração premiada? 
O termo de acordo de colaboração deverá ser feito por escrito e conter: 
→ O relato da colaboração e seus possíveis resultados (identificação de 
coautores; crimes cometidos; delitos a praticar etc.). 
Importante mencionar que o prêmio deve ser proporcional à amplitude do resultado! 
Ex: se da colaboração do agente for possível a identificação dos coautores, a revelação da estrutura hierárquica e 
da divisão de tarefas, a prevenção de novas infrações penais e a recuperação total do produto do crime, nada mais 
justo que a concessão do perdão judicial, concorda?! 
 
→ As condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia 
 
→ A declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor 
Para provar a voluntariedade do colaborador. 
 
→ As assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de 
polícia, do colaborador e de seu defensor. 
 
→ Se necessário, as medidas protetivas ao colaborador e à sua família 
 
 
 
 
 
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Confere aí: 
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por escrito e conter: 
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados; 
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia; 
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor; 
IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do 
colaborador e de seu defensor; 
V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário. 
 
Homologação judicial do acordo de colaboração 
Vamos prosseguir! 
Formalizado o acordo, os documentos serão encaminhados ao juiz que, para fins de homologação, deverá 
ouvir em sigilo o colaborador e analisar a regularidade, legalidade, voluntariedade e adequação dos benefícios 
pretendidos e resultados alcançados pela colaboração: 
Art. 4º (...) § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao juiz, para 
análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia da investigação, devendo 
o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu defensor, oportunidade em que 
analisará os seguintes aspectos na homologação: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, 
sendo nulas as cláusulas que violem o critério de definição do regime inicial de cumprimento 
de pena do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras 
de cada um dos regimes previstos no Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei 
de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangidos pelo § 5º deste 
artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
III - adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, 
III, IV e V do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o colaborador 
está ou esteve sob efeito de medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 ATENÇÃO! O Juiz não participa das negociações! 
Como vimos, ele apenas tem poderes para homologar o acordo firmado entre colaborador e o MP (ou com 
o Delegado). 
 
E se os requisitos exigidos se mostrarem ausentes ou insuficientes? 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm
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Quem nos dá a resposta é o § 8º: 
Art. 4º (...) § 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender aos requisitos 
legais, DEVOLVENDO-A ÀS PARTES para as adequações necessárias. (Redação dada pela Lei 
nº 13.964, de 2019). 
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acompanhado pelo seu 
defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia 
responsável pelas investigações. 
 
 
 A depender do caso, O colaborador e o MP poderão readequar a proposta de acordo: podem, por 
exemplo, requerer a redução da pena privativa de liberdade ao invés da concessão do perdão judicial. 
Ou reduzir em um terço e não em dois, a depender dos resultados que a colaboração pretende alcançar. 
Antes da Lei Anticrime, o juiz poderia adequar a proposta de ofício, sem a participação dos envolvidos – 
o que não é mais permitido! 
 
O meu papo com você agora é sobre a nulidade de determinadas cláusulas do acordo! 
Podemos dizer, com segurança, que são nulas as cláusulas: 
 Que violem a definição de regime de cumprimento de pena estabelecida pelo CP e pela 
LEP ou relacionadas aos requisitos de progressão de regime que não estejam abrangidos 
pelo § 5º do art. 4º! 
 
 Que prevejam a renúncia ao direito de impugnar a decisão homologatória do acordo 
Assim, decisão do juiz que homologa o acordo de colaboração PODERÁ SEMPRE SER 
IMPUGNADA por qualquer das partes! 
Art. 4º (...) § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao juiz, para 
análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia da investigação, devendo 
o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu defensor, oportunidade em que 
analisará os seguintes aspectos na homologação: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Proposta de acordo que não 
atender aos requisitos legais
Juiz recusa a sua 
homologação e...
Devolve-a às partes para as 
adequações necessárias 
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II - adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, 
sendo nulas as cláusulas que violem o critério de definição do regime inicial de cumprimento 
de pena do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras 
de cada um dos regimes previstos no Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei 
de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangidos pelo § 5º deste 
artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de impugnar a decisão 
homologatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
Questão para você: 
(VUNESP – PGM de Andradina/SP – 2017 – Adaptada) Nos termos do art. 4° da Lei n° 12.850/13, 
que trata da colaboração premiada, julgue o item abaixo. 
O juiz participará ativamente das negociações realizadas entre as partes para a formalização do 
acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a 
manifesta-ção do Ministério Público ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado 
ou acusado e seu defensor. 
RESOLUÇÃO: 
Juiz participando ativamente das negociações para a formalização do acordo de colaboração?! Pode 
marcar como incorreta, pois sabemos que a atuação do magistrado se restringirá à homologação (ou 
não) ou à adequação do acordo. 
Art. 4º, § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º , o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador 
e de cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, 
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu 
defensor. 
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso 
concreto. 
 
Por fim, o novo § 7º-A reforça que, antes da concessão do benefício pactuado, o magistrado deverá analisar, 
de forma fundamentada, o mérito: 
→ Da denúncia 
→ Do perdão judicial 
→ Das primeiras etapas de aplicação de pena 
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mérito da denúncia, do 
perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena, nos termos do Decreto-Lei nº 
2.848, de

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