Buscar

TCC DE RAFFAEL ATUAL

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
INSTITUTO DE HUMANIDADES
BACHARELADO EM HUMANIDADES
RAFFAEL CARDOSO SILVA	
REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA E A PRODUÇÃO DE TEXTOS: algumas considerações.
Diamantina - MG
2014
RAFFAEL CARDOSO SILVA
REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA E A PRODUÇÃO DE TEXTOS:algumas considerações.
Trabalho Científico apresentado ao curso de Bacharelado em Humanidades da Universidade Federal dos Vales Do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, para obtenção do grau de Bacharel em Humanidades,sob a orientação do professor Dr. Heron Bonadiman.
Diamantina – MG
2014
	RAFFAEL CARDOSO SILVA
REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA E A PRODUÇÃO DE TEXTOS:algumas considerações.
Trabalho Científico apresentado ao Curso de Bacharelado em Humanidades da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, como pré-requisito para obtenção do grau de Bacharel em Humanidades.
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________________________________
Prof.Dr./MSc HERON BONADIMAN (ORIENTADOR)
__________________________________________________________________
Prof.ª. Drª/MSc AMANDA VALIENGO 
Prof.ª. Drª./ MScTHAMAR KALIL DE CAMPOS ALVES
Aprovado em: 24/07/2014
RESUMO
Atualmente nossa sociedade que exclui grande parte da população e que impõe ainda grandes injustiças à maioria das pessoas, esta em um processo de extrema urgência em que a questão da leitura e da escrita seja vista enfaticamente sob o ângulo da luta política a que a compreensão científica do problema traz sua colaboração. Chegando a índices de analfabetismo elevados, crianças mal alfabetizadas,criando um número alarmante de crianças interditadas de ter escolarização. A partir desta problemática o artigo tem com principal objetivo de mostrar a importância de se estar letrado para incorporar na vida desses futuros alunos o quanto é importante a leitura, desde os anos iniciais até a fase universitária, para que posteriormente torne todo o processo de letramento seja um aliado em sua vida escolar e não um desconhecido, assim criando, também aspectos relevantes na obtenção da escrita e da prática da leitura no contexto escolar, objetivando e enfatizando a importância do letramento possibilitando para os futuros alunos uma quantidade ainda maior de conhecimento. Portanto irá apontar a problemática da enfrentada pela falta do processo de letramento e suas consequências no processo de ensino-aprendizagem e seus reflexos nas suas habilidades linguísticas.
Palavras-Chave; leitura, Aprendizado, formar o leitor, conhecimento do aluno, educação.
ABSTRACT
Currently our society that excludes much of the population still imposes great injustice to most people, is in the process of extreme urgency in the matter of reading and writing is strongly seen in the light of the political struggle scientific understanding Their collaboration brings the problem . Coming to illiteracy, ill-literate children, creating an alarming number of children to have interdicted schooling. The from this article is the problem with the main objective to show the importance of being literate to Incorporate in the lives of future students how important it is reading from the early years to university stage, so that afterwards the whole process of rendering an ally literacy Their life in school and not a stranger, Thus creating Also relevant aspects in getting the writing and reading practice in the school context and aiming Emphasizing the Importance of literacy for Allowing prospective students an even greater amount of knowledge. Point the problem of lack of literacy process and its consequences in the teaching-learning process and its impacts student learning.
Key-words:reading, learning, forms the reader, the student's knowledge, education.
	
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................6
A PRODUÇÃO ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR..................................................8
A ESCRITA COMO ERA E COMO A CONHECEMOS HOJE.......................................9
ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS.......................................11
OS OBSTÁCULOS DA ALFABETIZAÇÃO NO CONTEXTO DO LETRAMENTO..13
CONCLUSÃO........................................................................................................................15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................16
 INTRODUÇÃO
Antes que se aprofunde mais neste artigo, teremos que ter a noção sobre o significado de letramento. Sabemos que letramento é mais que alfabetizar na vida do aluno e ensiná-lo a ler e escrever, fortalecendo desse modo a incorporação deste processo na vida cotidiana do aluno, ou seja, onde todo esse processo se torne parte da vida do aluno. Portanto é o resultado do letramento o processo de ensinar a ler e escrever. 
A escola como conhecemos hoje, vem desprovida de projetos para facilitar a vida do aluno, trazendo-o para um ambiente que tenha maior privilegio da leitura. Porém a escola além de apenas ensinar ou acumular conhecimento, é necessário que traga para a vida do aluno e se ensine a raciocinar, desenvolver a criatividade, a imaginação e o mais importante o espírito de criatividade.
O debate sobre a educação infantil tem tomado corpo no Brasil e no mundo. Sendo reconhecida como dever do estado e direito da criança, a educação de 0 a 6 anos não pode mais ser pensada de uma maneira preparatória para o ingresso no ensino fundamental.Esta discussão já está no passado, com o estabelecimento de referencial curricular nacional o ministério da educação e cultura reconhece a importância de subsidiara elaboração de políticas publicas com vistas à melhoria de qualidade e equalização no atendimento desta faixa etária. Educar para Paulo Freire requer coragem e audácia apesar do desrespeito e da desvalorização do trabalho do professor em todos os níveis. 
Portanto:
	
É uma aventura criadora, algo, por mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito (FREIRE, 1988, p.77).
Quando se inicia a vida estudantil, tanto as crianças quanto os adultos, possuem dificuldades em assimilar os conteúdos de ensino da língua portuguesa. Segundo Geraldi(1997,p.20), isto se deve à “noção de processo de ensino como transmissão de conhecimentos lapidados e moldados para que sejam repetidos pelos alunos.”Sendo este um fato preocupante hoje em dia, diversos estudiosos em educação trouxeram à nossa realidade a questão do letramento como um ponto essencial para a vida estudantil de cada indivíduo,sendo um resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura.
Outro ponto importante, segundo Amaral “a leitura e a produção de textos são conteúdos de língua portuguesa e não atividades extra-classe de aula,e que as aulas devem ser distribuídas de forma que garantam a leitura , a escrita e a rescrita de textos”.(2003, p.51-52).
O ensino tradicional de língua portuguesa pode ser caracterizado por feitio predominante normativo e conceitual. Na prática pedagógica,são tomadas como parâmetros para o ensino o uso das próprias gramáticas elaboradas basicamente de três elementos básicos: definição das unidades e elementos, exemplificação e regras de bom uso, exercícios de identificação e aplicação das regras.
Esse modelo se escora na visão da língua como um código fechado e estático (largamente descrito nas teorias da comunicação tão em voga nos anos setenta), e seu princípio norteador pode ser sintetizado no seguinte: se a língua é um código, o ensino da língua deve ter como meta essencial a capacidade de manipularesse código e, assim sendo, o objeto de ensino-aprendizagem são as regras do sistema linguístico.
Outro aspecto importante vem das palavras de um dos grandes pensadores mais notáveis da história da pedagogia, onde influenciou vários outros pensadores a tecerem novas teorias. Segundo (FREIRE, 1989) “a insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica de palavra escrita”.(FREIRE, 1989, p.12)
O Texto escrito propõe que ocorra um trabalho de estruturação e organização textual que faça do texto um todo, onde tudo isso possa ser coerente e coeso, ou seja, uma unidade significativa cuja construção vai sendo tecida aos poucos pela inter-relação através dos mais variados níveis linguísticos da nossa língua, mesmo que esse processo se fortalecerá aos poucos.
Nas séries iniciais do ensino fundamental, a aprendizagem da escrita de textos tem sido feita de forma desarticulada e desordenada da aprendizagem da gramática da língua materna cujo ensino orienta o aluno a realizar exercícios que dão prioridades aos aspectos descritivos dos fatos linguísticos e cuja abrangência não excede o limite da frase. Dessa forma a produção textual acaba por não ser afetada pelos estudos gramaticais realizados pelo aluno, ou seja, o aluno não consegue incorporar todos os conhecimentos adquiridos pelo estudo da gramática. 
Segundo BAGNO, que ninguém se iluda: só a leitura intensa permite conhecer os múltiplos recursos da língua sem decoreba gramatiqueira (BAGNO, 2006).Falando ainda que a leitura estabelece a retirada dos impedimentos educacionais, estabelecendo maiores oportunidades na educação, principalmente através da produção e do desenvolvimento da linguagem. (BAGNO, 2006, p. 113)
Consideradas habilidades linguísticas e cognitivas da maior importância, a compreensão e a produção de textos são temas que há muito interessam teóricos da psicologia do desenvolvimento. Estas habilidades são usualmente investigadas separadamente, sendo raras as pesquisas que examinam as possíveis relações entre produzir e compreender textos em uma mesma amostra de participantes, dessa forma, tentando fazer com que toda a leitura e compreensão se tornem clara e objetiva a todos.
Portanto, só conseguimos isso através de todo um processo de letramento, educação que estimule a colaboração de todos, que dê valor à ajuda mútua, que desenvolva o espírito crítico e a criatividade: uma educação que se torne a base de qualquer educando, unindo a prática e a teoria, com uma política educacional em favor dos interesses da nossa sociedade.
A PRODUÇÃO ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR
Sendo o principal meio de comunicação, a linguagem, é um instrumento de interação sem duvida entre as pessoas desde os primórdios tempos. Pelo qual os interlocutores constituem-se como sujeitos ativos de um processo em que os participantes realizam trocas verbais, constroem sentido e influenciam-se mutuamente. Esse processo de interlocução está marcado pelo contexto sócio-histórico e resulta em um determinado produto, texto, que cumpre uma função de vital importância social e se organiza na linguagem conforme exigências que lhe são de próprio punho.   
Quando se começa a ler,para Paulo Freire,o ato de ler pode ser traduzido como o movimento adaptado a um fim, mesmo de viver, respirar- ação que "não se esgota na decodificação pura da escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo",(FREIRE, 1986, p.11),ou seja, uma coisa momentânea de cada pessoa, como se você estivesse com sono sem que você percebesse e abrisse a boca.
Logicamente, quando a criança inicia o seu aprendizado escolar, já tem internalizada a gramática da língua por sua experiência com a linguagem oral. O plano em que isso ocorre é, no entanto, não de uma forma consciente da criança, se adquirindo de uma maneira adequada a necessidade de cada criança, onde ela utiliza adequadamente dentre de seus conhecimentos linguísticos adquiridos ao longo da aprendizagem da língua materna, porém não consegue operar voluntariamente com eles.
Diferentemente do aprendizado da linguagem oral, o aprendizado da linguagem escrita requer da criança uma dupla abstração: por um lado, ela deve lidar com uma linguagem que prescinde dos aspectos sonoros em sua realização, restringindo-se ao plano das ideias veiculadas pelas palavras e, por outro,deve trabalhar considerando a ausência do interlocutor na situação imediata de sua produção (VYGOTSKY, 1997,p 229-230).
Assim, a prática da produção de textos escritos, efetivada pela escola, ao considerar essa produção como um momento específico da interlocução entre usuários da língua materna, deve levar em conta um processo de escrita referenciado em diferentes tipos de textos, cada qual com sua forma específica de organização e funcionamento, que conduza à paulatina conscientização do aluno a respeito das exigências que caracterizam cada tipo de produção. Toda essa concepção, portanto permite que o aluno apropriar-se dos conhecimentos necessários à realização dessa tarefa.
3.	A ESCRITA COMO ERA E COMO A CONHECEMOS HOJE
Temos que refletir não somente sobre os malefícios e benefícios que as inovações tecnológicas acarretam, mas, particularmente, sobre as mudanças que ocasionam na percepção que se passa a ter da realidade e, no caso especifico do computador, nas modificações entre, que se tem acarretado seja na maneira de pensar, seja na forma de aprender, ou, seja na forma de cada um escrever.
Mas com a entrada dos computadores no mercado, sua crescente popularização decorrente da facilidade de uso, interfaces amigáveis, softwares acessíveis e o barateamento dos equipamentos, aconteceu à verdadeira revolução na escrita, pois estes novos recursos tecnológicos, representados principalmente por editores de textos e hipertextos.Segundo Lévy (1999), “um texto móvel, caleidoscópico, que apresenta suas facetas, gira, dobra-se e desdobra-se à vontade frente ao leitor”,dessa forma,tornando a leitura mais prazerosa e trazendo maiores possibilidades na sua forma de como um leitor vê um texto.Lévy (1999, p.56)
Portanto atenta-se para as facilidades e diferenças em produzir um texto na maquina de escrever manual e fazer copias utilizando o mimeografo e entre a digitação, formatação e impressão de um texto através do computador.
Os processadores de textos (Windows Office Word), por exemplo, tornou mais nítida a vida da escrita em termos de tecnologia, facultando a alguns profissionais, onde era restrito a um pequeno grupo de pessoas, destinadas para uma área técnica, como os tipógrafos e encadernadores.
Certamente, o computador é um instrumento através do qual se pode editar imagem e, na maioria das vezes, suas instruções são fornecidas por ícones, mas é também certo que o computador se constitui, antes de tudo, em um meio alfabético, ou seja, na sua tela aparecem linhas com palavras e para muitos fazerem ouso é necessário ser capaz ao menos, ler e escrever.
Ramal (2002, p. 84) afirma:
Estamos chegando à forma de leitura e de escrita mais próxima do nosso próprio esquema mental: assim como pensamos em hipertexto, sem limites para a imaginação a cada novo sentido dado a uma palavra, também navegamos nas múltiplas vias que o novo texto nos abre, não mais em páginas, mas em dimensões superpostas que se interpenetram e que podemos compor e recompor a cada leitura(RAMAL, p.84).
Atualmente a principal mudança que a escrita tecnológica possibilita hoje, e este é o desafio, é a utilização desta tecnologia para a criação de textos coletivos, ou seja, a ideia de muitos sendo colocada e escrita em um único trabalho. Se antes existiam ideias isoladas escritas por uma única pessoa colocadas em folhas sagradas, impondo sua vontade e pensamentos, agora existe a chance de criar “escritura sagradas” feitas com o coletivo pensante dos grupos de trabalho com o uso da tecnologia de uma forma mais rápida e menos sofrida.
Não será mais alguém expressando suas ideias,massim, suas ideias sendo expressas, trabalhadas até se formarem um conjunto completo fornecido pelo trabalho em conjunto de todos do grupo, dessa forma expressando todas as visões, opiniões e dos consensos gerados das discussões, pois não há alguém impondo sua ideia,mas sim varias opiniões sendo analisadas para gerar a opinião transcendente que expresse o pensamento de todos.
 ALFABETIZAÇÃO, LEITURA EPRODUÇÃO DE TEXTOS
A alfabetização, a leitura e a produção textual têm sido alvo de grandes discussões por parte dos estudiosos da educação, já que há muitos anos se observam algumas dificuldades de aprendizagem e altos índices de reprovação e evasão escolar. Dentre as questões mais focalizadas, destaca-se o ensino da língua materna. A dificuldade, após anos de escola, de o aluno escreve um texto coeso e coerente culminado na insegurança linguística demonstra o fracasso das práticas linguísticas das aulas.
A voz do professor raras vezes é ouvida no coro daqueles que denunciam a situação. Não é de surpreender, pois faz parte do processo de diminuição do professor deixá-lo sem acesso á palavra escrita, seja,como leitor, porque não detém recursos financeiros suficientes para adquirir o que é instrumento para seu trabalho, seja como escritor, porque não é um representante social da elite formadora de opiniões, embora tenha que, representá-la em sala de aula.
A função primordial da escola seria, para grande parte dos educadores, propiciarem aos alunos novas maneiras para que eles possam aprender de uma forma mais clara e objetiva, obtendo mecanismos de apropriação de conhecimentos. Fortalecendo dessa forma aos alunos, a atuarem mais criticamente em seu espaço social. Essa também é a nossa perspectiva de trabalho, pois, uma escola transformadora é a que esta consciente de seu papel político na luta contra as desigualdades sociais e assumem a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e na reivindicação social (SOARES, 1995, p.73)
A linguagem tem como objetivo principal a comunicação sendo socialmente construída e transmitida culturalmente. Portanto, o sentido da palavra começa no contexto, aparecendo no dialogo e altera-se historicamente produzindo formas linguísticas e atos sociais. A transmissão racional e intencional de experiência e pensamento a outros requer um sistema mediador, cujo protótipo, é a fala humana, oriunda da necessidade de intercambio durante o trabalho. (VYGOTSKY,1998,p.07)
	
Signos e palavras constituem para as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. As funções cognitivas e comunicativas da linguagem tornam-se então a base de uma forma nova e superior de atividades nas crianças distinguindo-as dos animais (VIGOSTSKY, 1984). 
A análise das questões sobre a leitura e a escrita esta fundamentalmente ligada à concepção que se tem sobre o que é a linguagem e o que é ensinar e aprender. São essas particularidades e concepções que passam obrigatoriamente, pelos objetivos que atribuem à escola e a escolarização.
.A escola transmite uma concepção de que a escrita é a transcrição da oralidade. Parte-se do principio de que o aprendiz deve unicamente conhecer a estrutura da escrita, sua organização em unidades e seus princípios fundamentais, que incluiriam basicamente alguma das noções sobre a relação entre escrita e oralidades, para que possua os pré-requisitos, aprenda e desenvolva as atividades de leitura e de produção escrita.
Os que se baseiam em uma visão tradicional da leitura e da escrita continuam a ver o aprendizado dessas pratica como o acesso às primeiras letras, que seria acrescido linearmente de reconhecimento das sílabas, palavras e frases, que, em conjunto, formariam os textos, e após o conhecimento dessas unidades, o aluno estaria apto a ler e escrever (Cagliari, 1989, p.48).Portanto, essa seria uma concepção de leitura e de escrita como decifração de signos linguísticos transparentes, e de ensino e aprendizagem como um processo cumulativo.
Já na visão contemporânea a construção dos sentidos, seja pela fala, pela escrita, pela leitura, está diretamente relacionada ás atividades discursivas e às praticas sociais, as quais os sujeitos têm acesso ao longo de seu processo histórico de socialização. “As atividades discursivas podem ser compreendidas como as ações de enunciado que representam o assunto que é objeto de interlocução e orientam a interação. A construção das atividades discursivas se integram no espaço das práticas discursivas”. (MATENCIO, 1994,p.17)
Portanto toda essa evolução histórica da linguagem, a própria estrutura do significado e a sua natureza psicológica transforma diariamente o contexto vivido.A partir das generalizações primitivas,o pensamento verbal eleva-se ao nível dos conceitos mais abstratos.(VYGOTSKY, 1997,p.30).Logo não é simplesmente o conteúdo de uma palavra que se altera, mas o modo pelo qual a realidade é generalizada em uma palavra.O significado dicionarizado de uma palavra nada mais é do que uma pedra no edifício do sentido;não passa de uma potencialidade que realiza de formas diversas na fala(VYGOTSKY,1998,p.156).
OS OBSTÁCULOS DA ALFABETIZAÇÃO NO CONTEXTO DO LETRAMENTO
A alfabetização é uma questão central no debate sobre a educação escolar no mundo, por várias razoes: 1) por causa dos índices elevados de fracasso escolar, 2)atribuição do fracasso escolar ao fracasso do processo de alfabetização, 3) consideração do nível de letramento insuficiente para garantir a continuidade do desenvolvimento sócioeconômico de um país,4) novas transformações tecnológicas e industriais,sociais e culturais em torno da escrita,materializadas na expansão das práticas de leitura e escrita,na ampliação da diversidade de gêneros de textos e de portadores e suportes de textos,ampliando,consequentemente,a circulação da escrita.Essas transformações não ocorrem por vontade individual,mas sim por fatores ligados a aspectos históricos e culturais.
Desse modo pode-se dizer que pessoas que vivem em uma sociedade letrada (estruturada em torno da escrita) estão imersos no mundo da escrita, favorecendo desse modo a introdução do conhecimento de varias maneiras, como, revistas, cartazes, propagandas, livros etc. Mas fazendo sempre o seu bom uso.
O processo de aprendizagem na alfabetização de adultos está envolvida na prática de ler, de interpretar o que lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já têm e de conhecer o que ainda não conhecem, para melhor interpretar o que acontece na nossa realidade. (FREIRE, 2003).
Essas mudanças culturas e sociais em torno da escrita afetam diretamente a escola, que tem, entre outras funções, a de possibilitar a socialização e a formação dos sujeitos inseridos em um determinado contexto sociocultural.
Desse modo, não se pode negar o quanto a demanda social em torno da alfabetização, do ensino da leitura e da escrita hoje, é bastante diferente do que foi há décadas. Torna-se fundamental consideram os diferentes usos e funções sociais da escrita como um facilitador para a prática escolar.
A relação do sujeito com a leitura e escrita varia de acordo com o contexto sociocultural em que estamos inseridos (urbano,rural,periferias das grandes cidades) e com as mudanças e transformações que ocorrem no contexto social mais amplo.Segundo Freire: “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela”. (FREIRE, 1999, p. 20), ou seja, esta não é uma relação neutra, homogênea, desvinculada da realidade na qual estamos inseridos.
Posteriormente, usamos a leitura e a escrita de acordo com nossas necessidades definidas por nós enquanto sujeitos, mas também de acordo com as demandas que o meio social no impõe. Assim, usamos a leitura e a escrita de diferentes formas, em diferentes contextos no trabalho, na família, na escola e em outros espaços como os quais convivemos. (SOARES, 1998)
Como constata Soares (1998), é a partir das mudanças e transformaçõessociais em torno do uso e das funções da escrita na sociedade que surge o conceito de ‘letramento’ para indicar e explicar um fenômeno para além da alfabetização ,como o domínio do código da escrita ,através do processo de codificação e decodificação.
Isto é, surge a necessidade de se fazer o uso adequado às mudanças em torno da leitura e a escrita, praticar socialmente a leitura e a escrita,aprender a encontrar a informação no material escrito e estar disposto e preparado a ter uma crítica ativa diante dele. 
O conceito de letramento começou a ser pensado e elaborado no Brasil recentemente. O termo aparece pela primeira vez na obra da linguista Mary Kato,em meados da década de 80 e a partir daí,tem sido definido de diferentes formas.
Magda Soares (1998) estabelece outra definição para o conceito de letramento. Segundo ela, ”letramento é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter se apropriado da leitura e de sua pratica” (SOARES, 1998,p.39).
Já a primeira definição enfatiza a noção de prática social como base para se pensar o conceito de letramento, enquanto a segunda destaca a dimensão de letramento como o produto dessas práticas sociais da leitura e da escrita, ou seja, a condição e as possibilidades que um grupo ou um indivíduo adquirem através dos usos sociais da leitura e a escrita.
Através deste processo, os interlocutores vão construindo sentidos e novos significados segundo as relações que cada mantém com a língua, com o tema sobre o qual se fala e escreve,ouve ou lê, segundo seus conhecimentos prévios, atitudes e pré-conceitos, segundo as relações que os interlocutores mantêm entre si,segundo o contexto social que ocorre todo o desenvolver deste processo,ou seja,participam do processo de interação que se dá por meio da linguagem.
CONCLUSÃO
A educação atualmente juntamente com a leitura é cada vez mais importante, pois propicia aos alunos um maior conhecimento das mais diversas áreas trazendo para si, uma melhoria na condição social e humana. Buscando facilitar o seu entender, trazendo para si explicações de uma forma mais clara e objetiva.
Quando se busca melhorar e interagir com o mundo através da leitura,está, certamente promovendo o desenvolvimento de novos conhecimentos, facilitando a entrada gradativa da obtenção de melhores resultados, criando um promover social cada vez maior.
Todos os educandos necessitam de conhecimento e reflexão para que possibilitem filtrar o maior numero de informações, onde a cada dia que se passa é sempre prazeroso estar atento ao que você modifica ao seu redor. Se todos nós quisermos ser cidadãos mais justos e críticos, solidários e humanos é este nosso principal papel,de objetivar as pessoas conscientes e mobilizá-las para que possamos discernir,e mudar o meio social em que vivemos . 
Portanto, quando se inicia a vida social do aluno o processo da leitura é essencial para seu desenvolvimento, por isso a leitura e a interpretação fazem com que se possa alcançar a transformação da vida do aluno. Concluindo, percebe-se que no decorrer deste artigo elaborou-se maneiras mais atraentes de leitura, possibilitando dessa forma, a transformação da leitura na vida destes alunos para que sejam mais críticos, objetivos, sociáveis. Todo esse processo irá facilitar a vida futura de todos que estarão em convivência com alguma sociedade, ou seja, todo esse trabalho não ira facilitar apenas um indivíduo, mais sim, uma sociedade. Garantindo dessa forma uma vida com mais qualidade, levando com você, sempre um grande conhecimento literário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL,Nair F.Gurgel do.Linguistica aplicada de língua portuguesa.Apostila do curso de Letras/Portugues da UNIR,2003.
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: O que é. Como se faz. 41ª Ed. São Paulo, Loyola, 2006
CAGLIARI,Luiz Carlos.Alfabetização e Linguistica. São Paulo, Scipione,1989.
FREIRE, Paulo, 1921 – 1997. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam/Paulo Freire. 38. Ed. São Paulo, Cortez, 1999.
FORQUIN,Jean Claude.Escola e Cultura-bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar.Porto Alegre:Artes Médicas, 1993.
GERALDI,J.Wanderley.Escrita, uso da escrita e avaliação.In_(org.)O texto na sala de aula:Leitura & produção.2ed.,Cascavel,Assoeste,1984,p121-125
GERALDI,João Wanderley (org.). Texto na sala de aula.São Paulo:Ática, 1997.
GUIMARAES,Elisa.Articulação do Texto.4ed.São Paulo:Ática,1995.
LÉVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999.
MATENCIO,Maria de Lourdes Meirelles,Leitura,produção de texto e a escola.Autores associados:São Paulo,1994.
RAMAL, A.C.Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SOARES,Magda.Linguagem e escola:uma perspectiva social.13 ed.São Paulo: Àtica, 1995.
SOARES,Magda.Letramento:um tema em três gêneros. Belo Horizonte.Autentica,2002.
VYGOSTSKI, L.C.Gramática e interação:Uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus.São Paulo.Cortez, 1996.
VIGOSTSKI.LievSemiónovittch.A Formação Social da mente.2 ed.São Paulo.Martins Fontes, 1997.

Continue navegando