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ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO SOLO E SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO CORROSIVO DE POSTES METÁLICOS NA UFERSA, CÂMPUS CARAÚBAS RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO 
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO 
CÂMPUS CARAÚBAS 
BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
 
 
 
 
 
ANDERSON NUNES SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO SOLO E SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO 
CORROSIVO DE POSTES METÁLICOS NA UFERSA, CÂMPUS CARAÚBAS-RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARAÚBAS - RN 
2016 
 
 
ANDERSON NUNES SILVA 
 
 
 
 
ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO SOLO E SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO 
CORROSIVO DE POSTES METÁLICOS NA UFERSA, CÂMPUS CARAÚBAS-RN 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao curso de Ciência e Tecnologia da 
Universidade Federal Rural do Semi-Árido 
(UFERSA), Câmpus Caraúbas, como parte dos 
requisitos para obtenção do Título de Bacharel 
em Ciência e Tecnologia. 
Orientador: Prof. Dr. Daniel Freitas Freire 
Martins - UFERSA. 
Co-orientador: Prof. Dr. André Moreira de 
Oliveira – UFERSA. 
 
 
 
 
 
 
CARAÚBAS - RN 
2016 
 
 
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O 
conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível 
de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a 
Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: 
Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de 
defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para 
novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente 
citados e mencionados os seus créditos bibliográficos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi 
desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e 
gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-
UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob 
orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de 
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade. 
 Silva, Anderson Nunes. 
Análise da composição do solo e sua influência no processo 
corrosivo de postes metálicos na UFERSA, CÂMPUS 
CARAÚBAS-RN / Anderson Nunes Silva.- Caraúbas, 2016. 
76 f. : il. 
Orientador: Daniel Freitas Freire Martins.
Coorientador: André Moreira de Oliveira. 
Monografia (Graduação) - Universidade Federal Rural do 
Semi-Árido, Curso de Ciência e Tecnologia, 2016. 
1. Estruturas metálicas. 2. Meio corrosivo. 3. Parâmetros 
físico-químicos. I. Martins , Daniel Freitas Freire , orient. II. 
Oliveira, André Moreira, co-orient. III. Título. 
 
 
ANDERSON NUNES SILVA 
 
 
ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO SOLO E SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO 
CORROSIVO DE POSTES METÁLICOS NA UFERSA, CÂMPUS CARAÚBAS-RN 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao curso de Ciência e Tecnologia da 
Universidade Federal Rural do Semi-Árido 
(UFERSA), Câmpus Caraúbas, como parte dos 
requisitos para obtenção do Título de Bacharel 
em Ciência e Tecnologia. 
 
APROVADO EM: 10/11/2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho com imenso carinho e amor 
aos meus queridos pais, Antônio e Wirlândia, por 
toda batalha enfrentada para proporcionar uma 
educação de qualidade, pelos seus ensinamentos 
morais e pelo amor e cuidado que sempre tiveram 
comigo. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente, agradeço a Deus por ter me concedido saúde e força de vontade para nunca 
desistir e continuar seguindo meu caminho. 
Em segundo, agradeço a minha família de sangue, meu pai, Antônio Agostinho da Silva, 
minha mãe, Wirlândia Nunes dos Reis Silva e minha irmã, Vanessa Nunes Silva que sempre 
me apoiaram e estimularam minhas metas e planos. 
Agradeço a uma família de consideração chamada “Malucos da UFERSA” e outras pessoas 
que conheci na UFERSA, aos quais sem elas acredito que não teria conseguido chegar até 
aqui. Obrigado Alexandre Júnior, Dennys Lacerda, Fredson Gomes, Fernanda Beatriz, 
Hallyson Marques, Joanna Paulla, João Marcos, Luana Ferreira, Marcos Alves, “Paulinha”, 
Túlio Sales e Webert Oliveira. 
Agradeço o apoio dos meus queridos amigos Adriano Soares, Dejair, Fernando Amaral, 
Guilherme Vinicius, Kleber Soares e Odinei Brasil. 
O Grupo de Pesquisa em Química Ambiental e Tecnológica (GPQAT), em especial a 
Anderson Millano, Myrelle Câmara e Layane Érica. 
Agradeço as orientações e ensinamentos acadêmicos e para vida dos meus amigos Daniel 
Freitas e André Moreira. 
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido por ter cedido o laboratório para realização das 
análises físico-químicas do solo. 
Agradeço a todas as pessoas que de forma direta ou indireta contribuíram com essa minha 
jornada. De coração, agradeço a todos! 
A todos vocês, meu gigantesco OBRIGADO! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Sonhos determinam o que você quer. Ação 
 determina o que você conquista”. 
 
Aldo Novak 
 
 
RESUMO 
 
Os metais são amplamente utilizados na construção e montagens de postes e torres, os 
quais, quando expostos ao meio ambiente, estão sujeitos à corrosão. A corrosão pode ser 
definida como um processo de deterioração de materiais metálicos e não metálicos por 
influência de agentes físico-químicos, ligados ou não a esforços mecânicos. Os meios 
corrosivos mais frequentemente considerados são: atmosfera, águas naturais, solo e produtos 
químicos. Comparando a corrosão do solo com os outros tipos de corrosão, esta ainda é um 
assunto menos investigado, dado a complexidade desse meio corrosivo. Sobretudo, as 
propriedades químicas e físicas dos solos mudam constantemente com o tempo, profundidade 
e geralmente estão inter-relacionadas. Desta forma, esse trabalho apresenta um estudo da 
influência da composição físico-química do solo no processo corrosivo da base dos postes 
metálicos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) - Câmpus Caraúbas-RN. 
O procedimento para realização das análises do solo seguiram o Manual de Métodos de 
Análise de Solos da EMBRAPA (2011) e o Standard Methods of APHA (2005). O solo foi 
coletado e analisado durante 9 meses com uma periodização de 30 dias entre uma coleta e 
outra, com profundidade de 0 á 20 centímetros, próximo de 10 postes de liga metálicas do 
câmpus da UFERSA. Para determinação da ação corrosiva do solo, foi feita análise de suas 
variáveis, como: granulometria, teor de umidade, condutividade, pH, matéria orgânica, sais 
solúveis (carbonato, bicarbonato e cloreto), capacidade de bases trocáveis (sódio, potássio, 
cálcio e magnésio), entre outros. Com bases nos resultados obtidos nesse trabalho, pode-se 
verificar que os solos analisados apresentaram valores dos agentes físico-químicos muito 
parecidos, isso é devido a área de estudo que restringe-se apenas ao câmpus, favorecendo a 
proximidade dos pontos de coleta do solo. Os solos foram todos classificados como solos 
arenosos, o teor de umidade geralmente foi baixo, algo que é normal para solos da região do 
semiárido. A condutividade dos solos ficou geralmente na faixa de 0,55 mS/cm, com exceção 
dosolo 9 que possuiu valores próximos de 1mS/cm. Mediante a granulometria, os solos foram 
classificados com valores de resistividade de 10.000 Ω.cm a 20.000 Ω.cm, enquadrando-se 
como solos fracamente corrosivos. O pH dos solos comumente foi bem alcalino, isso ocorreu 
principalmente devido a presença dos teores de sódio, potássio, cálcio e magnésio que os 
solos apresentaram. O teor de matéria orgânica foi baixo, com valores máximos de 4% e para 
profundidade dos solos analisados não foi obtido valores de carbonato, bicarbonato e cloreto. 
Observou-se ainda que os agentes físico-químicos do solo influenciam na corrosão das bases 
dos postes principalmente devido a erros de projetos relacionados a instalação desses. Diante 
disso, sugeriu-se algumas das técnicas que poderiam diminuir a influência do solo no 
processo corrosivo das bases metálicas, como o revestimento dos postes com tinta 
anticorrosiva conhecida por zarcão, evitar que as bases de concreto dos postes sejam 
totalmente soterradas e utilizar arruelas não-metálicas entre as porcas e bases dos postes de 
liga metálica. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Estruturas metálicas; Meio corrosivo; Parâmetros físico-químicos. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Metals are widely used in the construction and assembly of posts and towers, which, 
when exposed to the environment, are subject to corrosion. Corrosion can be defined as a 
process of deterioration of metallic and non-metallic materials by the influence of 
physicochemical agents, whether or not bound to mechanical stresses. The corrosive media 
most often considered are: atmosphere, natural waters, soil and chemicals. Comparing soil 
corrosion with other types of corrosion, this is still a subject less investigated, given the 
complexity of this corrosive medium. Above all, the chemical and physical properties of soils 
constantly change with time, depth and are generally interrelated. In this way, this work 
presents a study of the influence of the physical and chemical composition of the soil in the 
corrosive process of the base of the metal poles of the Federal Rural Semi-Arid University 
(UFERSA) - Câmpus Caraúbas-RN. The procedure for conducting soil analyzes followed 
EMBRAPA's Manual of Methods of Soil Analysis (2011) and Standard Methods of APHA 
(2005). The soil was collected and analyzed for 9 months with a period of 30 days between 
one collection and another, with a depth of 0 to 20 cm, near 10 metal alloy posts on the 
UFERSA campus. In order to determine the corrosive action of the soil, the following 
variables were analyzed: granulometry, moisture content, conductivity, pH, organic matter, 
soluble salts (carbonate, bicarbonate and chloride), exchangeable bases (sodium, potassium, 
calcium And magnesium), among others. Based on the results obtained in this work, it can be 
verified that the analyzed soils presented values of the physicochemical agents very similar, 
this is due to the study area that is restricted only to the campus, favoring the proximity of the 
collection points of the soil . The soils were all classified as sandy soils, the moisture content 
was generally low, which is normal for soils in the semi-arid region. Soil conductivity was 
generally in the range of 0.55 mS / cm, with the exception of soil 9 that had values close to 1 
mS / cm. By means of granulometry, the soils were classified with resistivity values of 10,000 
Ω.cm at 20,000 Ω.cm, and were classified as poorly corrosive soils. Soil pH was generally 
very alkaline, mainly due to the presence of sodium, potassium, calcium and magnesium 
contents. The organic matter content was low, with maximum values of 4% and for the depth 
of the analyzed soils carbonate, bicarbonate and chloride values were not obtained. It was also 
observed that the physical-chemical agents of the soil influence in the corrosion of the bases 
of the poles mainly due to errors of projects related to their installation. Therefore, it was 
suggested some techniques that could reduce the influence of the soil in the corrosive process 
of metallic bases, such as coating the poles with anticorrosive paint known as zarcao, to avoid 
that the concrete bases of the poles are totally buried and to use non- -metal between the nuts 
and bases of the alloy poles. 
 
KEY-WORDS: Metallic structures; Corrosive medium; Physico-chemical parameters. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Ciclo dos metais. ...................................................................................................... 20 
Figura 2: Formas de corrosão. ................................................................................................. 22 
Figura 3: Possibilidades de evitar a corrosão galvânica. ......................................................... 25 
Figura 4: Detalhes para evitar corrosão em partes inferiores de pilares. ................................ 25 
Figura 5: Diagrama triangular utilizado para a classificação textural do solo. ....................... 27 
Figura 6: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Câmpus Caraúbas. ......... 33 
Figura 7: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Câmpus Caraúbas. ......... 33 
Figura 8: UFERSA, Câmpus Caraúbas, com os pontos de coleta dos solos marcados. ......... 36 
Figura 9: Os corpos de prova inseridos no ponto 4 de coleta do solo. .................................... 46 
Figura 10: Teor de umidade das amostras dos solos durante os nove meses de coleta. ......... 49 
Figura 11: Dados pluviométricos da cidade de Apodi-RN nos anos de 2015 e 2016. ............ 50 
Figura 12: Condutividade das amostras dos solos durante os nove meses de coleta. ............. 52 
Figura 13: Potencial hidrogeniônico dos solos durante os nove meses de coleta. .................. 54 
Figura 14: Teor de matéria orgânica nos solos durante os nove meses de coleta. .................. 54 
Figura 15: Valores de cálcio trocável dos solos durante os nove meses de coleta. ................ 55 
Figura 16: Valores de magnésio trocável dos solos durante os nove meses de coleta. ........... 56 
Figura 17: Valores de potássio trocável dos solos durante os nove meses de coleta. ............. 56 
Figura 18: Valores de sódio trocável dos solos durante os nove meses de coleta. ................. 56 
Figura 19: Poste localizado no ponto de coleta 1 do solo. ...................................................... 58 
Figura 20: Poste localizado no ponto de coleta 2 do solo. ...................................................... 59 
Figura 21: Poste localizado no ponto de coleta 3 do solo. ...................................................... 59 
Figura 22: Poste localizado no ponto de coleta 4 do solo. ...................................................... 60 
Figura 23: Poste localizado no ponto de coleta 5 do solo. ...................................................... 61 
Figura 24: Poste localizado no ponto de coleta 6 do solo. ...................................................... 62 
Figura 25: Poste localizado no ponto de coleta 7 do solo. ...................................................... 62 
Figura 26: Poste localizado no ponto de coleta 8 do solo ....................................................... 63 
Figura 27: Poste localizado no ponto de coleta 9 do solo. ...................................................... 63 
Figura 28: Poste localizado no ponto de coleta 10 do solo. .................................................... 64 
Figura 29: Processo corrosivo do corpo-de-prova 1. .............................................................. 66 
Figura 30: Processo corrosivo do corpo-de-prova 2. .............................................................. 67LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Morfologia da corrosão. .......................................................................................... 21 
Tabela 2: Classificação das partículas do solo em função do seu tamanho. ........................... 27 
Tabela 3: Relação entre a resistividade e a corrosividade do solo. ......................................... 29 
Tabela 4: Resistividade de diferentes solos. ............................................................................ 30 
Tabela 5: Valores de pH para corrosão mínima de metais comuns. ....................................... 31 
Tabela 6: Reagentes utilizados nas análises e seus respectivos fabricantes. ........................... 34 
Tabela 7: Equipamentos utilizados nas análises. ..................................................................... 35 
Tabela 8: Tempo de sedimentação da fração argila para 5 cm de profundidade de acordo com 
a temperatura. ........................................................................................................................... 45 
Tabela 9: Classificação textural dos solos coletados na UFERSA, Câmpus Caraúbas. ......... 48 
Tabela 10: Perda de massa dos parafusos................................................................................ 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE 
 
Tabela A1: Teores de umidade nos solos. ............................................................................... 74 
Tabela A2: Condutividade nos solos. ...................................................................................... 74 
Tabela A3: Potencial hidrogeniônico nos solos. ..................................................................... 74 
Tabela A4: Matéria orgânica nos solos. .................................................................................. 75 
Tabela A5: Cálcio trocável nos solos. ..................................................................................... 75 
Tabela A6: Magnésio trocável nos solos. ................................................................................ 75 
Tabela A7: Potássio trocável nos solos. .................................................................................. 76 
Tabela A8: Sódio trocável nos solos. ...................................................................................... 76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15 
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17 
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 17 
1.1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 17 
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 18 
2.1. CORROSÃO DOS MATERIAIS METÁLICOS............................................................... 18 
2.1.1 Metais .............................................................................................................................. 18 
2.1.2 Corrosão ......................................................................................................................... 18 
2.1.2.1 Impactos do processo corrosivo ................................................................................... 19 
2.1.2.2 Morfologia da corrosão ................................................................................................ 20 
2.1.2.3 Meios Corrosivos .......................................................................................................... 22 
2.1.2.4 Métodos para combater a corrosão ............................................................................... 23 
2.2 O SOLO NO PROCESSO CORROSIVO ........................................................................... 25 
2.2.1 Natureza do solo ............................................................................................................ 25 
2.2.2 Propriedades físico-químicas ........................................................................................ 26 
2.2.2.1 Textura .......................................................................................................................... 27 
2.2.2.2 Teor de umidade ........................................................................................................... 28 
2.2.2.3 Condutividade e resistividade ....................................................................................... 28 
2.2.2.4 pH ................................................................................................................................. 30 
2.2.3 Avaliação do processo corrosivo do solo por corpos-de-prova.................................. 31 
2.3 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................... 31 
2.3.1 Localização da UFERSA ............................................................................................... 31 
2.3.2 Aspectos fisiográficos .................................................................................................... 32 
2.3.3 Estrutura física .............................................................................................................. 32 
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 34 
3.1 MATERIAIS ....................................................................................................................... 34 
3.1.1 Reagentes ........................................................................................................................ 34 
3.1.2 Vidrarias e utilitários .................................................................................................... 34 
3.1.3 Equipamentos ................................................................................................................ 35 
3.2 MÉTODOS ......................................................................................................................... 35 
3.2.1 Coleta do Solo ................................................................................................................ 35 
3.2.2 Preparo das amostras .................................................................................................... 36 
3.2.3 Umidade .......................................................................................................................... 37 
 
 
3.2.4 Condutividade ................................................................................................................ 38 
3.2.5 pH .................................................................................................................................... 38 
3.2.6 Matéria Orgânica .......................................................................................................... 38 
3.2.7 Sais Solúveis ................................................................................................................... 39 
3.2.7.1 Carbonato ..................................................................................................................... 40 
3.2.7.2 Bicarbonato ................................................................................................................... 40 
3.2.7.3 Cloreto ..........................................................................................................................41 
3.2.8 Cálcio e Magnésio trocável ........................................................................................... 41 
3.2.9 Sódio e Potássio trocável ............................................................................................... 42 
3.2.10 Análise Granulométrica .............................................................................................. 43 
3.2.11 Corpos-de-prova .......................................................................................................... 45 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 47 
4.1 ANÁLISES FÍSICAS ......................................................................................................... 47 
4.1.1 Classificação textural dos solos .................................................................................... 47 
4.1.2 Umidade .......................................................................................................................... 48 
4.1.3 Condutividade e Resistividade elétrica ........................................................................ 51 
4.2 ANÁLISES QUÍMICAS .................................................................................................... 53 
4.2.1 Cloreto, Carbonato e Bicarbonato ............................................................................... 53 
4.2.2 pH, Matéria Orgânica, Cálcio, Magnésio, Sódio e Potássio ...................................... 53 
4.3 CORROSÃO NA BASE DOS POSTES ............................................................................. 57 
4.4 CORROSÃO NOS CORPOS-DE-PROVA ........................................................................ 64 
4.4.1 PERDA DE MASSA ...................................................................................................... 68 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 69 
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 70 
APÊNDICE ............................................................................................................................. 74 
 
 
 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Dentre os materiais mais utilizados na construção e montagens de postes e torres, os 
metais se destacam devido sua resistência mecânica, maleabilidade e por apresentarem, em 
alguns casos, melhor custo-benefício quando comparados a outros materiais. Entretanto, 
quando expostos ao meio ambiente, os metais ficam sujeitos à corrosão. 
Segundo Gentil (2011), num aspecto muito difundido e aceito universalmente, pode-se 
definir corrosão como a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química 
ou eletroquímica do meio ambiente, aliado ou não a esforços mecânicos. A deterioração 
causada pela interação físico-química entre o material e o seu meio operacional representa 
alterações prejudiciais indesejáveis, sofridas pelo material, tais como desgaste, variações 
químicas ou modificações estruturais, tornando-o inadequado para o uso. 
Para Duarte (2003), os meios corrosivos mais frequentemente considerados são: 
atmosfera, águas naturais, solo e produtos químicos. Comparando a corrosão do solo com os 
outros tipos de corrosão, esta ainda é um assunto menos investigado, dado a complexidade 
desse meio corrosivo. Sobretudo, as propriedades químicas e físicas dos solos mudam 
constantemente com o tempo, profundidade e geralmente estão inter-relacionadas. 
Segundo Loureiro (2005), o solo é normalmente considerado como uma mistura de 
compostos minerais e orgânicos, formados pela ação de agentes físicos, químicos e 
biológicos. Com isso, para determinação da ação corrosiva do solo, deve ser feita a análise de 
suas variáveis, como: composição granulométrica, teor de umidade, condutividade, 
resistividade, pH, matéria orgânica, sais solúveis, capacidade de bases trocáveis, entre outros. 
Além disso, deve-se estabelecer relações desses agentes e suas mudanças de característica ao 
longo de determinados períodos de tempo. 
Hung Kiang et al. (2003) ainda diz que a grande quantidade de variáveis faz com que 
o solo seja considerado um meio corrosivo complexo, tornando difícil determinar-se com 
exatidão sua ação agressiva sobre os diversos materiais metálicos que nele podem ser 
enterrados. Portanto, a importância relativa de cada variável muda conforme o material 
considerado, tornando difícil senão impossível uma classificação universal para a corrosão. 
Desde a fundação da National Association Corrosion Engineering (NACE), em 1948, 
o entendimento do conceito de corrosividade do solo obteve avanços. Atualmente, devido à 
preocupação com o meio ambiente, torna-se de vital importância o estudo para melhor 
compreensão da atuação do solo como um agente corrosivo e, consequentemente, definição 
16 
 
dos tipos mais adequados de proteção das estruturas em contato com esse meio, evitando 
perdas diretas e indiretas (FERREIRA, 2005). 
Comumente, têm ocorrido perdas nos sistemas de transmissão e distribuição de 
energia elétrica, tubulações e reservatórios. A corrosão nesses empreendimentos tem resultado 
prejuízos socioeconômicos decorrentes de reposições de peças, paradas de processo, acidentes 
e contaminação ambiental. 
A corrosão nos sistemas de energia, postes e torres, tem sido em grande escala devido 
à maioria dos componentes utilizados serem metálicos, e tem sofrido problemas como 
deflexão, tombamento, paralizações e acidentes. Além de tudo, geralmente, esse sistema está 
inserido em dois meios corrosivos, o solo e atmosfera, unido a agentes como, por exemplo, o 
vento. 
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Câmpus Caraúbas-RN, possui postes de 
liga metálica distribuídos ao longo da universidade os quais se encontram em meio aos 
agentes corrosivos, solo e atmosfera. Nesses postes de iluminação, um dos problemas 
verificados é a corrosão, a qual contribui para possíveis riscos de tombamento, ligado, 
sobretudo, a corrosão nas suas bases de sustentação e parafusos que estão em contato direto 
com solo. 
Diante disso, ao se fazer o estudo da influência do solo no processo corrosivo será 
proporcionado uma série de benefícios, uma vez que é possível remediar e prevenir a 
deterioração destes materiais. Além de tudo, serão utilizadas menores quantidades de matéria-
prima para reposição de peças deterioradas, o que diminui a retirada de minérios para 
produção de ligas metálicas, a redução de gastos para universidade e, ainda, contribui para a 
prevenção de possíveis acidentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
Realizar um estudo sobre a influência da composição físico-química do solo no 
processo corrosivo da base dos postes metálicos da UFERSA - Câmpus Caraúbas-RN. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
a) Determinar granulometria, umidade, condutividade, pH, matéria orgânica, teores 
de cloreto, carbonato, bicarbonato, sódio, potássio, cálcio e magnésio do solo do 
câmpus Caraúbas; 
b) Identificar quais variáveis analisadas no solo da UFERSA - Câmpus Caraúbas 
apresentam maior agressividade ao material metálico; 
c) Observar qualitativamente e quantitativamente o processo corrosivo; 
d) Propor possíveis técnicas de prevenção do processo corrosivo nos postes 
metálicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1. CORROSÃO DOS MATERIAIS METÁLICOS 
 
2.1.1 Metais 
 
Os materiais estão intimamente ligados à existência e evolução da espécie humana. 
Desdeo inicio da civilização, os materiais e a energia são usados com objetivo de melhorar o 
nível de vida do ser humano. Dentre os materiais que contribuíram para essa evolução 
destacam-se os metais (LOUREIRO, 2002). 
Os metais possuem características únicas que os diferenciam das demais substâncias, 
eles são sólidos à temperatura ambiente (25°C), com exceção do mercúrio encontrado no 
estado líquido, possuem brilho típico, ductilidade, condutibilidade e ponto de fusão elevado. 
A estrutura atômica dos metais é cristalina e se constitui por cátions do metal envolvidos por 
uma nuvem de elétrons (FOGAÇA, 2016). 
Os metais puros, geralmente, não apresentam todas as propriedades e especificidades 
necessárias para serem aplicados nas mais diversas áreas da sociedade. Nesse contexto, 
surgiram as ligas metálicas, possuindo em sua composição dois ou mais elementos metálicos, 
melhorando as propriedades elétricas, térmicas, magnéticas, mecânicas ou anticorrosivas dos 
metais (BAUER, 1997). 
Diante dessas propriedades que possibilitaram uma melhor resistência mecânica, 
facilidade para montagem e manutenção da estrutura em campo, as ligas metálicas são 
utilizados na construção das mais diversas estruturas, sobretudo, torres, postes e pontes. 
Porém, esses elementos quando expostos ao meio ambiente estão sujeitos a um fenômeno 
comum na natureza conhecido por corrosão (AMARAL et al., 2008). 
 
2.1.2 Corrosão 
 
A corrosão é um processo geralmente espontâneo que conduz à destruição parcial ou 
total de um material, podendo o material ser um metal, um cerâmico, um condutor, 
semicondutor ou mesmo um polímero. A destruição desses materiais é consequência dos 
processos corrosivos que são, comumente, reações químicas e eletroquímicas que se passam 
na superfície do metal (DIAS, 2010). 
19 
 
Desta forma, o sistema corrosivo é composto de reações unidas que ocorrem na 
interface entre o metal e o agente em contato. Uma reação é a de redução, cuja espécies 
químicas do ambiente ganham elétrons do metal, a outra reação é a de oxidação, cujo os 
átomos da superfície do metal perdem elétrons. Essa troca de elétrons entre as duas reações 
constitui uma corrente elétrica na superfície metálica (LOUREIRO, 2005). 
Os fenômenos descritos são representados pela equação iônica geral de oxidação dos 
metais (Equação 1), e no meio neutro, a redução do oxigênio e/ou da água na ausência de 
oxigênio são representadas pela (Equação 2) e (Equação 3), respectivamente. 
 
𝑀 → 𝑀𝑛+ + 𝑛𝑒− (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1) 
 
𝑂2 + 2𝐻2𝑂 + 4𝑒
− → 4𝑂𝐻− (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2) 
 
2𝐻2𝑂 + 2𝑒
− → 2𝑂𝐻− + 𝐻2 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3) 
 
Nobrega et al. (2003) afirma que para o processo corrosivo ocorrer, deve-se existir: 
 Um ânodo e um cátodo; 
 Uma diferença de potencial elétrico entre o ânodo e o cátodo; 
 Existência de um caminho metálico conectando eletricamente o ânodo e o cátodo; 
 O ânodo e o cátodo devem estar imersos num eletrólito eletricamente condutivo. 
Com isso, se as condições anteriores estiverem presentes, uma célula de corrosão é 
criada, uma corrente elétrica fluirá, e o metal será consumido no ânodo. Se uma dessas quatro 
condições for removida, a corrosão é interrompida. 
 
2.1.2.1 Impactos do processo corrosivo 
 
Segundo Oliveira (2012), estima-se que em torno de 20% da produção industrial 
mundial de aços são destinados à reposição de materiais que sofrem corrosão. No Brasil, a 
estimativa é que de 60% da produção interna de aço, dois terços se transformam em sucata e 
um terço e destruído pela corrosão. 
Um fator relacionado a esse quadro é que a maioria dos metais é encontrado na 
natureza na forma de compostos estáveis, óxidos, sulfetos, silicatos e outros. Durante o 
processo de extração e refino (Metalurgia), é adicionada uma determinada quantidade de 
20 
 
energia aos minérios para extrair o metal ou metais neles contidos. No processo corrosivo, 
uma energia análoga possibilita o aparecimento de forças capazes de reverter o metal à sua 
forma primitiva de composto mais estável (Figura 1). Nesse processo, a corrosão seria o 
inverso do processo metalúrgico (NOBREGA et al., 2003). 
Figura 1: Ciclo dos metais. 
 
Fonte: O autor (2016). 
 
Os setores que mais tem sofrido com essa problemática da corrosão são as indústrias 
químicas, petrolíferas, de comunicação e sistemas de energia e água. Problemas como custos 
de substituição de peças, custos dos processos de proteção das estruturas e a mão de obra para 
realização dessas atividades tem se destacado, sendo consideradas perdas diretas. Além de 
tudo, outro problema de destaque são as perdas indiretas como paralizações, diminuição da 
eficiência das estruturas e contaminação ambiental (GENTIL, 2011). 
 
2.1.2.2 Morfologia da corrosão 
 
Para Gentil (2011), a corrosão pode ocorrer de diferentes formas e o conhecimento das 
mesmas é muito importante para o estudo do processo corrosivo. A obtenção de informações 
a cerca das formas de corrosão podem auxiliar na identificação dos agentes e mecanismos 
causadores do processo corrosivo, ver (Tabela 1) e (Figura 2). 
As formas de corrosão atingem o material de forma localizada ou generalizada. No 
caso de uma corrosão generalizada, a velocidade de corrosão é aproximadamente igual em 
toda a superfície, para isso ocorrer é necessário um elevado grau de homogeneidade do 
21 
 
ambiente que rodeia o metal. No caso de uma corrosão localizada, o material é mais 
deteriorado em zonas especificas e vai avançando em profundidade. Para isso ocorrer o metal 
tem que estar em um ambiente mais heterogêneo (DIAS, 2010). 
 
Tabela 1: Morfologia da corrosão. 
 
Uniforme 
A corrosão se processa em toda a extensão da superfície, 
ocorrendo perda uniforme da espessura. 
 
Em placas 
A corrosão se localiza em regiões da superfície metálica e não em 
toda sua extensão, formando escavações em placas. 
 
Alveolar 
A corrosão ocorre com sulcos ou escavações na superfície do 
metal em forma de alvéolos. 
 
Puntiforme 
A corrosão atua com pequenos pontos em áreas localizadas da 
superfície do metal, produzindo os chamados pites. 
 
Intergranular 
A corrosão ocorre entre os grãos da rede cristalina do metal, 
ocorrendo fraturas. 
Intragranular ou 
Transgranular 
A corrosão ocorre nos grãos da rede cristalina do metal, 
ocorrendo fraturas. 
 
Filiforme 
A corrosão acontece sob a forma de pequenos filamentos, não 
profundos. 
 
Esfoliação 
A corrosão ocorre em diferentes camadas do material, 
provocando inchaços na superfície. 
 
Grafítica 
A corrosão ocorre no ferro fundido cinzento e o ferro metálico é 
convertido em produtos de corrosão, restando o grafite intacto. 
 
Dezincificação 
A corrosão ocorre em latões, observando-se o aparecimento de 
regiões com coloração avermelhada. 
Empolamento pelo 
hidrogênio 
O hidrogênio se difunde rapidamente em regiões com 
descontinuidades, exerce pressão e origina a formação de bolhas. 
Em torno do cordão 
de solda 
Ocorre em torno de cordões de solda de aços inoxidáveis não-
estabilizados ou com teores de carbono maior que 0,03%. 
Fonte: Adaptado de Gentil (2011). 
 
22 
 
Figura 2: Formas de corrosão. 
 
Fonte: http://elietetratamentodemetais007.blogspot.com.br/2013/01/blog-post_6590.html 
 
 
2.1.2.3 Meios Corrosivos 
 
Uma das grandes variáveis do processode corrosão encontra-se nos meios reativos das 
águas naturais, atmosfera, solo, dejetos industriais e nos produtos químicos. A corrosão 
depende fundamentalmente das condições desses meios (OLIVEIRA, 2012). 
A corrosão ligada às águas naturais vai depender das substâncias contidas nas mesmas. 
Essas substâncias podem ser matéria orgânica, gases, bactérias, algas e sólidos em suspensão, 
que somados ao pH, podem acelerar, inibir ou diminuir a taxa de corrosão (OLIVEIRA, 
2012). 
23 
 
A atmosfera pode contribuir no avanço ou inibição do processo corrosivo mediante a 
presença de agentes como umidade relativa, substâncias poluentes (particulados e gases) e 
temperatura (GENTIL, 2011). 
O solo como meio corrosivo influência na corrosão por diversas variáveis 
evidenciadas, como: granulometria, aeração, teor de umidade, pH, potencial redox, 
microrganismos, heterogeneidade, sais dissolvidos, acidez, resistividade, entre outros. 
Comparando a corrosão do solo com a corrosão atmosférica e de outros meios, verifica-se sua 
maior complexidade, principalmente por existir a necessidade de estabelecer relações desses 
agentes e suas mudanças de característica ao longo de determinados períodos de tempo e 
profundidade (NOBREGA et al., 2003). 
Nesses meios, os mecanismos básicos da corrosão nos metais podem ser classificados 
em dois tipos: o químico e eletroquímico. O mecanismo químico é o que envolve as reações 
químicas diretas na superfície do material sem a geração de fluxo de elétrons. O mecanismo 
eletroquímico consiste em um processo espontâneo, podendo ocorrer quando o metal está em 
contato com um eletrólito, onde ocorrem, simultaneamente, as reações anódicas (oxidação) e 
catódicas (redução), causando o surgimento de uma corrente elétrica e, como resultado final, a 
deterioração do metal (MAINIER, 2007; FRAUCHES, 2014; FOGAÇA, 2016). 
Além de tudo, os fatores mecânicos existentes no meio podem aumentar o desgaste do 
material e favorecer ainda mais o processo corrosivo. Nesse contexto, destacam-se a fricção, 
que ocorre geralmente pelo atrito de duas superfícies metálicas, a erosão, que consiste na 
deterioração do material pela ação abrasiva de fluidos em movimento, a fadiga, resultante de 
ações combinadas de tensões cíclicas, a cavitação, bolhas de gás ou vapor projetando forças 
poderosas na superfície metálica removendo a camada de passivação e desta forma 
potencializando a corrosão, e tensão fraturante, que consiste na propagação de trincas devido 
a uma tensão aplicada (GENTIL, 2011). 
 
2.1.2.4 Métodos para combater a corrosão 
 
A resistência à corrosão de um metal pode ser melhorada, ampliada ou até mesmo 
obtida no seu mais elevado grau, utilizando técnicas ou métodos de proteção anticorrosiva. 
Algumas das técnicas mais utilizadas nos metais são revestimentos, proteção catódica por 
anodos de sacrifício e modificações no projeto (FRAUCHES, 2014). 
24 
 
Os revestimentos constituem-se em películas inseridas entre o metal e o meio 
corrosivo, proporcionando resistência à corrosão do material metálico, podendo ser metálicos, 
não metálicos inorgânicos e não metálicos orgânicos (GENTIL, 2011). 
 Nos revestimentos metálicos, um metal mais resistente à corrosão em forma líquida é 
aplicado sobre a superfície limpa e rugosa de outro metal. Nesse processo, destaca-se a 
aluminização e galvanização. O custo deste tratamento é alto, pois requer exigências especiais 
no preparo e limpeza da superfície (PANNONI, 2007). 
Os revestimentos não metálicos inorgânicos, constituídos de compostos inorgânicos, 
são depositados diretamente na superfície metálica ou formados sobre essa superfície. Os 
mais usados são vidros, porcelanas, cimentos e óxidos (FRAUCHES, 2014). 
Já os revestimentos não metálicos orgânicos, como as tintas e polímeros, representam 
o método de controle da corrosão mais utilizado. A pintura como técnica de proteção 
apresenta muitas vantagens como facilidade de aplicação, manutenção, custo-benefício, além 
de proporcionar finalidade estética, impermeabilização, sinalização e outros. Além disso, a 
combinação das tintas com revestimentos metálicos têm aumentado a importância deste tipo 
de proteção anticorrosiva. Entre as tintas anticorrosivas mais usadas estão as que possuem 
pigmentação com zinco, como o zarcão, pois conferem passivação ou inibição anódica do 
metal (VERGES, 2005; GENTIL, 2011). 
A proteção catódica por anodos de sacrifício é muito utilizada por ser de fácil 
aplicação e eficiência. Nela, um fluxo de corrente elétrica fornecida origina-se da diferença de 
potencial existente entre um metal a ser protegido e outro escolhido como ânodo, que deve 
apresentar potencial de redução mais negativo. Na prática, verifica-se que há um fluxo de 
corrente através do meio (eletrólito) e do metal, ocorrendo à saída dos cátions do ânodo para 
solução e para o cátodo ao mesmo tempo. Os metais de sacrifício mais usados para proteção 
do aço são o magnésio e o zinco (GALVÃO, 2008). 
Outra forma de proteger os metais da corrosão consiste na instalação adequada do 
material no meio e evitar alguns erros simples que facilitem o processo corrosivo. Algumas 
medidas úteis que podem ser consideras são, usar sempre soldas bem acabadas e contínuas, 
evitar contato direto de materiais de diferentes potenciais, ver (Figura 3), evitar cantos vivos 
onde películas protetoras de tintas possam romper-se mais facilmente, estabelecer bases de 
concreto entre o material e o solo, observar (Figura 4), entre outras medidas (GENTIL, 2011). 
25 
 
Figura 3: Possibilidades de evitar a corrosão galvânica. 
 
Fonte: GENTIL (2011). 
 
Figura 4: Detalhes para evitar corrosão em partes inferiores de pilares. 
 
Fonte: GENTIL (2011). 
 
2.2 O SOLO NO PROCESSO CORROSIVO 
 
2.2.1 Natureza do solo 
 
O solo é normalmente considerado como a camada superior da crosta terrestre, 
assegurando várias funções essenciais de caráter ambiental, social e econômico, necessárias à 
26 
 
vida. É visto ainda como a interface entre a geosfera, atmosfera e a hidrosfera (LOUREIRO, 
2005). 
Além disso, o solo é uma coleção de corpos naturais constituídos por partes sólidas, 
líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, que são formados por materiais minerais e 
orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do 
planeta (EMBRAPA, 1999). 
Segundo Loureiro (2005), as três fases do solo: sólida, formada pelos minerais e pela 
matéria orgânica; a líquida, solução do solo; e a gasosa, ar do solo, apresentam certas 
características. 
A fase sólida ocupa a maior parte do volume total do solo, possui na sua composição 
minerais provenientes da decomposição da rocha-mãe por agentes como o intemperismo, e 
possui matéria orgânica, em constante processo de mineralização e humificação. A fase 
líquida encontra-se nos espaços vazios da fase sólida, denominados de poros do solo e 
constitui-se de 15 a 35% do volume total do solo. Na fase líquida encontram-se os nutrientes 
na forma iônica ou complexada. A fase gasosa, como no caso da fase líquida, encontra-se nos 
poros da fase sólida. Normalmente a concentração de CO2(g) no solo é superior à do CO2(g) 
atmosférico, devido entre outros fatores, à atividade de microrganismos e raízes que 
consomem O2(g) e liberam CO2(g)
 
no sistema parcialmente fechado dos poros do solo 
(VARENNES, 2003; LOUREIRO, 2005). 
 
2.2.2 Propriedades físico-químicas 
 
 Para se determinar a ação corrosiva dos solos é necessário verificar-se inicialmente a 
natureza do mesmo, isto é, as características físicas (textura, umidade, condutividade e 
resistividade), químicas (pH, matéria orgânica, sais solúveis, capacidadede bases trocáveis 
entre outros) e biológicas (tipos de bactérias aeróbias ou anaeróbias) e, posteriormente, as 
condições operacionais da estrutura em contato com o solo. Desta forma, a ação corrosiva 
pode estar ligada a uma dessas variáveis, mas normalmente ocorre a combinação das mesmas 
(GENTIL, 2011). 
 
 
 
27 
 
2.2.2.1 Textura 
 
 A textura do solo apresenta uma grande variabilidade espacial e pequena variação 
temporal, não sendo alterada, considerando curtos espaços de tempo, pois é inerente ao solo. 
A textura é uma das características mais estáveis do solo e a maioria das propriedades 
morfológicas, físicas e químicas estão relacionadas com estas (BUSKE, 2013). 
A textura do solo é estudada através da composição granulométrica, as quais as 
principais partículas presentes no solo são: argila, silte, areia e pedregulhos. Sua classificação 
se dá em função do diâmetro das partículas, observar (Tabela 2) e (Figura 5) (LEPSCH, 
2002). 
Tabela 2: Classificação das partículas do solo em função do seu tamanho. 
FRAÇÃO DIÂMETRO MÉDIO (mm) 
Pedregulhos De 20 a 2 
Areia De 2 a 0,05 
Silte 0,05 a 0,002 
Argila < 0,002 
Fonte: Adaptado de LEPSCH (2002). 
 
Figura 5: Diagrama triangular utilizado para a classificação textural do solo. 
 
 
Fonte: LEPSCH (2002). 
28 
 
Os solos argilosos possuem partículas finas, de baixa permeabilidade, e por isso, existe 
a tendência de retenção de umidade que normalmente favorece a corrosão do metal. A 
quantidade de umidade presente no solo é diretamente proporcional à superfície disponível, e, 
portanto, ao tamanho da partícula (LOUREIRO, 2005; CHARRET, 2010). 
Por outro lado, os grandes vazios de solos grossos, solos com maiores quantidades de 
pedregulhos e areais, permitem rápida penetração de ar e alta permeabilidade de água, 
ocasionando pouca retenção de água, o que gera baixa condutividade. A extensão da aeração 
do solo é inversamente proporcional à quantidade de umidade presente nos poros (HUDAK, 
1999; OGUZIE et al., 2004; LOUREIRO, 2005). 
 
2.2.2.2 Teor de umidade 
 
 A umidade do solo está relacionada à presença de água no mesmo. Os materiais 
metálicos em contato com a água tendem a sofrer corrosão, dependendo das impurezas que 
estão presentes na mesma. A quantidade de água nos poros do solo faz com que o ar presente 
entre os mesmo decresça, essa água desce pelo solo dissolvendo e carregando materiais 
dissolvidos (FERREIRA, 2005). 
 A umidade no solo está relacionada principalmente ao indicie pluviométrico, pois o 
aumento das chuvas contribui para o aumento a umidade nos solos, causando solubilização de 
poluentes da atmosfera e de outros agentes que possam ser trazidos pelo fluxo de água. Um 
fator a ser considerado é a quantidade de chuva e composição granulométrica do solo, pois o 
excesso de chuva e a porosidade dos mesmos podem causar a lixiviação, arrastando os sais 
para as partes mais profundas do mesmo e, consequentemente, diminuir a agressividade do 
solo (GENTIL, 2011). 
 Outro fator que interfere no teor de umidade do solo é a umidade relativa do ar. Nas 
regiões onde a umidade relativa do ar é elevada, o solo consegue manter-se úmido por mais 
tempo, pois será menor a evaporação de água que o solo possui. Porém, nas regiões que 
possuem ventos intensos, ocorrerá uma evaporação maior, proporcionando assim solos menos 
corrosivos (FERREIRA, 2005). 
 
2.2.2.3 Condutividade e resistividade 
 
A condutividade do solo está relacionada com a quantidade de sais existentes no 
mesmo, podendo verificar-se a condução da corrente elétrica. Quanto maior a condução da 
29 
 
corrente elétrica maior é o fluxo de elétrons e, consequentemente, mais intenso é o processo 
corrosivo (DIAS, 2010). 
As principais linhas de estudo referentes aos fatores que influenciam na condutividade 
elétrica do solo estão concentradas em propriedades como salinidade, teor de água, textura e a 
capacidade de bases trocáveis (MOLIN, 2011). 
A condutividade em solos com baixo teor de umidade ocorre através da área de 
contato entre partículas, pois não há quantidade suficiente de água em poros interconectados 
e, nesse caso, a estrutura do solo é um fator relevante. Por outro lado, em solos com teor de 
umidade alto, próximo à saturação do material, a condutividade elétrica ocorre mais 
facilmente pelos sais dissolvidos na fase líquida do solo (SILVA, 2007). 
Outro fator relevante é que o aumento da condutividade do solo pode ocorrer mesmo 
na ausência de chuvas, porque alguns minerais tem a propriedade de absorverem água, 
também conhecida como propriedade higroscópica (TRABANELLI et al., 1972). 
Além de tudo, é interessante observar a relação da resistividade e condutividade dos 
solos. Uma baixa resistividade atribui ao solo um carácter mais agressivo e, uma vez que as 
duas grandezas apresentam comportamento inverso, o solo com um caráter mais agressivo 
apresenta uma alta condutividade (DIAS, 2010). 
A baixa resistividade do solo indica que há abundância de corrente fluindo entre as 
áreas anódicas e catódicas na superfície do metal, enquanto que solos de alta resistividade as 
suprimem (LOUREIRO, 2005). 
Nóbrega et al. (2003) estabelece níveis de agressividade do solo em função da sua 
resistividade elétrica. Um alto nível de agressividade corresponde a um valor de até 10.000 Ω 
cm, um nível médio está na faixa entre 10.000 e 50.000 Ω cm e um baixo nível refere-se a 
valores acima de 50.000 Ω cm. Acredita-se, entretanto, que só podem ser considerados não 
agressivos os solos com resistividade superior a 200.000 Ω cm, ver (Tabela 3). 
Tabela 3: Relação entre a resistividade e a corrosividade do solo. 
Faixa de resistividade do solo (ohm.cm) Corrosividade do solo 
< 500 Severamente corrosivo 
500 – 1.000 Muito severa 
1.000 - 3.000 Corrosivo 
3.000 - 10.000 Moderadamente corrosivo 
10.000 - 25.000 Fracamente corrosivo 
> 25.000 Relativamente menos corrosivo 
Fonte: ROBINSON (1993). 
 
30 
 
A resistividade dos solos pode ser determinada relacionando-a ao tipo de formação 
geológica do ambiente, ou seja, pode ser determinada pela predominância da granulometria 
dos solos (Tabela 4) (OSELLA E FAVETTO, 2000). 
 
Tabela 4: Resistividade de diferentes solos. 
Tipo de solo Resistividade / Ω.cm 
Argila (úmida com sais) < 1000 
Argila (seca) < 2000 
Pântano, húmus, lama 2000-10000 
Silte >10000 
Areia <20000 
Fonte: OSELLA E FAVETTO (2000). 
 
2.2.2.4 pH 
 
Diversos fatores exercem influência sobre a acidez e, portanto, sobre o pH do solo. 
Dentre os mais importantes destacam-se: tipo dos coloides do solo (argila coloidal ou húmus 
coloidal), proporção água-solo, sais solúveis e dióxido de carbono no solo (LUCHESE et al., 
2002). 
O pH decresce, ou a acidez de um solo aumenta, tanto quanto mais elevada for a 
valência dos cátions presentes no mesmo, o que se deve a maior energia de adsorção desses 
cátions pelos coloides de argila. O pH pode variar de acordo com o teor de água presente no 
solo, sendo possível observar uma diminuição do pH à medida que a umidade dos mesmos 
diminui. Uma explicação é que a diminuição do teor de água no solo torna maior a 
concentração de íons H
+
 
solubilizados, íons estes provenientes da capa iônica da argila 
(LOUREIRO, 2005). 
Outro fator está relacionado à matéria orgânica presente no solo que pode contribuir 
na diminuição do valor do pH, devido à decomposição dos materiais, por microrganismos, 
tendendo a formar ácidos húmicos e fúlvicos (GENTIL,2011). 
O solo que possui pH inferior a 5,0, geralmente, contribui com uma corrosão severa e 
uma rápida deterioração de materiais de construção como aço, ferrofundido e revestimentos 
de zinco. Enquanto que, solos com pH de 6,5 a 7,5 são os solos mais comuns e geralmente 
classificam-se como neutro. Solos com pH acima de 8, alcalinos ou calcários, contêm altas 
concentrações de sais dissolvidos, os solos alcalinos têm elevados teores de sódio e potássio, 
enquanto que os solos calcários possuem cálcio e magnésio, resultando numa baixa 
resistividade, ver (Tabela 5) (ROBINSON 1993; ROBERGE, 1999; LOUREIRO, 2005). 
31 
 
 
Tabela 5: Valores de pH para corrosão mínima de metais comuns. 
Metal 
pH para mínima 
corrosão 
Al 6,7 
Cu 9,7 
Fe 11,5 
Mg > 14,0 
Pb 9,1 
Zn 9,8 
Fonte: BRADFORD (2002). 
 
2.2.3 Avaliação do processo corrosivo do solo por corpos-de-prova 
 
 Uma das maneiras de avaliar o processo corrosivo do solo consiste em utilizar corpo-
de-prova para determinação da perda de massa e avaliação das características visuais da 
corrosão. Esse teste fornece valores objetivos e é favorável para o estudo profundo da 
agressividade do solo para casos de corrosão generalizada (TRABANELLI et al., 1972). 
Esse método de avaliação da corrosão é simples e muito utilizado. Resulta na 
introdução de chapas de materiais similares aos que se deseja avaliar em regiões cuja 
corrosividade é similar ou igual do sistema. Geralmente os corpos-de-prova são submetidos a 
duas análises: a primeira é qualitativa, uma análise visual, busca caracterizar o tipo de 
corrosão (morfologia) e a segunda, de caráter quantitativo, que permite a determinação da 
taxa de corrosão por medição da perda de massa, a qual seria a diferença entre a massa antes 
da sua instalação e após a sua remoção (LOUREIRO, 2005). 
 
2.3 ÁREA DE ESTUDO 
 
2.3.1 Localização da UFERSA 
 
A Universidade Feral Rural do Semi-Árido, câmpus Caraúbas, encontra-se localizada 
no estado do Rio Grande do Norte, região nordeste do Brasil, pertencente ao município de 
Caraúbas, cuja cidade está na mesorregião do Oeste Potiguar e microrregião da Chapada do 
Apodi, sua distância da capital do estado, Natal, é de 260 km. Possui uma área de 1.095 km², 
altitude de 144 m, latitude de 5º46’35,48’’S e longitude 37º34’01,18’’O (IBGE, 2016). 
32 
 
2.3.2 Aspectos fisiográficos 
 
O clima de Caraúbas é muito quente e semiárido, com a estação chuvosa atrasando-se 
para o outono, possuindo dois períodos distintos: um com chuvas, denominado inverno, com 
duração de 4 meses, e outro de estiagem, nos oito meses restantes. O período de chuva, 
geralmente, situa-se entre os meses de fevereiro e maio, sendo os meses de março e abril os de 
maior precipitação e os demais secos. Com uma precipitação anual média de 658,6 mm e 
temperaturas que variam entre 21 °C e 36 °C, com uma média de 27,7 °C (GURGEL, 2014, 
apud BELTRÃO, 2005). 
 
2.3.3 Estrutura física 
 
A UFERSA, câmpus Caraúbas, atualmente, contempla-se na sua infraestrutura com 
doze edificações construídas e duas em construção. As edificações finalizadas são: uma 
biblioteca, três blocos de salas de aula, dois blocos de salas dos professores, dois blocos de 
laboratório, um centro de convivência, um bloco do setor administrativo, um setor de 
transportes e um de almoxarifado e patrimônio, ver (Figura 6) e (Figura 7). Em construção 
tem-se o restaurante universitário e a residência universitária. A universidade possui 104 
postes de ligas metálicas em contato direto com o solo espalhados por todo o câmpus. 
 
33 
 
Figura 6: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Câmpus Caraúbas. 
 
 
Fonte: O autor (2016). 
 
 
Figura 7: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Câmpus Caraúbas. 
 
Fonte: O autor (2016). 
34 
 
3 METODOLOGIA 
 
Nesta seção, será abordada a metodologia da pesquisa, podendo ser observado os 
materiais e métodos, bem como, os procedimentos para coleta das amostras dos solos, as 
análises físico-químicas e os corpos-de-prova. 
 
3.1 MATERIAIS 
 
3.1.1 Reagentes 
 
Os reagentes utilizados foram de grau analítico e estão listados na (Tabela 6). Todas 
as soluções foram preparadas com água destilada ou deionizada. 
 
Tabela 6: Reagentes utilizados nas análises e seus respectivos fabricantes. 
Item Reagente Fabricante 
1 Ácido clorídrico CRQ 
2 Ácido sulfúrico NEON 
3 Alaranjado de metila VETEC 
4 Calcon QHEMIS 
5 Cloreto de amónio DINÂMICA 
6 Cromato de potássio VETEC 
7 EDTA ALPHATEC 
8 Fenolftaleína VETEC 
9 Hidróxido de amónio ALPHATEC 
10 Hidróxido de potássio ALPHATEC 
11 Solução padrão de 146,9 µs/cm MS TECNOPON 
12 Solução padrão de pH 4,00 REASOL 
13 Solução padrão de pH 7,00 REASOL 
14 Negro de eriocromo T VETEC 
15 Nitrato de prata VETEC 
Fonte: O autor (2016). 
 
 
3.1.2 Vidrarias e utilitários 
 
As vidrarias e utilitário utilizados nesse trabalho foram itens comuns de laboratórios 
de química analítica e de solos, como: bastão de vidro, balão volumétrico, béquer, bureta, 
cadinho de porcelana, caixa de isopor, dessecador, erlenmeyer, espátula de aço inoxidável, 
35 
 
funil de buckner, kitasato, papel filtro, peneiras, pipetas volumétricas e graduadas, proveta, 
rolo de madeira, sacos plásticos, trado holandês, entre outros. 
 
3.1.3 Equipamentos 
 
Todos os equipamentos utilizados nas análises estão listados na (Tabela 7), seguidos 
pela marca e modelo respectivamente. 
Tabela 7: Equipamentos utilizados nas análises. 
Item Equipamentos Marca/Modelo 
1 Agitadores Magnéticos QUIMIS/Q261M23 
2 Balança Analítica Marte/AW220 
3 Bomba de Vácuo New Pump/NOF-650 
4 Condutivímetro MS TECNOPON/Mca 150 
5 Estufa com circulação forçada de ar SOLAB/SL-102 
6 Forno Tipo Mufla NOVUS/N1200 
7 Fotômetro de chama TECNOW/7000 
8 pHmetro de bancada PHMETER/ JK-PHM-005 
Fonte: O autor (2016). 
 
3.2 MÉTODOS 
 
Os métodos de análises das propriedades físicas e químicas do solo e o processo de 
coleta das amostras foram realizadas de acordo com o Manual de Métodos de Análise de 
Solos da EMBRAPA (2011) e Standard Methods of APHA (2005). 
 
3.2.1 Coleta do Solo 
 
As amostras de solo foram coletadas em 10 pontos, sempre próximo da base dos 
postes de iluminação. Para a escolha dos pontos, levou-se em consideração a maior 
abrangência do território do câmpus para uma melhor representatividade. 
O ponto 1 de coleta foi próximo da entrada do câmpus, o ponto 2 de coleta foi atrás do 
bloco administrativo, o ponto 3 de coleta foi em frente ao bloco II de aula no lado esquerdo, o 
ponto 4 de coleta foi em frente ao bloco II de aula no lado direito, o ponto 5 de coleta foi atrás 
do bloco I dos professores no lado esquerdo, o ponto 6 de coleta foi atrás do bloco I dos 
professores no lado direito, o ponto 7 de coleta foi em frente do bloco I dos professores no 
lado direito, o ponto 8 de coleta foi em frente do bloco I dos professores no lado esquerdo, o 
36 
 
ponto 9 de coleta foi atrás do bloco I de laboratório e o ponto 10 de coleta foi entre o centro 
de convivência e o restaurante universitário, observar (Figura 8). 
Figura 8: UFERSA, Câmpus Caraúbas, com os pontos de coleta dos solos marcados. 
 
Fonte: Adaptada de PEIXOTO (2015). 
 
A coleta do solo foi realizada, periodicamente, a cada 30 dias, durante 9 meses, sendo 
seu início no dia 2 de junho de 2015 e o término no dia 2 de fevereiro de 2016. As amostras 
foram coletadas pelo procedimento de sondagem a trado, utilizando o trado holandês, com 
profundidade de 0 à 20 cm, armazenada em sacos plásticos e identificadas. Posteriormente, as 
mesmas foram encaminhadas, dentro de um isopor, para o laboratório de química da 
Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Câmpus Caraúbas, para tratamentoe posterior 
análise. 
 
3.2.2 Preparo das amostras 
 
 O preparo das amostras dos solos foi necessário para a realização de todas as análises 
físico-químicas desse trabalho, com exceção apenas da umidade atual. Este procedimento 
resultou no que se conhece como “Terra Fina Seca ao Ar” (TFSA), o qual foi realizado como 
descrito a seguir: 
37 
 
a) As amostras identificadas foram colocadas em bandejas e deixadas para secar em local 
ventilado e arejado; 
b) Depois de secas, foram destorroadas manualmente e com auxilio de um rolo de 
madeira, sendo o solo destorroado de maneira a desfazer os torrões maiores e com 
cuidado para não quebrar pedras ou concreções; 
c) Por último, os solos foram peneirados utilizando uma peneira com malha de 2 mm, 
descartando-se a parte retida na peneira. Com isso, a TSFA foi transferida para um 
recipiente apropriado e identificado para posterior análise. 
 
3.2.3 Umidade 
 
A umidade é a determinação do teor de água presente na amostra do solo, transportada 
em embalagem impermeável e vedada. Este foi o primeiro procedimento realizado após a 
chegada das amostras de solo ao laboratório. O procedimento realizado está descrito a seguir e 
foi feito sempre em triplicata: 
 
a) Foram colocados 50,0 gramas das amostras dos 10 pontos, em béqueres numerados e 
previamente pesados; 
b) Após pesado, transferiu-se os béqueres para a estufa a 105ºC, deixando nesta condição 
durante 24 horas; 
c) Em seguida, foram retirados da estufa, colocados no dessecador, esperado esfriar até 
temperatura ambiente e pesados novamente; 
d) Por fim, foi calculada a variação do peso inicial e final para determinação da umidade 
utilizando a (Equação 4). 
 
 Umidade (W%) =
100(a − b)
𝑏
 (Equação 4) 
 
a = peso da amostra úmida (g) 
b = peso da amostra seca (g) 
38 
 
3.2.4 Condutividade 
 
A condutividade consiste na medição do potencial eletronicamente, por meio de 
eletrodo combinado imerso em suspensão solo e líquido. O procedimento realizado está 
descrito a seguir e foi feito sempre em triplicata: 
 
a) Depositou-se 10 cm³ de solo em copo plástico de 50 ml previamente numerado; 
b) Adicionou-se 25 mL de água destilada com auxílio de uma proveta; 
c) Homogeneizou-se a suspensão solo e líquido com um bastão de vidro, e deixou-se em 
repouso por 1 hora; 
d) Por último, foi calibrado o condutivímetro e seu eletrodo mergulhado na suspensão em 
repouso, verificando assim a leitura da condutividade. 
 
3.2.5 pH 
 
A medição do pH na suspensão solo e líquido foi realizada utilizando um 
potenciômetro com eletrodo combinado (pHmetro). O procedimento realizado está descrito a 
seguir e foi feito sempre em triplicata: 
 
a) Depositou-se 10 cm³ de solo em copo plástico de 50 ml previamente numerado; 
b) Adicionou-se 25 mL de água destilada com auxílio de uma proveta; 
c) Homogeneizou-se a suspensão solo e líquido com um bastão de vidro, e deixou-se em 
repouso por 1 hora; 
d) Por fim, homogeneizou-se novamente e mergulhou-se o eletrodo na suspensão, 
obtendo a leitura do pH. 
 
3.2.6 Matéria Orgânica 
 
Este parâmetro consiste na incineração do solo utilizando uma mufla elétrica, para 
posteriormente ser calculado o teor de matéria orgânica no solo através de diferenças de 
massa. O procedimento realizado está descrito a seguir e foi feito sempre em triplicata: 
 
a) Colocou-se 5,0 g de solo em cadinho de porcelana numerado e previamente pesado em 
balança analítica; 
39 
 
b) Levou-se os cadinhos de porcelana para mufla a 500 °C por três horas; 
c) Terminado o tempo, retirou-se os cadinhos e colocou-se em dessecador até atingir a 
temperatura ambiente; 
d) Por último, pesou-se novamente e, através da (Equação 5), calculou-se o valor da 
porcentagem de matéria orgânica presente nas amostras. 
 
 Matéria Orgânica (MO%) =
100(a − b)
𝑏
 (Equação 5) 
 
a = peso da amostra antes de incinerar (g) 
b = peso da amostra depois de incinerada (g) 
 
3.2.7 Sais Solúveis 
 
 É necessário preparar o extrato de saturação da água destilada com o solo para 
realização das análises de carbonato, bicarbonato e cloreto. O procedimento realizado está 
descrito a seguir: 
a) Pesou-se 100g de solo e colocou-se em bécher de 400 ml; 
b) Adicionou-se água contida em proveta de 50 mL, em quantidade inicial de 25 mL para 
solos arenosos e 50 mL para os demais; 
c) Amassou-se a amostra com espátula de aço inoxidável e continuou-se a adição de 
água, pouco a pouco, com bureta de 50mL. Foi dado por concluído essa operação 
quando a massa do solo apresentou aspecto brilhante ou espelhante, ou quando uma 
pequena quantidade de água adicionada já não era mais absorvida pela massa do solo; 
d) Posteriormente, deixou-se a amostra em repouso por 8 horas; 
e) Transferiu-se a pasta saturada para um funil de buckner contendo papel de filtro e 
conectado a um kitasato de 500mL. Aplicou-se a sucção com a bomba de vácuo e 
filtrou-se o extrato; 
f) Por último, transferiu-se o extrato para depósito de plástico com tampa previamente 
identificado. 
 
 
 
40 
 
3.2.7.1 Carbonato 
 
A determinação da quantidade de carbonato no solo é feita por titulação volumétrica 
utilizando H2SO4 previamente padronizado, em presença da fenolftaleína como indicador. O 
procedimento realizado está descrito a seguir e foi feito sempre em triplicata: 
 
a) Pipetou-se 25 mL do extrato de saturação e colocou-se em erlenmeyer de 125 mL; 
b) Adicionou-se 3 gotas de fenolftaleína e titulou-se com solução de H2SO4 0,025 N até 
mudança de coloração de rosa para incolor; 
c) Anotou-se o volume gasto de H2SO4 0,025 N; 
d) Por último, calculou-se o valor de carbonato no solo utilizando a (Equação 6). 
 
 CO3
2− (cmol/L) =
mL de ácido gastos x 5 
25mL
 (Equação 6) 
 
Observação: Caso o extrato não apresente coloração rosa com a fenolftaleína, o valor de CO3
2-
 
é nulo. 
 
3.2.7.2 Bicarbonato 
 
A determinação da quantidade de bicarbonato no solo é feita por titulação volumétrica 
utilizando H2SO4 previamente padronizado. Neste procedimento o ácido é adicionado no 
extrato após determinação do teor de carbonato na presença de alaranjado de metila como 
indicador. O procedimento realizado está descrito a seguir e foi feito sempre em triplicata: 
 
a) Após a titulação dos carbonatos, adicionou-se 3 gotas do indicador alaranjado de 
metila ao extrato e continuou-se a adição do ácido sulfúrico 0,025 N contido na bureta, 
até viragem da cor rósea para alaranjada; 
b) Por último, calculou-se o valor de bicarbonato no extrato do solo utilizando a 
(Equação 7). 
HCO3
- (cmol/L) = ( a − b x 2 ) x 5c (Equação 7) 
 
a = mL de ácido gastos 
 
b = mL gastos com fenolftaleína 
c = mL da alíquota de extrato = cmol /L de HCO3
-
 no extrato 
41 
 
3.2.7.3 Cloreto 
 
A determinação da quantidade de cloreto no extrato é feita por titulação volumétrica 
utilizando AgNO3 previamente padronizado em presença de K2CrO4 como indicador. O 
procedimento realizado está descrito a seguir e foi feito sempre em triplicata: 
 
a) Pipetou-se 25 mL do extrato de saturação em erlenmeyer de 125mL; 
b) Adicionou-se 5 gotas de cromato de potássio e agitou-se o erlenmeyer; 
c) Titulou-se com solução de AgNO3 0,05 N até a formação de um precipitado de 
coloração vermelha persistente; 
d) Por último, calculou-seo valor de cloreto no extrato do solo utilizando a (Equação 8). 
 
 Cl− (cmol/L) = (a − b) x 5c (Equação 8) 
 
 a = mL de AgNO3 gastos 
 b = mL na prova em branco 
 c = mL da alíquota 
 
3.2.8 Cálcio e Magnésio trocável 
 
Para a determinação do teor de cálcio e magnésio trocável nas amostras de solo é 
necessário preparar um extrato utilizando KCl 1,0 mol L
-1
. O procedimento realizado está 
descrito a seguir: 
 
a) Colocou-se 10 cm3 de solo em erlenmeyer de 250 mL e adicionou-se 100 mL de 
solução de KCl 1,0 mol L
-1
; 
b) Agitou-se por 5 minutos com agitadores magnéticos; 
c) Depois da agitação, foram desfeitos os montículos que se formam na parte central do 
fundo do erlenmeyer; 
d) Posteriormente, deixou-se o extrato em repouso por 8 horas. 
 
Após a obtenção do extrato, utilizou-se o mesmo para a quantificação do teor de cálcio 
e magnésio por titulação complexométrica em presença do indicador Negro de Eriocromo T. 
O procedimento realizado está descrito a seguir e foi feito sempre em triplicata: 
42 
 
a) Transferiu-se 25 mL do extrato para um erlenmeyer de 250 mL; 
b) Adicionou-se 4 mL da solução tampão e uma pitada do indicador negro de eriocromo 
T e titulou-se, imediatamente, com a solução de EDTA 0,0125 mol L-1, até viragem 
da cor rósea para azul puro ou esverdeada (com esta titulação é possível determinar 
conjuntamente Ca
2+
 e Mg
2+
); 
c) Anotou-se o volume de EDTA gasto e calculou-se o teor dos elementos utilizando a 
(Equação 9). 
 
 Ca2+ + Mg2+ (cmolc/kg) = mL EDTA (Equação 9) 
 
Observação, preparo da solução tampão: 
Solução tampão pH 10: Dissolver 64g de NH4Cl em água destilada, adicionar 570 
mL de NH4OH concentrado, e diluir para 1 litro com água destilada. 
 
O teor de cálcio trocável no extrato obtido foi determinado por titulação 
complexométrica na presença do indicador calcon. O procedimento realizado está descrito a 
seguir e foi feito sempre em triplicata: 
 
a) Transferiu-se 25 mL do extrato para um erlenmeyer de 250 mL, 2,0 mL de KOH a 
10% e uma pitada de Calcon. Titulou-se com solução de EDTA 0,0125 mol L
-1
 até 
viragem da cor rósea para azul; 
b) Anotou-se o volume de EDTA gasto, e calculou-se o teor de cálcio trocável utilizando 
a (Equação 10); 
 
Ca2+ (cmolc/kg) = mL EDTA (Equação 10) 
 
O teor de magnésio trocável é determinado pela diferença entre os valores de 
(Ca
2+
+Mg
2+
) e Ca
2+
. 
 
3.2.9 Sódio e Potássio trocável 
 
A determinação do teor de sódio e potássio trocável no solo é feito por fotometria de 
chama. No entanto, inicialmente, é necessário realizar um processo de extração utilizando 
uma solução de Mehlich 1. O procedimento realizado está descrito a seguir: 
43 
 
a) Colocou-se 10 cm³ de TFSA em erlenmeyer de 125 mL; 
b) Adicionou-se 100 mL de solução extratora mista - Solução de Mehlich 1; 
c) Posteriormente, agitou-se o extrato com agitadores magnéticos por 5 minutos; 
d) Deixou-se o extrato em repouso por 8 horas; 
e) Retirou-se a solução sobrenadante dos erlenmeyes e colocou-se em recipientes 
numerados; 
f) Calibrou-se o fotômetro de chama utilizando soluções padrão de sódio e potássio; 
g) Por último, mediu-se o sódio e potássio no fotômetro de chama (medição feita sempre 
em triplicata) 
 
Observação: No caso da leitura ultrapassar o limite de detecção do aparelho, procedeu-se às 
diluições necessárias. 
 
Observação, preparo da solução de Mehlich 1: 
 
Solução de Mehlich 1: HCl 0,05 N + H2SO4 0,025 N – colocou-se em balão 
volumétrico de 1 litro contendo 500 mL de água destilada, 4 mL de HCl P.A. (d= 1.19) e 0,7 
mL de H2SO4 P.A. (d = 1,84). Por último, completou-se o volume com água destilada até 
aferir o menisco. 
 
3.2.10 Análise Granulométrica 
 
A determinação da granulometria baseia-se na velocidade de queda das partículas que 
compõem o solo. Fixa-se o tempo para o deslocamento vertical na suspensão do solo com 
água, após a adição de um dispersante químico. Pipeta-se um volume da suspensão, para 
determinação da argila que seca em estufa é pesada. As frações grosseiras (areia fina e grossa) 
são separadas por tamisação, secas em estufa e pesadas para obtenção dos respectivos 
percentuais. O silte corresponde ao complemento dos percentuais para 100%. É obtido por 
diferença das outras frações em relação à amostra original. O procedimento realizado está 
descrito a seguir e foi feito em triplicata: 
 
a) Dispersão 
 Em cada amostra pipetou-se 20 mL do dispersante hexametafosfato; 
 Agitou-se por 15 minutos no agitador elétrico. 
44 
 
b) Separação das frações de areia 
 Areia Total: 
- Passou-se a amostra pela peneira de malha 0.053 mm. A amostra que passou através da 
peneira foi armazenada em proveta de 1000 mL, para continuar o processo da 
granulometria para argila e silte. 
- Lavou-se a areia retida na peneira com bastante água destilada; 
- Passou-se a areia retida na peneira para uma placa de petri devidamente numerada; 
- Colocou-se a areia para secar em estufa a 105ºC; 
- Depois foi retirado da estufa e colocado pra esfriar no dissecador; 
- Em seguida pesou-se e anotou-se o valor da areia total. 
 Areia Grossa: 
- Após o termino do processo da areia total, passou-se a amostra pela peneira de malha 
de 0.212 mm; 
- Pesou-se o conteúdo de areia (grossa) retida na peneira e anotou-se o valor. 
 Areia Fina: 
- Obteve-se o valor da areia fina por diferença de peso entre areia total e areia grossa. 
c) Determinação da Argila 
 Após ter colocado a amostra na proveta de 1000mL, completou-se com água destilada 
o volume da proveta para 1000 mL; 
 Foi feito uma prova em branco: adicionando em proveta de 1000 mL, 20 mL do 
dispersante e completou-se com água destilada até 1000 mL; 
 Mediu-se a temperatura da prova em branco e anotou-se o valor da temperatura; 
 Agitou-se cada amostra 40 vezes com bastão de madeira, anotando a hora na bancada 
no final da agitação; 
 Conferiu-se na (Tabela 8) o tempo necessário para queda de 5 cm de partículas de 
20μm; 
 Introduziu-se pipeta de 20 mL na proveta até uma profundidade de 5 cm, pipetou-se 
20mL de cada amostra, incluindo a prova em branco; 
 Transferiu-se para béquer de 50 mL; 
 Colocou-se para secar em estufa a 105º C; 
 Retirou-se da estufa e colocou-se pra esfriar em dessecador; 
 Em seguida pesou-se e anotou-se o valor do béquer mais a argila; 
 Lavou-se o béquer e colocou-se para secar em estufa a 105ºC; 
45 
 
 Retirou-se o béquer da estufa e colocou-se pra esfriar em dessecador; 
 Em seguida pesou-se o béquer vazio e anotou-se o valor. 
d) Determinação do silte 
 O silte foi determinado pela diferença entre argila e areia. 
 
Tabela 8: Tempo de sedimentação da fração argila para 5 cm de profundidade de acordo com 
a temperatura. 
 
Temperatura 
ºC 
Tempo Temperatura 
ºC 
Tempo 
10 5 h 11’ 23 3h 43’ 
11 5 h 03’ 24 3h 38’ 
12 4 h 55’ 25 3 h 33’ 
13 4 h 47’ 26 3 h 28’ 
14 4 h 39’ 27 3 h 24’ 
15 4 h 33’ 28 3 h 19’ 
16 4 h 26’ 29 3 h 15’ 
17 4 h 20’ 30 3 h 10’ 
18 4 h 12’ 31 3 h 07’ 
19 4 h 06’ 32 3 h 03’ 
20 4 h 00’ 33 2 h 58’ 
21 3 h 54’ 34 2 h 55’ 
22 3 h 48’ 35 2 h 52’ 
Fonte: Donagema et al. (2011). 
 
3.2.11 Corpos-de-prova 
 
Foram feitos 2 corpos-de-prova, chapas de aço, simulando as bases dos postes a fim de 
verificar o processo corrosivo em placas inicialmente não corroídas e em condições especiais 
como

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