Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 1 TECNOLOGIA DO CONCRETO I 1. PROPRIEDADES GERAIS DO CONCRETO FRESCO · É essencial que a consistência da mistura seja tal que o concreto possa ser transportado, lançado, adensado e acabado com suficiente facilidade e sem segregação. 1.1. QUALIDADE DA ÁGUA DE AMASSAMENTO · As impurezas contidas na água podem influenciar negativamente a resistência do concreto ou causar manchas na superfície, ou ainda provocar corrosão das armaduras. · A água não deve conter matérias orgânicas (carbonatos e bicarbonato de sódio, cloreto de cálcio, bicarbonato de cálcio e magnésio, sais de ferro) nem substâncias inorgânicas em teores excessivos. · Impurezas: lodo, óleos, graxas, sais, ácidos, etc. · Água do mar : tendem a causar umidade permanente e eflorescências na superfície do concreto, e principalmente nos concretos armados podem provocar corrosão das armaduras 1.2. TRABALHABILIDADE · É uma propriedade física intrínseca do concreto. Determina a facilidade de aplicação e a resistência à segregação. · É uma propriedade relativa, pois um mesmo concreto pode ser trabalhável sob determinadas condições e não sê-lo sob outras. UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 2 · O concreto deve ter uma trabalhabilidade que possibilite adensamento até uma compacidade máxima, pois a presença de vazios diminui muito a resistência. 1.2.1. Fatores que afetam a trabalhabilidade : · QUANTIDADE RELATIVA DE PASTA E AGREGADOS – para uma dada pasta (fator a/c constante), o decréscimo da quantidade de pasta em relação à do agregado enrijece a mistura. · PLASTICIDADE DA PASTA - a plasticidade depende da relação entre as quantidades de água e de cimento, se a quantidade de água for muito alta a mistura perde coesão. · GRANULOMETRIA DOS AGREGADOS – influencia a plasticidade ; quanto ais fino o agregado maior é a demanda de água para envolver os seus grãos. · FORMA DOS AGREGADOS – influencia a plasticidade do concreto devido ao atrito entre os grãos dos agregados. Os de forma arredondada (seixo rolado) conduzem a uma plasticidade maior do que a obtida com os de forma angulosa (pedra britada). · TEMPERATURA – o concreto fresco perde trabalhabilidade com o aumento da temperatura do meio ambiente. · TEMPO – com o tempo parte da água de amassamento é absorvida e outra parte evapora-se, resultando no enrijecimento da mistura. 1.3. CONSISTÊNCIA · Definição do American Concrete Institute “ a mobilidade relativa ou capacidade de fluir do concreto ou da argamassa”, essa característica é medida pelo abatimento. UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 3 · O ensaio de abatimento do tronco de cone (slump test) esta descrito na NBR 7223. É um ensaio simples, cuja aparelhagem consiste de um molde metálico em forma de tronco de cone, denominado “Cone de Abrams”, com diâmetros de 10 e 20 cm e altura de 30 cm, no interior é colocado o concreto em três camadas de volumes iguais e adensadas cada uma com 25 golpes executados com uma barra metálica de 16mm de diâmetro e 60 cm de comprimento. Em seguida levanta-se o molde lentamente e determina-se o abatimento sofrido pela massa de concreto. Abatimento Figura 1 – Ensaio do abatimento do tronco de cone · No caso dos concretos secos, a consistência pode ser medida através do ensaio “VeBe” ( idealizado por V. Bahrner) , que consiste de uma mesa vibratória e um cilindro de 24cm de diâmetro e 20cm de altura fixado sobre a mesa. O concreto é moldado dentro do cilindro com o mesmo molde usado no ensaio de abatimento de tronco de cone. Em seguida um disco de vidro ou plástico é colocado sobre o concreto, a mesa vibratória é ligada medindo-se o tempo em segundos para o concreto passar da forma cônica para cilíndrica . O índice de trabalhabilidade é dado pela seguinte expressão: V1 = volume do tronco de cone 1 2 V V tI = UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 4 V2 = volume do cilindro t = tempo em segundos para remoldagem · Além destes métodos ainda existem os seguintes ensaios : “Fator de adensamento”, “Remoldagem”, “Espalhamento” , “Bola de Kelly”, “K de Nasser”. Tabela 1 – Consistência, meios de compactação e tipos de obras Consistência Meios de Compactação e Tipos de Obra Índice VB (seg) Abatimento (cm) Terra úmida Vibração potente. Pré- moldados 30-20 - Muito seca Vibração enérgica. Estruturas de Concreto Armado e Protendido 20-10 - Seca Vibração enérgica. Estruturas de Concreto Armado e Protendido 10-05 0-2 Rija Vibração normal. Estruturas correntes 5-0 2-5 Plástica Vibração manual. Estruturas correntes 5-12 Mole Vibração manual. Estruturas sem grande importância - 12-20 Fluida Concreto inadequado - >20 UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 5 1.4. SEGREGAÇÃO · Entende-se como a separação dos constituintes da mistura, impedindo a obtenção de um concreto com características uniformes. · Observa-se a segregação quando os grãos maiores tendem a separar-se dos demais, quer pela sua deposição no fundo da forma, quer quando se deslocam para o topo. A segregação também depende do tamanho e da massa específica dos agregados. · Em composições muito plásticas manifesta-se a nítida separação da pasta (cimento e água) da mistura 1.5. EXUDAÇÃO · É também conhecida como separação de água, onde parte da água da mistura tende a subir para a superfície de um concreto recém lançado. · É o resultado do fato de que os constituintes sólidos da mistura não conseguirem reter a água quando tendem a descer, pois a água é o de menor massa específica. · Uma maior quantidade de água nas camadas superiores provoca uma redução da resistência dessas camadas. · É mais acentuada em concretos com muita água e poucas partículas finas. UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 6 2. PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO 2.1. Massa Específica (gg ) É a massa da unidade de volume incluindo os vazios. · Concreto leve – a massa específica varia de 300 a 1900 kg/m3 . Usados para isolamentos térmicos e acústicos (fc entre 7 e 17 MPa), e também para fins estruturais (fc min= 17 MPa). Os agregados empregados geralmente são: argila expandida, vermiculita, pedra pome, etc. · Concreto pesado (agregado pesado)- a massa específica varia entre 3900 e 5500 kg/m3. Empregados em Centrais Nucleares . os agregados são magnetita e barita. · Concreto Convencional (agregado convencional) – a massa específica em geral é de 2500 kg/m3 para o concreto armado e 2400 kg/m3 para o concreto simples. São empregados nas estrururas em geral. Os agregados são as pedras britadas como p. ex. granito, gnaisse, traquito, e as areiasquartzosas. 2.2. Permeabilidade e Absorção · Permeabilidade – é a propriedade que identifica a possibilidade de passagem de água através do material: POR CAPILARIDADE, POR FILTRAÇÃO SOB PRESSÃO , PO DIFUSÃO ATRAVÉS DOS CONDUTOS CAPILARES. · Causas da permeabilidade : a quantidade de água utilizada é maior do que a necessária para a total hidratação do cimento, os volumes absolutos de água e cimento diminuem após as reações, e a incorporação de ar que ocorre durante a mistura. UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 7 · A permeabilidade é expressa pela quantidade de água que atravessa uma superfície unitária, numa espessura unitária e sob pressão unitária . · Absorção - é o processo físico pelo qual o concreto retém água nos poros e condutos capilares. · Medida de absorção: Onde, Psat – massa do material saturado P s- massa do material seco 2.3. Deformações 2.3.1. Retração · É uma deformação que não depende do carregamento, pois ocorre devido à perda de água livre do concreto, quando em contato com o ar. · Fatores internos que influenciam a retração – TIPO DO CIMENTO – os cimentos de pega rápida apresentam maior retração, FINURA DO CIMENTO- a retração aumenta com a finura, FATOR ÁGUA/CIMENTO – a retração aumenta com o aumento deste fator. · Fatores externos : Umidade do meio ambiente - a retração aumenta quando a umidade diminui. Temperatura – a retração aumenta com a temperatura. Tempo – a retração aumenta com o tempo. 100*(%) Ps PsPsat A -= UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 8 · Retração plástica – contração volumétrica que ocorre quando a pasta de cimento ainda se encontra no estado plástico. 2.3.2. Fluência · É a deformação que aparece nas peças estruturais com o decorrer do tempo e com a manutenção do carregamento. · No concreto é a pasta de cimento hidratado que apresenta fluência, sendo que a função do agregado é de contenção 2.3.3. Módulo de Elasticidade · Diagrama Tensão – Deformação – este diagrama pode ser obtido em corpos de prova cilíndricos. A figura 1 apresenta os resultados de concreto de resistências diferentes. Verifica-se que a inclinação da tangente a curva na origem diminui com a resistência. O valor da inclinação é definida como MÓDULO DE ELASTICIDADE . 0 .00 1 0 .00 3 0 .0 0 50.00 0 0 .00 2 0 .0 0 4 0.0 06 Deformação (o/oo) 1 0 3 0 5 0 0 2 0 4 0 6 0 T e ns ão ( M P a) Concreto leve Concreto convencional Figura 2 – Diagrama Tensão – Deformação do Concreto UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 9 · A NBR 6118 sugere a seguinte equação para determinar o módulo de elasticidade no início da curva tensão - deformação: fcj = resistência à compressão na idade j fcj = fck + 3,5 MPa 2.4. Condutividade elétrica · O concreto é um mau condutor de eletricidade, porém não é um perfeito isolante elétrico . Esta propriedade está relacionada com algumas aplicações , como p.ex. nos dormentes ferroviários, onde poderia ocorrer interferências na sinalização da ferrovia. · O concreto úmido apresenta resistividade elétrica da ordem de 104 Wm e o seco em estufa cerca de 109 Wm ,o que significa melhor isolamento elétrico. 2.5. Coeficiente de dilatação térmica · Este coeficiente varia com o tipo de cimento, dos agregados e umidade, ainda a pasta de cimento hidratado e agregado possuem coeficientes térmicos diferentes. O coeficiente do concreto é uma resultante dos dois valores. · O coeficiente varia de 9 a 14 x 10-6 /oC, sendo que a NBR 6118 adota 10-5/ oC . 2.6. Resistência ao fogo )(6600 MPafE cj= UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 10 Tabela 2– Influência da temperatura sobre o concreto Temperatura Efeitos 100oC Nenhum 150oC Período longo Pequena diminuição da resistência à compressão, e perda significativa de resistência à tração 300oC Constituição química inalterada; 20% de perda de resistência à compressão; 60%de perda da resistência à tração 500oC Destruição da cal hidratada; 50% de perda da resistência à compressão; 80% de perda da resistência à tração 900 a 1000oC Perda total das resistências · Para temperaturas entre 300oC e 600oC a cor do concreto se torna rósea ou vermelha, passando para cinza nas temperaturas entre 600oC e 900oC, a marrom entre 900oC e 1200oC , e amarela acima de 1200oC. 2.7. Resistências mecânicas · O concreto apresenta boa resistência à compressão e pequena resistência aos esforços de tração. · A resistência , em geral indica a qualidade do concreto , pois esta relacionada a pasta de cimento hidratada. · A resistência é também um elemento fundamental no projeto estrutural sendo especificada para fins de aceitação do concreto. UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 11 · Na prática da Engenharia considera-se que a resistência de um concreto, numa determinada idade, curado em água a uma temperatura estabelecida, depende principalmente de dois fatores: relação água cimento e grau de adensamento. 2.7.1. Resistência à compressão · A figura mostra que a resistência à compressão (fc)varia na razão inversa da relação água/cimento (x). Esta é a “Lei de Duff Abrams”, enunciada em 1919. · A Lei de Abrams pode ser escrita da seguinte forma: Figura 3 – Relação entre Fator a/c e resistência xB A fc = Concreto bem adensado Concreto mal adensado Fator água / cimento R es is tê nc ia à c om pr es sã o UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 12 Onde fc é a resistência à compressão, x o fator água/cimento, A e B são coeficientes que dependem do tipo de cimento e da idade do concreto. · A influência da idade do concreto pode ser observada na tabela . Nos primeiros 28 dias a taxa de crescimento é mais avançada do que nas idades mais avançadas. Tabela 3 – Variação da resistência à compressão com a idade (fc;fc28) a temperatura de 15 a 20oC Idade do concreto (dias) 3 7 28 90 360 Cimento Portland Comum Cimento de Alta Resistência Inicial 0,40 0,65 1,00 1,20 1,35 0,55 0,75 1,00 1,15 1,20 · Outros fatores também influenciam as resistências mecânicas do concreto, tais como : FORMA E GRADUAÇÃO DO AGREGADO, TIPO DE AGREGADO, FORMA E DIMENSÃO DOS CORPOS DE PROVA, VELOCIDADE DE APLICAÇÃO DA CARGA, DURAÇÃO DA CARGA E TEMPERATURA DURANTE O ENDURECIMENTO. · Determinação da resistência à compressão (fc): O ensaio para se determinar a resistência à compressão está descrito na NBR5739, e a moldagem dos corpos de prova cilíndricos na NBR 5738. A resistência à compressão é determinada através de solicitação uniaxial em ensaios de curta duração. No Brasil são usados corpos de prova cilíndricosde 15 x 30cm. De acordo com a NBR 5739 a velocidade de aplicação da carga deve ser de 3 a 8 kgf/cm2/seg. UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 13 2.7.2. Resistência à tração (ft) · O interesse em se determinar a resistência à tração do concreto esta relacionada aos casos onde são consideradas as resistências ao cisalhamento e à fissuração, como p. ex. projetos de placas de rodovias e de aeroportos. · A relação entre a resistência à compressão e a resistência à tração não é proporcionalmente direta, pois quando aumenta fc , aumenta ft, porém numa razão decrescente. ft = k ( fc)n Onde k e n são constantes, com n variando de ½ a ¾. Porém, os melhores resultados provavelmente sejam dados pela seguinte expressão : ft = k ( fc )2/3 Sendo ft a resistência à tração por compressão diametral e fc a resistência à compressão em corpos de prova cilíndricos, ambas em MPa. · Determinação da resistência à tração : Dependendo do tipo de solicitação, a resistência à tração terá as seguintes denominações: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL (por fendilhamento), RESITÊNCIA À TRAÇÃO DIRETA (por solicitação uniaxial de tração) e RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NA FLEXÃO (por meio de um ensaio de flexão no corpo de prova). · Ensaio de resistência à tração por compressão diametral (ensaio desenvolvido pelo Prof. Lobo Carneiro) –NBR7222: um corpo de prova cilíndrico é colocado com o eixo na horizontal entre os pratos da prensa, aplicando-se carga até a ruptura do corpo de prova . a tensão de tração é dada pela seguinte expressão : UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 14 Onde, ft = resistência à tração por compressão diametral P = carga aplicada sobre o cilindro d = diâmetro do cilindro h = altura do cilindro Figura 4 – Determinação da resistência à tração por compressão diametral · Ensaio de resistência à tração na flexão (NBR12142) – neste ensaio um prisma de concreto simples é submetido a flexão, como uma viga, com carregamentos em dois pontos simétricos até à ruptura, sendo a distância entre os pontos de carga de 1/3 do vão. A tensão máxima é denominada módulo de ruptura. dh P ft p 2= P P s1 s2 UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 15 Se a ruptura ocorre no terço médio do vão calcula-se o módulo de ruptura através da seguinte equação: Onde, f t,fl = resistência à tração na flexão, em MPa. P = carga máxima aplicada, N L = distância entre os cutelos do suporte, em mm d = altura média do corpo de prova na seção de ruptura, em mm b= largura média do corpo de prova na seção de ruptura, em mm Caso a ruptura ocorra fora do terço médio, a uma distância não superior a 5% de L, deve-se calcular a resistência à tração na flexão pela seguinte expressão: Onde, a = distância média entre a linha de ruptura na face tracionada e a linha correspondente ao apoio mais próximo (a> 0,238). 2, bd PL f flt = 2, 3 bd Pa f flt = UFRJ – ESCOLA DE ENGENHARIA Tec. do Concreto _______________________________________________________________________________ Profa. Ana Catarina Evangelista 16 Figura 5 – Determinação da resistência à tração na flexão · Ensaio de resistência à tração direta – este tipo de ensaio é realizado com placas embutidas nos topos dos corpos de prova, como mostra a figura6, porém os outros dois tipos de ensaio são mais utilizados. Figura 6 – Determinação da resistência à tração direta L P/2P/2 L/3 L/3 L/3 a<5%L >25mm>25mm PP
Compartilhar