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Teoria Geral dos Contratos - aulas

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Teoria Geral dos Contratos
Princípios Gerais dos Contratos
Funções Social do Contratos -421 numa relação contratual, em que as partes têm ampla liberdade de contratar, existe uma limitação. Limitação às regras e o que vai importar as cláusulas contratuais, na qual o Poder Público quem realiza com intenção de proteção.	Comment by Luara Gadelha: A função social é ferida quando o contrato vai além das partes.
-Supremacia da ordem pública;
-Limitador da autonomia de vontade – vide 2035;
Autonomia de vontade = Pacta Sunt Servanda = o contrato faz lei entre as partes. O contrato deve ser cumprido. 
-Relatividade;	Comment by Luara Gadelha: -Contrato Paritário = quando as partes estão em igualdade.-Minuta de contrato = quando as partes estão analisando as cláusulas.-Reserva de domínio = caso haja inadimplemento, há a possibilidade de o vendedor resgatar o bem.Existe apenas um contrato escrito.
Obrigatoriedade;
Consensualismo = significa que os contratos não dependem de uma forma escrita para que possam ser formalizados. Basta apenas o consenso, a declaração de vontade. Contratos reais = aqueles que dependem da entrega do objeto para que sejam formalizados, como por ex. contrato de comodato, contrato de depósitos. Já o contrato de consenso, não é necessário a entrega do objeto, somente a manifestação de vontade das partes.
Tanto pode ser formalizado verbal, quanto de forma escrita.
Relatividade dos efeitos do contrato = os efeitos produzidos pelo contrato só podem atingir as partes contratantes. Isso significa por ex. que o contrato do Neymar não atingirá a mim. Há exceção: estipulação em favor de terceiro. 402 CC.
Boa-fé
-Boa fé objetiva = regra de conduta;
-Boa fé subjetiva = intenção -conhecimento ou ignorância dos fatos – psicológico.
-Artigos 422, 113. 187. 	Comment by Luara Gadelha: Abuso do direito = abusa da boa fé subjetiva.
g) Venire contra factum proprium;
h) Supressio, surrectio e “tu quoque” = NÃO FAÇA PARA OS OUTROS AQUILO QUE NÃO GOSTARIA QUE FOSSEM FEITO PARA VOCÊ.
Interpretação contratual.
Pactos sucessórios, artigo 426 
-Pacto Corvina.
Formação do Contrato	Comment by Luara Gadelha: Contrato é fonte de responsabilidade civil.
Pressuposto do contrato: (negócio jurídico/ título executivo extrajudicial – 784, III, CPC/ 104 c.c 426 CC) = conjugação de duas ou mais vontades coincidentes = sem mútuo consenso não há contrato.	Comment by Luara Gadelha: Vontade viciada torna inválido. – Artigo 166 CC. Nulo e anulável (motivo determinante)	Comment by Luara Gadelha: Artigo 104 CC = validade é um aspectoArtigo 121 CC = exigibilidade.
Fases na formação do contrato civil
Fase de negociação (=puntuação)
Fase de oblação (=proposta/policitação)
Fase do contrato preliminar.
Fase do contrato definitivo. = consenso da vontade.
-Fase A
Considerações neces = fase em que ocorre debates prévios = tratativas.
ATENÇÃO: esta fase não é prevista no CC = anterior à formalização da proposta = fase da proposta não formalizada.
Exemplo =carta de intenções assinada pelas partes onde apenas existe manifestação de celebrar um contrato.
Efeito prático = “não gera obrigação”.
M.H.D (Maria Helena Diniz) = por não estar regulamentado no CC não vincula as partes = não haverá responsabilidade civil contratual nessa fase. 
Pablo Stolze = existe responsabilidade contratual pela aplicação do princípio da boa-fé objetiva. Artigo 422. Na concepção desta doutrina, embora não vincule os participantes quanto a celebração do contrato definitivo a boa-fé objetiva permite a responsabilidade civil.	Comment by Luara Gadelha: 422 CC
-Enunciados -25/170 -CJF/STJ
-Reconhecem a aplicação da boa-fé inclusive na fase contratual.
Desrespeito a boa-fé objetiva.
Fase B – Oblação
-Considerações = Fase de oferta formalizada = constitui a manifestação de vontade de contratar por uma das partes que solicita a concordância da outra. 
-Artigo 427 CC	Comment by Luara Gadelha: A proposta obriga o proponente.
O caráter receptício é mantido mesmo se a proposta for direcionada ao público? (Oferta de venda pela internet) = obriga o proponente. (429)
O caráter receptício é mantido mesmo se a proposta for direcionada ao público? (Oferta de venda pela internet)
Partes 
a. Policitante/proponente/solicitante = aquele que formula a proposta estando a ela vinculado (em regra).
b. Policitado, oblato/ solicitado = aquele que recebe a proposta e se a acatar torna-se aceitante = aperfeiçoamento de vontade.
E se o oblato formular uma contraproposta = Torna-se o policitante, solicitante, proponente.
-Proposta
a. Deve ser clara – precisa – 427 CC.
b. Aceitação deve pura e simples -431 CC.
Hipótese em que a proposta deixa de ser obrigatória = artigo 428, não gera obrigação, tampouco responsabilidade civil.
-Atenção = 430 CPC.
Perdas e danos
QUESTÃO = e se o negócio for daqueles que não seja costume a aceitação expressa ou proponente a tiver dispensado – 432 CC.
Efeito prático = o dispositivo trata de uma aceitação tácita = silêncio eloquente = possível num contrato formado entre ausentes.
ATENÇÃO: contraria o artigo 111 CC = “quem cala não consente”
ATENÇÃO: 434 CC.
Contrato entre “ausentes” (inter absente). = quando não houver uma facilidade de comunicação entre as partes – para que a proposta e aceitação sejam manifestadas em curto período de tempo.
Exemplo = contrato epistolar.
Conclusão = o contrato entre presentes é formado a partir do momento em que o oblato aceita de imediato a proposta.
ATENÇÃO: 434 “caput” = Teoria da Agnição (informação)
Regra absoluta
Formação do contrato eletrônico entre ausentes = contratação por email.
Conclusão
ATENÇÃO: 435 CC
Caso haja contraproposta.
Contrato Preliminar
Estipulação em favor de terceiro
Artigo 436/ 438 CC
Estipulante = é aquele que estipula que alguém realize uma obrigação em favor de terceiro.
Promitente = é aquele que realiza o contrato com o estipulante se obrigando a realizar algo em favor de terceiro.
Beneficiário = é aquele que não integra os polos da relação jurídica contratual = é o beneficiário do objeto contratual firmado entre estipulantes e promitentes.
Considerações: 
A prestação não é em favor do próprio estipulante.;
 O beneficiário não participa da relação;
Efeito prático: excepciona o princípio de que somente as partes são alcançadas pelo contrato – Princípio da relatividade dos contratos.	Comment by Luara Gadelha: Seguro de vida.Contrato escolar.
Conclusão = a estipulação em favor de terceiro ocorre quando uma pessoa convenciona com outra que esta concederá uma vantagem em favor daquele, que embora não sendo parte do contrato receberá o benefício.
-Artigo 104 CC	Comment by Luara Gadelha: A forma é livre, salvo em casos em que a lei requere expressamente.
-Em relação ao estipulante e ao promitente devem ter capacidade para contratar:
Beneficiário = não se exige a capacidade civil.
EFT se completa no momento em que o beneficiário aceita o benefício
Exemplo 793 CC/ 760 CC/ 803 CC
QUESTÃO: o sindicato “B” contrata plano de saúde coletivo conjunto a operadora “xy” diante disso indaga-se: o usuário tem Legitimidade ativa para ajuizar ação individualmente contra a operadora pretendendo discutir validade de cláusula do contrato? – Os princípios gerais do contrato amparam tanto o beneficiário, quanto o estipulante, de modo que havendo cláusula abusiva ou ocorrendo fato ou ocorrendo fato que onere excessivamente não é vedado ao usuário pedir revisão da avença (RESPI 1510697 SP).
Considerações finais 
Na estipulação em favor de terceiro, este último adquire o direito sem que tenha intervido no contrato.
Não pode haver contraprestação do terceiro = a gratuidade é da essência da estipulação.
O terceiro pode ser pessoa determinado ou pessoa que ainda não existe (nascituro);
A aquisição do direito pelo terceiro não exige vontade – conhecimento ou capacidade negocial. 
Da Promessa de Fato de Terceiro
439/440
Conceito = trata-se do denominadocontrato por outrem ou promessa de fato de terceiro.
Efeito prática = o único vinculado é o que promete = assume obrigação de fazer e não sendo executada, resolve-se em perdas e danos.
Justificativa = ninguém pode vincular um terceiro à uma obrigação = obrigações tem como fonte somente a própria manifestação de vontade do devedor, a lei, ou eventual ato ilícito.
Exemplo = 
ATENÇÃO: 400 CC = o marido ter prometido obter a anuência na concessão de uma fiança, tendo esta se recusado – não comprometer patrimônio familiar ou evitar litigio familiar. /439 
Exemplo
Justificativa
Conclusão: a eficácia deste contrato depende da ratificação posterior da terceira pessoa.
Forma livre.
1) O promitente poderá ele mesmo substituir o terceiro na conclusão do contrato? Sim, desde que o contrato não seja personalíssimo.
2) A impossibilidade de cumprimento da obrigação por fato de terceiro é motivo de resolução do contrato?
Vícios Redibitórios	Comment by Luara Gadelha: Não sabe quais os vícios na hora da contratação. Defeito.	Comment by Luara Gadelha: Evicção: perda da coisa por decisão judicial.	Comment by Luara Gadelha: Ex: venda de produto com defeito.
Considerações gerais: defeitos ocultos existentes em uma determinada coisa, recebida em virtude de um contrato comutativo, sendo que este defeito torna esta coisa imprópria ou inadequada para o uso ao qual se destina ou lhe diminua o valor.
Garantias + equilíbrio contratual
Contratos comutativos = sinalagma + justiça contratual	Comment by Luara Gadelha: Equivalência das prestações.
Fundamento: princípio da garantia
Requisitos necessários:
Existência de contrato comutativo oneroso;	Comment by Luara Gadelha: Doação não poderá incidir vício redibitório pois não se trata de um contrato de um contrato oneroso, tampouco houve comutação.
Tem que tornar coisa imprestável para o uso a qual estava destinada ou diminuir o valor;
O vício oculto deve ser desconhecido pelo adquirente;
O defeito tem de ser pré-existente a celebração do contrato;
Consequências jurídicas
Responsabilidade objetiva – não precisa trabalhar com a culpa;
Escolha pelo adquirente do que quer fazer (desfazer o negócio ou manter negócio, porém abatendo o valor);
O alienante ainda pode responder por perdas e danos caso ele esteja agindo de má-fé.
Ações (edilícias)
Redibitória: desfazer o negócio, tendo em vista o vício da coisa.
Estimatória (quanti minoris): abatimento do valor da coisa.
Prazo decadencial: artigo 445. Somente quando tiver ciência começa a contar o prazo.		Comment by Luara Gadelha: O prazo do parágrafo §1° é válido para o defeito surgir, após o conhecimento do dano, o prazo começa a contar com base no caput do artigo 445.
Prazo de garantia – bem móvel = 180 dias - §1° - dias úteis;
Prazo de garantia – bem imóvel = 1 ano - §1°. Vencem no mesmo dia em que se iniciou – prazo em ano.
Garantia convencional – 446
Vícios redibitórios no CDC.
Possibilidade haver renúncia da garantia legal = a renúncia deve ser escrita, porque a verbal é difícil de ser comprovada. -Artigo 449. Para ser completamente efetivada, não basta o adquirente ter conhecimento do vício, precisa declarar o conhecimento, assume o conhecimento dos riscos, etc.
Diferenças entre vícios redibitórios no CC e no CDC:
CC só trata da garantia legal em vícios ocultos, enquanto que o CDC dá garantia legal aos vícios ocultos e aos vícios aparentes, apenas estabelecendo prazos diferentes para a reclamação;
O CC prevê duas ações para se discutir os vícios ocultos, sendo a ação redibitória para desfazer o contrato ou a ação estimatória para pedir abatimento no preço, enquanto o CDC o consumidor tem a possibilidade de pedir que o vício seja sanado no prazo de 30 dias e, caso isso não ocorra o consumidor pode: pedir a substituição do produto por outro da mesma espécie ou qualidade, desfazer o negócio e pedir a devolução do dinheiro ou pedir abatimento do preço;
O CC ao tratar dos vícios redibitórios tem por objeto apenas coisa móvel ou imóvel, ou seja, produto. Enquanto o CDC trata de produto e serviço;
O CC prevê a possibilidade de o alienante ser exonerado da garantia legal (artigo 449 CC); enquanto no CDC não há essa possibilidade (artigo 25 c/c 51 CDC);
O CC prevê que a responsabilidade pelos vícios redibitórios é do alienante, enquanto no CDC existe responsabilidade do alienante, do fornecedor e do fabricante.
No CC o alienante responde ainda que seja de boa-fé e se ele estiver de má-fé, que deverá ser comprovada, responde por perdas e danos, enquanto no CDC não importa a boa-fé ou a má-fé, respondendo o fornecedor pelas perdas e danos, além da garantia do próprio produto ou serviço;
No CC o prazo decadencial para propositura das ações edilícias seguem a regra geral, não havendo suspensão ou interrupção, enquanto no CDC a reclamação devidamente comprovada pelo consumidor obsta o prosseguimento do prazo decadencial. -Artigo 26, §2° CDC;
O CC fixa prazo decadencial para a propositura das ações redibitórias ou estimatória, enquanto no CDC, embora haja a fixação do prazo decadencial de 90 dias para reclamar pelos vícios ocultos, a jurisprudência entende que esse defeito pode surgir durante a vida útil do produto ou serviço não havendo, portanto, os prazos fixados como o faz o CC no §1° do artigo 445.

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