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Fichamento. Universidade Estadual do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Livro: A História Repensada de Keith Jenkins (2001) Período: 1º Professor: Carlos Maia Matéria: Int. aos Estudos Históricos I Introdução O autor, Keith Jenkins, começa seu livro, declarando que devemos encarar a história de modo crítico e fala sobre a produção de escritos históricos e como há textos antigos e novos, porém os do meio quase não se encontram (p.18). Nessa introdução, Jenkins diz como abordará os três capítulos seguintes do livro (p.20): 1º - Trará à tona a pergunta “o que é história?”. 2º - Falará sobre temas e problemas que surgem ao se debater assuntos básicos e introdutórios sobre a história. 3º - Reunirá todos os argumentos já apresentados a fim de trazer alguma contribuição as questões sobre o que é a história. Por fim, nessa introdução, o escritor, fala um pouco sobre si mesmo, e diz que o período histórico que o produziu (e a nós também) como pessoa, é denominado de Pós-Moderno, ou seja, “aquele no qual vivemos”. (JENKINS, 2001, p.21). O que é a História? O escritor diz que analisará a história na: Teoria, Prática e juntar as duas em uma definição. Da Teoria: “A história constitui um dentre uma série de discursos a respeito do mundo”. (JENKINS, 2001, p.23). A história estuda o passado, mas eles não são iguais, há uma distinção. O autor distingue dessa forma: passado: “tudo que se passou antes em todos os lugares” (JENKINS, 2001, p.24) historiografia/história: escritos dos historiadores Keith Jenkins dá três exemplos sobre como é importante distinguir entre passado e história: O passado já aconteceu, a história “é o que os historiadores fazem com ele quando põem mãos à obra” (JENKINS, 2001, p.25). Ao estudar por vezes nos apoiamos em um autor e a partir dele a leitura e a escrita são moldados Por vezes “grupos, pessoas, povos, classes foram e/ou são omitidos das histórias” (JENKINS, 2001, p.27). e isso pode acarretar consequências na produção de se escrever a História. O escritor também dá um exemplo sobre como uma pintura pode ser analisada por diferentes panoramas, sejam eles da Sociologia, da Geografia ou da História, cada um tem a sua forma de descrever e analisar as coisas, os discursos de cada um variam conforme as ferramentas usadas (p.28). Outro ponto visto pelo autor, é que ao conciliar o passado com a história surgem três campos teóricos problemáticos, a epistemologia, metodologia e a ideologia. Quanto à epistemologia o Jenkins trata de uma maneira mais elaborada: a palavra-epistemologia- se refere ao campo filosófico das teorias do conhecimento. “Se já é complicado ter conhecimento de algo que existe, então fica especialmente difícil dizer alguma coisa sobre um tema efetivamente ausente” (JENKINS, 2001, p.30). O que isso quer dizer? Pois bem o autor declara que a fragilidade epistemológica permite diversas interpretações é difícil devido a quatro fatores. 1 - É difícil recuperar e analisar a totalidade dos acontecimentos, a maior parte do que já aconteceu, não foi registrado. (p.31) 2 - Nenhum relato consegue abordar completamente o passado tal com aconteceu. (p.32) 3 - A História depende do outro para ser conhecida e com isso perdem-se elementos dos fatos acorridos. (p.32) 4- Devido a termos acesso a dados, fotos, escrito e etc. Traduzimos essas coisas através do nosso tempo e dos nossos saberes. “reconstitui coisas que antes, nunca estiveram constituídas como tal” (JENKINS, 2001, p.34). Ou seja, nunca poderemos conhecer verdadeiramente o passado. Para outros historiadores o conhecimento e a legitimidade vêm de regras e conduta rígidas. Já para Keith Jenkins, o que determina interpretação de um acontecimento está além da prova e do método, está na ideologia, afinal temos tantos autores, escolas e pensamentos diferentes que podemos seguir, “Como poderíamos saber qual método nos conduziria ao passado mais verdadeiro?” (JENKINS, 2001, p.37). Um novo ponto abordado é de que existem conceitos fundamentais que todos os historiadores usam, os chamados “alicerces” da história, Jenkins diz que “quando se apresentam esses conceitos específicos têm-se a forte impressão de que eles são mesmo óbvios e eternos e constituem os componentes básicos e universais do conhecimento histórico” (JENKINS, 2001, p.38). Da Prática: Keith Jenkins, diz que um dos tipos de história, é a “história profissional”, a qual é feita por historiadores assalariados e que trabalham no ensino superior (p.43) e que há pressões reais e acadêmicas para formular a “História”. Mas como produzir história? O que o escritor leva consigo ao escrever sobre um fato ou acontecimento, o autor explica que certas coisas são identificáveis, como: Os autores levam a si mesmos, seus valores e percepções (p.45) Levam suas conjecturas epistemológicas, conceitos, categorias, palavras próprias e suposições. Levam rotinas e procedimentos para lidar com o material de estudo, “tratam-se do tipo de práticas que muitas vezes são denominadas as habilidades do historiador” (JENKINS, 2001, p.38) O continuo vai e vem entre obras publicadas de outros historiadores Com a pesquisa pronta é preciso lidar com outros problemas como (p.47): Pressão da família Pressão do trabalho Pressão da editora Tamanho do livro Formato do livro Mercado Prazo (p.48) Estilo Literário Crítica Reescrita O autor não tem como dar a sua interpretação ao leitor e nem o leitor tem como perguntar ao autor e entender por completo a obra. (p.49) Algumas perguntas e algumas respostas “A verdade é uma figura de retórica cujo quadro de referências não vai além de si mesmas, incapaz de apreender o mundo dos fenômenos: a palavra e o mundo, a palavra e o objeto, continuam separados.” (JENKINS, 2001, p.57). Será que conhecemos de fato o que aconteceu no passado? Ou tudo é apenas uma interpretação (p.59). Todo historiador tem sede de buscar o que de fato aconteceu, mas como colocar em perspectiva, como saber o que é importante e o que não é? “Não há método que estabeleça significados definitivos; a fim de terem significado, todos os fatos precisam inserir-se em leituras interpretativas..” (JENKINS, 2001, p.61). O escritor questiona a imparcialidade de outros autores, e dá o exemplo visual: Esquerda Centro Direita Espectro Espectro Equilíbrio Como podemos afirmar a parcialidade, para onde devemos olhar, o centro é o centro de quê? (p.64).A parcialidade se torna questionável, mas fundamental para prática empirista (p.67).” Os estudantes tendem a encontrar por todos os lados o conceito de parcialidade, muito embora ele só seja problemático em alguns segmentos. A ideia de parcialidade, se e quando for utilizada,deverá ser aplicada de maneira específica e localizada.” (JENKINS, 2001, p.68). Outro ponto abordado é o da empatia, o qual o autor diz que é inalcançável por 4 motivos (p.69-72): Não se consegue entrar na mente dos outros Quando o critico ajuda um leitor a ler melhor, as impressões desse critico não contaminariam o leitor? Como eliminar os problemas a fim de ter uma melhor pesperctiva do passado O que estudamos serve de apoio para as futuras correções de provas, então como ser imparcial se gostamos mais de um autor do que outro? Segundo o autor, a empatia está conosco por três motivos (p.72): Pedagógico Acadêmico Ideológico “a empatia é um dos aspectos mais discutidos da pergunta ‘o que é história?’ temos aí uma disputa ideológica que precisamosentender” (JENKINS, 2001, p.76-77). Keith Jenkins traz a tona, o problema de preencher os pensamentos das pessoas do passado, como imaginar com precisão? A resposta é o argumento da “Constancia da natureza humana” a qual afirma que todas as pessoas, se despojadas de suas culturas são basicamente a mesa coisa, se trabalha com a suposição de que em uma situação todas as pessoas se comportariam de maneira previsível, conforme a natureza humana (p.77). Contudo o autor declara que as pessoas do passado se diferem muito de nós nos significados que davam ao mundo. Pra terminar essa parte do livro, o autor diz “Trata-se de uma tarefa que este livro todo vem incentivando. Assim, a questão não é ‘ver toda a história da mentalidade das pessoas do passado’, mas sim ‘ver toda a história como a história da mentalidade dos historiadores’ ” (JENKINS, 2001, p.78). Quanto ao uso de fontes o escritor diz que : “Se não temos esse tipo de ideia, se estamos libertos da ânsia de certeza, da noção de que a história jaz no estudo das fontes primárias/documentais, de que produzir história é estudar apenas estas e de que com base em tais originais podemos arbitrar as posteriores discordâncias entre historiadores...Enfim se atendemos a todos esses requisitos, então estamos livres para ver a história como amálgama daquelas considerações de ordem epistemológica, metodológica, ideológica e prática e prática” (JENKINS, 2001, p.80) Ele dá os exemplos de Elton e Carr em que o primeiro ao usar palavra “prova” dá impressão de que se reunirem várias ele terá uma explicação para o fato, já o segundo defende que o tipo de organização é que ditará e corroborar as suposições feitas (p.81) No antepenúltimo tópico do capítulo, o autor fala sobre a rotina de um historiador que verifica as causas e consequências de um acontecimento, mas que na realidade as coisas não são assim (p.83).Pra isso o autor levanta algumas questões relacionadas a Revolução Francesa como por exemplo (p.84): Até onde recuar no tempo e espaço para oferecer uma análise satisfatória sobre o movimento de 1789? A qual data você remonta a influencia da economia? 1783? 1760? 1714? 1648? Até onde irá, em termos espaciais? A França é uma ilha? Ou ela está presa a Europa? O que é Europa no séc. XVIII? Esses são alguns exemplos de como é difícil ter uma resposta exata sobre um acontecimento. “Aprender história tem muito a ver com aprender a jogar do mesmo jeito que aqueles que já estão no jogo ou no ofício.” (JENKINS, 2001, p.85). Construindo a História no mundo pós-moderno Neste ultimo capítulo, Keith Jenkins quer falar sobre o pós-modernismo e o que ele pode trazer para a História (p.93). O escritor utiliza da visão de Jean-François Lyotard, em que, simplificando as coisas, diz que as referencias do passado, os centros de pensamentos já não são considerados legítimos e naturais,mas sim temporários e que serviam para formular interesses particulares e não universais (p.94).Há um senso comum entre as pessoas de incredulidade (p.95),a final o que está certo?. O homem mudou conforme o tempo, antes o que importava era a posição que o homem ocupava na sociedade, ou seja, em que classe ele está, depois pelo mérito e assim as visões sofrem reveses pelo tempo e espaço. Ao longo desse pequeno capitulo ao autor continua a falar sobre o pós-modernismo e termina dizendo “Portanto no mundo pós-moderno, pode-se argumentar que o conteúdo e contexto da história deveriam ser constituídos por uma ampla série de estudos metodologicamente reflexivos sobre as maneiras de s fazerem as histórias da prórpria pós-modernidade” (JENKINS, 2001, p.108).
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