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NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA Universidade Paulista – UNIP Curso: Nutrição Docente: Renata Pini AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE Elaborada Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de Brasília – OPSAN/UnB, no âmbito da pesquisa Inserção da Nutrição na Atenção Básica de Saúde Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição - CGPAN/MS Financiada Esse instrumento apoia a inserção das ações de alimentação e nutrição na AB A publicação da Matriz tem como o propósito de sistematizar e organizar as ações de alimentação e nutrição e do cuidado nutricional tendo como horizonte a integração dessas ações no rol de ações de saúde desenvolvidas na AB Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O texto expõe a carência de ações de alimentação e nutrição na AB e defende a ideia da inserção dessas ações de forma multidisciplinar O documento apresenta importantes pressupostos conceituais e organizacionais da Matriz que podemos destacar entre eles: Mas também por meio da incorporação qualificada do nutricionista à equipe multidisciplinar, para atuar nos espaços criados pelos NASF A proposta de tomar como sujeito de ações ou da abordagem da atenção na ESF os indivíduos, a família e a comunidade considerando o contexto/território de inserção desses sujeitos Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DAS AÇÕES Que deverá conduzir ao cuidado nutricional de forma alinhada e planejada nos diferentes níveis de atenção à saúde e entre as unidades de saúde e suas equipes que formam a rede de serviços Ou seja, o gestor municipal tem a tarefa de identificar as diretrizes para o município no campo da alimentação e nutrição operado no setor saúde articulado com outros setores A gestão das ações pressupõe o desenvolvimento de um processo que envolve as funções de planejamento, organização, direção e controle Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DAS AÇÕES O planejamento deve orientar-se pelo compromisso da realidade epidemiológica, em um determinado território, levando-se em conta: - Os estudos epidemiológicos dos problemas nutricionais do território ou área de abrangência - A dinâmica de transição de aumento de DCNT e queda das doenças parasitárias e infecciosas e também o aparecimento (ou reaparecimento) de “novas” epidemias infecciosas, manutenção de endemias e doenças que são típicas da pobreza Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DAS AÇÕES O planejamento deve orientar-se pelo compromisso da realidade epidemiológica, em um determinado território, levando-se em conta: - A redução da fertilidade e aumento da expectativa de vida - A urbanização crescente e desordenada e as mudanças no processo de produção e consumo e das relações com o capital É possível perceber que pesquisas de caráter qualitativo estão mais apropriadas para alcançar o objetivo, de estudos e pesquisas sociais, antropológicas e psicológicas para compreender as práticas alimentares (o comportamento alimentar) das comunidades locais Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DAS AÇÕES Foram identificados o elenco de ações: 1. Vigilância Alimentar e Nutricional – a atitude de vigilância e os recursos tecnológicos b. O monitoramento do estado nutricional na Atenção Básica por meio do SISVAN-WEB a. Ações de Vigilância Alimentar e Nutricional de todas as faixas etárias. O monitoramento do estado nutricional para promoção da saúde c. O monitoramento do estado nutricional restrito ao cumprimento da condicionalidade do setor saúde nos programas de transferência de renda e/ou distribuição de alimentos Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DAS AÇÕES Foram identificados o elenco de ações: 2. Assistência/cuidado nutricional individual de pacientes com distúrbios nutricionais e doenças mais comuns na AB b. O atendimento nutricional a partir do marco conceitual de saúde como um processo que envolve a saúde, doença e cuidado. Evitar a ideia focada na doença e na sua eliminação e idealização de um comportamento alimentar ideal e hábitos para prevenir doenças a. O atendimento individual do nutricionista na AB c. A Humanização. O apoio matricial que tem como objetivo dar retaguarda aos profissionais, encarregados da atenção a problemas de saúde. O suporte é pedagógico e na assistência, com discussão de casos e desenvolvimento de consultas conjuntas e na troca de saberes entre apoiadores e equipe de referência Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DAS AÇÕES Foram identificados o elenco de ações: 3. Visita domiciliar na área de abrangência de USF Ações de Alimentação e Nutrição na visita domiciliar em conjunto com membros da equipe da estratégia de SF para moradores da área de cobertura: Crianças com desnutrição leve e moderada, recém-nascidos, idosos, acamados, faltosos de consultas (busca ativa), portadores de doenças metabólicas CNT com dificuldade de adesão e manejo das adaptações e mudanças na alimentação, na convivência com o processo de adoecimento crônico e controle dos fatores de risco aos eventos cardiovasculares graves Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DAS AÇÕES Foram identificados o elenco de ações: 4. A educação em saúde e nutrição na atenção básica a. O processo educativo e a qualificação do profissional de saúde como educador 5. Intersetorialidade para a promoção de SAN no território da Unidade de Saúde. As parcerias com o setor escolar, com os Centros Regionalizados de Assistência Social, com o setor de comercialização de alimentos, entre outros b. Diferentes modalidades de atividades educativas com grupos na Atenção Básica Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde Sujeitos das ações: o indivíduo, a família e a comunidade Caráter das ações: universais (aplicáveis a quaisquer fases do curso da vida) e específicas (aplicáveis a determinada(s) fase(s) do curso da vida) Níveis de intervenção: gestão das ações de alimentação e nutrição e cuidado nutricional O cuidado nutricional engloba ações de diagnóstico, promoção, prevenção de doenças, tratamento/cuidado/assistência Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde O indivíduo, a família e a comunidade são três distintos sujeitos da abordagem do cuidado nutricional SUJEITOS DAS AÇÕES OU DA ABORDAGEM DA ATENÇÃO São os sujeitos da atenção e devem ser vistos como “sujeito coletivo” ou “corpo social” que têm características próprias e fatores que afetam o estado nutricional e a saúde de forma mais ou menos específica Famílias e comunidades são grupamentos sociais com características, dinâmicas e formas de organização diferentes Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde SUJEITOS DAS AÇÕES OU DA ABORDAGEM DA ATENÇÃO As famílias devem ser vistas como uma unidade na atenção nutricional, mas que apresentam especificidades e diferenças Elas vivem em locais e em condições diferentes, são afetadas por fatores culturais, sociais, econômicos educacionais de forma diferente e têm diferentes conformaçõesCada uma delas é um “sujeito coletivo” e tem suas especificidades, modos e formas de se organizar, pois que é composta por indivíduos de diferentes fases do curso da vida e por núcleos familiares Uma comunidade não deve ser olhada como somatório de pessoas Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde SUJEITOS DAS AÇÕES OU DA ABORDAGEM DA ATENÇÃO São esses dois âmbitos de atuação - família e comunidade – que têm potencial para permitir intervenções que possam qualificar a atenção à saúde A intervenção nutricional sobre esses “sujeitos coletivos” – de uma forma coordenada e integradas às demais ações de saúde – terá maior impacto sobre a melhoria do perfil epidemiológico da população brasileira Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde NIVEIS DE INTERVENCAO a. Gestão das ações de alimentação e nutrição A gestão pressupõe o desenvolvimento de um processo que envolve as funções planejamento, organização, direção e controle. Pode-se entender esses elementos como: As ações de gestão estabelecem as diretrizes para a coordenação e a gestão municipal e o planejamento e organização das ações de atenção e cuidado nutricional em consonância com as diretrizes e normas do SUS É necessário que a gestão seja qualificada para se concordar às responsabilidades da esfera municipal de gestão do SUS Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde NIVEIS DE INTERVENCAO b. Diagnóstico As ações de diagnóstico são propostas como meios para definir e selecionar as intervenções mais adequadas para o alcance de um determinado objetivo de saúde ou nutrição c. Promoção da saúde É a intervenção (ou o conjunto delas) que teria como horizonte ou meta ideal a eliminação permanente - ou pelo menos duradoura - de uma doença ou distúrbio nutricional Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde NIVEIS DE INTERVENCAO d. Prevenção de doenças e distúrbios nutricionais É toda medida que visa afastar a doença, para que tal doença não se manifeste – ou manifeste-se de forma menos grave nos indivíduos ou na coletividade e. Assistência, Tratamento ou Cuidado Trata do conjunto de ações do SUS, em todas as suas esferas de gestão, para o atendimento das demandas pessoais, individuais e coletivas Pode ser prestada no âmbito ambulatorial e hospitalar, bem como em outros espaços, especialmente no domiciliar Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde CARÁTER DAS AÇÕES As ações que integram a atenção nutricional nos diferentes níveis de intervenção são agrupadas em dois blocos: ações universais e ações específicas Ações universais são ações de saúde e de cuidado nutricional que se aplicam a todas as fases do curso da vida, ou seja, sua realização é pertinente a todas as fases do curso da vida e portanto a toda a população Ações específicas são aquelas aplicáveis à determinada fase do curso da vida. São ações adaptadas às especificidades de uma determinada fase do curso da vida Nenhum grupo de ações é mais relevante que o outro na atenção à saúde, os dois são complementares, devendo ser adotados concomitantemente na atenção nutricional prestada aos usuários do SUS Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde CARÁTER DAS AÇÕES As ações específicas são pertinentes apenas ao primeiro sujeito de abordagem – os indivíduos Na construção da matriz, percebeu-se que seria mais pertinente que todas as ações de promoção da saúde específicas às diferentes fases do curso da vida fossem incorporadas nas ações de caráter universal As ações universais são pertinentes às famílias e comunidades Abordagem do curso da vida A matriz tenta dar visibilidade à importância do cuidado nutricional ao longo do curso da vida, considerando-o um processo contínuo ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Núcleos de apoio à Saúde da Família - NASF Instituídos pela Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008 São equipes multiprofissionais que devem trabalhar de forma integrada às equipes Saúde da Família, apoiando-as e compartilhando saberes Objetivos: Ampliar a resolutibilidade e a integralidade das ações Ações estratégicas (como alimentação e Nutrição) Atendimento compartilhado para uma intervenção interdisciplinar (não é uma estratégia de atendimento individual) Núcleos de apoio à Saúde da Família - NASF Ações: Promoção de práticas alimentares saudáveis em todos os ciclos de vida Diagnóstico da situação alimentar e nutricional Resposta às demandas assistenciais aos distúrbios alimentares e deficiências nutricionais Realização de planos terapêuticas para as doenças crônicas não-transmissíveis Desenvolver estratégias de resgate de hábitos e práticas alimentares regionais Núcleos de apoio à Saúde da Família - NASF Configuram-se como equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada com as equipes de Saúde da Família As equipes de atenção básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e com o Programa Academia da Saúde Atualmente regulamentados pela Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011 Núcleos de apoio à Saúde da Família - NASF CBO – Código Brasileiro de ocupações Modalidade de implantação Núcleos de apoio à Saúde da Família - NASF Modalidade de implantação Núcleos de apoio à Saúde da Família - NASF É uma equipe, e não é um serviço de saúde específico Constitui-se como apoio especializado na própria atenção básica, mas não é um ambulatório de especialidades ou um serviço hospitalar Recebe a demanda por negociação e discussão compartilhada com as equipes que apoia, e não através de encaminhamentos impessoais Deve ser disponível para dar suporte em situações imprevistas e não se restringe à demanda previamente negociada e agendada Núcleos de apoio à Saúde da Família - NASF Tem disponibilidade para realizar atividades assistenciais diretas aos usuários (com critérios e co-responsabilização) Realiza ações compartilhadas com as eSF, o que não significa, estarem juntas no mesmo espaço-tempo e em todas as ações Apoia as equipes na qualificação dos encaminhamentos realizados para outros pontos de atenção
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