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ED DE POLITICA SOCIAL II UFRJ - SILVINA GALIZIA

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3° grande periodo (1985-1995) 
Contexto histórico
Queda/ esgotamento do desenvolvimento como reflexo da crise internacional do petróleo (73-74), rebateu apenas mais tardiamente no Brasil
Fim do milagre econômico (1975)
Alto índice inflacionário 
Redução dos investimentos econômicos e produtivos
Crise fiscal: Estado deixa de arrecadar pois já que a classe trabalhadora não recebia salários, pagavam menos impostos
Hegemonia política norte-americana, com o fim da guerra fria – poder militar (armamento e tecnologia) + dólar como moeda universal, mas rompe com a conversibilidade em ouro do dólar (quebra do acordo de Bretton Woods – 1971) + riquezas da estrutura econômica
Define a Am. Latina como subordinada e dependente, principalmente ao mercado financeiro externo
3° revolução industrial
Implementação de ajustes fiscais (criados nos anos 60 e difundidos na dec de 70)
Chegam na Am. Latina em meados dos anos 80
Ajustes estruturais no Brasil: ocorrem na década de 90 com implementação a partir de 1995 no governo FHC
Planos de estabilização
Política de socialização das dividias públicas implementação e aumento no valor dos impostos e retirada de direitos 
Abertura democrática lenta, gradual e negociada 
Abertura democrática produto da reestruturação e reorganização civil, dos sindicatos, partidos políticos e movimentos sociais antigos e novos
Período de ganho político (efervescência política) e perda econômica (aprofundamento do endividamento externo) 
Grande parte do endividamento é durante os governos militares. Muitos dos empréstimos pegos era somente para cobrir dívidas passadas. 
Fatores que levaram/ incentivaram a entrada do K estrangeiro: 30 anos dourados, taxa de juros zero, pressão internacional desenvolvimentista (ex.: pacto de aliança para o progresso) 
Formulação da Constituição de 1988 
Traz consigo diversas mudanças e elementos civilizatórios como ampliação de direitos e liberdades democráticas, direitos sociais, soberania/autonomia nacional, diminuição das desigualdades, rejeição ao FMI, ampliação dos direitos trabalhistas, reforma agrária 
ESTUDO DIRIGIDO DE POLITICA SOCIAL II
1)    Quais foram os principais fatores econômicos, políticos e sociais que configuraram o cenário da construção da Seguridade Social brasileira (1988)?
Os anos 80 foram marcados, internacionalmente, por uma profunda crise econômica (crise do petróleo de 73-74) e pela hegemonia norte-americana, que subordina e cria subordinação da Am. Latina aos EUA, principalmente ao mercado financeiro externo. No brasil a crise rebate na forma de esgotamento do desenvolvimento e crise fiscal já que apresenta índice inflacionário alto, há uma redução dos investimentos econômicos e produtivos, arrecadação estatal reduzida pois já que a classe trabalhadora não recebia salários, pagavam menos impostos. 
O Brasil encontrava-se, neste momento, num processo de aprofundamento do endividamento externo, que se deu, em grande parte, durante os governos militares. Muitos dos empréstimos pegos era somente para cobrir dívidas passadas. O fim do Milagre Econômico Brasileiro, que legitimava o governo ditatorial, somou-se à insatisfação crescente pela continuação da autocracia burguesa. Em 1979 se dá o começo da abertura democrática de forma lenta, gradual e controlada (com anistia).
Se a década de 80 economicamente falando mostrava-se perdida, politicamente representou vários ganhos à classe trabalhadora, abertura democrática só fora possível pela reestruturação e reorganização civil, dos sindicatos, partidos políticos e movimentos sociais antigos e novos. A partir disto, a sociedade civil pressionará as elites para reatualização da Constituinte e da Constituição, que institucionalizam da ampliação dos direitos trabalhistas. Trará em si diversas mudanças e elementos civilizatórios como ampliação de direitos e liberdades democráticas, direitos sociais, soberania/autonomia nacional, diminuição das desigualdades, rejeição ao FMI, ampliação dos direitos trabalhistas, reforma agrária.
2)    Descreva e explique, pelo menos, 3 principios que orientaram a Seguridade Social brasileira desde 1988
·         Universalidade da cobertura e atendimento - Tendência a universidade no sistema enquanto tal, noção de universal porque o indivíduo será coberto pelo menos por um dos benefícios da seguridade social
·         Seletividade e distributividade na prestação de benefícios
·         Irredutibilidade do valor dos benefícios - Nenhum benefício pode ser menor que um salário mínimo
·         Uniformidade e equivalência entre urbanos e rurais
Ambas as populações serão regidas pela mesma lei
·         Gestão democrática e descentralizada - Toda a população pode administrar, participar e avaliar, é uma criação democrática; a sociedade assume um papel de controle dos estados e municípios para poder cobrar
·         Inauguração do BPC - Extensão de prestação de benefícios aos idosos e incapazes de trabalhar no valor de um salário mínimo
·         Ampliação das fontes de financiamento - implementação de 2 impostos aos empresários capitalistas e contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL)
·         Subordinação do setor privado ao setor público - setor público dá ultimato em relação as políticas sociais.
ex.: Na assistência, todos os órgãos privados e da sociedade civil precisam do aval do setor público, não podendo se sobrepor à ele em termos de legislação e prática
 
3)    Que problemas históricos eles se propõem a resolver? Explique porque a Seguridade Social não pode ser concretizada e é caracterizada como “inconclusa”. Quais são os fenômenos que contribuem para isto. 
Centralização das políticas sociais (falta de participação da população), cobertura e atendimento focalizado e seletivo das p.s., seleção de forma positivas, políticas sociais uniformes que visam reproduzir a força de trabalho, erradicar diferenciações entre populações urbanas e rurais,  arrecadação insuficiente de dinheiro gerada pelo reduzido número de fontes de financiamento, avançar contra a característica excludente sobre o benefício  , combater a ideia de que sistema de proteção social deve ser necessariamente público e estatal.
4) Explique porque a Seguridade Social não pode ser concretizada e é caracterizada como “inconclusa”. Quais são os fenômenos que contribuem para isto.
Pois sua formulação, embora tenha se dado em um momento em que a correlação de forças eram favorecedoras de avanços nos direitos sociais e tendenciosa a gerar uma ruptura com o conservadorismo burguês, forças representantes dos interesses do Grande Capital continuariam a existir apesar de enfraquecidas no final da década de 80. Logo, a seguridade social desde sua formulação vem sofrendo ataques da burguesia. A própria Constituição Brasileira de 1988 apresenta um caráter híbrido, já que combina elementos antigos com elementos novos. 
Em 1989, o pleito eleitoral composto por dois projetos antagônicos, progressistas com Lula e conservadores com Collor, teve como desfecho a eleição de Collor. Este momento histórico proporcionará ao Brasil processo de recomposição da burguesia brasileira e seguimento aos planos de direita com orientação neoliberal. Logo, teremos durante o governo Collor, o início de uma contra reforma neoliberal expressa por cortes nos gastos públicos (limite das despesas primárias, como saúde, educação, previdência, assistência social, cultura, defesa nacional), um novo “tarifaço” e reforma financeira.
Já no governo FHC há implementação do Plano Real, que integrava uma família de planos de estabilização. Neste momento foi-se possível renegociação das “dívidas velhas”, mas em contrapartida, foi exigido, ao Brasil, desregulamentação profunda dos mercados locais para que houvesse livre circulação dos fluxos financeiros. Com isso houve viabilizou-se combinação entre sobrevalorização cambial e abertura comercial. 
A sobrevalorização do câmbio necessitava captação permanente de recursos no exterior para equilibrar a balança de pagamentos, logo, como os investimentoseconômicos e produtivos apresentavam-se reduzidos, criou-se uma tendência de elevação das taxas de juros para estimular o ingresso de capitais especulativos (o que transferiu grande volume de lucros para setores improdutivos) e criação de incentivos estatais que oferecessem facilidades e vantagens (ex.: renúncia fiscal) à investimentos produtivos. Tais medidas corroem o orçamento público e agrava o déficit das contas públicas. 
Tendo em mente que o plano de governo era, e ainda o é, de tornar o país confiável aos olhos dos investidores através de uma política fiscal confiável e de um Estado bom pagador de dívidas, capaz de conter a relação dívida/PIB em parâmetros sustentáveis, bom administrador dos fluxos anuais de suas receitas e gastos, cria-se a obrigação de buscar constantemente superávits primários. Sendo assim, é necessário criar estratégias de assaltar as verbas destinadas aos serviços que interessam as camadas mais vulneráveis da população em prol de assegurar recursos para o pagamento de juros da dívida. - Afastamento do Estado das obrigações sociais
São inúmeros os impactos que tais ajustes neoliberais causaram a política social. Há aumento do desemprego, que gera uma situação de desemprego na sociedade brasileira e intensificação nas demandas por serviços sociais, que encontram-se debilitados por causa do congelamento de parte das verbas previstas anualmente (DRU), limitação das despesas primárias e privatização dos serviços. Além disso ocorre, ainda, flexibilização dos direitos. 
Por fim, é importante destacar que a seguridade social, integrada e universal, nunca se realizou nem administrativa, nem financeiramente. A ausência de um fundo único impacta o custeio do Orçamento da Seguridade Social, que é bancado, em grande parte, pelos próprios trabalhadores. 89% dos recursos da OS tem sido provenientes de contribuições sociais, apesar da multiplicidade de receitas. 
5) Sob que princípios se redefinem as políticas sociais brasileiras a partir da contra-reforma do Estado e da Seguridade Social? Explique-os. 
As P.S. ficam submetidas aos interesses do Capital através da reformulação de princípios privatização, seletividade e focalização e descentralização.

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