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02_Realidade_Etnica.pdf . 1 PC/GO Delegado de Polícia Substituto Formação econômica de Goiás: a mineração no século XVIII, a agropecuária nos séculos XIX e XX, a estrada de ferro e a modernização da economia goiana, as transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília, industrialização, infraestrutura e planejamento. ..................................................... 1 Modernização da agricultura e urbanização do território goiano .......................................................... 5 População goiana: povoamento, movimentos migratórios e densidade demográfica. ........................ 13 Economia goiana: industrialização e infraestrutura de transportes e comunicação. ........................... 19 As regiões goianas e as desigualdades regionais. ............................................................................. 25 Aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrografia, clima e relevo. ..................................... 28 Aspectos da história política de Goiás: a independência em Goiás, o coronelismo na República Velha, as oligarquias, a Revolução de 1930, a administração política de 1930 até os dias atuais. .................... 39 Aspectos da história social de Goiás: o povoamento branco, os grupos indígenas, a escravidão e a cultura negra, os movimentos sociais no campo e a cultura popular. ..................................................... 44 Atualidades econômicas, políticas e sociais do Brasil, especialmente do Estado de Goiás. .............. 56 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 1 Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br A linha do tempo da formação de Goiás explica, paulatinamente, a atual situação do Estado e seu posicionamento dentro do território brasileiro. Fatos e figuras históricas, famosos e anônimos, que construíram um Estado forte, desenvolvido em ciclos de lavoura, gado e mineração, às custas de negociações, estratégias e, mesmo da sorte – por vezes – a arraigar uma estrutura consolidada e, hoje, moderna e dinâmica. Da distribuição espacial dos povos pré-históricos, passando pelo ouro vilaboense, até as marchas de progressos vindas rumo ao oeste, e a criação do Tocantins e de Brasília, Goiás tem, sim, muita história para contar. A ocupação do território de Goiás teve início há milhares de anos com registros arqueológicos mais antigos datados de 11 mil anos atrás. A região de Serranópolis, Caiapônia e Bacia do Paranã reúne a maior parte dos sítios arqueológicos distribuídos no Estado, abrigados em rochosos de arenito e quatzito e em grutas de maciços calcários. Também há indícios da ocupação pré-histórica nos municípios de Uruaçu, em um abrigo de micaxisto, e Niquelândia, cujo grande sítio superficial descoberto por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) guarda abundante material lítico do homem Paranaíba. COLÔNIA Após o descobrimento do Brasil pelos portugueses, durante os séculos XVI e XVII, o território goiano começou a receber diversas expedições exploratórias. Vindas de São Paulo, as Bandeiras tinham como objetivo a captura de índios para o uso como mão de obra escrava na agricultura e minas. Outras expedições saíam do Pará, nas chamadas Descidas com vistas à catequese e ao aldeamento dos índios da região. Ambas passavam pelo território, mas não criavam vilas permanentes, nem mantinham uma população em número estável na região. A ocupação, propriamente dita, só se tornou mais efetiva com a descoberta de ouro nessas regiões. Na época, havia sido achado ouro em Minas Gerais, próximo a atual cidade de Ouro Preto (1698), e em Mato Grosso, próximo a Cuiabá (1718). Como havia uma crença, vinda do período renascentista, que o ouro era mais abundante quanto mais próximo ao Equador e no sentido leste-oeste, a busca de ouro no “território dos Goyazes”, passou a ser foco de expedições pela região. Bandeiras O território goiano recebeu bandeiras diversas, sendo que a de Francisco Bueno foi a primeira a achar ouro na região (1682), mas em pequena quantidade. Essa expedição explorou até as margens do Rio Araguaia e junto com Francisco Bueno veio seu filho, Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido por Anhanguera (Diabo velho). Segundo se registra, Bartolomeu Bueno da Silva teria se interessado sobre o ouro que adornava algumas índias de uma tribo, mas não obteve êxito em obter informações sobre a procedência desse ouro. Para conseguir a localização, resolveu então ameaçar pôr fogo nas fontes e rios da região, utilizando aguardente para convencer aos índios de que poderia realmente executar o feito – o que lhe conferiu o apelido. Seu filho, também chamado de Bartolomeu Bueno da Silva, 40 anos depois, também tentou retornar aos locais onde seu pai havia passado, indo em busca do mito da “Serra dos Martírios”, um lugar fantástico onde grandes cristais aflorariam, tendo formas semelhantes a coroas, lanças e cravos, referentes à “Paixão de Cristo”. Chegou, então, as regiões próximas ao rio Vermelho, onde achou ouro (1722) em maior quantidade do que noutros achados e acabou fixando na região a Vila de Sant'Anna (1727), chamada depois Vila Boa de Goyaz. Após retornar para São Paulo para apresentar os achados, foi nomeado capitão-mor das “minas das terras do povo Goiá”. Entretanto, seu poder foi sendo diminuído à medida que a administração régia se Formação econômica de Goiás: a mineração no século XVIII, a agropecuária nos séculos XIX e XX, a estrada de ferro e a modernização da economia goiana, as transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília, industrialização, infraestrutura e planejamento. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 2 organizava na região. Em 1733, perdeu direitos obtidos junto ao rei, sob a alegação de sonegação de rendas, vindo a falecer em 1740, pobre e praticamente sem poder. Nessa época, as principais regiões ocupadas no período aurífero foram o Centro-Sul (próximo ao caminho para São Paulo), o Alto Tocantins e Norte da capitania, até próximo a cidade de Porto Nacional (hoje Estado do Tocantins). Grandes áreas como o Sul, o Sudoeste, o Vale do Araguaia e as terras ao Norte de Porto Nacional só foram ocupadas mais intensamente no século XIX e XX, com a ampliação da pecuária e da agricultura. O ouro goiano era principalmente de aluvião (retirado na superfície dos rios, pela peneiragem do cascalho), e se tornou escasso depois de 1770. Com o enfraquecimento da extração, a região passou a viver principalmente da pequena agricultura de subsistência e de alguma pecuária. As primeiras divisões do Estado Durante o período colonial e imperial, as divisas entre províncias eram difíceis de serem definidas com exatidão, muitas vezes sendo definidas de forma a serem coincidentes com os limites das paróquias ou através de deliberações políticas vindas do poder central. No entanto, no decorrer do processo de consolidação do Estado de Goiás, o território sofreu diversas divisões, com três perdas significativas no período colonial. Separação da Capitania de São Paulo Durante parte do período colonial o território que hoje é o Estado de Goiás foi administrado pela Capitania de São Paulo, na época a maior delas, estendendo-se do Uruguai até o atual estado de Rondônia. Seu poder não era tão extenso, ficando distante das populações e, também, dos rendimentos. A medida que se achava ouro pelas terras do sertão brasileiro, o governo português buscava aproximar-se da região produtora. Isso aconteceu em Goiás depois da descoberta de ouro em 1722. Como uma forma de controlar melhor a produção de ouro, evitando o contrabando, responder mais rapidamente aos ataques de índios da região e controlar revoltas entre os mineradores, foi criado através de alvará régio a Capitania de Goiás, desmembrada de São Paulo em 1744, com a divisão efetivada em 1748, pela chegada do primeiro governador a Vila Boa de Goyaz, Dom Marcos de Noronha. Triângulo mineiro A região que hoje é chamada de “Triângulo Mineiro” pertenceu à capitania de Goiás desde sua criação em 1744 até 1816. Sua incorporação à província de Minas Gerais é resultado de pressões pessoais de integrantes de grupos dirigentes da região, sendo que em 1861 a Assembleia Geral foi palco de discussões acaloradas entre parlamentares de Minas Gerais, que tentavam ampliar ainda mais a incorporação de territórios até o Rio São Marcos e de Goiás. Leste do Mato Grosso Em 1753, começaram as discussões entre a administração da Capitania de Mato Grosso e de Goiás para a definição de divisas entre as duas. Nesse período, a divisa entre elas ficou definida a partir do Rio das Mortes até o Rio Pardo. Em 1838, o Mato Grosso reiniciou as movimentações de contestação de divisa, criando a vila de Sant'Ana do Paranaíba. Apenas em 1864, a Assembleia Geral cria legislação para tentar regular o caso. Durante a república, com a criação do município de Araguaia (1913) por parte do Mato Grosso e de Mineiros por parte de Goiás, o conflito se intensificou. A questão ficou em suspenso até 1975, quando uma nova demarcação foi efetuada. Por fim, em 2001, o STF definitivamente demarcou a nascente A do Rio Araguaia como ponto de partida das linhas demarcatórias entre os estados. IMPÉRIO A partir de 1780, com o esgotamento das jazidas auríferas, a Capitania de Goiás iniciou um processo de ruralização e regressão a uma economia de subsistência, gerando graves problemas financeiros, pela ausência de um produto básico rentável. Para tentar reverter esta situação, o governo português passou a incentivar e promover a agricultura em Goiás, sem grandes resultados, já que havia temor dos agricultores ao pagamento de dízimos; desprezo dos mineiros pelo trabalho agrícola, pouco rentável; a ausência de um mercado consumidor; e dificuldade de exportação, pela ausência de um sistema viário. Com a Independência do Brasil, em 1822, a Capitania de Goiás foi elevada à categoria de província. Porém, essa mudança não alterou a realidade socioeconômica de Goiás, que continuava vivendo um quadro de pobreza e isolamento. As pequenas mudanças que ocorreram foram apenas de ordem política e administrativa. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 3 A expansão da pecuária em Goiás, nas três primeiras décadas do século XIX, que alcançou relativo êxito, trouxe como consequência o aumento da população. A Província de Goiás recebeu correntes migratórias oriundas, principalmente, dos Estados do Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Novas cidades surgiram: no sudoeste goiano, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis (Capelinha), entre outras. No norte (hoje Estado do Tocantins), além do surgimento de novas cidades, as que já existiam, como Imperatriz, Palma, São José do Duro, São Domingos, Carolina e Arraias, ganharam novo impulso. Os presidentes de província e outros cargos de importância política, no entanto, eram de livre escolha do poder central e continuavam sendo de nacionalidade portuguesa, o que descontentava os grupos locais. Com a abdicação de D. Pedro I, ocorreu em Goiás um movimento nacionalista liderado pelo bispo Dom Fernando Ferreira, pelo padre Luiz Bartolomeu Marquez e pelo coronel Felipe Antônio, que recebeu o apoio das tropas e conseguiu depor todos os portugueses que ocupavam cargos públicos em Goiás, inclusive o presidente da província. Nas últimas décadas do século XIX, os grupos locais insatisfeitos fundaram partidos políticos: O Liberal, em 1878, e o Conservador, em 1882. Também fundaram jornais para divulgarem suas ideias: Tribuna Livre, Publicador Goiano, Jornal do Comércio e Folha de Goyaz. Com isso, representantes próprios foram enviados à Câmara Alta, fortalecendo grupos políticos locais e lançando as bases para as futuras oligarquias. A abertura da fronteira agrícola na região Centro-Oeste O desenvolvimento agrícola da região Centro-Oeste é intensificado a partir da década de 1930, com o objetivo de atender ao mercado consumidor de produtos agrícolas da região Sudeste, assim, o desenvolvimento agrícola do Centro-Oeste esteve diretamente ligado ao desenvolvimento industrial do país, que se iniciou na região Sudeste nesse período. A necessidade de um custo de mão-obra mais barato levou a indústria a pressionar o setor agrícola, para que ele elevasse a oferta de bens primários, buscando, consequentemente, uma redução dos preços dos produtos agrícolas. Com uma maior oferta de produtos agrícolas, menor seria o custo da força de trabalho industrial, sendo que isso seria fundamental para o fortalecimento do setor industrial brasileiro. Dessa forma, o processo de industrialização da região Sudeste passou a demandar da agricultura uma evolução técnica e produtiva. Com isso, a região Sudeste promoveu uma reestruturação do espaço agrário nacional, reorganizando-o de acordo com os interesses do capitalismo industrial que começava desenvolver-se no país. É nesse contexto que a região Centro-Oeste e, portanto, o estado de Goiás passam a integrar a nova dinâmica capitalista do país, como uma região capaz de contribuir, por meio do fornecimento de bens primários, para a consolidação do capital industrial. A construção de Goiânia, na década de 1930, foi um marco na inserção do estado no processo de divisão inter-regional do trabalho e de interiorização do país, sendo considerada um símbolo governamental na inserção do Centro-Oeste na dinâmica capitalista nacional. Apesar de no período em análise ter ocorrido uma reorientação do padrão de acumulação capitalista no país, passando de agropecuário para industrial, o estado de Goiás não acompanha a tendência da região Sudeste, pois continuou alicerçado na agropecuária. Assim, a ocupação de novas áreas na fronteira e a redução dos custos de produção tornaram-se a base do crescimento da produção agropecuária goiana. Os obstáculos ao processo de integração regional do Centro-Oeste As dimensões continentais do Brasil redundavam sempre em impasses para a sua integração econômica e geográfica, visto que as grandes distâncias entre os centros regionais dificultavam a expansão do capital pelo país, e, como salienta Cunha (2002), a incorporação do interior à economia nacional estava calcada num mercado interno inexpressivo e na precariedade das estruturas de transporte, de energia e de comunicações. Tendo em vista esses aspectos, é importante mostrar o papel que os meios de transportes e comunicações tiveram frente à integração nacional. A ferrovia foi o meio de transporte que iniciou a integração nacional, pois ela contribuiu para estender a fronteira agrícola, criando e ligando os pontos de produção agropecuária. A construção de ferrovias faz parte da própria gênese do processo de constituição do mercado nacional, permitindo a absorção das mercadorias mais elaboradas que vinham dos núcleos urbanos mais avançados e viabilizando o escoamento dos bens agropecuários as outras regiões. A melhoria das condições do translado das mercadorias induz à maior especialização produtiva de diversas áreas geográficas, possibilitando uma crescente complementaridade entre suas estruturas produtivas. Assim, o 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 4 papel do aperfeiçoamento das comunicações entre diferentes áreas vai desenhando uma divisão inter- regional do trabalho (BRANDÃO, 1999, p. 51). Dessa forma, como em diversas outras regiões do país, o estado de Goiás possuía as características necessárias para ser considerado uma nova fronteira agrícola, porém existiam algumas barreiras que inibiam a sua inserção no novo processo de acumulação capitalista. Essas barreiras eram as péssimas condições de transportes e comunicação. Devido à localização do estado, o alto custo dos transportes elevava o valor final dos bens e, ao mesmo tempo, reduzia a competitividade do produto goiano na região Sudeste. Para a consolidação do estado como fornecedor de bens primários, seriam necessários meios de transportes mais rápidos e eficientes, a fim de obter custos mais baixos e maiores condições de comercialização na região Sudeste. A Estrada de Ferro Goiás teve suas obras iniciadas na primeira metade do século XX, e, apesar de apresentar graves deficiências, como a grande lentidão de suas obras, problemas técnicos, entre outros, teve papel relevante. Foi o primeiro meio de transporte que propiciou ao estado de Goiás condições reais de escoamento da sua produção para a região Sudeste, embora ainda não atendesse todas as percorriam todas as regiões do estado, servindo, inicialmente, às regiões mais ao sul do estado. O trem-de-ferro – simbolizado na maria-fumaça – com seu silvo estridente e cauda em aço, emplumada em fumaça, serpenteando pelos sertões, despertava Goiás de séculos de isolamento e transformava a paisagem regional através de um processo dialético marcado pela destruição/reconstrução do espaço (BORGES, 2000, p. 41). Além de fazer todo o transporte de produtos destinados à exportação, levava, também, os produtos manufaturados do Sudeste para Goiás. Assim, a estrada de ferro, mais especificamente, os terminais ferroviários desempenharam a função de transformar a vida econômica e social das populações que viviam naqueles locais, pois, aos redores dos terminais ferroviários, desenvolveram-se vilas, vilarejos, acompanhados de um dinâmico comércio. A Estrada de Ferro de Goiás foi importante para a inserção de Goiás no processo de acumulação de capital industrial que estava ocorrendo no país. Porém os problemas financeiros e técnicos, em conjunto com a chegada da rede rodoviária federal na região Centro-Oeste, levaram a Estrada de Ferro de Goiás a assumir um papel secundário como um meio de transporte. Em última análise, a ferrovia, além de ter constituído uma via de transporte estratégica na ocupação do Centro-Oeste, foi um elemento fundamental na reorganização do espaço agrário regional e na estruturação da economia goiana. Nesse contexto, a malha rodoviária viria complementar a infraestrutura de transportes, necessária à plena inserção do estado de Goiás ao mercado nacional. Até a década de 1950, o desenvolvimento das rodovias no estado ficava a cargo da iniciativa privada, dos governos estadual e municipal, não apresentando grande desenvolvimento, em razão da escassez de recursos para aplicar nessa área. A escolha pela expansão da rede rodoviária e não pela expansão e melhorias da rede ferroviária teve como pano de fundo o interesse político, pois os governos estaduais distribuíam subsídios ao capital privado. Com a construção de Brasília, o contexto foi alterado, passando a ser de interesse federal o desenvolvimento da estrutura rodoviária do Centro-Oeste. Com esse objetivo, foram feitos grandes investimentos em melhorias e na construção de novas rodovias, visando atender às necessidades da nova capital do país e, com isto, consolidar a posição da região como fronteira agrícola e grande exportadora de bens primários para a região Sudeste do país. A rodovia Belém-Brasília teve, também, papel relevante ao beneficiar as regiões localizadas mais ao norte do estado, proporcionando a essas áreas maior integração aos mercados das regiões Norte e Sul do país. Mais uma vez, o interesse político foi responsável pela maior vontade governamental em levar o projeto ao fim, visto que a emergente indústria automobilística multinacional, que estava sendo implantada no país, necessitava de novos mercados consumidores, e a expansão da malha rodoviária era o caminho para esse mercado. A consolidação da fronteira agrícola e a industrialização da agricultura A região Centro-Oeste e o estado de Goiás participaram do processo de desenvolvimento do capitalismo no campo, como uma nova região de fronteira agrícola e produtora de bens primários com um baixo custo. O desenvolvimento da produção agropecuária do estado de Goiás, inicialmente, ocorreu de acordo com as necessidades do mercado consumidor existente na região Sudeste. A primeira atividade, que veio substituir o modelo de subsistência, foi a rizicultura. O arroz era plantado de forma tradicional e as condições naturais favoráveis, como o clima e o solo, facilitavam o cultivo. As culturas temporárias foram utilizadas basicamente para desbravar a terra e prepará-la para a atividade pastoril, aliado a isso, havia pouco crédito destinado ao pequeno produtor, promovendo, assim, a sua expulsão gradativa e um processo de concentração fundiária. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 5 O processo de desenvolvimento agropecuário goiano acompanhou o estímulo trazido pelos meios de transporte. Dessa forma, na década de 1940, a primeira região a incorporar-se à zona de fronteira foi o sudeste goiano e, consequentemente, a primeira a estagnar-se e entrar em decadência. A expansão da atividade pastoril no estado de Goiás foi assentada no seu relacionamento comercial com a região Sudeste, pois as maiores facilidades de transporte que o gado propiciava e também as condições naturais, tais como clima e solo favoreceram a especialização do estado nessa atividade econômica. Enfim, na década de 1950, o estado de Goiás já estava incorporado ao processo de desenvolvimento capitalista, que ocorria em quase todo país, atendendo à demanda da região Sudeste. Porém, possuía baixos níveis de produtividade, o que era justificado pelas práticas tradicionais utilizadas na agricultura, inclusive no tocante a relações de sociais de trabalho. A consolidação do capital agroindustrial no Centro-Oeste e no estado de Goiás O processo de modernização agrícola no Centro-Oeste e no estado de Goiás trouxe consequências perversas, como impactos ambientais, êxodo rural, problemas populacionais nas grandes cidades, concentração de renda e, principalmente, a subordinação da agropecuária goiana aos setores antes da porteira, ou seja, enquanto o estado se especializava na cultura de commodities e na pecuária, aumentava, assim, a sua dependência aos setores a jusante da agricultura, que estavam instalados na região Sudeste. Essa subordinação da agricultura, como salienta Estevam (2000), significa que, com o tempo, parte substancial dos lucros da produção goiana foi se canalizando para os setores a jusante da agricultura, ou seja, para a região Sudeste do país. A consolidação desse processo ocorreu na década de 1980, e, ao mesmo tempo, o reconhecimento do potencial agroindustrial do Centro-Oeste, sendo que, a região passou a responder por 40% da produção nacional de grãos. Porém o aumento da produção não foi correspondido na mesma proporção pela implantação de unidades de armazenamento e esmagamento. No final da década de 1980, o quadro começa a modificar-se, pois foram implantadas as primeiras agroindústrias na região, que tinham como principal objetivo o aumento da competitividade. Esses investimentos em nova capacidade produtiva ocorreram basicamente na região de cerrado do Centro-Oeste [...] tiveram o objetivo de assegurar o seu acesso privilegiado às fontes de matérias-primas (soja) e a mercados regionais de crescente importância (carne de frango) (CASTRO e FONSECA, 1995, p. 5). Modernização agrícola e o êxodo rural entre 1960 e 2010 no Estado de Goiás1 INTRODUÇÃO A ocupação populacional em Goiás foi lenta e diversificada. Sua intensificação ocorreu com a descoberta do ouro a partir do século XVII. Com a formação da segunda expedição para desbravar as jazidas de ouro do estado, formaram-se alguns núcleos populacionais em torno das lavras auríferas, os quais se tornaram aglomerados urbanos. Antes do descobrimento do ouro em Goiás, inexistia modalidade produtiva no território que não fosse a dos silvícolas nativos. As pastagens extensivas surgiram juntamente com as primeiras minerações. O grande distanciamento, e a decorrente dificuldade de abastecimento, fizeram com que lavoura e pecuária coexistissem com a extração metalífera, que, por sua vez, servia como amenizadora das crises. Com o declínio da mineração, os moradores foram abandonando os núcleos urbanos em direção ao campo e ruralizaram a vida social na maior parte do território (PÁDUA, 2008). A lavoura e pecuária forneciam a possibilidade de ter um rendimento, e por esse motivo, o aumento da população em Goiás provém da exploração agropecuária. A tendência da população foi dirigir-se para as lavouras e produção agropastoril sustentada pela qualidade das terras goianas. Esses fatores condicionaram o aumento do número de estabelecimentos rurais. Goiás, no século XIX, tem como base de organização sócio produtiva, as propriedades rurais, ou seja, as fazendas (FERREIRA & MENDES, 2009). A apropriação do espaço goiano foi realizada por uma 1 Conjuntura Econômica Goiana. Março/2016, nº 36 – SEGPLAN. JÚNIOR, Ademir Rodrigues Silva; VALE, Najla Kauara Alves do; WANDER, Alcido Elenor. Modernização agrícola e o êxodo rural entre 1960 e 2010 no Estado de Goiás. Disponível em: http://www.imb.go.gov.br/pub/conj/conj36/artigo_06.pdf. Modernização da agricultura e urbanização do território goiano. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 6 ocupação sem maiores ordenações ou formalidades. A interiorização do povoamento se deu na posse de terras, o que possibilitou para alguns a ocupação de grandes áreas. A Lei de Terras esbarrou na realidade socioeconômica de Goiás. Sua valorização impulsionava o interesse pela regularização da propriedade fundiária. Por outro lado, esse processo era caro, e a situação irregular possibilitava a incorporação de novas terras, modificando a estrutura agrária de forma concentrada com poucas famílias assegurando o controle das terras (MAIA, 2011). A ocupação das zonas rurais no interior de Goiás se deu pelo fato dos despossuidores adentrarem no sertão na busca de estabelecer sua posse ou agregar-se a uma propriedade. O acréscimo nos valores das terras incitou a incorporação de regiões de fronteira, pela especulação de lucros com a valorização fundiária. O Estado de Goiás era essencialmente agrário, com população quase totalmente rural, e dedicada à agropecuária. Anos depois, a passagem dos anos 1930 representou um marco no desenvolvimento econômico brasileiro, ocasionando o deslocamento do centro dinâmico da economia e das atividades primárias para a indústria. Tal fato eliminou as barreiras do comércio interno propiciando a integração do mercado nacional (ESTEVAM,1997). Com a política de integração do governo Vargas, o território Goiano é inserido em um projeto que busca articular as regiões produtivas do Estado de Goiás com as Regiões Sudeste e Sul. A apropriação do território goiano sucedeu de maneira planejada com funções políticas e econômicas bem definidas (OLIVEIRA et al, 2009). As Regiões Sul e Sudeste tiverem um grande aumento em sua produção e ampliaram a comercialização com outros estados, que em virtude do crescimento econômico buscou ampliar participação no processo político e de integração com estados periféricos (ESTEVAM, 1997). A integração do Estado de Goiás com as Regiões Sul e Sudeste dinamizou as vias de comunicação e introduziu meios de transportes mais eficientes como a estrada de ferro. Estabeleceu-se, portanto, maior agilidade nas comunicações e na capacidade de transporte (OLIVEIRA, 2008). A grande corrente migratória emergiu na década de 1940, quando o governo criou projetos que promoveram o assentamento de colonos na região do planalto central brasileiro em uma parceria de governos federal e estadual. A Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG) foi a primeira de uma série de oito colônias criadas pelo governo federal. A CANG foi inserida em um terreno fértil, ao norte de Goiânia, em uma área ainda inexplorada (ESTEVAM, 1997). Nas décadas de 1940 e 1950, a imigração para Goiás, avolumou-se substancialmente, e a implantação da GANG foi responsável pelo assentamento de significativa parte dos imigrantes, além de fazer nascerem as cidades de Ceres e Rialma no vale do rio São Patrício. Em Ceres, na década de 1950, a população chegou a 29.522 habitantes, impulsionados pela promessa de terra gratuita garantida pelo governo federal. A cidade obteve um acréscimo populacional relativo superior ao do próprio Estado de Goiás (ESTEVAM, 1997). A maioria dos imigrantes em Ceres eram mineiros, nortistas e as próprias pessoas que residiam no interior de Goiás. As principais culturas desenvolvidas na região foram o arroz, milho e feijão, que fizeram a cidade se tornar fornecedor de alimentos no centro-sul de Goiás (ESTEVAM, 1997). Até meados de 1950, a CANG foi responsável por 38,0% do arroz produzido em Goiás, atraindo algumas empresas transformadoras de alimentos para sua área de abrangência. Todavia, a partir de então, a colônia enfrentou sérios problemas de desarticulação, e o capital mercantil forçou os colonos, destituídos de recursos, a se subordinarem aos fornecedores de créditos e comerciantes, principalmente de Anápolis, comprometendo o rendimento da colheita (ESTEVAM, 1997). A implantação da CANG foi bem sucedida, mesmo que temporariamente, permitindo ao governo federal a criação de uma rodovia de acesso ao médio-norte goiano. Essa estrada permitiu a ligação de zonas pioneiras com os principais centros urbanos de Goiás (ESTEVAM, 1997). Os projetos colonizadores e a marcha de interiorização foram responsáveis por modificações na área centro-sul do estado, ocasionando alterações na composição populacional da região. Nas décadas de 1940 e 1950, o estado tornou-se foco da migração do processo de marcha para o oeste. A implantação de indústrias, abertura de estradas, projetos de colonização e o desenvolvimento regional são alguns dos fatores que influenciam a distribuição populacional em Goiás (OLIVEIRA et al., 2009). A implantação da ferrovia colaborou para um novo ordenamento econômico, político e social em Goiás, representando uma nova divisão inter-regional do trabalho e incorporando a economia goiana no corpo capitalista. A modernização e o desenvolvimento do estado eclodiram durante o governo de Pedro Ludovico Teixeira, atenuando a partir da década de 60 com a implantação das estatais do governo Mauro Borges. (QUEIROZ, 2010). A expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste teve início da década de 40 com a “Marcha para o Oeste”, e seu principal objetivo era atender a demanda de produtos primários da região sudeste. Goiás 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 7 foi incorporado ao processo produtivo nacional como fornecedor de gêneros alimentícios e matérias- primas. Essa foi considerada uma frente pioneira em que o estado teve importante papel ao acelerar o seu deslocamento sobre os territórios novos, já ocupados pela frente de expansão (BEZERRA & CLEPS JÚNIOR, 2004). O crescimento agrícola em Goiás foi direcionado pelas políticas governamentais que tinham como objetivo obter uma maior participação nas exportações a partir do aumento da produção de commodities. A infraestrutura indispensável aos novos investimentos foi estimulada com os projetos de integração nacional ocorridos na década de 50 com a construção de Brasília e de rodovias que direcionavam a mobilidade do capital e do trabalho no território brasileiro (MENDONÇA & TOMAZ JÚNIOR). A partir da década de 1960, surge uma nova forma de ocupação do solo, resultantes das formas modernas implantadas na agricultura e pecuária. O processo de modernização da agricultura fomentou com a inserção de novas tecnologias, desenvolvimento em pesquisa e na construção de infraestrutura como forma de viabilizar os interesses do capital privado nacional (SILVA & MENDES, 2012). O progresso tecnológico inserido no campo representou a dominação do capital sobre o trabalho. Avaliando esse contexto, o progresso no meio rural deveria melhorar as condições de vida do sertanejo. Essa forma de abordar o sertão expressa o controle do capital sobre os trabalhadores. O Estado de Goiás tornou-se celeiro agrícola a partir das melhores condições de infraestrutura e da ocupação indiscriminada do uso de suas terras. Tal fato reforçou o poderio das elites do poder político e econômico do período. A partir dos anos 1970, a concretização das inovações tecnológicas no estado, aliado com as políticas governamentais, provoca o êxodo de milhares de trabalhadores do campo que foram obrigados a se deslocarem para os centros urbanos. Gonçalves Neto (1997, p. 78), ressalta que: A década de 70 assistirá a uma profunda mudança no conteúdo do debate. Impulsionada por uma política de créditos facilitados, que se inicia na segunda metade dos anos 60, pelo desenvolvimento urbano-industrial daquele momento, que se convencionou chamar de “milagre brasileiro”, a agricultura brasileira não apenas respondeu às demandas da economia, como foi profundamente alterada em sua base produtiva. O maciço crescimento do uso da tecnologia mecânica, de defensivos e adubos, a presença da assistência técnica, o monumental êxodo rural, permite dizer que o Brasil mudou e o campo também. A consolidação da industrialização da agricultura ocorre a partir dos Complexos Agroindustriais (CAIs). Nesse processo, as atividades agropecuárias tornaram-se subordinadas à indústria. Essa modernização proporcionou uma diminuição significativa de oferta de trabalho no campo, promovendo a migração forçada de milhares de famílias do campo para os grandes centros urbanos. Graziano da Silva (1998) ressalta que a modernização da agricultura brasileira foi concentrada e excludente, sendo essas particularidades arraigadas pelos atos executados pelo governo. Amstalden (1991, p. 07) analisa a modernização da agricultura como: ...o processo de utilização de técnicas avançadas como adubação química, controle de pragas por meios químicos, mecanização e desenvolvimento de novas espécies vegetais e animais etc., mas entendemos também o aprofundamento das relações capitalistas no campo. Essas relações capitalistas se dão pelo uso de trabalho assalariado, produção para um mercado (e não para autoconsumo) e constituição de verdadeiras empresas rurais, que nada têm a ver com antigas propriedades rurais familiares. O uso de máquinas e implementos é sinalizado como uma mudança para o novo padrão agrícola. Essa agricultura que se moderniza foi evidenciada pela internalização da indústria de equipamentos, pelos incentivos dos mercados e pela criação de créditos e subsídios. (ABRAMOVAY, 1992). Diante das considerações evidenciadas, esse artigo fará uma descrição do volume de êxodo rural nas mesorregiões do Estado de Goiás e as decorrências que permearam esse processo. METODOLOGIA As análises foram baseadas em uma pesquisa bibliográfica sobre o histórico de Êxodo rural em Goiás e nos aspectos dessa problemática. Lima e Mioto (2007) definem pesquisa bibliográfica como procedimento metodológico que consiste em um resgate histórico e qualitativo de informações na busca de contextualizar o assunto tratado. Segundo Fortin (2003), a metodologia é “o conjunto de métodos e das técnicas que guiam a elaboração do processo de investigação científica”. Para garantir rigor científico, a presente pesquisa assegurou seu desenvolvimento em um determinado número de etapas e regras. Foram utilizados dados secundários do êxodo rural, entre os períodos de 1960 a 2010, fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram tabulados através do software Microsoft Excel para a representação gráfica da série histórica, cálculo de média e desvio padrão. Assim, foi realizada uma análise descritiva buscando observar o comportamento do Êxodo rural ao longo do período delimitado em Goiás, nas suas mesorregiões, bem como as causas e consequências. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 8 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na década de 70, observa-se que houve uma apropriação acelerada da terra, modernização técnica do campo, concentração das propriedades, recursos financeiros e modificação das relações sociais de produção, como alterações nas relações de trabalho. Essas reduções da estrutura fundiária levaram a uma diminuição da necessidade de mão-de-obra no campo, e consequentemente, a uma mobilidade ocupacional e espacial da força de trabalho. Esses anos ficaram marcados pela absorção de excedentes populacionais de outras regiões pela agricultura regional e fluxo de trabalhadores agrícolas em direção às cidades. A grande questão no que diz respeito às migrações era o êxodo rural que relaciona a modernização agrícola com estrutura fundiária (Amaral et al, 2004). Observando tal fato, Caio Prado Júnior (1979, p. 20) afirma: A parcela da humanidade que vive em função da agropecuária brasileira, nada tem de homogênea, e muito pelo contrário, se encontra profundamente diferenciada e classificada em setores largamente apartados, que são de um lado, uma pequena minoria de grandes proprietários que não atingem 10% da população rural (incluindo famílias, empregados), e do outro lado, a grande maioria dessa população que vive em péssimas condições. No processo de modernização, priorizaram-se determinadas culturas, e o crédito rural foi tendencioso para grandes produtores. Esse destaque é crucial para entender a grande migração de pequenos produtores do campo. Delgado (1985) relata que o processo de modernização da agricultura intensifica a disparidade entre as regiões e exclui grupos sociais, ou seja, não contribui para diminuir a distância entre o grande e o pequeno produtor. Em um panorama geral, a população goiana, até a década de 70, era predominantemente rural. O esvaziamento das áreas rurais, como já foi afirmado, ocorreu em função da adoção de formas capitalistas de produção na agricultura, da valorização das terras, e da apropriação fundiária. Gonçalves Neto (1997, p. 109), afirma que É interessante notar que as transformações que ocorrem no agro, a partir da segunda metade dos anos 60, fortemente pressionada pela expansão do capital industrial, promovem uma reviravolta das violentas transferências de populações para o setor urbano, que é promovido por amplo conjunto de fatores, tais como mecanização, a substituição de culturas intensiva em mão-de-obra pela pecuária, o fechamento da fronteira, a aplicação da legislação trabalhista no campo, ou simplesmente pelo uso da violência, etc., ocorre também uma reformulação na mão-de-obra restante no interior das propriedades, com eliminação dos parceiros, agregados, etc., pela disseminação do trabalho assalariado, sobretudo nas grandes propriedades, que se modernizam e se transformam em empresas. Restou às pequenas propriedades a possibilidade da subordinação ao capital industrial, a marginalização, o esfacelamento ou a venda e migração para os centros urbanos. A mudança nas relações de trabalho ocasionou diferenciação social no campo, e isso se consolidou nos anos 1970 e 1980 em Goiás. Os meeiros e posseiros foram transformados em diaristas, nos grandes empreendimentos de terras do cerrado, provocando uma drástica mudança na condição de acesso à terra e de assalariamento. Em outras palavras, houve estruturação da fazenda em organização de classes, rompendo as tradicionais relações de parcerias. (ESTEVAM, 1997). Com a ploretarização, algumas categorias sociais, como agregados e meeiros, tenderam ao desaparecimento, outras se adequaram como os vaqueiros, e foi possível perceber o surgimento de tratoristas, diaristas e boias frias, por exemplo. Esse processo demonstra que as inovações técnicas e o emprego de capital intensivo mudaram as relações de trabalho em Goiás, com a troca da mão-de-obra por volantes, pequenos produtores e empregados semiqualificados. (ESTEVAM, 1997) No aprofundamento da diferenciação de classes, os novos moldes de acesso à terra, a deterioração de laços tradicionais de convivência e a proeminência de relações monetárias fizeram surgir uma nova organização socioeconômica regional. As empresas agrícolas e agroindústrias representaram as produções avançadas e capitalistas, e os pequenos produtores tiveram que se adaptar em suas novas e limitadas possibilidades. Conforme ESTEVAM (p.116) o êxodo rural em Goiás foi muito intenso nessa época. E uma redistribuição urbano/rural ocorreu, principalmente, em função da adoção de formas capitalistas de produção na agricultura, da valorização das terras, da apropriação fundiária especulativa e ainda tendo em vista a legislação que instituiu direitos trabalhistas para os antigos colonos, levando fazendeiros a preferir “expulsá-los” — por falta de condições econômicas — do que obedecer às normas legais. Em outros termos, o crescimento demográfico em Goiás caracterizou-se por um processo de intensa urbanização e ostentou acelerada redução do contingente rural. Os maiores adensamentos estiveram no Centro-Sul do estado em função, principalmente, das influências de Goiânia-Anápolis, no entorno do Distrito Federal e, em menor monta, na zona do Sudoeste goiano (ESTEVAM, 1997). 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 9 Durante o século XIX, o território goiano esteve ligado ao Sudeste brasileiro por uma relação de subordinação econômica baseada na agricultura de subsistência, e na pecuária tradicional. A construção da estrada de ferro contribuiu com o processo de industrialização. A ferrovia, através da Viação Férrea Centro-Oeste, foi o primeiro meio de transporte e comunicação modernos (ESTEVAM, 1997). A ferrovia fez surgir cidades goianas como Cumari, Anhanguera, Urutaí, Goiandira, Pires do Rio, Vianópolis, Senador Canedo, e reativou outras cidades como Ipameri, Catalão, Silvânia, Orizona, Leopoldo de Bulhões, além de destacar o papel da cidade de Anápolis como centro polarizador de todo o sul-sudeste de Goiás (QUEIROZ, 2010). Evidentemente, essa explosão urbana exigiu diversificação das atividades econômicas para acomodação e sustento dos fluxos migratórios. O grau de urbanização refletiu na composição de renda interna do Estado de Goiás, com participação indústria, e setor de serviços que se sustentou em virtude da acelerada urbanização regional. Outro fator que explicita isso é a estrutura de ocupação e emprego da população conforme Tabela 1: Tabela 1: População economicamente ativa em Goiás População economicamente ativa Agricultura Indústria Serviços 1970 60% 8,9% 11,5% 1980 39,2% 16,5% 18,6% Fonte: ESTEVAM, 1997. Houve alteração gradativa em função do setor agrícola em favor do setor industrial e de serviços. Os programas, Fomentar nos anos 1980 e 90, e o Produzir, de 2000, possibilitando novos investimentos, e os recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), financiando projetos, fizeram cidades se transformaram em polos econômicos, como Catalão, Itumbiara, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Jataí. Diante disso, cabe ressaltar, Goiás e suas cinco mesorregiões (Noroeste Goiano, Norte Goiano, Leste Goiano, Centro Goiano e Sul Goiano) que são um conjunto de microrregiões, contíguas e contidas na mesma unidade da federação, sendo elas: São Miguel do Araguaia, Rio Vermelho, Aragarças, Porangatu, Chapada dos Veadeiros, Ceres, Anápolis, Iporá, Anicuns, Goiânia, Vão do Paranã, Entorno de Brasília, Sudoeste de Goiás, Vale do Rio dos Bois, Meia ponte, Pires do Rio e Catalão. (IBGE, 2010). Em um histórico de decréscimo populacional, evidenciamos por meio de dados secundários o êxodo rural as mesorregiões do estado: MESORREGIÃO NOROESTE GOIANO O noroeste goiano abarca 3 microrregiões, sendo elas: São Miguel do Araguaia, Aragarças e Rio Vermelho. Conforme o Gráfico 1, o ápice da população residente no campo na mesorregião noroeste ocorre no ano de 1970 com 113.817 pessoas residindo no meio rural. Após esse período observa-se um decréscimo populacional, caracterizando um fluxo migratório do campo para as zonas urbanas para 54.018 pessoas, em 2010, totalizando 53,5% de queda habitacional. Analisando as atividades econômicas existentes e observando as características da mesorregião, observa-se que em algumas cidades tinham atividades auríferas, remetendo ao período inicial da inserção populacional em Goiás. Outra atividade refere-se à pecuária, em que boa parte da mesorregião ainda carece de fomentos para transformar-se em terras férteis (SUESS & CARVALHO SOBRINHO, 2014). 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 10 MESORREGIÃO NORTE GOIANO A mesorregião do Norte Goiano compreende as microrregiões de Porangatu e Chapada dos Veadeiros. Com base no Gráfico 2, o pico populacional foi no ano de 1970 com 133.118 pessoas residindo no campo. Em 2010 são 66.910, evidenciando 50% de decréscimo no número de pessoas dessa mesorregião. O pouco desenvolvimento e o processo histórico de ocupação justificam tal fato que é paralelo à ausência de infraestrutura e incentivos políticos para essa porção do estado. Vale ressaltar ainda que as mesorregiões norte e noroeste goiano apresentam um menor desempenho econômico, evidenciando uma menor modernização das atividades agropecuárias. MESORREGIÃO CENTRO GOIANO A Mesorregião Centro Goiano foi consolidada a partir da participação econômica do estado, remetendo a década de 30 que tinha como objetivo urbanizar o território goiano. O Centro Goiano foi alvo de transformações nas formas de produção, caracterizadas por buscar novas terras para a expansão da fronteira agrícola. As terras garantiam a produção por certo período de tempo, porém, com o desgaste do solo, os agricultores procuravam outras áreas para o cultivo. A forte necessidade da chegada da fronteira econômica induziu os agricultores a modernizarem-se, e isso modificou as formas de ocupação e de produção da terra. Esse processo de modernização impactou principalmente no campo. Queiroz (2010) destaca que o povoamento das microrregiões de Goiânia, Ceres e Anápolis, foi impulsionado pela construção das capitais Goiânia e Brasília, além dos vínculos com São Paulo que teve uma influência direta com a modernização da agricultura. Devido às inovações químicas do uso de calcário e dos fertilizantes, essa mesorregião tornou-se importante no mercado de exportação agrícola do estado, com a soja se tornando uma das principais matérias-primas (SUESS & CARVALHO SOBRINHO, 2014). A Mesorregião Centro Goiano é composta pela Microrregião de Anápolis, Goiânia, Anicuns, Ceres e Iporá. Essa Mesorregião apresenta uma polarização do crescimento econômico goiano decorrente de um maior recebimento de investimentos públicos. Além de possuir localização estratégica e instalação de agroindústrias. Todos esses fatores contribuem para diversificação de ofertas de empregos, estudo e saúde de melhor qualidade. Observa-se no Gráfico 3 que a população residente na zona rural, no ano de 1960, correspondia a 498.269 pessoas, declinando em 2010 para 148.509, representando queda de 70%. Pode – se afirmar que existe maior concentração de pessoas que saíram da zona rural para as cidades nessa mesorregião, evidenciando fortemente uma grande perca populacional. MESORREGIÃO LESTE GOIANO A Mesorregião Leste Goiano é composta pelas microrregiões: Entorno de Brasília e Vão do Paranã. Com base no Gráfico 4, em 1970, a população rural era de 159.498 pessoas. No ano de 2007, o decréscimo em evidência foi de 116.803, ou seja, 27%. Nessa mesorregião, um adendo deve ser feito 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 11 para o ano de 2010, em que se observa um aumento populacional de residentes nas zonas rurais. O fato pode ser justificado, também, pela falta de atração dos centros urbanos, considerando as peculiaridades negativas da região do entorno de Brasília e nos evidentes projetos de assentamento agrário existentes. Na década de 1960, houve a criação de rodovias federais e de Brasília no governo de Juscelino Kubitschek. Aliado ao processo de modernização da agricultura, o estado, por meio de políticas de financiamento, foi agente ativo no apontamento das localidades produtivas. As migrações, como fruto do capitalismo, representam uma mudança na dinâmica espacial e na força de trabalho. MESORREGIÃO SUL GOIANO A mesorregião Sul Goiano compreende as microrregiões do Vale do Rio dos Bois, Pires do Rio, Meia Ponte, Catalão e Quirinópolis. O êxodo rural intensificou-se devido ao processo de urbanização desordenado que atraiu para as cidades os mesmos problemas enfrentados pelos habitantes da zona rural, como a falta de educação, moradia e saneamento. Essa mesorregião recebeu grandes investimentos por parte de vários governos, como vias de créditos, incentivos fiscais que beneficiaram grandes grupos econômicos e construção de infraestrutura (QUEIROZ, 2010). Conforme o Gráfico 5, verifica - se decréscimo populacional a partir da década de 80 devido ao deslocamento da população para as cidades. O pico populacional foi em 1970, com 426.932 pessoas na zona rural, e em 2007, uma redução para 160.934, ou seja, 62% evidenciando a segunda maior porcentagem de êxodo em Goiás. A modernização agrícola impulsionou o êxodo rural, e a consequente busca por melhores condições de vida nos meios urbanos. Essa mesorregião é caracterizada pelo desenvolvimento da agricultura moderna, melhores solos e proximidade com os grandes centros do país que é base para explicação do deslocamento observado no Gráfico 5. As mesorregiões mais desenvolvidas são do Centro Goiano, onde está localizada a região metropolitana de Goiânia e a mesorregião Leste goiano, em que se encontram a microrregião entorno de Brasília e o próprio Distrito Federal. A mesorregião com maior média de êxodo rural foi a Centro Goiano, com 278.969 pessoas por década. Isso pode ser evidenciado pela busca de grandes polos econômicos existentes em sua proximidade. Segundo Queiroz (2010), os fluxos migratórios foram influenciados pela dinâmica econômica induzida pela presença do estado, que, em associação a grandes grupos privados e programas de colonização, ampliou as políticas voltadas para doação de lotes em áreas urbanas, ampliação da fronteira agrícola e programas assistenciais. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 12 O Gráfico 6 demonstra as mesorregiões do estado e o êxodo rural de 1960 a 2010. As regiões Centro e Sul Goiano são as que mais apresentaram evidência de migração. A modernização e a evolução da agricultura goiana estão diretamente associadas ao desenvolvimento econômico, agrícola e rural do estado, e tal fato ressalta o desempenho dessas mesorregiões (Centro e Sul) que se inseriram no mercado internacional de produtos agrícolas, inserção essa comandada por grandes empresas agroindustriais (QUEIROZ, 2010). O processo de industrialização da agricultura, urbanização e migração campo/cidade e cidade/cidade, propiciaram a formação dos centros metropolitanos de Goiânia e Brasília. Tal fato pode ser evidenciado com os complexos industriais da soja no Sudoeste Goiano, com a industrialização de Catalão no Sudeste Goiano, Anápolis no Centro, e Aparecida de Goiânia na Região Metropolitana de Goiânia, bem como a evolução dos setores terciários em Goiânia e Anápolis. Relevante destacar a importância de regiões como Iporá, Ceres, Rio Verde, dentre outras, com seus aglomerados urbanos. (OLIVEIRA et al., 2009). Por outro lado, as tecnologias informacionais ligam cidades pequenas, médias, e grades polos ao mercado global, negociam seus produtos e serviços sem a intermediação das demais cidades. Isso possibilita o fortalecimento das dimensões econômicas, políticas, produtivas e culturais e a consolidação das tradições festivas de cidades como Goiás, Pirenópolis e Trindade. (OLIVEIRA, et al., 2009). Em Goiás, o fluxo migratório é acelerado e concentrado, o que permite dizer que há cidades polos econômicos regionais. Porém, cabe relatar que a cada ano, essas cidades perdem habitantes para outros centros, ou seja, ele movimenta capital e pessoas que migram para as grandes regiões metropolitanas e intensificam o processo de desterritorialização e reterritorialização (HAESBAERT, 2004). Todo o processo de modernização agrícola de Goiás trouxe consequências perversas como êxodo rural, impactos ambientais, falência de pequenos fazendeiros e desemprego de trabalhadores rurais migrados para os grandes centros urbanos, concentração de renda e subordinação da agropecuária aos segmentos antes da porteira. A falta de empregos no campo e a baixa remuneração do trabalho nas áreas rurais são fatores responsáveis pelas migrações inter-regionais das áreas de mais antigos povoamentos para as de expansão da fronteira agrícola (SZMRECSÁNYI, 1990. Os programas de crédito agrícola, o fortalecimento da economia nacional e a ligeira melhoria na qualidade de vida no campo (energia elétrica, telefone, internet e educação) ajudaram a manter as famílias no campo. No entanto, a quantidade de pessoas no meio rural continua diminuindo. Tais melhorias se mostram longe do ideal, e os impactos na vida dos produtores rurais permanecem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nas décadas de 1940 e 1950, o estado tornou-se foco da migração do processo de marcha para o oeste. A implantação de indústrias, aberturas de estradas, projetos de colonização e o desenvolvimento regional são alguns dos fatores que influenciam a distribuição populacional em Goiás. A transição entre o rural e o urbano foi marcada pela construção de Goiânia, com a marcha para o oeste, e pela modernização da agricultura. A economia do território Goiano nos anos de 1960 e 1970 era basicamente sustentada por dinâmicas agropecuárias, como a pecuária extensiva e a agricultura camponesa. A cidade não cumpria o seu papel substancial e nem remetia grande significância econômica, como apresentava o meio rural. A partir da década de 70, Goiás enfrentava uma frente migratória impulsionada pela modernização da agricultura que culminou na superpopulação dos centros urbanos. A mecanização e os investimentos de infraestrutura levaram Goiás a participar do apogeu econômico no período estudado. Em contrapartida, o homem do campo se viu obrigado a sair do meio rural pela inserção do processo modernizante. As composições agrárias foram se dissolvendo e levaram os camponeses a buscar novos meios de sobrevivência na cidade. Ressaltando que a modernização não ocorreu de forma homogênea nas 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 13 mesorregiões, visto a disparidade de incentivos, as microrregiões Sul, Leste e Centro goiano foram as mais representativas no êxodo rural com suas formas de incentivos das fontes de financiamento, seus custeios na implantação das agroindústrias, as indústrias de base, e pela construção de Brasília. Goiás passou por um processo dinâmico e de transformação estrutural com grande influência dos modelos de planejamentos que foram implantados durante seu processo de modernização, constituindo múltiplos territórios de diversas dimensões sócio espaciais. É notório que o Êxodo rural provoca mudanças na sociedade. Em Goiás, suas consequências trouxeram problemas sociais que irão se perpetuar por muito tempo. As políticas governamentais devem estar atentas para o fortalecimento do campo em um sentido amplo e inclusivo, pois irá permitir a diminuição do inchaço das grandes cidades, garantirá a segurança alimentar da população e o fortalecimento da economia goiana. Goiânia, capital e cidade mais populosa de Goiás A população de Goiás é composta por 6.003.788 habitantes, conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse contingente populacional, o maior do Centro-Oeste e o décimo segundo do país, corresponde a aproximadamente 3,15% da população atual do Brasil. A densidade demográfica, também conhecida como população relativa, é de 17,6 habitantes por quilômetro quadrado, portanto, o estado possui vazios demográficos. A taxa de crescimento demográfico é de 1,8% ao ano, impulsionada pelo crescimento vegetativo e pelo intenso fluxo migratório com destino ao estado. De acordo com dados do IBGE, cerca de 25% da população de Goiás é formada por imigrantes, ou seja, pessoas oriundas de outros estados. Esse fluxo migratório é resultado de algumas políticas públicas para ocupação da porção oeste do território brasileiro, fato que se intensificou a partir da década de 1950. A construção de Goiânia, capital de Goiás, e de Brasília, capital Federal, atraiu pessoas de diferentes partes do país, em especial de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. A expansão da fronteira agrícola e o desenvolvimento econômico registrado em Goiás também contribuíram para esse processo. Seguindo uma tendência nacional, a população urbana é maioria em Goiás (90%). Goiânia é a cidade mais populosa, com 1.302.001 habitantes. Existem outros 245 municípios, sendo que os mais populosos são: Aparecida de Goiânia (455.657), Anápolis (334.613), Rio Verde (176.424), Luziânia (174.531) e Águas Lindas de Goiás (159.378). No aspecto social, a população de Goiás enfrenta alguns problemas, como, por exemplo, o déficit nos serviços de saneamento ambiental: menos de 50% têm acesso à rede de esgoto. A taxa de mortalidade infantil é de 18,3 óbitos a cada mil nascidos vivos, abaixo da média nacional, que é de 22. Goiás ocupa 9° lugar no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).2 2 Wagner de Cerqueira e Francisco. Disponível em: http://alunosonline.uol.com.br/geografia/populacao-goias.html. População goiana: povoamento, movimentos migratórios e densidade demográfica. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 14 Goiás é uma das unidades federativas que integram a região Centro-Oeste. Sua extensão territorial é de 340.103,467 quilômetros quadrados, correspondendo a 4% do território nacional. Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população totaliza 6.003.788 habitantes, distribuídos em 246 municípios, sendo o estado mais populoso do Centro- Oeste. O crescimento demográfico é de 1,8% ao ano e a densidade demográfica é de 17,6 habitantes por quilômetro quadrado. O povoamento do estado de Goiás intensificou-se em decorrência de uma série de políticas públicas para a ocupação e desenvolvimento econômico da porção oeste do território brasileiro, a chamada Marcha para o Oeste. Houve a expansão da fronteira agrícola e maiores investimentos em infraestrutura no estado, além da construção da nova capital, Goiânia, e da capital Federal, Brasília. Fatos estes que desencadearam grandes fluxos migratórios para Goiás. Como resultado dessa política de incentivo à ocupação do oeste brasileiro, a população de Goiás teve um aumento significativo, principalmente após o ano de 1950. Neste, segundo dados do IBGE, havia 1.010.880 habitantes no estado, população essa que atingiu, conforme dados do mesmo instituto, 6.003.788 habitantes em 2010. Além do crescimento demográfico da população goiana, sendo que pessoas de vários locais do país foram grandes responsáveis por tal ocorrência. Segundo dados do IBGE, aproximadamente 25% da população de Goiás é composta por imigrantes, vindos principalmente, dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Maranhão, Bahia, Piauí, como também do Distrito Federal. A composição étnica da população goiana é a seguinte: Pardos: 50,9%. Brancos: 43,6%. Negros: 5,3% Indígenas: 0,2%. Goiânia, a capital de Goiás, é a cidade mais populosa do estado, sua extensão territorial é de aproximadamente 733 quilômetros quadrados, e possui 1.302.001 habitantes. Outras cidades populosas do estado são: Aparecida de Goiânia (455.657), Anápolis (334.613), Rio Verde (176.424), Luziânia (174.531), Águas Lindas de Goiás (159.378), Valparaíso de Goiás (132.982), Trindade (104.488), Formosa (100.085), Itumbiara (92.883). A expectativa de vida da população goiana é de 72 anos; A taxa de mortalidade infantil é de 18,3 óbitos a cada mil nascidos vivos. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) estadual é de 0,800, ocupando o 9° lugar no ranking nacional e o analfabetismo atinge 8,6% da população. No que se refere à rede de esgoto, a mesma alcança menos da metade das habitações.3 Povo Goiano4 Povos do passado e do presente se reuniram na formação do gentílico goiano. Seguindo a tendência do resto do país, na mistura de povos indígenas, africanos e europeus, mais tarde dos imigrantes e migrantes vindos de todas as partes do globo, Goiás reinventa a cada dia sua identidade. É um povo misturado, com fortes traços do sertanejo original e que contribuíram, cada qual a seu modo, na caracterização desse povo goiano. 3 FRANCISCO, Wagner De Cerqueria E. "A população de Goiás"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/a- populacao-goias.htm>. 4 Governo do Estado de Goiás. Disponível em: http://www.goias.gov.br/paginas/conheca-goias/povo-goiano/. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 15 Goianos e Goianienses: A composição inicial da população de Goiás se deu por meio da convivência nem tão pacífica entre os índios que aqui residiam e as levas de paulistas e portugueses que vinham em busca das riquezas minerais. Estes por sua vez, trouxeram negros africanos à tira colo para o trabalho escravista, moldando a costumeira tríade da miscigenação brasileira entre índios, negros e brancos, e todas as suas derivações. Entretanto, a formação do caráter goiano vai além dessa visão simplista e adquiriu características especiais à medida que o espaço físico do Estado passou a ser ocupado. Até o início do século XIX, a maioria da população em Goiás era composta por negros. Os índios que habitavam o Estado ou foram dizimados pelo ímpeto colonizador ou migraram para aldeamentos oficiais. Segundo o recenseamento de 1804, o primeiro oficial, 85,9% dos goianos eram “pardos e pretos” e este perfil continuou constante até a introdução das atividades agropecuárias na agenda econômica do Estado. Havia no imaginário popular da época a ideia de sertão presente na constituição física do Estado. O termo, no entanto, remeteria a duas possibilidades distintas de significação: assim como na África, representava o vazio, isolado e atrasado, mas que por outro lado se apresentava como desafio a ser conquistado pela ocupação territorial. Essa ocupação viria acompanhada predominantemente pela domesticação do sertão segundo um modelo de trabalho familiar, cujo personagem principal, o sertanejo, assumiu para si a responsabilidade da construção do país, da ocupação das fronteiras e, por seguinte, da Marcha para o Oeste impulsionadora do desenvolvimento brasileiro. Registros da época dão conta de processos migratórios ao longo do século XIX e metade do século XX, com correntes migratórias de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Pará, resultando em uma ampla mestiçagem na caracterização do personagem sertanejo. O sertanejo, aí, habitante do vazio e isolado sertão, tinha uma vida social singela e pobre de acontecimentos. O calendário litúrgico e a chegada de tropas e boiadas traziam as únicas novidades pelas bocas de cristãos e mascates. Nessa época, a significação da vida estava diretamente ligada ao campo e dele resultaram, segundo as atividades registradas nos arraias, o militar, o jagunço, o funcionário público, o comerciante e o garimpeiro. Ao longo do século XX, novas levas migratórias, dessa vez do sul e de estrangeiros começam a ser registradas no território goiano, de modo que no Censo do ano 2000, os cinco milhões de habitantes se declararam como 50,7% de brancos, 43,4% de pardos, 4,5% de negros e 0,24% de outras etnias. Goianos e muitas goianas O último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 confirmou uma população residente em Goiás de 6.003.788 habitantes, com crescimento acima da média nacional, que foi de 1,17% ao ano. Em termos de gênero, a população feminina sai na frente. São 3.022.161 mulheres, contra 2.981.627 homens – em uma proporção de 98 homens para cada 100 mulheres. Reflexo também sentido na capital, Goiânia, com 681.144 mulheres e 620.857 homens (diferença de 60.287 pessoas). Indígenas: 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 16 Quando os bandeirantes chegaram a Goiás, este território, que atualmente forma os Estados de Goiás e Tocantins, já era habitado por diversos grupos indígenas. Naquela época, ao verem suas terras invadidas, muitos foram os que entraram em conflito com os bandeirantes e colonos, em lutas que resultaram no massacre de milhares de indígenas, aldeamentos oficiais ou migração para outras regiões. A maioria dos grupos que viviam em Goiás pertencia ao tronco linguístico Macro-Jê, família Jê (grupos Akuen, Kayapó, Timbira e Karajá). Outros três grupos pertenciam ao tronco linguístico Tupi, família Tupi- Guarani (Avá-Canoeiro, Tapirapé e Guajajara). A ausência de documentação confiável, no entanto, dificulta precisar com exatidão a classificação linguística dos povos Goyá, Araé, Crixá e Araxá. Goyá Segundo a tradição, os Goyá foram os primeiros índios que a expedição de Bartolomeu Bueno da Silva Filho encontrou ao iniciar a exploração aurífera e foram eles, também, que indicaram o lugar – Arraial do Ferreiro – no qual Bartolomeu Bueno estabeleceu seu primeiro arranchamento. Habitavam a região da Serra Dourada, próximo à Vila Boa, e quatro décadas após o início do povoamento desapareceram daquela região. Não se sabe ao certo seu destino e nem há registros sobre seu modo de vida ou sua língua. Krixá Seus limites iam da região de Crixás até a área do rio Tesouras. Como os Goyá, também desapareceram no início da colonização do Estado e não se sabe ao certo seu destino, sua cultura e sua língua. Araé Também não há muitos registros a respeito dos Araé. Possivelmente teriam habitado a região do rio das Mortes. Araxá Habitavam o local onde se fundou a cidade de Araxá, que pertencia a Goiás e atualmente faz parte do território de Minas Gerais. Kayapó Filiados à família linguística Jê, subdividiam-se em Kayapó do Sul, ou Kayapó Meridionais, e Kayapó Setentrionais. Os Kayapó dominavam todo o sul da capitania de Goiás. Havia aldeias na região de rio Claro, na Serra dos Caiapós, em Caiapônia, no alto curso do rio Araguaia e a sudeste, próximo ao caminho de Goiás a São Paulo. Seu território estendia-se além dos limites da capitania de Goiás: a oeste, em Camapuã, no Mato Grosso do Sul; a norte, na região entre o Xingu e o Araguaia, em terras do Pará; a leste, na beira do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais; e ao sul, entre os rios Paranaíba e Pardo, em São Paulo. Dedicavam-se à horticultura, à caça e à pesca, além de serem conhecidos como povo guerreiro. Fizeram ampla resistência à invasão de suas terras e foram registrados vários conflitos entre eles e os colonos. Vítimas de perseguições e massacres, foram também extintos no Estado de Goiás. Akwen Os Akwen pertencem à família Jê e subdividem-se em Akroá, Xacriabá, Xavante e Xerente: - Akroá e Xacriabá: habitavam extenso território entre a Serra Geral e o rio Tocantins, as margens do rio do Sono e terras banhadas pelo rio Manoel Alves Grande. Estabeleceram-se, também, além da Serra Geral, em solo baiano e nas ribeiras do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais. Depois de vários conflitos com os colonos que se estabeleceram em suas terras, foram levados para o aldeamento oficial de São Francisco Xavier do Duro, construído em 1750. Os Akroá foram dizimados mais tarde e os Xacriabá encontram-se atualmente em Minas Gerais, sob os cuidados da Funai. - Xavante: Seu território compreendia regiões do alto e médio rio Tocantins e médio rio Araguaia. Tinham suas aldeias distribuídas nas margens do Tocantins, desde Porto Imperial até depois de Carolina, e a leste, de Porto Imperial até a Serra Geral, limites das províncias de Goiás (antes da divisão) e Maranhão. Havia também aldeias na bacia do rio Araguaia, na região do rio Tesouras, nos distritos de Crixás e Pilar, e na margem direita do rio Araguaia. Na primeira metade do século XIX entraram em 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 17 conflito com as frentes agropastoris que invadiam seus territórios e, após intensas guerras, migraram para o Mato Grosso, na região do rio das Mortes, onde vivem atualmente. - Xerente: Este grupo possuía costumes e língua semelhante aos Xavantes e há pesquisadores que acreditam que os Xerentes são uma subdivisão do grupo Xavante. Os Xerentes habitavam os territórios da margem direita do rio Tocantins, ao norte, no território banhado pelo rio Manoel Alves Grande, e ao sul, nas margens dos rios do Sono e Balsas. Também viviam nas proximidades de Lageado, no rio Tocantins, e no sertão do Duro, nas proximidades dos distritos de Natividade, Porto Imperial e Serra Geral. Seus domínios alcançavam as terras do Maranhão, na região de Carolina até Pastos Bons. Como os Xavante, também entraram em intenso conflito com as frentes agropastoris do século XIX e, atualmente, os Xerente vivem no Estado de Tocantins. Karajá Os grupos indígenas Karajá, Javaé e Xambioá pertencem ao tronco linguístico Macro-Jê, família Karajá, compartilhando a mesma língua e cultura. Viviam nas margens do rio Araguaia, próximo à Ilha do Bananal. Ao longo do século XIX, entraram em conflito com as guarnições militares sediadas no presídio de Santa Maria, sendo que os Karajá de Aruanã são a única aldeia do grupo que atualmente vivem no Estado de Goiás. Timbira Eram bastante numerosos e habitavam uma vasta região entre a Caatinga do Nordeste e o Cerrado, abrangendo o sul do Maranhão e o norte de Goiás. Ao longo do século XIX, devido à expansão pecuária, entraram em conflitos com os criadores de gado que invadiam suas terras. O grupo Timbira é formado pelas etnias Krahô, Apinajé, Gavião, Canela, Afotogés, Corretis, Otogés, Porecramecrãs, Macamecrãs e Temembus. Tapirapés Pertencem ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-Guarani. Este grupo inicialmente habitava a oeste do rio Araguaia e eventualmente frequentavam a ilha do Bananal. Com o passar do tempo, se estabeleceram ao longo do rio Tapirapés, onde atualmente ainda vivem os remanescentes do grupo. Avá-Canoeiro Pertencentes ao tronco linguístico Tupi, os Avá-Canoeiro habitavam as margens e ilhas dos rios Maranhão e Tocantins, desde Uruaçu até a cidade de Peixe, em Tocantins. Entre meados do século XVIII e ao longo do século XIX, entraram em graves conflitos com as frentes agropastoris que invadiam suas terras. Atualmente, os Avá-Canoeiro do Araguaia vivem na Ilha do Bananal, na aldeia Canoanã, dos índios Javaés, e os Avá-Canoeiro do Tocantins vivem na Serra da Mesa, município de Minaçu. Quilombolas: Ligados diretamente à história da ocupação do território brasileiro, os quilombos surgiram a partir do início do ciclo da mineração no Brasil, quando a mão de obra escrava negra passou a ser utilizada nas minas, especialmente de ouro, espalhadas pelo interior do Brasil. Em Goiás, esse processo teve início com a chegada de Bartolomeu Bueno da Silva, em 1722, nas minas dos Goyazes. Segundo relatos dos antigos quilombolas, o trabalho na mineração era difícil e a condição de escravidão na qual viviam tornavam a vida ainda mais dura. As fugas eram constantes e àqueles recapturados restavam castigos muito severos, o que impelia-os a procurar refúgios em lugares cada vez mais isolados, dando origem aos quilombolos. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 18 Os Kalungas são os maiores representantes desses grupos em Goiás. Na língua banto, a palavra kalunga significa lugar sagrado, de proteção, e foi nesse refúgio, localizado no norte da Chapada dos Veadeiros, que os descendentes desses escravos se refugiaram passando a viver em relativo isolamento. Com identidade e cultura próprias, os quilombolas construíram sua tradição em uma mistura de elementos africanos, europeus e forte presença do catolicismo tradicional do meio rural. A área ocupada pela comunidade Kalunga foi reconhecida pelo Governo do Estado de Goiás, desde 1991, como sítio histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga. Com mais de 230 mil hectares de Cerrado protegido, abriga cerca de quatro mil pessoas em um território que estende pelos municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. Seu patrimônio cultural celebra festas santas repletas de rituais cerimoniosos, como a Festa do Império e o Levantamento do mastro, que atraem turistas todos os anos para a região. Quilombolos registrados em Goiás Acaba Vida: na mesma região de Niquelândia, ocupavam terras férteis e era conhecido localmente, sendo citado em 1879. Ambrósio: existiu na região do Triângulo Mineiro, que, até 1816, pertencia a Goiás. Teve mais de mil moradores e foi destruído por massacre. Cedro: localizado no atual município de Mineiros, tinha cerca de 250 moradores que praticam a agricultura de subsistência. Sobreviveu até hoje. Forte: localizado no nordeste de Goiás, sobreviveu até hoje, tornando-se povoado do município de São João d'Aliança. Kalunga: localizado no Vão do Paranã, no nordeste de Goiás, existe há 250 anos, tendo sido descoberto pela sociedade nacional somente em fins dos anos 1960. Tem 5 mil habitantes, distribuídos em vários núcleos na mesma região. Mesquita: próximo à atual cidade de Luziânia, estendia sua população para diversas localidades no seu entorno. Muquém: próximo à atual cidade de Niquelândia e junto ao povoado de mesmo nome, foi notório, mas deixou poucas informações a seu respeito. Papuã: na mesma região do Muquém, foi descoberto em 1741 e destruído anos depois pelos colonizadores. Pilar: próximo à cidade de mesmo nome, foi destruído em lutas. Seus 300 integrantes chegaram a planejar a morte de todos os brancos do local, mas o plano foi descoberto antes. Tesouras: no arraial de mesmo nome, tinha até atividades de mineração e um córrego inclusive chamado Quilombo. Três Barras: tinha 60 integrantes, conhecidos pelos insultos e provocações aos viajantes. São Gonçalo: próxima à cidade de Goiás, então capital, seus integrantes atacavam roças e rebanhos das fazendas vizinhas. Fonte: Quilombos em Goiás de Martiniano José da Silva. 1277537 E-book gerado especialmente para DOUGLAS FABIANO EUGENIO . 19 Política de inovação5 A economia goiana está passando por uma fase de modernização e diversificação que busca maior inserção tanto no mercado nacional como internacional. A cadeia produtiva da agropecuária continua com grande relevância para a economia do Estado e para se manter em patamares competitivos em âmbito internacional é imprescindível que se mantenha atualizada com técnicas inovadoras de produção, utilizando de mão de obra qualificada e das mais avançadas tecnologias disponíveis. Para além da agropecuária, a economia goiana vem buscando se industrializar mais a cada dia. Outro setor de extrema importância, e que possui maior participação no PIB estadual, é o de serviços. O setor de serviços, em especial com as novas tecnologias da informação também necessita se manter atualizado no que se refere aos avanços tecnológicos. Devido a estes aspectos e à busca constante de modernização da economia goiana, os investimentos em ciência, tecnologia e inovação são essenciais para o desenvolvimento do Estado de Goiás nos próximos 4 anos. Neste sentido, várias iniciativas foram feitas no âmbito da antiga Secretaria de Ciência e tecnologia (Sectec). Dentre estas iniciativas está o Sistema Goiano de Inovação (SIGO). Este sistema tem por objetivo incentivar processos de inovação em Goiás integrando instituições, empresas e pesquisadores de ciência, tecnologia e inovação. O SIGO sistematiza informações das áreas de inovação e promove programas
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