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Mercado Financeiro e de Capitais Apostila Completa

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Mercado Financeiro
e de Capitais
Professor conteudista: Roberto Cruz
Sumário
Mercado Financeiro e de Capitais
Unidade I
1 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS .....................................................................................................1
1.1 Conceitos básicos do mercado financeiro .....................................................................................1
1.1.1 Mercado monetário e de crédito .........................................................................................................1
1.1.2 Mercado cambial ........................................................................................................................................2
1.1.3 Mercado de capitais ..................................................................................................................................2
1.2 Noções de ciência econômica ............................................................................................................3
1.2.1 Escassez ..........................................................................................................................................................3
1.2.2 Custos .............................................................................................................................................................4
1.2.3 Conceito marginal .....................................................................................................................................4
1.3 Conceitos básicos de renda, investimento e poupança ...........................................................6
1.3.1 Renda ..............................................................................................................................................................6
1.3.2 Investimento ................................................................................................................................................6
1.3.3 Poupança .......................................................................................................................................................7
1.4 Desenvolvimento econômico e intermediação financeira .....................................................7
Unidade II
2 MOEDA: CONCEITOS E FUNÇÕES .................................................................................................................9
2.1 Funções da moeda ............................................................................................................................... 10
2.2 Meios de pagamento ...........................................................................................................................11
3 POLÍTICAS ECONÔMICAS DE GOVERNO ................................................................................................. 12
3.1 Política monetária ................................................................................................................................ 13
3.1.1 Emissão de moeda ................................................................................................................................ 14
3.1.2 Reservas compulsórias ........................................................................................................................ 15
3.1.3 Redesconto bancário ........................................................................................................................... 15
3.1.4 Operações no mercado aberto ......................................................................................................... 16
3.1.5 Formação do preço do dinheiro (taxa de juros) ........................................................................ 17
3.2 Política fiscal .......................................................................................................................................... 18
3.2.1 Dívida pública ........................................................................................................................................... 19
3.3 Política cambial ..................................................................................................................................... 20
3.3.1 Taxa de câmbio fixa ............................................................................................................................... 21
3.3.2 Taxa de câmbio flutuante .................................................................................................................... 21
3.3.3 Padrão currency board ........................................................................................................................ 21
3.4 Política de rendas ................................................................................................................................. 22
4 BALANÇO DE PAGAMENTOS ....................................................................................................................... 22
5 TAXA DE JUROS E RETORNO EXIGIDO ..................................................................................................... 24
Unidade III
6 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ........................................................................................................ 25
6.1 Estrutura institucional ....................................................................................................................... 26
6.1.1 Instituições financeiras ......................................................................................................................... 26
6.1.2 Bolsa de valores ....................................................................................................................................... 27
6.1.3 Conselho Monetário Nacional – CMN ........................................................................................... 28
6.1.4 Banco Central do Brasil – Bacen ..................................................................................................... 28
6.1.5 Comissão de Valores Mobiliários – CVM ....................................................................................... 29
6.1.6 Banco do Brasil – BB ............................................................................................................................. 30
6.1.7 Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES ................................ 30
6.2 Sistema de pagamentos brasileiro ................................................................................................ 30
Unidade IV
7 MERCADOS FINANCEIROS ........................................................................................................................... 31
7.1 Mercado monetário ............................................................................................................................. 31
7.2 Mercado de crédito ............................................................................................................................. 34
7.3 Mercado de câmbio ............................................................................................................................. 36
7.4 Mercado de capitais ............................................................................................................................ 36
7.4.1 Subscrição de ações ............................................................................................................................... 38
7.4.2 Emissão e subscrição de ações .......................................................................................................... 39
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1 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
O mercado financeiro e de capitais está permanentemente 
em constantes mudanças, pois depende dapolítica econômica 
de um país – à qual influencia -, o que afeta, direta e 
indiretamente, a vida das pessoas. Por esse motivo, o estudo 
dos conceitos básicos e o entendimento de como acontecem 
os fluxos de recursos nesse mercado é imprescindível 
para o estudante de graduação, independentemente da 
especialização escolhida. É importante que as pessoas, 
profissionais, gestores e empresários, entre outros, saibam 
como o sistema financeiro pode maximizar os ganhos de 
seus investimentos.
1.1 Conceitos básicos do mercado financeiro
O mercado financeiro, também chamado de sistema 
financeiro ou bancário, forma o conjunto de instituições e 
operações que promovem o fluxo de recursos entre os agentes 
financeiros. É o mercado de demandantes e de fornecedores de 
fundos, em que os ganhos dos fornecedores são os juros pagos 
pelos demandantes. 
Os mercados financeiros básicos são: mercado monetário e 
de crédito, mercado cambial e mercado de capitais. 
1.1.1 Mercado monetário e de crédito
Envolve principalmente as transações com instrumentos de 
dívida ou de títulos negociáveis de curto e médio prazos.
Agentes financeiros: são instituições, 
como bancos de investimentos, 
estabelecimentos comerciais e, corretoras 
de valores, entre outros, que realizam 
transações financeiras.
Demandantes: são os tomadores de 
recursos, os que os captam no mercado 
financeiro.
Fornecedores: são investidores ou 
poupadores de recursos.
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As transações que promovem o fluxo de recursos de curto 
prazo acontecem quando pessoas, empresas, governos ou 
instituições financeiras possuem disponibilidade de recursos para 
aplicação por curtos períodos, geralmente um ano. Ao mesmo 
tempo existem pessoas, empresas, governos ou instituições 
financeiras que agem em sentido contrário, ou seja, necessitam 
de recursos para cobrir alguma necessidade temporária.
Portanto, o fluxo de recursos acontece por meio das 
transações entre as instituições financeiras e seus clientes. Estes 
depositam recursos e fazem aplicações financeiras de curto prazo, 
enquanto outros captam empréstimos pelo mesmo período de 
tempo. Essas transações são conhecidas como empréstimo de 
capital de giro, desconto de duplicatas, entre outros.
 
1.1.2 Mercado cambial
Inclui operações de conversão de moeda de um país pela moeda 
de outro, principalmente por causa de transações comerciais. 
Ou seja, quando acontecem importações, o fornecedor deve ser 
pago na moeda do país de origem. Por exemplo, um importador 
fornece o valor da aquisição em reais à instituição financeira, e 
esta,por meio do Banco Central, faz a conversão desse valor para 
a moeda do país que enviou a mercadoria. Outro exemplo é a 
troca de moeda que as pessoas fazem quando viajam ou quando 
enviam recursos para o exterior. 
1.1.3 Mercado de capitais
As transações de longo prazo usualmente são realizadas pelo 
mercado de capitais, que transaciona títulos de dívidas ou de 
ações relativos a empreendimentos. Nesse mercado estão inclusos 
a emissão de títulos de empresas e de órgãos governamentais, os 
títulos de participação acionária ou de propriedade de empresas 
e títulos de dívida de longo prazo. Exemplo comum é a emissão 
de ações por empresas para negociação em bolsa de valores. 
Essas são as chamadas empresas de capital aberto.
Instrumentos de dívida: 
correspondem aos contratos e 
transações de empréstimos.
Títulos negociáveis: duplicatas, letras 
de câmbio e notas promissórias, entre 
outros.
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Para estudar o mercado financeiro é necessário compreender 
alguns aspectos básicos da ciência econômica e a relação existente 
entre os agregados e os agentes econômicos, em especial os 
intermediários financeiros e o fluxo dos ativos financeiros, tais 
como poupança e investimentos, entre outros.
1.2 Noções de ciência econômica
A ciência econômica é a ciência social que estuda como 
a sociedade age para alcançar seus ideais utilizando-se de 
recursos escassos. Ela está dividida em macroeconomia e 
microeconomia.
A microeconomia corresponde ao estudo do comportamento 
de consumidores e produtores e do mercado no qual interagem. 
Preocupa-se com a determinação dos preços e as quantidades 
em mercados específicos.
A macroeconomia estuda o comportamento do sistema 
econômico, o que envolve ações para grandes agregados, 
consumo nacional, investimento agregado, exportação, nível 
geral dos preços, entre outros. Seu objetivo é delinear uma 
política econômica e entre suas preocupações está a resolução 
de questões como inflação e desemprego.
A ciência econômica procura entender como as pessoas 
utilizam os recursos produtivos escassos – terra, capital e 
trabalho – para realizar as transações de troca, inclusive de 
moeda, para atingir seus objetivos. Para tanto, utiliza-se de três 
elementos básicos: a escassez de recursos, os custos e o conceito 
marginal.
1.2.1 Escassez
Corresponde à falta dos fatores de produção, como mão de 
obra, capital, terra e matéria-prima, entre outros. A escassez 
é gerada porque as necessidades humanas são ilimitadas e a 
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disponibilidade de recursos é limitada. Um exemplo disso, 
amplamente discutido atualmente, é a falta de água potável 
no mundo, pois com a poluição dos rios e das fontes naturais, 
esse recurso fundamental para sobrevivência da humanidade 
está comprometido. Nesse sentido, a ciência econômica estuda 
os caminhos a serem seguidos para a manutenção dos recursos 
escassos, conservando-se elevada a satisfação da sociedade.
1.2.2 Custos
Usualmente correspondem ao valor pago por algo que 
adquirimos, sejam produtos, mercadorias, serviços ou outros. 
Para as ciências econômica e financeira, custos correspondem 
não apenas ao valor pago por uma mercadoria, também aos 
custos de oportunidade, que equivalem, em última instância, 
ao “sacrifício” que se faz ao deixar de adquirir ou produzir um 
produto para obter outro. 
1.2.3 Conceito marginal
Consiste na produção ou nos ganhos adicionais conseguidos 
em virtude de uma unidade adicional de produção. Por exemplo, 
em uma empresa, um funcionário tem capacidade diária de 
produzir 10 unidades de um determinado produto e assim o faz. 
Se em algum período ele conseguir produzir uma unidade sem 
gerar custos adicionais, diremos que ele conseguiu uma unidade 
marginal de produção.
Considerando os elementos básicos de estudo da ciência 
econômica e o objetivo de encontrar os caminhos corretos para 
o bem-estar social, três problemas econômicos fundamentais 
devem ser resolvidos em uma economia, seja esta desenvolvida 
ou não:
a. o que e quanto produzir: consiste em definir o produto e 
a quantidade em que será fabricado em razão da demanda 
das pessoas; 
Custo de oportunidade corresponde 
a tudo aquilo de que se abre mão para 
obter algo. Por exemplo, quando uma 
pessoa deixa de comprar café para 
adquirir pão. No mercado financeiro 
corresponde principalmente aos 
ganhos que se deixa de obter em um 
determinado investimento para poder 
investir em outra opção.
Oferta: quantidade de bens ou 
serviços disponíveis no mercado para 
aquisição do consumidor.
Demanda: quantidade de bens 
ou serviços que o consumidor quer 
adquirir.
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0b. como produzir: refere-se a identificar o processo de 
produção que proporcionará a melhor produtividade; e
c. para quem produzir: diz respeito à distribuição do 
produto, isto é, a determinar onde será vendido em razão 
da renda dos consumidores.
Das relações de troca entre os agentes econômicos, sejam 
mercadorias ou recursos monetários, nascem as leis da oferta e 
da demanda.
Oferta corresponde à quantidade de bens ou serviços que 
os produtores estão dispostos a colocar no mercado em razão 
da quantidade que as pessoas estão dispostas a adquirir, dos 
custos de produção e da capacidade de produção desses bens 
ou serviços.
 
Demanda é a quantidade de bens e serviços que as 
pessoas estão dispostas a adquirir, com base em sua renda, 
gosto, disponibilidade e importância do bem para sua 
satisfação.
A combinação da oferta e da demanda determina os preços 
e o tamanho do mercado.
Os modelos de formação de preços têm como base a análise 
dos equilíbrios parcial ou geral, que dependem também da renda 
dos consumidores, do investimento que os investidores estão 
dispostos a realizar e da poupança economizada pelos agentes 
econômicos.
A procura do equilíbrio dos preços, por causada demanda e 
da oferta, aliada à procura da formação de riqueza, promove o 
fluxo de recursos da sociedade, em todos os níveis e setores –, 
o que gera renda, investimentos e poupança. Surgem, assim, os 
mercados financeiros e de capitais, que envolvem a compra e a 
venda de “papéis”.
Renda interna = produto interno = 
produto gerado no país a valores de 
mercado.
Renda nacional = produto nacional = 
produto gerado no país mais as entradas 
por transferência.
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1.3 Conceitos básicos de renda, investimento e 
poupança
1.3.1 Renda
Corresponde, essencialmente, à receita em dinheiro auferida 
pelos agentes que participam do processo produtivo de uma 
economia e equivale à remuneração dos serviços prestados ou 
dos investimentos realizados, como: salários, juros, lucro, entre 
outros.
A soma de todos os salários, juros, lucro, entre outros, 
pagos em um determinado país, corresponde à renda deste 
e equivale a dizer que corresponde ao total de produtos 
gerados pelo país. Os tipos de renda de um país são: a renda 
interna ou produto interno e a renda nacional ou produto 
nacional. 
1.3.1.1 A primeira corresponde ao total de renda gerada 
ou produto produzido em um país. É o total de salários, juros, 
aluguéis, lucros, entre outros, pagos pelos agentes econômicos, 
em um país, em um determinado período de tempo.
1.3.1.2 A segunda, além do total de salários, juros, aluguéis, 
lucros, entre outros, pagos em um país, inclui os valores 
internalizados em função das transferências realizadas entre 
pessoas e/ou instituições de um país para outro. Em resumo, 
corresponde a toda renda pertencente ao país e não só à 
produzida nele.
1.3.2 Investimento
A ciência econômica conceitua investimento como 
sendo os recursos destinados à criação de riqueza em 
razão das alternativas que promovem o aumento efetivo 
da capacidade produtiva de um país, tanto de bens como 
de serviços. Os investimentos podem ser efetuados em 
Oferta: quantidade de bens ou 
serviços disponíveis no mercado para 
aquisição do consumidor.
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estoques de produtos ou mercadorias ou em bens de capital, 
que correspondem às máquinas, equipamentos e outros. 
Os investimentos em estoques de produtos e mercadorias 
visam às transações comerciais entre os agentes econômicos, 
com o objetivo de promover lucros para os investidores. Os 
investimentos em máquinas e equipamentos visam à produção 
de novos bens e serviços, possibilitando não só a geração de 
lucro, mas também de riqueza.
1.3.3 Poupança
A poupança é a parcela da renda não consumida pelos 
agentes econômicos na aquisição de bens e serviços. Ela 
realimenta todo o processo produtivo por meio dos diversos 
instrumentos de intermediação do mercado financeiro, que 
captam a poupança disponível e a reconduzem ao sistema 
produtivo por meio das diversas formas de crédito. 
A avaliação da atividade de uma economia é feita por meio 
de variáveis macroeconômicas identificadas essencialmente no 
produto interno. Como já vimos, essas variáveis correspondem aos 
valores, a preço de mercado, dos bens e serviços finais produzidos 
e realizados no ambiente interno do país. 
O produto interno é definido como bruto e denominado 
Produto Interno Bruto (PIB) quando não for descontada a 
depreciação dos bens utilizados na produção. Quando se subtrai 
o valor da depreciação, que corresponde ao desgaste dos bens 
utilizados na produção dos produtos, tem-se o Produto Interno 
Líquido (PIL).
1.4 Desenvolvimento econômico e 
intermediação financeira
O desenvolvimento econômico é um conceito amplo e 
engloba não só as variáveis de crescimento econômico – que 
PIB: produto gerado no país a valor de 
mercado.
PIL: produto gerado no país a valor de 
mercado (-) depreciação.
Depreciação: valoração dos desgastes 
das máquinas e equipamentos utilizados 
na produção.
Poupança: valor não gasto na 
aquisição de bens e serviços.
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envolve a expansão quantitativa da capacidade produtiva 
–, mas também o bem-estar social geral das pessoas, isto é, “a 
elevação das condições de vida da população de um país”. 
Dito de outra forma, uma economia desenvolvida apresenta 
elevada produtividade e também condições favoráveis de saúde, 
educação, lazer e renda, entre outras, para a população.
Nesse contexto, a intermediação financeira tem papel 
importante, pois direciona recursos de unidades superavitárias 
para (financiar) unidades com carência de capital para 
investimento. Assim promove a transferência e a circulação de 
moeda. 
Conforme já citado no início deste capítulo, as transferências 
acontecem quando as pessoas, empresas e governo, por causa 
da não utilização total da renda, promovem a poupança 
(superavitários) desses recursos, auferindo juros. Por sua vez, 
as instituições financeiras realimentam o sistema, repassando 
essas poupanças para os tomadores necessitados de recursos 
(deficitários), que captam recursos pagando juros.
Quando a interação entre poupadores e tomadores de 
recursos é eficiente, as intermediações financeiras ajudam a 
promover o crescimento econômico.
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A ECONOMIA E OS MERCADOS FINANCEIROS
Para entender os mercados financeiros é necessário conhecer 
como a economia influencia e é influenciada por eles. 
Alguns conceitos devem ser estudados para melhor 
entendimento, como: 
1. o que é moeda, como acontece a circulação da moeda, 
como a moeda é colocada no mercado;
2. as políticas econômicas de governo, os objetivos de cada 
política, como o mercado financeiro reage por causa 
dessas políticas, entre outras;
3. Como os resultados das transações nacionais e 
internacionais de mercadorias, serviços e produtos 
financeiros influenciam a economia, os mercados 
financeiros e os diversos agentes econômicos. 
2 MOEDA: CONCEITOS E FUNÇÕES
Moeda é o meio de pagamento legal utilizado não apenas 
para facilitar as trocas de bens e serviços, mas também 
para realizar transaçõese quitar obrigações contratuais. 
Tudo aquilo que, geralmente, é aceito pelo público em 
pagamento de bens, serviços, investimentos e dívidas é 
convencionalmente conhecido como moeda. Esta exerce um 
papel decisivo no desenvolvimento da atividade econômica 
e se apresenta como papel-moeda, moeda metálica e moeda 
escritural.
Superação de escambo: eliminação 
do sistema de troca de mercadorias. O 
sistema de troca de uma mercadoria 
por outra era utilizado no início da Idade 
Média, quando a moeda ainda não era 
empregada nas transações de compra 
e venda de quaisquer produtos. 
Meio circulante: Moeda emitida (-) moeda 
retida.
Moeda escritural: valores em conta corrente 
bancária.
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2.1 Funções da moeda
Além de ser o instrumento básico para intermediar trocas, a 
moeda exerce funções relevantes no sistema econômico de um 
país.
A tabela abaixo relaciona as principais funções da moeda. 
Intermediação de 
trocas
Medida de valor
• superação de escambo;
• operação de economia monetária;
• melhor especificação e divisão social do trabalho;
• transações com menor tempo e esforço;
• melhor planejamento para aquisição e venda de bens 
e serviços;
• unidade padronizada de medida de valor;
• denominador comum de valores;
• racionaliza informação econômica;
• possibilita criar sistema agregado de contabilidade 
social: produção – investimento e consumo 
– poupança
Reserva de valor
• alternativa de acumular riqueza;
• liquidez por excelência;
• aceitação consensual;
Função liberatória
• liquida débitos;
• salda dívidas;
• poder garantido pelo Estado;
Padrão de 
pagamentos
• permite realizar pagamentos ao longo do tempo;
• permite crédito e adiantamento;
• viabiliza fluxos de produção e de renda.
Fonte: CNB, Mercado de capitais, p. 7. 
A moeda é emitida mediante autorização legal das 
autoridades monetárias após identificarem a necessidade 
de fazê-lo. Nem toda moeda emitida encontra-se em 
circulação, uma parte pode permanecer retida no Banco 
Central, aguardando liberação futura. 
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O montante de moeda emitida numa economia, menos o 
saldo retido no caixa das autoridades monetárias, é definido 
como moeda em circulação ou meio circulante. Ela é representada 
pelo papel-moeda e pela moeda metálica. 
A moeda escritural representa o total de depósitos à vista 
(valores em conta-corrente bancária) efetuados pelo público 
nos bancos comerciais. 
A soma desses meios de pagamento é denominada “M1”. 
Dessa forma, temos:
 Moeda emitida 
(-) Moeda em poder das autoridades monetárias
 _____________________________________
(=) Moeda em circulação (M1)
(-) Depósitos à vista dos bancos comerciais
 _____________________________________
(=) Moeda em poder do público
Fonte: Assaf Neto, Alexandre, Mercado financeiro, p. 36
 Moeda em poder do público
(+) Depósitos à vista dos bancos comerciais
 _________________________________
(=) M1 (meios de pagamento)
Fonte: Assaf Neto, Alexandre, Mercado financeiro, p. 36
2.2 Meios de pagamento
Meios de pagamento (M1) representam o volume de recursos 
disponíveis para pagamento de bens e serviços que podem 
ser efetuados em papel-moeda, moeda metálica ou cheque. 
Conforme o quadro acima, toda moeda em poder do público 
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mais os depósitos à vista dos bancos comerciais formam os 
meios de pagamento.
 
Além do conceito de moeda M1, os meios de pagamento 
podem abranger outros conceitos, mais amplos, conhecidos por 
M2, M3 e M4, que incluem diversos tipos de títulos (ativos) em 
circulação no mercado financeiro, denominados quase-moeda 
ou não monetários, conforme quadro a seguir:
 M1 (meios de pagamento)
(+) Depósitos à vista nas caixas econômicas
(+) Títulos públicos colocados no mercado
(+) Saldo de fundos de aplicação financeira
 _____________________________________
(=) M2 (meios de pagamento)
 
 M2 (meios de pagamento)
(+) Depósitos em caderneta de poupança
 ______________________________________
(=) M3 (meios de pagamento)
 M3 (meios de pagamento)
(+) Depósitos a prazo fixo, letras de câmbio e letras 
imobiliárias
 ________________________________________
(=) M4 (meios de pagamento)
Fonte: Assaf Neto, Alexandre, Mercado financeiro, p. 37
3 POLÍTICAS ECONÔMICAS DE GOVERNO
O conjunto de ações de governo, com objetivos bem definidos, 
é chamado de políticas de governo.
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As políticas que têm por objetivo promover o desenvolvimento 
econômico, atender as necessidades da sociedade, garantir 
o pleno emprego e a estabilidade de preços são chamadas 
de políticas econômicas. Para a aplicação dessas políticas, o 
Estado utiliza-se de instrumentos que envolvem uma série de 
variáveis econômicas, como taxas de juros, impostos, emissão 
de moeda, entre outras. 
As principais políticas econômicas são a monetária, a fiscal, 
a cambial e a de rendas. 
3.1 Política monetária
Consiste na gestão e controle da moeda e do crédito. São as 
decisões da autoridade monetária sobre os meios de pagamento, 
os títulos públicos e as taxas de juros. Essas decisões visam 
controlar a liquidez, isto é, controlar a quantidade de moeda em 
circulação e a velocidade com que circula na sociedade. 
A gestão e controle da moeda e do crédito permitem ao 
governo:
a. controlar a emissão da moeda para manter a atividade 
econômica em expansão;
b. reduzir a oferta de moeda quando ocorrerem tendências 
de sua desvalorização;
c. avaliar a moeda nacional em relação a outras, como 
instrumento de política de comércio exterior.
O controle monetário, isto é, o controle da oferta e da 
demanda da moeda, visa promover o crescimento econômico 
por meio da estabilidade do padrão monetário, sem ocorrência 
de processos inflacionários. Para tanto, algumas premissas 
formam a base política monetária, como:
• a moeda é o centro da macroeconomia;
Moeda física: dinheiro , isto é, papel 
moeda.
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• a oferta de moeda determina a demanda agregada no 
setor real da economia;
• a demanda de moeda é função estável da renda;
• a velocidade da moeda é praticamente constante a curto 
prazo;
• a política monetária é mais eficaz do que a política fiscal 
para promover o crescimento econômico estável;
• moeda afeta, a curto prazo, a demanda agregada, e pode 
fazer variar os níveis de produção e emprego;
• a longo prazo, a moeda determina apenas o nível geral de 
preços.
Os objetivos da política monetária são: promover o 
desenvolvimento econômico, manter o pleno emprego, a 
estabilidade do padrão monetário, sem ocorrência de processos 
inflacionários, e promover a distribuição da riqueza e das rendas. 
Para atingir esses objetivos, o governo utiliza instrumentos 
especiais de política monetária, como:
3.1.1 Emissão de moeda 
Forma primária de política monetária pela qual a autoridade 
intervém diretamente no mercado monetário, contraindo ou 
expandindo o volume de moeda na economia. A ação básica 
da autoridade dá-se tanto em termos de moeda física como 
escritural.
Os bancos têmcomo característica essencial a geração 
de moeda escritural, decorrente do fato de os depósitos 
bancários não coincidirem, necessariamente, com as retiradas, 
permanecendo o dinheiro por algum tempo à disposição do 
banco para empréstimos.
Multiplicador bancário (k): é uma 
variável que sintetiza o mecanismo de 
multiplicação da base monetária pelo 
processo de criação de moeda operado 
pelos bancos comerciais , isto é, a maior 
parte dos recursos depositados em 
banco fica disponível para empréstimos, 
enquanto a menor parte é mantida em 
caixa.
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Em resumo, a moeda injetada na economia pela autoridade 
monetária transforma-se em moeda escritural devido ao poder 
multiplicador dos bancos. Os valores deixados em caixa para 
atender as retiradas diárias são chamados de encaixe.
3.1.2 Reservas compulsórias 
Correspondem ao recolhimento feito pelos bancos à 
autoridade monetária de valor relativo a um percentual sobre 
seus depósitos à vista e/ou a prazo. Esse recolhimento também 
chamado de encaixe legal, por ser obrigatório, pode ser feito 
em moeda ou em títulos federais da dívida pública. Trata-se 
de instrumento restritivo e pode ser utilizado pela autoridade 
monetária para situações específicas como, por exemplo, 
facilitar operações de crédito rural, formar estoques reguladores 
e outras aplicações.
3.1.3 Redesconto bancário 
Instrumento utilizado pelas autoridades monetárias para 
assistência às instituições do Sistema Financeiro Nacional. 
Ele corresponde à concessão de empréstimos destinados a 
auxiliar eventuais problemas de liquidez das instituições 
financeiras. Nessa assistência, o Banco Central funciona 
como o banco dos bancos. 
O redesconto também pode ser efetuado no mercado 
interbancário para suprir as operações normais. Ele é feito 
por meio de CDI – Certificado de Depósito Interbancário. 
Dessa forma, a utilização do redesconto via autoridade 
monetária restringe-se aos casos mais graves ou a valores 
que o próprio sistema não pode financiar. Por meio do 
redesconto, o Banco Central controla o nível de liquidez e 
os meios de pagamento, promovendo alterações na taxa 
de juros, nos prazos de crédito, nos limites de crédito e na 
carteira de títulos descontáveis.
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3.1.4 Operações no mercado aberto 
No open market, a liquidez do sistema é regulada pela 
compra e venda de títulos públicos. Nesse mercado, compra-
se e vende-se dinheiro e mercadoria do sistema financeiro. A 
concorrência no setor financeiro faz com que as diferenças entre 
os preços de compra e venda desses títulos se aproximem muito, 
gerando spreads pequenos. Estes correspondem à diferença 
percentual entre o preço de compra e o de venda dos títulos. 
Os negociadores de títulos federais são chamados de dealers. 
Semanalmente o Tesouro Nacional ou o próprio Banco Central 
emite títulos que são leiloados aos dealers. Os tipos de operação 
no open market são:
• compra/venda final: quando o investidor fica com o título 
até a data de resgate final;
• em aberto: operação em que o prazo e/ou a taxa são 
definidos quando do resgate;
• prazo fixo: operações de recompra fixada;
• taxa fixa: operações cuja taxa é fixada até a data de 
recompra;
• operações compromissadas: venda competitiva de títulos 
com compromisso de revenda assumido pelo comprador.
O open market tem importante papel nas políticas de governo, 
pois, além da função básica de liquidez bancária, exerce funções 
específicas, considerando o ponto de vista do Banco Central, das 
instituições financeiras e das empresas, conforme abaixo:
• Do Banco Central
— adequar continuamente o volume dos meios de 
pagamento às necessidades da economia, atuando 
no curto prazo, com títulos cujo efeito é de quase-
moeda;
Spreads: diferença percentual entre 
os preços de compra e venda dos 
títulos.
Dealers: são os negociadores de títulos 
federais. 
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— regular a taxa de juros;
— antecipar ações para controle da liquidez.
• Das instituições financeiras
— corresponde à reserva secundária da alta liquidez;
— ajusta instantaneamente sua própria liquidez;
— remunera disponibilidades de curtíssimo prazo.
• Das empresas
— induz à aplicação de recursos ociosos de curtíssimo 
prazo;
— otimiza a administração do caixa.
As operações no mercado aberto são processadas 
inicialmente por meio da colocação ou do resgate de títulos 
públicos. Quando essa colocação ocorre pela primeira vez, 
dizemos que estamos atuando no mercado primário. 
O mercado primário é aquele em que a negociação ocorre 
diretamente entre o emitente dos títulos, o governo, e seus 
adquirentes, as instituições financeiras. Já a transferência dos 
referidos títulos a terceiros, isto é, a revenda deles, realizada 
entre as instituições financeiras e os poupadores, chama-se 
mercado secundário.
3.1.5 Formação do preço do dinheiro (taxa de juros) 
A determinação da taxa de juros básica da economia faz 
parte da política monetária e corresponde ao preço do dinheiro, 
isto é, quanto irá custar a captação de recursos no mercado 
financeiro.
A taxa de juros básica é determinada pelo Banco Central por 
meio das decisões do Comitê de Política Monetária – Copom. 
Mercado primário: é aquele em que 
são efetuadas as primeiras negociações 
dos títulos. É a única vez que o emitente 
dos títulos faz a negociação direta com 
os adquirentes.
Mercado secundário: é aquele em 
que ocorre a revenda dos títulos entre as 
instituições financeiras e os poupadores. 
Taxa Selic: corresponde à taxa média 
ajustada dos financiamentos diários, com 
lastro em títulos públicos, apurados no Sistema 
Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
Lastro em títulos públicos: a base são os 
títulos públicos.
Pesquise mais sobre a palavra lastro. 
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A taxa de juros é definida como a meta para a taxa Selic, que 
corresponde à taxa média ajustada dos financiamentos diários, 
com lastro em títulos públicos, apurados no Sistema Especial de 
Liquidação e Custódia (Selic). O período de vigência dessa taxa 
ocorre entre as reuniões do Copom. 
O Banco Central pode operar como comprador ou vendedor, 
por meio de leilões eletrônicos ou formais com o objetivo de 
injetar ou enxugar recursos no mercado. Todas as operações do 
Selic são líquidas em dinheiro.
A taxa Selic serve como base para fixar o custo do dinheiro 
para as demais operações do setor privado, como a taxa CDI 
– Certificado de Depósito Interbancário, taxa de juros para 
transações na BMF – Bolsa Mercantil e de Futuros, para prazos 
longos, fixação da taxa de juros dos CDBs – Certificados de 
Depósitos Bancários, acréscimos de custos dos impostos, margem 
de lucro das instituições financeiras, entre outros. Em resumo, é 
a partir da taxa de juros básica, definida na reunião periódica do 
Copom, que é formada toda a estrutura de juros da economia.
3.2 Política fiscal
A política fiscal preocupa-se com os gastos do setor público 
e os tributos cobrados da sociedade, visando ao equilíbrio entre 
a arrecadação tributária e as despesas governamentais.
É com base na política fiscal que o governo define e aplica 
impostos, taxas e contribuições sobre os agentes econômicos,promovendo a receita fiscal. Também define os gastos do governo 
e influi na política monetária, em especial no fluxo de caixa e na 
concessão de crédito dos agentes econômicos.
As decisões de política fiscal afetam a vida dos agentes 
econômicos. Por exemplo, uma alteração na carga tributária 
dos consumidores afeta sua renda disponível, que por sua vez 
atinge o nível de poupança. Já um acréscimo na carga tributária 
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das empresas acarreta a redução nos resultados, o que torna o 
capital investido menos atraente e também menor a capacidade 
de investimento, por acumular menores fluxos de caixa, podendo 
tornar a empresa mais dependente de empréstimos para financiar 
sua atividade. Portanto, uma alteração na política fiscal afeta a 
economia para consumo, o investimento e o equilíbrio da renda 
nacional.
Por outro lado, um acréscimo nos gastos do governo 
geralmente promove um incremento na demanda agregada, 
alterando de forma positiva a renda nacional.
Quando ocorre uma alteração na política fiscal, por meio 
de impostos e gastos, ela afeta o orçamento do governo. É 
no orçamento fiscal que estão inclusas as receitas tributárias 
relativas às cobranças dos diversos impostos e taxas e as despesas 
de consumo e investimento do governo. Quando as receitas com 
impostos são menores que o volume de gastos, ocorre um déficit 
no orçamento que deve ser coberto por meio de novas emissões 
monetárias e títulos públicos, que por sua vez alteram os meios 
de pagamento e o nível das taxas de juros em razão de uma 
elevação na dívida pública.
3.2.1 Dívida pública
O governo custeia suas necessidades financeiras mediante o 
aumento de impostos, através de emissões monetárias, inclusive 
aquelas determinadas por empréstimos internacionais, e pela 
colocação de títulos no mercado. Essas medidas, com exceção 
do aumento dos impostos, criam dívidas para o Tesouro 
Nacional.
A receita líquida de impostos é que financia os gastos do 
governo. Quando a receita é maior que o gasto de consumo 
ocorre a formação da poupança em conta-corrente. O 
superávit/déficit público é encontrado deduzindo-se os 
investimentos públicos, conforme demonstrado abaixo:
Superávit: resultado positivo das receitas, 
descontados os gastos e o investimento, ou o 
excesso da receita sobre a despesa.
Déficit: resultado negativo das 
receitas, descontados os gastos e os 
investimentos, ou o excesso da despesa 
sobre a receita.
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 Receita bruta com impostos
(-) Transferências do governo1
 __________________________________
(=) Receitas líquidas de impostos
(-) Gastos correntes de consumo do governo
 __________________________________
(=) Poupança em conta-corrente
(-) Investimento governamental
 __________________________________
(=) Superávit/Déficit público
Fonte: Assaf Neto, Alexandre, Mercados financeiros, p. 52
Outra medida que determina a eficiência do orçamento 
público é o superávit/déficit primário, determinado conforme 
segue:
 Receita bruta com impostos
(-) Gastos correntes de consumo do governo
(-) Investimentos do governo
 ______________________________
(=) Superávit/Déficit primário
3.3 Política cambial
Corresponde à administração da taxa de câmbio, promovendo 
alterações das cotações cambiais. A política cambial procura 
controlar as transações internacionais executadas por um país e 
é fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da 
economia e promover seu desenvolvimento econômico.
A política cambial pode afetar o nível das exportações, que, 
pela conversão de divisas em moeda nacional, pode promover 
um processo inflacionário na economia, afetando assim o 
controle dos juros. 
1Transferências do governo correspondem aos juros da dívida 
pública, subsídios e gastos com a previdência social.
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A taxa de câmbio corresponde ao valor com que a 
autoridade monetária compra e vende moeda estrangeira 
– deve adquirir moeda estrangeira e pagar com moeda 
nacional aos exportadores de bens e serviços e aos devedores 
que tenham obtido empréstimos no exterior. As moedas 
estrangeiras são utilizadas no pagamento de transações 
internacionais, como importações, pagamento de dívidas 
internacionais, entre outras.
O câmbio segue diversos padrões monetários, destacando-
se na atualidade três: taxa de câmbio fixa, as taxas de câmbio 
flutuantes e o currency board.
3.3.1 Taxa de câmbio fixa
O valor da moeda está atrelado a um referencial fixo, 
como ouro, dólar ou até mesmo uma cesta de moedas de 
diversas economias. Isso permite maior nível de certeza 
ao comércio internacional, pois o valor futuro da moeda 
é conhecido previamente. Para o governo, esse padrão 
proporciona maior risco, pois em épocas de desequilíbrio é 
obrigado a gastar elevadas somas de suas reservas cambiais 
para manter a cotação de sua moeda.
3.3.2 Taxa de câmbio flutuante 
As taxas de câmbio acompanham livremente as oscilações 
da economia, ajustando-se mediante alterações de seus valores; 
permitem maior liberdade às economias na execução de suas 
políticas monetárias, além de maior agilidade em eventuais 
desequilíbrios.
3.3.3 Padrão currency board 
É um sistema em que a autoridade monetária assume o 
compromisso legal de efetuar o câmbio de moeda nacional por 
moeda estrangeira forte, a moeda âncora, a uma cotação fixa. 
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Nesse caso, a autoridade monetária corresponde a uma “caixa de 
conversão” que mantém reserva em moeda forte, equivalendo 
a pelo menos 100% da moeda nacional em circulação, o 
que restringe a emissão de moeda até o limite das reservas 
internacionais no país.
3.4 Política de rendas
Corresponde basicamente ao controle dos fatores que 
influenciam a produção e o consumo da sociedade. É por 
meio da política de renda que o governo controla os níveis de 
salários, por meio do salário mínimo; os níveis dos encargos, 
por meio da determinação de alíquotas de recolhimento 
do INSS, FGTS, entre outros; o nível do sistema de preços, 
por meio dos preços públicos e da prática dos preços de 
setores considerados estratégicos, além da distribuição de 
resultados da atividade econômica.
Essa política ajuda no controle da inflação por meio dos 
níveis desejados de consumo e investimento, complementando 
as demais políticas de governo.
4 BALANÇO DE PAGAMENTOS
O resultado do fluxo de recursos de uma economia é 
demonstrado pelas autoridades monetárias mediante o balanço 
de pagamentos.
No balanço de pagamentos são registrados os valores 
de todas as transações internacionais efetuadas por um 
país, inclusive as operações realizadas entre residentes e 
não residentes, em determinado período. Uma importação 
resulta em uma exportação de moeda estrangeira para seu 
pagamento. 
A estrutura do balanço de pagamentos segue a forma 
abaixo:
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a. Balança 
comercial (1 – 2)
 Sendo:
1 = exportação e
2 = importação
Corresponde ao saldo das 
exportações, deduzidas as 
importações de um país.
b. Balança 
de serviços(2+3+4+5+6+7+8)
Sendo:
3 = viagens 
internacionais
4 = transportes
5 = seguros
6 = renda de capital
7 = serviços 
governamentais
8 = serviços diversos
Pagamentos e recebimentos 
de seguros, fretes, viagens, 
lucros, entre outros, 
realizados entre residentes 
no país e os demais países.
c. Transferências 
unilaterais
Transferências de doações 
de mercadorias e assistência, 
remessas de imigrantes e 
outras.
d. Saldo em
conta-corrente
(a + b + c)
e. Movimentos 
de capitais 
(9+10+11+12+13)
Sendo:
9 = investimentos 
diretos
10 = reinvestimentos
11 = empréstimos e 
financiamentos
12 = amortizações
13 = outros
Recursos que entram 
no país, referentes a 
investimentos, empréstimos, 
financiamentos, entre outros.
f. Erros e omissões
g. Saldo do balanço 
de pagamentos
(d + e + f)
Resultado final das 
transações realizadas entre 
residentes e não residentes 
do país.
 
O saldo em conta-corrente mostra que o país está exportando 
ou importando poupança; se o saldo for negativo, mostra 
que o país está financiando seus investimentos internos com 
poupança externa, pois estará captando recursos no exterior 
mediante empréstimos, financiamentos e investimentos diretos 
para poder equilibrar seu balanço de pagamentos. Caso não 
consiga recursos externos, deverá abrir mão de suas reservas 
monetárias internacionais. Quando isso acontece, algumas 
medidas podem ser tomadas: renegociação da dívida, negociação 
Balança comercial: resultado das 
transações de mercadorias entre os 
países.
Balança de serviços: resultado dos 
serviços prestados entre os países.
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de novos empréstimos, medidas para conter as saídas de 
divisas e desvalorização cambial para estimular a exportação e 
desestimular a importação.
5 TAXA DE JUROS E RETORNO EXIGIDO
Como observado anteriormente, as intermediações 
financeiras criam mecanismos de transferência de valores 
entre os poupadores e investidores, resultando disso uma 
interação entre os fatores econômicos como: oferta de 
moeda, saldo da balança comercial e políticas econômicas 
que influenciam o custo do dinheiro, representado pela taxa 
de juros.
O juro identifica o preço do crédito, isto é, o preço de troca 
de ativos disponíveis em diferentes momentos do tempo. 
Corresponde à compensação que um demandante de fundos 
deve pagar a seu fornecedor. 
Quando ocorre empréstimo de recursos, o custo de sua 
captação é a taxa de juros. Quando os recursos são obtidos 
mediante uma transação de compra e venda de direito de 
propriedade, como, por exemplo, a compra de ações de uma 
empresa, o custo para o demandante (vendedor das ações) 
dos recursos é chamado de retorno exigido e representa o 
nível de ganho esperado pelo fornecedor (comprador das 
ações).
O custo dos recursos, não considerando os fatores de risco 
e a inflação, é representado pela taxa real de juros. Como 
o risco está presente em qualquer decisão de investimento, 
assim como a possibilidade de aumento de preços (inflação), 
a taxa de juros praticada é aquela que inclui esses fatores e 
é chamada de taxa nominal ou efetiva de juros.
As taxas nominal e efetiva de juros são, também, 
consequência da taxa de juros básica determinada pelo governo, 
pois como vimos no item específico, todas as transações de 
investimento e financiamento de uma economia estão direta 
ou indiretamente relacionadas com as políticas de governo.
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6 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
O sistema financeiro nacional é o conjunto de instituições 
e instrumentos financeiros que possibilita a transferência de 
recursos dos ofertantes (fornecedores) para os demandantes 
(tomadores), e cria condições para que os títulos e valores 
mobiliários tenham liquidez no mercado.
Como vimos anteriormente, ofertantes de recursos são aqueles 
que apresentam disponibilidade temporária de recursos para 
consumo ou investimento, isto é, apresentam superávit financeiro. 
Os demandantes são aqueles que estão temporariamente com 
déficit financeiro, seus gastos foram maiores que suas rendas. 
Dessa forma, necessitam de recursos para saldar compromissos 
e fazer novos investimentos.
O quadro abaixo descreve os órgãos, entidades e operadoras 
que compõem o Sistema Financeiro Nacional:
Órgãos 
normativos
Entidades 
supervisoras Operadores
Conselho 
Monetário 
Nacional - 
CMN
Banco Central do 
Brasil – Bacen
Instituições 
financeiras 
captadoras 
de depósitos 
à vista
Demais 
instituições 
financeiras
Outros 
intermediários 
financeiros e 
administradores 
de recursos de 
terceiros
Comissão 
de Valores 
Mobiliários 
– CVM
Bolsas de 
mercadorias 
e futuros
Bolsas de 
valores
Conselho 
Nacional 
de Seguros 
Privados 
– CNSP
Superintendência 
de Seguros 
Privados – Susep Sociedades 
seguradoras
Sociedades de 
capitalização
Entidades 
abertas de 
previdência 
complementarIRB – Brasil 
Resseguros
Conselho de 
Gestão da 
Previdência 
Complementar 
– CGPC
Secretaria de 
Previdência 
Complementar 
– SPC
Entidades fechadas de previdência 
complementar 
(fundos de pensão)
Fonte: site do Banco Central do Brasil – Sistema Financeiro Nacional
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6.1 Estrutura institucional
A estrutura do sistema financeiro nacional é formada 
por dois grandes subsistemas, o operacional e o normativo. 
O primeiro é formado pelas instituições financeiras, 
públicas ou privadas, que atuam no mercado financeiro. O 
segundo, o normativo, regulamenta e controla as atividades 
do subsistema operacional com base em normas legais, 
expedidas pela autoridade monetária. É composto pelos 
órgãos normativos e pelas entidades supervisoras.
6.1.1 Instituições financeiras
Atuam como intermediárias, promovendo a canalização 
das poupanças de indivíduos, empresas e órgãos de governo 
para empréstimos ou aplicações. Muitas dessas instituições 
cobram, direta ou indiretamente, pelos serviços prestados 
mediante tarifas ou juros. As instituições financeiras 
podem ser classificadas como bancárias e não bancárias. 
As principais são: bancos comerciais, bancos financeiros, 
cooperativas de crédito, caixas econômicas, factoring, 
companhias de seguro, fundos de pensão e fundos de 
investimento. De acordo com a lei de reforma bancária, as 
instituições financeiras têm como atividade principal ou 
acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos 
financeiros, próprios ou de terceiros, em moeda nacional 
ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de 
terceiros. 
As funções creditícias e/ou patrimoniais exercidas pelo 
subsistema operacional do sistema financeiro nacional do Brasil, 
formado pelas instituições financeiras, estão descritas no quadro 
abaixo:
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Funções Instituição financeira 
Crédito de curto prazo Bancos comerciais e múltiplos, caixas econômicas, cooperativas de crédito e factoring.
Crédito de médio e 
longo prazo
Banco de investimento e desenvolvimento e 
companhia de leasing.
Crédito ao consumidor Financeiras, Caixa Econômica Federal, cia. de leasing.
Crédito habitacional Caixas econômicas, companhias de crédito imobiliário e bancos múltiplos.Intermediação de 
títulos e valores 
mobiliários
Sociedades corretoras e distribuidoras, agentes 
autônomos de investimento.
Seguro e capitalização Seguradoras, fundações de seguridade social e companhias de capitalização.
Arrendamento 
mercantil (leasing) Companhias de leasing.
6.1.2 Bolsa de valores
Associações civis, sem fins lucrativos, cujo patrimônio 
é representado por títulos patrimoniais pertencentes às 
corretoras, têm como objetivo básico manter local adequado 
para a realização da compra e venda de títulos e valores 
mobiliários em mercado livre e aberto. As transações são 
fiscalizadas pelos membros e autoridades que as compõem 
e pela Comissão de Valores Mobiliários. Outros objetivos 
podem ser relacionados:
• organizar o pregão e os sistemas de negociação, além 
do registro das operações realizadas e sua rápida 
divulgação;
• fiscalizar seus membros e sociedades emissoras de valores 
mobiliários no cumprimento de seu regulamento e demais 
dispositivos legais;
• assegurar aos investidores total garantia pelos títulos e 
valores nela negociados.
A administração das bolsas de valores é feita pelo Conselho 
de Administração, que escolhe o superintendente geral. O 
conselho é constituído por seis representantes e respectivos 
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suplentes de sociedades corretoras, membros da bolsa, eleitos 
por três anos; um representante das companhias abertas, um 
representante dos investidores, pessoa física, e um representante 
dos investidores institucionais.
O sistema de negociação, os títulos transacionados e demais 
detalhes sobre as bolsas de valores serão discutidos em item 
específico. 
Ainda com relação à estrutura do sistema financeiro nacional, 
os órgãos reguladores e fiscalizadores estão subordinados ao 
Conselho Monetário Nacional e controlam as atividades das 
instituições operativas. As instituições normativas são:
6.1.3 Conselho Monetário Nacional – CMN
Órgão deliberativo de cúpula do sistema financeiro nacional, 
é formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo 
presidente do Banco Central. O Conselho Monetário Nacional 
deve estabelecer diretrizes gerais de políticas econômicas; regular 
as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das 
instituições financeiras e disciplinar os instrumentos das políticas 
monetária e cambial. Com o CMN funciona a Comissão Técnica 
da Moeda e do Crédito (Comoc) e está previsto o funcionamento 
de comissões consultivas, de normas e de organização de: 
• Sistema financeiro;
• Mercado de valores mobiliários e de futuro;
• Crédito rural, crédito industrial, crédito habitacional, 
saneamento e infraestrutura urbana;
• Endividamento público; e
• Políticas monetária e cambial.
6.1.4 Banco Central do Brasil – Bacen 
Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, é órgão 
executivo que deve fazer cumprir a legislação vigente e as 
normas emanadas pelo CMN. Suas atribuições privativas 
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são: emitir dinheiro; executar os serviços de circulação de 
dinheiro; efetuar o recolhimento dos compulsórios, encaixes 
obrigatórios e depósitos voluntários das instituições 
financeiras; realizar operações de redesconto e empréstimo 
às instituições financeiras; controlar e fiscalizar o crédito e 
o capital estrangeiro; ser depositário das reservas oficiais de 
ouro e moeda estrangeira no país; fiscalizar as instituições 
financeiras e administrar a dívida interna. Por essas 
atribuições, o Bacen é:
a. o banco dos bancos – compulsório, redesconto;
b. gestor do sistema financeiro – normatiza, autoriza, 
fiscaliza e intervém;
c. agente da autoridade monetária – controla o fluxo e a 
liquidez monetários;
d. banco de emissão – emite e controla o fluxo de moeda;
e. agente financeiro do governo – financia o Tesouro 
Nacional, administra a dívida pública, é depositário das 
reservas internacionais.
6.1.5 Comissão de Valores Mobiliários – CVM
Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, 
administrada por um presidente e quatro diretores nomeados 
pelo presidente da República, a CVM funciona como um órgão 
de deliberação colegiada. São suas atribuições: assegurar 
o funcionamento eficiente das bolsas e balcão; proteger 
os titulares de valores mobiliários contra irregularidades 
cometidas por companhias ou administradores de valores 
mobiliários; evitar fraudes ou manipulação que afetem o preço 
ou a oferta de valores mobiliários; promover o funcionamento 
adequado e a expansão do mercado de ações. Tem poderes 
para fiscalizar documentos e informações divulgadas pelas 
companhias de capital aberto nas demonstrações financeiras, 
apurar atos e práticas inadequadas pelas companhias abertas, 
suspender negociações de títulos, prestar informações aos 
participantes do mercado mobiliário e suspender registros 
de companhias.
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6.1.6 Banco do Brasil – BB
Exerce funções de agente financeiro do governo federal, 
como executar políticas de crédito rural e industrial e de banco 
comercial. Além das atividades de banco comercial, presta 
serviços de compensação de cheques e realiza operações 
cambiais, entre outros.
6.1.7 Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e 
Social – BNDES
Empresa pública vinculada ao Ministério do Planejamento, 
é órgão de execução da política de investimentos do 
governo federal. Apoia investimentos estratégicos visando 
ao desenvolvimento do país por meio de financiamentos. Os 
recursos repassados às empresas, mediante financiamento, 
são oriundos dos recursos próprios do BNDES, de empréstimos 
e doações de entidades nacionais e estrangeiras, bem como 
daqueles originados de organismos internacionais. O BNDES 
repassa os recursos aos agentes financeiros que, por sua 
vez, se responsabilizam pelas operações de financiamento 
às empresas. As empresas filiadas ao BNDES são: Finame 
– Agência Especial de Financiamento Industrial e BNDESPAR 
- BNDES Participações S.A. A primeira tem como finalidade 
financiar a compra e a venda de equipamentos industriais 
e agrícolas; a segunda tem como objetivo financiar a 
capitalização de empresas nacionais.
6.2 Sistema de pagamentos brasileiro
Corresponde ao grupo de regras, instrumentos, 
procedimentos e sistemas operacionais que trabalham de 
forma conjunta na transferência de fundos entre o pagador 
e o recebedor. Qualquer problema operacional pode provocar 
uma falta de liquidez do banco, afetando o equilíbrio do 
processo. A estrutura do sistema de pagamentos brasileiro 
permite inclusive a quitação de obrigações on-line. Como 
exemplo temos a TED, que é efetuada on-line para valores 
acima de R$ 5.000,00 (nesta data).
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7 MERCADOS FINANCEIROS
Os mercados financeiros constituem-se em fóruns onde os 
fornecedores e demandantes de recursos podem transacionar 
os títulos. Conforme citado no início, os mercados financeiros 
estão divididos em quatro subgrupos de mercados: o monetário, 
o de crédito, o cambial e o de capitais.
Inicialmente os títulos são emitidos e negociados no mercado 
primário, no qual o emissor transaciona diretamente com o 
comprador dos títulos. As demais transações, ou renegociações, 
realizadas entre os poupadorese investidores acontecem no 
mercado secundário, que pode ser visto como um mercado de 
negociação de títulos anteriormente possuídos por alguém.
7.1 Mercado monetário
Caracteriza-se pelas transações de curtíssimo e curto 
prazo, visando ao controle da liquidez monetária da 
economia. Os papéis que lastreiam as operações do mercado 
monetário se concentram em papéis emitidos pelo Banco 
Central do Brasil, com o objetivo de execução da política 
monetária, e pelo Tesouro Nacional, com o objetivo de 
financiar o orçamento público, os BBC – Bônus do Banco 
Central e as NTN – Notas do Tesouro Nacional ou as LTN 
– Letras do Tesouro Nacional. Outros títulos emitidos pelos 
estados ou municípios também fazem parte do mercado 
monetário. O Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), 
o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e as debêntures 
também são negociados nesse mercado.
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A maioria dos títulos públicos e privados do mercado 
monetário é escritural. O controle das negociações, a liquidação 
e a transferência desses valores são efetuados por dois sistemas 
especiais chamados de Selic e Cetip.
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) 
corresponde ao sistema que controla, liquida financeiramente 
e custodia física e escrituralmente os títulos públicos 
transacionados no mercado monetário. As transações com 
esses títulos são efetuadas em dinheiro, diretamente entre os 
operadores das instituições financeiras (autorizadas a operar 
no mercado monetário), e as informações são repassadas por 
sistema informatizado (terminal). 
A Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos 
Privados (Cetip) exerce a mesma função do Selic, mas está 
direcionada aos títulos privados, como CDB, RDB, Debêntures, 
CDI, entre outros. As operações dessa central são processadas 
por transferência bancária e liquidadas após compensação dos 
cheques ou equivalentes.
O volume de transações realizadas entre os dois sistemas é 
elevado, motivo pelo qual divulgam periodicamente duas taxas 
de juros utilizadas pelos agentes econômicos: a taxa Selic e a taxa 
Cetip. Com base na primeira, as instituições financeiras adquirem 
e vendem títulos diariamente. Isso originou a conhecida taxa 
overnight, que corresponde à taxa de um dia útil de transação.
Ainda com relação ao Selic: por concentrar títulos de grande 
liquidez e teoricamente de risco mínimo – títulos públicos – diz-
se que é uma taxa livre de risco e de grande relevância para a 
formação dos juros de mercado.
A taxa Cetip, também chamada de D1 ou ADM, por causa do 
tempo de compensação da transação – geralmente um dia após 
a transação –, é ligeiramente mais elevada que a taxa Selic, por 
embutir maior risco decorrente desse tempo de liquidação.
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Os títulos públicos negociados no mercado monetário são:
A. Títulos do Tesouro Nacional
a. LTN – Letras do Tesouro Nacional
b. LFT – Letras Financeiras do Tesouro
c. NTN – Notas do Tesouro Nacional
d. CTN – Certificado do Tesouro Nacional
e. CFT – Certificado Financeiro do Tesouro
B. Títulos do Banco Central
a. BBC – Bônus do Banco Central
b. LBC – Letras do Banco Central
c. NBC – Notas do Banco Central
Primeiramente, os títulos são emitidos e transacionados 
no mercado primário, entre o Banco Central e as instituições 
financeiras, por meio dos dealers, instituições representantes do 
Bacen no mercado.
As instituições financeiras, após a aquisição dos títulos no 
leilão primário, renegociam os ativos no mercado secundário, 
mediante instrumento de operação chamado open market 
(mercado aberto). Neste, as instituições financeiras vendem o 
título com o compromisso de recomprá-lo em uma data futura, 
financiando sua posição e obtendo, pelo diferencial acima 
citado, sua receita financeira (spread).
A diferença de ganhos entre as transações de compra e 
venda do título denomina-se spread da instituição, ou seja, sua 
receita financeira.
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7.2 Mercado de crédito
Corresponde às transações de empréstimos e financiamentos, 
realizadas pelas instituições financeiras bancárias, às pessoas 
físicas ou jurídicas, por períodos curtos ou médios. 
Os financiamentos de bens de consumo duráveis, feitos pelas 
sociedades financeiras não bancárias, de médio prazo, também 
fazem parte desse mercado.
As operações de empréstimos de curto e longo prazo, 
realizadas no mercado de crédito, são:
a. Desconto de títulos = operação de crédito do sistema 
bancário envolvendo duplicatas, notas promissórias, 
descontos de cheques, entre outros O responsável pela 
liquidação final do título negociado é o tomador de 
recursos. Se na data do vencimento do título o sacado 
não pagar, o cedente (tomador dos recursos) deverá 
pagar. Nesta operação os encargos financeiros são pagos 
antecipadamente, já descontados do valor nominal da 
operação;
b. Contas garantidas = contas com limite de crédito 
garantido pela instituição bancária utilizadas para saldar 
compromissos imediatos. Os encargos são debitados na 
conta, no final do mês;
c. Crédito rotativo = empréstimos de curto prazo para 
financiar necessidade de capital de giro das empresas. 
Operação semelhante a conta garantida, só que neste 
caso, a operação é garantida com duplicatas (duplicatas 
caucionadas). O limite de crédito corresponde a um 
percentual do valor caucionado. À medida que as duplicatas 
vencem e são resgatadas, o tomador de recursos deve 
substituí�las;
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d. Operações de hot�money = empréstimos que variam de 
1 a 7 dias. O custo dessas operações tem como base o 
CDI;
e. Empréstimo para capital de giro = contrato por tempo 
e condições determinadas, como, prazo, ser duplicatas, 
aval, notas promissórias, entre outras. Operações de 
vendor = a instituição bancária paga à vista os direitos 
da empresa relativos às duplicatas de vendas. Nesse 
caso o responsável pelo pagamento do título ao banco 
é o comprador. O valor do crédito é liberado à empresa 
que vendeu o título pelo valor líquido, já descontados 
os encargos da operação;
f. Resolução 63 – repasse de recursos externos = 
operações de empréstimos com base no repasse de 
recursos captados em moeda estrangeira pelos bancos 
às empresas nacionais. Os encargos nesta operação são: 
comissão de repasse, variação cambial e o LIBOR que 
corresponde à taxa de juros interbancária do mercado 
de Londres;
g. Crédito direto ao consumidor = financiamento para 
aquisição de bens e serviços, diretamente ao consumidor, 
cuja garantia geralmente é a alienação fiduciária do 
próprio bem adquirido. Como o risco é mais elevado, 
geralmente os juros também o são;
h. Adiantamento de contrato de câmbio – ACC = 
corresponde à antecipação de valores a serem recebidos pela 
empresa relativos à exportação futura, geralmente na fase 
de produção dos produtos a serem exportados. É liberado 
mediante comprovação da exportação, confirmação do 
pedido por parte do importador. O custo corresponde ao 
LIBOR, mais a margem de risco do país, mais o lucro do 
banco.
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7.3 Mercadode câmbio
É o ercado no qual são realizadas as trocas de moedas nacional 
e estrangeira para a realização de transações internacionais. É 
utilizado pelo Banco Central para controle das reservas cambiais 
e para manter o valor da moeda nacional em relação às moedas 
internacionais. No Brasil, somente as autoridades monetárias 
podem realizar as operações de compra e venda de moedas 
estrangeiras.
7.4 Mercado de capitais
Assume papel de grande importância porque é nele 
que se realizam as transações de médio e longo prazo para 
financiamentos de capital de giro e capital fixo. Nesse mercado 
também são realizados financiamentos com prazo indeterminado, 
como o das operações que envolvem a emissão e subscrição de 
ações, assim como de emissões de títulos de empresas e órgãos 
governamentais. As bolsas de valores correspondem à base desse 
mercado, pois oferecem um local para a realização de negócios 
com obrigações e ações.
Os principais títulos negociados são as obrigações de dívida de 
longo prazo, emitidas por empresas ou órgãos governamentais, 
e as ações ordinárias e preferenciais, títulos de participação 
acionária.
a. Financiamento de capital de giro: operações com prazos 
de 6 a 24 meses. As instituições financeiras utilizam-
se de recursos próprios ou provenientes de depósitos a 
prazo fixo (CDB e RDB). As empresas podem emitir títulos 
denominados commercial paper, que correspondem 
basicamente a uma nota promissória com resgate máximo 
de 9 meses;
b. Operações de repasses: conforme estudado, 
correspondem a empréstimos contratados por instituições 
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financeiras no mercado de capitais e são repassados para 
empresas com o objetivo de financiar investimentos de 
longo prazo;
c. Arrendamento mercantil: operação na qual o arrendante 
(empresa de arrendamento) adquire o bem e o arrenda 
(aluga) ao cliente, por meio de contrato de arrendamento, 
por prazo determinado. Ao final do contrato é assegurada 
ao arrendatário a aquisição do bem por um valor residual 
determinado no contrato. Esses são os contratos de 
leasing. Os tipos são:
a. Leasing financeiro. O mais comum é aquele em que as 
prestações de aluguel são mensais, iguais e sucessivas;
b. Lease-back. Operações nas quais o proprietário do 
bem, por meio de um único contrato, vende e arrenda 
um bem;
c. Leasing operacional. Operação cujo valor residual, no 
final do contrato, é definido pelo valor de mercado.
d. Securitização de recebíveis: operações de captação 
financeira, por meio de títulos emitidos pela própria 
empresa, que negocia seus recebíveis com empresa 
criada especialmente para essa finalidade, “sociedade de 
especiais”. Esses títulos são geralmente debêntures;
e. Oferta pública de ações e debêntures: operações 
realizadas por empresas sociedades anônimas, que 
emitem e colocam novas ações no mercado visando captar 
recursos, obedecendo à legislação controlada pela CVM. 
As debêntures são classificadas como títulos privados de 
crédito e também são emitidas por empresas sociedades 
anônimas. 
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7.4.1 Subscrição de ações
Por tratar-se de um dos principais títulos negociados 
no mercado de capitais, as ações e respectivos processos de 
subscrição destas devem ser mais bem detalhados.
7.4.1.1 Ações
Ação corresponde a uma parcela do capital social de uma 
companhia. A soma de todas as ações forma o capital social 
da empresa. O detentor de uma ou mais ações possui direito 
de participação no capital social e nos resultados da empresa, 
proporcionalmente ao número de ações que detém.
As ações são emitidas pelas empresas visando captar 
recursos em operações chamadas de subscrição de ações; 
são vendidas aos investidores dispostos a comprá-las por um 
preço de lançamento (mercado primário); depois poderão 
ser vendidas a qualquer momento, pois geralmente não 
possuem prazo de resgate e os preços oscilam de acordo 
com o interesse dos investidores dispostos a recomprá-las 
(mercado secundário). 
As negociações são efetuadas em bolsas de valores 
diariamente. Seu preço pode variar de acordo com o interesse 
dos investidores e é divulgado nos meios de comunicação em 
geral. As ações podem ser:
a. ordinárias: aquelas que têm direito a voto na assembleia 
de acionistas e, portanto, determinam o destino da 
empresa. Se o acionista possuir 50% das ações ordinárias 
mais uma, tem o controle acionário da empresa;
b. preferenciais: aquelas que não têm direito a voto, mas 
tem prioridade na distribuição de resultados (recebimento 
de dividendos) e no reembolso de capital.
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As ações podem assumir forma nominativa ou escritural. 
Na primeira, a propriedade é definida e as ações são emitidas 
em títulos de propriedade. Na segunda, as ações circulam 
nos mercados de capitais sem a emissão de cautela (emissão 
dos títulos de propriedade), são escrituradas e registradas 
por meio eletrônico no qual os valores são lançados a débito 
ou a crédito dos acionistas por um banco, o fiel depositário 
das ações da companhia.
7.4.2 Emissão e subscrição de ações
A emissão e colocação de novas ações no mercado pelas 
empresas são aprovadas em assembléia geral, pelo somatório 
dos acionistas ordinários que detêm o controle acionário. 
A operação de subscrição de ações é efetuada com a 
intermediação de uma instituição financeira, com garantia 
de colocação, ou não, pela instituição, underwriting. Nessa 
operação, a instituição garante a colocação de todas as 
ações no mercado ou a compra do saldo não vendido. Na 
subscrição de ações, os acionistas sempre terão o privilégio 
de compra das ações lançadas.
Após autorização da operação pela CVM, a instituição 
financeira efetuará o lançamento no mercado primário, 
constituído por investidores que subscrevem esses valores 
mobiliários pela primeira vez. As ações são vendidas pelos 
preços preestabelecidos, por período definido em contrato. 
As ações não vendidas pelo prazo estipulado deverão ser 
adquiridas pela instituição financeira, em caso de operações de 
underwriting. Nos casos em que a operação não é garantida, 
poderão ocorrer leilões das ações em bolsa de valores, ou a 
empresa emitente permanecerá com as ações remanescentes, 
em tesouraria. Nesse caso, a empresa não capta o total dos 
recursos, pois as ações não vendidas não são revertidas em 
dinheiro.
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Após subscritas, os novos investidores poderão transacionar 
as ações no mercado secundário, pelo valor da cotação do dia 
da venda, nas bolsas de valores.
Bibliografia básica
 
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2008.
 
ANDRESO, Andrea F.; LIMA, Iran Siqueira. Mercado financeiro 
– aspectos conceituais e históricos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2007.
 
PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de capitais – fundamentos e 
técnicas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
 
Bibliografia complementar
 
LIMA, Gernando A.; SAMPAIO, Franco de Lima; LIMA, Iran 
Siqueira; PIMENTEL, Renê Coppi. Curso de mercado financeiro: 
tópicos especiais. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
 
LAGIOIA, Umbelina Cravo Teixeira. Fundamentos do Mercado 
de Capitais. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

Outros materiais