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Direito Canônico, Magna Carta, ONU, Ordenações

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DIREITO CANÔNICO 
NORMA RELIGIOSA x NORMA MORAL.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 
Se o Direito, em geral, é a forma de organização de qualquer tipo de sociedade, e sem ele, não poderíamos falar em ordem, em organização, em respeito às pessoas, em respeito à propriedade, em honestidade nas relações, ou seja, o Direito é o que salvaguarda a justiça nas relações inter-subjetivas, ou seja, entre as pessoas, isto se aplica também às instituições que não deixam de ser pessoas para o Direito.
É o caso do chamado “direito da Igreja”.
- Tal “direito” seria um costume, uma tradição cristã?
ORIGEM DO TERMO 
A palavra canônico é usada para designar algo da Igreja. Canon, que originariamente era como uma régua, um medidor, passou a ser um termo usado pela Igreja para definir os seus próprios assuntos, usos e costumes; portanto, tudo o que é canônico é da Igreja
DEFINIÇÃO 
Direito Canônico é o Direito da Igreja Católica. 
- Essencial e globalmente, Direito Canônico é o conjunto das relações entre os fiéis que possuem certas obrigações determinadas pelos vários carismas, sacramentos e ministérios e que criam regras de conduta;
- Positivamente falando (e este é um aspecto derivado do ponto o Direito Canônico é considerado um conjunto de leis e de normas positivas dadas pela autoridade legítima que regulam as relações intersubjetivas na vida da comunidade eclesial.
- Em suma, DEFINIÇÃO = O direito canônico é o conjunto das normas que regulam a vida na comunidade eclesial.
O direito canônico é o conjunto das normas que regulam a vida na comunidade eclesial.
COMPOSIÇÃO :
- Código de Direito Canônico - : Codex Iuris Canonici.
- Código de Cânones das Igrejas Orientais - Codex canonum Ecclesiarum Orientalium
- e a Constituição Apostólica Pastor Bônus 
CONTEÚDO GERAL = O direito canônico está praticamente todo condensado no código canônico. Neste diploma legal, encontram-se regras de direito material e de direito processual. O direito canônico tem vários ramos: direito penal canônico, direito administrativo canônico e direito patrimonial canônico, dentre outros.
- CONTEÚDOS POLÊMICOS NO CÓDIGO CANÔNICO :
- “Por que a Igreja precisa de Direito ou de um Código de Direito?" é uma legislação que cuida da Religião ou da organização,
- É uma legislação positiva da Pessoa Jurídica “Igreja Católica’, ou uma “legislação religiosa” ?
- É possível legislar sobre o espírito humano ?
- Parte da doutrina entende que o Código Canônico é pastoral (busca a evangelização).
- Outra parte entende que é um Código positivo (de leis específicas).
- Outro segmento entende que é espiritualista, ao tratar da canonização (declarar uma pessoa santa). De milagres o Direito não fala muito, mas entende-se, por exemplo, que tem competência para isso a Congregação para a Causa dos Santos
- Outro segmento fala do Matrimônio, principalmente pelos tribunais eclesiásticos quanto aos processos referentes aos casos de declaração de nulidade.
DIREITO CANÔNICO E O SÉCULO XXI – A IGREJA CATÓLICA.
Diferentemente do direito romano, que disciplinava as relações no Império romano, já extinto; o Direito Canônico está diretamente relacionado ao dia-a-dia de mais de um bilhão de católicos no orbe terrestre. Por exemplo, quando se deseja discutir a validade de um casamento (nulidade de matrimônio) realizado na Igreja, recorre-se à corte canônica ou tribunal eclesiástico.
O primeiro Código Canônico, reunindo toda a legislação canônica em cinco livros que passaram a compor o Código de Direito Canônico, promulgado pelo Papa Bento XV, sucessor de Pio X, em 27 de maio de 1917. 
O atual Código Canônico foi promulgado pelo papa João Paulo II no ano de 1983, abrogando, isto é, substituindo o código anterior, datado de 1917, que fora promulgado pelo então Papa Bento XV.
Para as Igrejas Orientais (católicas), João Paulo II promulgou um novo código, designado por Código dos Cânones das Igrejas Orientais (Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium), em 18 de Outubro de 1990 (entrou em vigor em 01-10-1991), através da Constituição Apostólica Sacri Canones
DEBATE LEI DIVINA x LEI POSITIVA 
No Islã, por exemplo, segundo o SOCIÓLOGO ERNEST GELLNER afirmou no seu livro “Pós-modernismo, razão e religião”, que no Islã não faz sentido falar em Direito Canônico, pois neste contexto toda a lei é divina (!). No Islã, a fé e a lei não estão separadas. Consequentemente, não há Direito Canónico no Islão. Os acadêmicos muçulmanos são melhor descritos como teólogos/juristas.
Exemplos : Irã, Código de Manu (Legislação da Índia).
Considerações Gerais :
- O costume de escrever as normas vem de milênios atrás.
- Os primeiros Códigos de leis datam dos tempos anteriores à era cristã. 
- Na Igreja, as coleções de normas escritas vêm desde os primeiros tempos.
- O objetivo, em ambos os casos, sempre foi o mesmo: dar ciência a todos da existência destas normas e zelar pela sua uniformidade. 
- Nos dez primeiros séculos da Igreja, ou seja, até aproximadamente o ano 1000 da nossa era, foram compiladas diversas coleções destas leis, quase sempre de alcance particular ou regional. 
- Então, por volta do século XII, um monge de nome Graciano, uniu estas diversas compilações de normas e as harmonizou, conferindo-lhe organicidade. 
- No decorrer dos séculos seguintes, diversas normas novas foram continuaram sendo acrescentadas, sem a preocupação de uni-las num único compêndio. 
- Esta questão foi levantada durante o Concílio Vaticano I (1870) e o Papa Pio X nomeou uma Comissão Especial, para a tarefa de coligir e harmonizar este amontoado de normas esparsas.
- Após doze anos de trabalho, a Comissão reuniu toda a legislação canônica em cinco livros que passaram a compor o Código de Direito Canônico, promulgado pelo Papa Bento XV, sucessor de Pio X, em 27 de maio de 1917. 
DEFINIÇÃO DE CÓDIGO CANÔNICO
- Nas sociedades ocidentais, Direito Canônico (ou direito canônico) é a lei das Igrejas Católica e Anglicana. 
- O conceito leste-ortodoxo de direito canônico é semelhante mas não idêntico ao modelo mais legislativo e judicial do ocidente. Em ambas as tradições, um cânone é uma regra adoptada por um Concílio Ecuménico (Do grego kanon/κανον, para regra, standard, ou medida); estes cânones formavam a fundação do direito canónico.
= DEFINIÇÃO TÉCNICA = 
- O Código de 1917 era, de fato, uma organização das leis anteriores, não tendo havido efetivamente uma tentativa de atualização delas.
- Por isso, as transformações histórico-sociais ocorridas na primeira metade do século XX trouxeram a necessidade de reformar as leis canônicas, com o objetivo de adaptá-las aos novos tempos. 
Para tanto, em 1963, foi constituída pelo Papa Paulo VI uma nova Comissão com esta finalidade, tendo como presidente o Cardeal Ciriaci. Por expressa recomendação do Sumo Pontífice, o trabalho da Comissão deveria ter o cuidado especial de adequar as leis da Igreja à nova mentalidade e às novas necessidades dos fiéis cristãos nos dias de hoje. Após cerca de vinte anos de trabalho e compondo-se de sete livros, finalmente o atual Código de Direito Canônico foi promulgado pelo Santo Padre o Papa João Paulo II, em 25 de janeiro de 1983. 
Nome completo : MAGNA CHARTA LIBERTATUM ET CONCORDIAM INTER REGEM JOHANNEN ET BARONES PRO CONCESSIONE LIBERTATUM ECCLESIAE ET REGNI ANGLIAE 
TRADUÇÃO : “Grande Carta das liberdades E Concórdia entre o rei João e os Barões para a outorga das liberdades da Igreja e do Reino Inglês” 
CARACTERÍSTICAS :
- Era a princípio um documento de compromisso do Rei e os Barões com as liberdades e a dignidade.
- Limitou o poder dos monarcas, retirando o poder absoluto..
- Submissão da vontade do Rei à lei.
- Assinada, sob coação, em 11.06.1215, campos de Runnymead, por João sem Terra, filho de Henrique II (no lugar de Ricardo Coração de Leão, 1189, III Cruzada, Terra Santa) (Cruzada dos Reis).
- Impôs Governo Representativo.
- Organização em Assembléia Política.
- Imunidades Parlamentares..
- Participação do povo nos Tribunais.
- Instituição doHabeas Corpus
- Instituição do Júri Popular.
= CÓPIAS = só 17, a maioria na Inglaterra; Fora da Inglaterra, só uma, em Camberra (AUS), uma nos USA, comprada da Fundação Perrot, pelo magnata e assessor de Jimmy Carter, David Rubstein, de 18.12.1297-selo de Eduardo I, por US$ 23,1mi, ou E$ 14,8 mi.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU
HISTÓRIA :
1- Sucedeu antiga “Liga das Nações” (1919-Versalles), após Conferência de Yalta-1945, (Roosevelt-Churchill-Stalin)..
2- Carta de S.Francisco, 111 Arts. 
3- Organismos : Assembléia Geral = Conselho de Segurança )(11), 5 Permanentes, USA, Rússia, China, França, Inglaterra), Comissão de Tutela, Corte Internacional de Justiça, Comissão Econômica e Social.
OBJETIVOS : 
Manter a paz mundial
Proteger os Direitos Humanos
Promover o desenvolvimento econômico e social das nações
Estimular a autonomia dos povos dependentes
Reforçar os laços entre todos os estados soberanos
ORDENAÇÕES – Nomes dos Reis em virtude da época em que foram editadas.
1=) ORDENAÇÕES AFONSINAS = Rei D. Afonso, data=1446.. 
CARACTERÍSTICAS :
Inspirada nas Decretais do Papa Gregório IX.
Influência do Direito Romano.
Compunha-se de 5 Livros : Organização Judiciária, Direito Eclesiástico, Processo Civil, Contratos, Crimes e Processo Criminal.
 Mérito : Organização formal de todo o contexto do antigo Direito Romano.
2=) ORDENAÇÕES MANUELINAS = Rei D. Manuel, também conhecida por “Código Manuelino”, data=1511-1512, com edição definitiva em 1521. 
CARACTERÍSTICAS :
Sistema formal mais rígido.
Materialmente, fortalecimento do poder absoluto.
Desaparecimento das antigas liberdades.
Perseguição aos judeus (que tinham que se transformar em “cristãos novos”.
ORDENAÇÕES FILIPINAS = D. Filipe I, neto Rainha D.Isabel, irmã Cardeal D.Henrique (Rei, de 1578-1580, no lugar de D.Sebastião, morto na Batalha de Alcácer-Quibir, e 1578). Domínio da Espanha sobre Portugal.
CARACTERÍSTICAS :
1= Rigidez das leis e restrição das liberdades.	
2= Interpretação das leis segundo citações de Autores Medievais.
3= Extremo rigor na aplicação da Lei Penal (o terrível Livro V).
LEI DA BOA RAZÃO = (07.Março.1769)= Reinado absoluto de D. José I, e seu ministro Marquês de Pombal (D. Sebastião José de Carvalho e Melo – 1755-1770) – (*1699, + 1682)
CARACERÍSTICAS :
1- Direito Romano preterido em função da lei nacional.
2- O Direito Romano só é reconhecido de forma subsidiária.
3- É o Princípio da Fonte Subsidiária do Direito da ANALOGIA..
= A N A L O G I A =
= DEF = é um processo de auto-integração do Direito, que consiste em aplicar a um caso concreto e não previsto, a norma que rege outro caso semelhante ou análogo, com a mesma razão para resolvê-lo de igual maneira.
CARACTERÍSTICAS :
1 – Semelhança de casos.
2 – Mesma razão para resolver o problema do mesmo modo.

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