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Aula n 01 Direito Civil Personalidade, Capacidade e Pessoa Juridica D. Empresarial power point exercicios correto

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Aula nº 01 
Direito Empresarial
Direito Civil: Personalidade, Capacidade e Pessoa Jurídica
Direito Civil  
Direito Civil é o ramo do direito privado que tem por objeto de estudo regras e princípios que regulam as relações jurídicas entre os indivíduos, desde a aquisição da personalidade jurídica pelo nascimento até a aquisição de direitos decorrentes da morte de uma pessoa.
Abrange a estudo dos direitos da personalidade, direitos advindos das relações obrigacionais e contratuais, direitos reais, direitos de família e por fim direitos sucessórios.
 
O código Civil de 2002, em linhas gerais, compreende uma Parte Geral, que contêm três livros:
 I – “Das pessoas”, II – “Dos bens” e III – “Dos fatos jurídicos”; uma Parte Especial, 
dividida em cinco livros: I – “Do direito das obrigações, II “Do direito de empresa”,
 III – “Do direito das coisas”, IV – “Do direito de família” e V – “Do direito das sucessões”; e um Livro Complementar, com as “Disposições finais e transitórias”.
Direito Civil Parte Geral
O Código Civil de 2002 nos apresenta uma parte geral, que faz uma introdução ao estudo do Direito Civil.
Essa introdução trabalha o conceito de pessoa física, pessoa jurídica, aquisição e extinção da personalidade e capacidade jurídica, direitos da personalidade, assim como também as regras existentes em relação a fatos e negócios jurídicos.
Personalidade
Personalidade
Personalidade é o conjunto das características marcantes de uma pessoa, é a força ativa que ajuda a determinar o relacionamento das pessoas baseado em seu padrão de individualidade pessoal e social, referente ao pensar, sentir e agir.
Personalidade é um termo abstrato utilizado para descrever e dar uma explicação teórica do conjunto de peculiaridades de um indivíduo que o caracterizam e diferenciam dos outros.
O começo da personalidade
Art. 2º C.Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
Assim, basta nascer e respirar pela primeira vez para se tornar pessoa humana, para adquirir direitos e contrair obrigações. 
Observação: Colocar a salvo seus direitos do nascituro significa impedir que situações que venham prejudicar os direitos que vão ser estabelecidos com seu nascimento possam ocorrer antes do mesmo.
Fim da Personalidade
Art. 6º C.Civil: A existência da pessoa natural termina com a morte, presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Morte para fins jurídicos, adotados pela ciência e doutrina, é a morte cerebral.
b) Morte Presumida
- 1ª hipótese - Decretação de ausência (artigos 22 e 23)
Outras hipóteses: Art. 7 - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Comentário:
Fim da Personalidade Civil
A personalidade civil se dá pela morte. A morte poderá ser considerada sob duas perspectivas:
Morte Natural ou Real: ocorre quando cessam as atividades cerebrais, respiratórias e circulatórias, seja por doença, velhice, acidente e etc.
2) Morte Presumida: Ocorre quando alguém desaparece em situação de perigo ou em situação que haja grande probabilidade de falecimento (ex: catástrofe natural). 
Também será considerada morte presumida quando pessoa estiver desaparecida ou mantida como prisioneira de guerra até dois anos após o término do conflito armado. Na morte presumida admite-se a abertura de sucessão provisória e, dez anos depois, sucessão definitiva.
Ausência x Morte Presumida
Destaca-se que Ausência é diferente de Morte Presumida. Na ausência o indivíduo desaparece por anos ininterruptos sem dar notícias.
Neste caso, judicialmente é iniciada a curadoria dos bens do ausente. Também admite-se, tal como na morte presumida, a sucessão provisória e, logo após, a definitiva. 
Na Ausência o desaparecido é considerado como morto apenas para fins de sucessórios, logo sua esposa não é considerada viúva.
Comoriência
Comoriência é a presunção (relativa) de morte simultânea de duas ou mais pessoas. 
Ex: morte do casal em um acidente.
Direito Civil: Atributos da Personalidade Civil
A personalidade civil em cada indivíduo se expressa na forma de três atributos essenciais: Nome, Estado Civil, Domicílio. 
Através de tais atributos é possível a individualização da pessoa natural no seio da sociedade.
Nome da Pessoa Natural
O nome identifica a pessoa, sendo composto por: 1) Prenome; 2) Nome, Patronímico ou Nome de Família; 3) Agnome (em alguns casos).,
Ex: “João Carlos da Silva Pereira Neto”. 
Assim temos neste caso:
Prenome: João Carlos. Neste caso trata-se de prenome composto.
Nome ou Patronímico ou Nome de Família: da Silva Pereira
Agnome: Neto. São exemplos de Agnome: Filho, Neto, Júnior e etc.
Alteração do Nome
O nome poderá ser alterado quando for grafado com erro ortográfico ou ainda quando causar constrangimento. Em regra, os nomes de família são inalteráveis.
Lei Federal nº 6.015/1973: “O interessado, no primeiro ano após atingir a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada na imprensa.“
É comum o acréscimo de nome, nome de família ou patronímico no casamento ou na adoção. No casamento a mulher poderá adotar o nome de família do homem e o homem adotar o nome de família da mulher.
Estado Civil da Pessoa Natural
O estado Civil é a situação em que a pessoa natural se encontra em relação ao matrimônio ou sociedade conjugal:
Exemplos Clássicos de Estado Civil: Solteiro, Casado, Separado, Divorciado, Viúvo.
A União Estável se equipara ao Estado Civil de Casado, sob o regime de comunhão parcial de bens. 
A União Estável nada mais é que a relação de convivência duradoura estabelecida com o objetivo de constituição familiar
Domicílio da Pessoa Natural
Domicílio é o local onde a pessoa fixa residência com ânimo definitivo, ou exerce sua profissão. Quando o indivíduo possui diversos domicílios, qualquer um deles poderá ser considerado para fins de direito. Quando o indivíduo não possuir domicílio certo, a exemplo dos profissionais do circo, será considerado seu domicílio o local em que for encontrado.
Domicílio Necessário – Quando a lei fixa domicílio em determinados casos:
Incapaz: Domicílio do Representante Legal, pais, tutor ou curador.
Servidor Público: Município em que exercer a função.
Militar: Local onde serve.
Marítimo: Local onde o navio a que serve estiver matriculado.
Preso: Local onde cumprir a sentença ou pena.
Aspectos Penais do Domicílio
O Domicílio é inviolável, ninguém nele pode entrar ou permanecer sem o consentimento ou autorização do morador, salvo nos seguintes casos:
Flagrante Delito (crimes) ou Desastre Natural (enchente, furacão, terremoto);
2) Necessidade de Socorro (atendimento médico) ;
3) Por Determinação Judicial (somente durante o dia).
A invasão de domicílio configura crime, previsto no Código Penal (art.150); “Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade tácita ou expressa de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.“
Capacidade Civil
Conceito de capacidade civil
A capacidade civil é entendida em nosso ordenamento jurídico como a capacidade plena da pessoa reger sua vida, seus bens e sua aptidão para os atos da vida civil.
CAPÍTULO I DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Art. 1º C. Civil
Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Comentário
Toda e qualquer pessoa
pode ser sujeito ativo ou passivo de uma relação jurídica. Entretanto, mister se faz distinguir a capacidade de direito ou de gozo da capacidade de fato ou de exercício.
A capacidade de direito: refere-se à capacidade de a pessoa ser titular ou sujeito de direitos; todos a têm. 
A capacidade de fato ou de exercício: que tem a pessoa de agir por si mesma nos atos da vida civil, sendo adquirida pela emancipação ou maioridade.
Capazes
Capazes são todos os maiores de 18 anos ou emancipados, aptos a praticar validamente todos os atos da vida civil, sem a necessidade de serem assistidos ou representados.
Diferentemente da personalidade, as pessoas podem ou não possuir capacidade, porque, todos possuem capacidade de direito (de aquisição ou gozo de direitos), mas nem todos possuem capacidade de fato (capacidade de ação).
Nova lei/2015 - reforma Capacidade no Código Civil
No dia 07.07.2015 foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 13.146, de 6 de Julho de 2015, que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência visa a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Segundo a nova lei, pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, a qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
CC de 2002, com redação dada pela Lei 13.146, de 2015:
Art. 3o  São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
I - (Revogado);
II - (Revogado);
III - (Revogado).
Comentário:
O legislador, ao arrolar entre os incapazes referidas pessoas, procura protegê-las, partindo de que o menor de dezesseis anos é desprovido de suficiente maturidade intelectual ou psicológica para julgar seu próprio interesse.
Assim, as crianças e os adolescentes são incapazes para praticarem os atos da vida civil em razão da idade e necessitam da assistência dos pais, ou, na falta deles e na hipótese de perda do poder familiar estão sujeitos a tutela.
TUTELA: é o poder conferido pela lei, ou segundo princípios seus, à pessoa capaz, para proteger a pessoa e reger os bens dos menores que estão fora do pátrio poder”.
A tutela na estrutura do Código Civil tem três finalidades específicas que são elas: a administração dos bens, os cuidados com a pessoa do menor e sua representação para os atos e negócios da vida civil. São três os tipos de tutela reconhecidos pela ordem civil brasileira:
. tutela testamentária: quando o tutor for nomeado pelos pais em disposição de última vontade;
. tutela legítima: quando recai sobre parentes consanguíneos em decorrência da lei e na falta de tutor nomeado pelos pais.
. tutela dativa: quando o tutor for nomeado pelo juiz.
O tutor é obrigado a prestar contas ainda que o contrário tenham dispostos os pais do tutelado, pois é ele o administrador da pessoa do menor e de seu eventual patrimônio.
Quem pode ser tutelado?
A criança e o adolescente, MENOR de 18 anos, cujos pais falecido ou ausentes, ou tenham sido destituídos do poder familiar. 
Art. 4º do Código Civil 
São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
IV - os pródigos. (movidos por incontrolável impulso, desperdiça seus bens a ponto de colocá-los em risco). É aquele que dilapida seus bens de forma compulsiva. É a pessoa que gasta imoderadamente seu dinheiro e seus bens, comprometendo o seu patrimônio. Por esse motivo, os pródigos são considerados relativamente incapazes e, portanto, podem ser interditados judicialmente.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Artigo 4º, Inciso II, do Código Civil
Ébrios Habituais
É a pessoa que consome bebida alcoólica de forma imoderada, por hábito ou vício de beber, razão pela qual o diploma civil a elenca como relativamente incapaz, havendo necessidade de um processo de interdição, cuja sentença deve apontar quais os atos podem ser ou não praticados. Eventualmente, dependendo do teor do laudo médico, pode ser enquadrado como absolutamente incapaz, como no caso de um alcoólatra que esteja em coma por grande lapso temporal.
 Comentário do Art. 4º inciso III que passou a fazer referência somente as pessoas que "por causa transitória ou permanente, não possam exprimir a sua vontade", respeitando o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana impedindo a rotulação de incapaz da pessoa com deficiência, passando a ser declarada como "pessoa dotada de plena capacidade legal, ainda que haja a necessidade de institutos assistenciais específicos", junto à curatela.
Curatela
Curatela é a responsabilidade atribuída a uma pessoa pelo juiz, para qual toma a responsabilidade de zelar e se responsabilizar pelos bens e atos jurídicos da pessoa que se encontra incapaz de realizar e decidir atos da sua vida civil.
Essa incapacidade pela qual estamos dizendo pode se dar por decorrência de uma má formação congênita ou outros males que aparecem no decorrer da vida e que acabam prejudicando essa pessoa, tanto que se tornam incapazes de tomar suas próprias decisões em relação aos atos da vida civil, tais como, administrar e cuidar dos seus bens moveis e imóveis; assinar contratos de grande valor pessoal, movimentação de valor e também coisas até mais pessoais, como o fato de poder casar sob coesão de outra pessoa com má fé. Tendo esse curador, essa pessoa se vê protegida de sofrer alguma emboscada.
O maior de 18 anos poderá ser empresário, desde, que não possua nenhuma das limitações impostas pelo Código Civil.
O MENOR de 18 anos poderá ser empresário se este for EMANCIPADO.
EMANCIPAÇÃO – O QUE É
Emancipação nada mais é que uma antecipação da capacidade civil plena, onde o menor adquire capacidade para praticar atos pessoalmente, mediante autorização de seus responsáveis legais, de um juiz, ou ainda por ocorrência de fato previsto em lei.
Como visto pode-se afirmar que a emancipação poderá se fazer por 3 modos: a) emancipação voluntária; b) emancipação judicial ou c) emancipação legal.
a) Emancipação voluntária
A emancipação voluntária é a mais comum. É a que decorre da concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro. Percebe-se aqui a real vontade e concordância dos pais em realizar o ato da emancipação do filho, isto é, não poderá haver discordância de vontade parental.
Caso um dos pais não concordar com a emancipação, o Juiz poderá autorizá-la caso o motivo da recusa não tenha justificativa. Esse ato é chamado descumprimento judicial.
Porém, existe um requisito legal objetivo do futuro emancipado ter no mínimo 16 anos completos.
Todo procedimento é feito em cartório, através de uma escritura pública, não havendo necessidade de homologação judicial para tanto.
b) Emancipação judicial
Na falta dos pais ou em caso destes estarem destituídos do poder familiar, a emancipação poderá se dar por meio de sentença judicial, após ser ouvido o tutor do menor.
Ou ainda, caso haja divergência entre os pais (um quer emancipar e o outro não), o caso deverá ser levado ao Poder Judiciário para ser julgado.
Em ambos os casos requer-se que o menor tenha no mínimo 16 anos completos.
Após a sentença, o juiz irá comunicar o oficial do cartório para proceder o registro.
c)- Emancipação Legal
Art. 5º do Código Civil
A menoridade cessa aos dezoito
anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Qual a idade mínima para a pessoa ser empresário?
A capacidade civil para ser empresário é de 18 anos, desde que a pessoa não seja legalmente impedida.
Uma pessoa com 17 anos pode ser empresária?
Sim. Para tanto deverá ser emancipado. 
A emancipação do menor poderá ocorrer entre 16 e 18 anos.
A emancipação se faz pela outorga dos pais ou por sentença do juiz, cujo ato deverá ser registrado em Cartório das Pessoas Naturais e, posteriormente, averbado no órgão de registro de empresas.
Impedimentos
Os impedimentos legais ao exercício da atividade empresarial estão previstos em legislação extravagante, entre eles destacamos:
a. servidores públicos civis (federais, estaduais e municipais); 
b. magistrados; 
c. membros do Ministério Público; 
d. policiais militares da ativa; 
e. militares da ativa das Forças Armadas; 
f. empresários falidos (enquanto não houver reabilitação); 
g. Presidente da República, Ministros, Governadores e Prefeitos; 
h. Condenado a pena que vede o acesso a cargos públicos; 
i. Condenado por crime falimentar; entre outros. 
Pessoas Jurídicas
 
Características: 
. Personalidade própria; 
. Patrimônio próprio; 
. Vida própria; 
. Pode exercer todos os atos que não sejam privativos das pessoas naturais;
. Podem ser sujeitos ativo ou passivo de delitos.
PESSOAS JURÍDICAS
- considera-se pessoa jurídica o conjunto formado por pessoas físicas e bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei.
- assim como a pessoa física, também possuem personalidade jurídica, nascimento, registro, capacidade, domicílio, término e sucessão (arts. 46 e 52);
- Início: o início da pessoa jurídica se dá com a inscrição do ato que a constitui (que pode ser contrato social ou estatuto) no respectivo órgão de registro.
 - Do novo Código Civil, que recentemente entrou em vigor, o artigo 50 merece especial destaque posto que trata da desconsideração da personalidade jurídica. O referido dispositivo prevê a extensão de determinadas obrigações aos administradores e sócios da pessoa jurídica. Confiram-se os termos do mencionado artigo:
Art. 50. "Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica".
Desconsideração da Personalidade Jurídica
o Código Civil pretende que, quando a pessoa jurídica se desviar dos fins determinados de sua constituição, ou quando houver confusão patrimonial, em razão de abuso da personalidade jurídica, o órgão judicante, a requerimento da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo, está autorizado, com base na prova material do dano, a desconsiderar, episodicamente, a personalidade jurídica, para coibir fraudes dos sócios.
 Portanto, “só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular, e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido.
Comentário do Artigo 50 do Código Civil Brasileiro
 
Classificação das Pessoas Jurídicas
 . Quanto à nacionalidade:
 
 . Pessoas jurídicas nacionais. 
 
. Pessoas jurídicas estrangeiras.
Principais Características das Pessoas Jurídicas
Segundo o Código Civil, existe mais de uma classificação de pessoa jurídica. Elas diferentes na forma como são constituídas e nas leis às quais respondem.
 
As pessoas jurídicas são entidades formadas para a obtenção de finalidades específicas (lucro, administração de serviços públicos, assistência social, etc.)
As pessoas jurídicas são de direito público (como as unidades da federação – União, Estados e Municípios), interno (que têm sede no Brasil) ou externo (Estados estrangeiros e suas repartições no Brasil), e de direito privado (como as empresas, associações, fundações, igrejas, etc.).
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕESGERAIS – Código Civil Brasileiro
Art.40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias; V -
asdemais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações; IV – as organizações religiosas; V –
ospartidos políticos.
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
Classificação das Pessoas Jurídicas
 . Quanto ao regime:
 
 . Pessoas jurídicas de Direito Público Interno: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e demais entidades de caráter público.
Autarquias
 . As Autarquias são órgãos da Administração Pública e consideradas pessoas não colegiadas instituídas por lei, às quais se confere patrimônio e receitas próprios, dando-lhes personalidade.
Art. 44 do Código Civil
São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
CAPÍTULO II - DAS ASSOCIAÇÕES
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
As Associações: (culturais, sociais, sindicais) resultam da conjugação de pessoas com um objetivo comum visando a execução desses objetivos e não possuem finalidade econômica. Podem assumir diversas finalidades, beneficentes, literárias,esportivas. clubes recreativos, sindicatos, partidos políticos, entidades religiosas, etc.
 As Sociedades: Celebram contrato de sociedade as pessoas que se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício
de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
-          Sociedades Simples: constituídas, em geral, por profissionais que atuam em uma mesma área ou por prestadores de serviços técnicos (clínicas, escritórios) e têm fim econômico ou lucrativo. 
-          Sociedades Empresárias: também visam o lucro, mas distinguem-se porque têm por objeto o exercício de atividade própria de empresário - art. 967 do CC “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
As Fundações: constituem um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para a realização de fins determinados, de interesse público, de modo permanente e estável. Decorrem da vontade de uma pessoa (instituidor) e seus fins, de natureza religiosa, moral, cultural ou assistencial; são imutáveis.  
-          Públicas: instituídas pelo Estado, pertencendo os seus bens ao patrimônio público, regida pelas normas de direito administrativo.
-          Particulares: Dois elementos principais: patrimônio e o fim.
São exemplos dessas fundações privadas a fundação Ayrton Senna, fundação 
Roberto Marinho, fundação Xuxa Meneghel...
Em todas elas, uma parte do patrimônio daqueles instituidores foi separada e destinada a
finalidades sociais que não beneficiam a estes, inclusive porque a fundação perdura após o
falecimento dos instituidores.
Na fundação, o instituidor faz a dotação de determinado patrimônio e determina o fim
a que se destina, cabendo então ao Ministério Público velar pela fundação, verificando se a mesma continua sendo utilizada para aqueles fins sociais e não lucrativos. 
A partir do momento em que a fundação adquire personalidade jurídica, ela ganha vida própria, o instituidor não exerce mais nenhum poder sobre ela.
 Cabe ressaltar que estamos aqui nos referindo às fundações privadas, onde não há
 participação do Estado. 
As fundações privadas serão controladas pelo Ministério Público, já as fundações de direito público serão controladas pela própria Administração, a nível de controle finalístico.
Fundações Públicas
 São organizações dotadas de personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, 
sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse público, como educação, cultura e pesquisa, sempre merecedoras de um amparo legal. 
As fundações públicas possuem autonomia administrativa, patrimônio próprio, e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do poder público, ainda que sob a forma de prestação de serviços. 
Fundacentro (ligado ao Ministério do Trabalho) visa difundir conhecimento sobre segurança e saúde no trabalho e meio ambiente;
O IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) visa compreender e apoiar o desenvolvimento do Brasil através da coleta de informações estatísticas;
A Funai (Fundação Nacional do Índio) visa o amparo das populações indígenas. 
Organização Religiosa
O legislador introduziu no Código Civil Brasileiro, através da Lei nº 10.825, de 22 de dezembro de 2003, o inciso IV do art. 44, que dispõe sobre os tipos de pessoas jurídicas e entre eles, a organização religiosa.
Para fortalecer o entendimento sobre esse tipo de pessoa jurídica, introduziu o § 1º ao art. 44, segundo o qual as “Organizações Religiosas são livres quanto à criação, à organização, à estruturação interna e o seu funcionamento, sendo vedado ao poder público negar-lhe reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento”.
Partido Político
O Partido Político é uma organização ou associação política estável apoiada a uma ideologia determinada relacionada entre seus afiliados e seguidores, que aspira em algum momento o poder de uma nação para poder impor e desenvolver seu programa político. 
O partido político é um elemento fundamental na hora de organizar a vida política de um país, porque ele se encarrega de recrutar candidatos que ocupem cargos governamentais ou assentos legislativos, organizar o trabalho legislativo, articular e agregar preferências e dissidências aos cidadãos, formar governos, estabelecer acordos legislativos através da promoção de leis que são fundamentais para a vida em comunidade, entre as principais questões.
Eireli - (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) é um formato empresarial que pode ser constituído por apenas um sócio. Para abrir uma Eireli, é preciso declarar um capital social de, no mínimo, 100 salários mínimos atuais. 
O empresário não tem seu patrimônio pessoal afetado por dívidas da empresa.
Obs: Aprofundamento nas próximas aulas.
Pessoa jurídica de direito público externo
São os Estados estrangeiros e organismos internacionais como, por exemplo, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). 
As pessoas jurídicas de direito público externo respondem pelas normas do direito internacional, que são reconhecidas pela legislação interna brasileira.
 
 
Qual a diferença entre pessoa física e pessoa jurídica?
 
A diferença entre a pessoa física e a pessoa jurídica é que, enquanto o termo pessoa física se refere a um indivíduo concreto, a pessoa jurídica representa um sujeito abstrato.
Em linhas gerais, a pessoa jurídica é uma entidade que reúne pessoas e patrimônio com uma finalidade, que pode ser prestar um serviço, produzir um bem ou vender um produto. São exemplos as empresas, as associações, as fundações, os partidos políticos, as igrejas, as administrações públicas, dentre outros.
Ainda que seja formada por uma ou mais pessoas físicas, que são as responsáveis pela entidade criada, a pessoa jurídica possui uma personalidade jurídica independente e diferenciada em relação a cada um de seus membros.
 
A pessoa física é todo ser humano enquanto indivíduo, do seu nascimento até a morte. Essa designação é um conceito jurídico e se refere especificamente ao indivíduo enquanto sujeito detentor de direitos e de deveres. 
 
Para que uma pessoa física exista perante o poder público, portanto, não é preciso que ela tenha um Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), que é o registro dos cidadãos para fins fiscais.
Ao contrário da pessoa física, que já adquire o reconhecimento de seus direitos e deveres a partir do momento em que nasce, 
a pessoa jurídica precisa ser formalmente criada e registrada perante os órgãos competentes para existir legalmente. Os registros mais comuns são o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e as inscrições municipais e estaduais.
Exercícios sobre Direito Civil: Personalidade, Capacidade e Pessoa Jurídica
 
Questão 01
O Código Civil Brasileiro é um compêndio de dispositivos legais essencial na vida civil do país, basilar para as relações jurídicas decorrentes. Descrever sobre o Sistema Jurídico na ordem privada e a estrutura do Código Civil Brasileiro, apresentando os conceitos de personalidade, capacidade e pessoa jurídica.
 
Questão 02
 
O Art. 2º C.Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
 
Analise o artigo acima citado e responda:
 
a)- Porque segundo o Art. 2º do Código Civil “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com a vida”? Explicar.
 
b)- Porque segundo a “ lei do Art. 2º do Código Civil a lei “põe a salvo, desde a concepção os direitos do nascituro”? Explicar.
Questão 03
O fim da personalidade civil se dá pela morte conforme o Código civil Brasileiro. 
Responda as seguintes questões:
 
a)- Cite e explique as duas perspectivas como pode ser considerada a morte.
 
b)- Segundo a lei qual o prazo que pode ser considerada a morte presumida quando uma pessoa estiver desaparecida ou mantida como prisioneira de guerra? Explicar.
Questão 04
Através dos atributos da Personalidade Civil no Código Civil, é possível a individualização da pessoa natural no seio da sociedade. Cite e explique os 03 atributos essenciais da personalidade civil como cada indivíduo
se expressa na sociedade.
Questão 05
A capacidade civil é entendida em nosso ordenamento jurídico como a capacidade plena da pessoa reger sua vida, seus bens e sua aptidão para os atos da vida civil.
Sobre a capacidade civil responda as seguintes questões:
 
a)- Segundo o Art. 1º do Código Civil: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. Qual o entendimento do legislador em relação ao Art. 1º do Código Civil. Explicar.
 
b)- Qual a distinção da capacidade de direito e a capacidade de fato ou de exercício? Explicar.
Questão 06
Quando as pessoas perante a lei são consideradas capazes? Explicar.
  
Questão 07
No dia 07.07.2015 foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 13.146, de 6 de Julho de 2015, que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência visa a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Segundo a nova lei, pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensori
al, a qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Sobre os absolutamente incapazes responda as seguintes questões:
 
a)- Explicar segundo o Art. 3º do Código Civil Brasileiro: “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos”.
 
b)- O que é tutela? Explicar.
 
c)- Quem pode ser tutelado?
Questão 08 
O Art. 4º do Código Civil relaciona que “São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer”: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015).
 
Sobre o Art. 4º do Código Civil Brasileiro responda as seguintes questões:
  
a)- Segundo a lei o que são considerados ébrios habituais e os viciados em tóxicos? Explicar.
 
b)- Segundo o Art. 4º do Código Civil qual o pensamento do legislador no Inciso III – “aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade”. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015). Explicar.
 
Questão 09
Emancipação nada mais é que uma antecipação da capacidade civil plena, onde o menor adquire capacidade para praticar atos pessoalmente, mediante autorização de seus responsáveis legais, de um juiz, ou ainda por ocorrência de fato previsto em lei.
Como visto pode-se afirmar que a emancipação poderá se fazer por 3 modos: a) emancipação voluntária; b) emancipação judicial ou c) emancipação legal. Cite e explique os três modos de emancipação.
 
Questão 10
Uma pessoa com 17 anos pode ser empresária? Explicar.
 
Questão 11
Considera-se pessoa jurídica o conjunto formado por pessoas físicas e bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei. Assim como a pessoa física, também possuem personalidade jurídica, nascimento, registro, capacidade, domicílio, término e sucessão (arts.46 e 52). O início da pessoa jurídica se dá com a inscrição do ato que a constitui (que pode ser contrato social ou estatuto) no respectivo órgão de registro.
 
Sobre a pessoa jurídica responda as seguintes questões:
 
a)- Quais são as principais características das Pessoas Jurídicas? Explicar.
 
b)- Conforme o Art. 44 do Código Civil são denominados as pessoas jurídicas de direito privado. Qual a diferença entre associações, sociedades e fundações? 
 
 
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Questão 12
O novo Código Civil, que recentemente entrou em vigor, o artigo 50 merece especial destaque posto que trata da desconsideração da personalidade jurídica. O referido dispositivo prevê a extensão de determinadas obrigações aos administradores e sócios da pessoa jurídica. Confiram-se os termos do mencionado artigo: Sobre o Art. 50º do Código Civil Brasileiro responda a seguinte questão: Quando ocorre a Desconsideração da Personalidade Jurídica? Explicar.
 
Questão 13
Qual a diferença entre pessoa física e pessoa jurídica? Explicar.

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