Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ensaios para Determinação da composição granulométrica de agregados Integrantes: Camila Ramiro Heloah Análio Jennipher da Silva Barbosa Maria Patrícia Estevam Curso/Turma: Engenharia Civil, B Profª: Patrícia Pereira Data da realização do ensaio: 24/03/2017 1) Introdução O ensaio de granulometria é o processo utilizado para a determinação da percentagem em peso que cada faixa especificada de tamanho de partículas representa na massa total ensaiada. Através dos resultados obtidos desse ensaio é possível a construção da curva de distribuição granulométrica, tão importante para a classificação dos solos bem como a estimativa de parâmetros para filtros, bases estabilizadas, permeabilidade, capilaridade etc. A determinação da granulometria de um solo pode ser feita apenas por peneiramento ou por peneiramento e sedimentação, se necessário. Agregados são materiais granulares, sem forma e volume definidos, geralmente inertes, de dimensões e propriedades adequadas para o uso em obras de engenharia. Uma das classificações do agregado é quanto às suas dimensões. Entende-se por agregado miúdo a areia natural quartzosa ou pedrisco resultante do britamento de rochas estáveis, com tamanhos de partículas em que, no máximo, 15% ficam retiros na peneira de 4,8mm. Esses materiais desempenham um importante papel nas argamassas e concretos, tanto do ponto de vista econômico como do ponto de vista técnico, e exercem influência benéfica sobre algumas características importantes, como o aumento da resistência ao desgaste. Isso sem prejudicar a resistência aos esforços mecânicos, que os agregados de boa qualidade apresentam. Essa Curva Granulométrica corresponde à linha contínua que une os pontos que representam o resultado do ensaio granulométrico, ou seja, os pontos em que as abcissas correspondem às aberturas das malhas das peneiras e as ordenadas, dos passados acumulados. O ensaio para determinar a granulometria do agregado miúdo é importante para um bom controle tecnológico, principalmente para garantir a qualidade e segurança das obras realizadas. Essa determinação tem a finalidade de encontrar uma melhor composição para o concreto a que apresenta a maior compacidade possível, acarretando economia e aumento de sua resistência. Através dos resultados, é possível classificar as partículas de uma amostra pelos seus respectivos tamanhos e extrair valores que auxiliarão nos estudos de dosagem do concreto. 2) Revisão Bibliográfica Segundo o Portal do concreto, agregados são materiais que, no início do desenvolvimento do concreto, eram adicionados à massa de cimento e água, para dar- lhe “corpo”, tornando-a mais econômica. Hoje eles representam cerca de oitenta por cento do peso do concreto e além de sua influência benéfica quanto à retração e à resistência, o tamanho, a densidade e a forma dos seus grãos podem definir várias das características desejadas em um concreto. Os agregados, dentro da filosofia de custo-benefício, devem ter uma curva granulométrica variada e devem ser provenientes de jazidas próximas ao local da dosagem. Isto implica em uma regionalização nos tipos de pedras britadas, areias e seixos que podem fazer parte da composição do traço. Com relação ao tamanho dos grãos, os agregados podem ser divididos em graúdos e miúdos, sendo considerado graúdo, todo o agregado que fica retido na peneira de número 4 (malha quadrada com 4,8 mm de lado) e miúdo o que consegue passar por esta peneira. Podem também ser classificados como artificiais ou naturais, sendo artificiais as areias e pedras provenientes do britamento de rochas, pois necessitam da atuação do homem para modificar o tamanho dos seus grãos. Como exemplo de naturais, temos as areias extraídas de rios ou barrancos e os seixos rolados. Outro fator que define a classificação dos agregados é sua massa específica aparente, onde podemos dividi-los em leves, normais e pesados. Devido à importância dos agregados dentro da mistura, vários são os ensaios necessários para sua utilização e servem para definir sua granulometria, massa especifica real e aparente, módulo de finura, torrões de argila, impurezas orgânicas, materiais pulverulentos, etc. Historicamente, as areias naturais de rio e de cava tiveram preferência sobre as de britagem na produção de concretos, principalmente por apresentarem grãos mais arredondados e baixo teor de material pulverulento. Algumas justificativas acercam para que a primeira característica, dentre outros fatores, proporciona menor desgaste de equipamentos, como betoneiras, tubulações e bombas de concreto, e as duas juntas conduzem a menor demanda de água no concreto, implicando em menor consumo de cimento para mesma consistência e resistência. Além disso, a forma mais arredondada dos grãos normalmente conduz a maior facilidade de acabamento superficial do concreto, pois reduz sua aspereza (MEHTA & MONTEIRO, 1994; NEVILLE, 1997). No entanto, nos últimos anos, a utilização de agregados miúdos de britagem em concretos de cimento Portland tem crescido significativamente no Brasil e no mundo. Dentre os motivos, pode-se destacar a implantação de leis ambientais mais restritivas, a maior fiscalização sobre a exploração de areias naturais, principalmente as extraídas de rios, e a escassez de jazidas de areias naturais de boa qualidade próximas aos grandes centros consumidores, o que acarretou em aumento no custo de transporte e consequentemente no preço final do produto (SBRIGHI NETO, 2005). Segundo a NBR NM 248:2003, que estabelece o método de ensaio para a determinação da composição granulométrica de agregados nas condições estabelecidas na presente Norma. Quanto as definições do item 3: 3.2 dimensão máxima característica: Grandeza associada à distribuição granulométrica do agregado, correspondente à abertura nominal, em milímetros, da malha da peneira da série normal ou intermediária, na qual o agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa. 3.3 módulo de finura: Soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100. A NBR NM 248:2003, determina a utilização de aparelhagem: Balança (com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio); Estufa (capaz de manter a temperatura no intervalo de (105 ± 5)°C); Peneiras (das séries normal e intermediária, com tampa e fundo), que atendam às exigências das normas NM-ISO 3310-1 ou 2); Agitador mecânico de peneiras (facultativo); Bandejas; Escova ou pincel (de cerdas macias). Do item 5.2 quanto a realização do ensaio: 5.2.1 Secar as amostras de ensaio em estufa, esfriar à temperatura ambiente e determinar suas massas (m1 e m2). Tomar a amostra de massa m1 e reservar a de massa m2. 5.2.2 Encaixar as peneiras, previamente limpas, de modo a formar um único conjunto de peneiras, com abertura de malha em ordem crescente da base para o topo. Prover um fundo de peneiras adequado para o conjunto. 5.2.3 Colocar a amostra (m1) ou porções da mesma sobre a peneira superior do conjunto, de modo a evitar a formação de uma camada espessa de material sobre qualquer uma das peneiras. Se o material apresenta quantidade significativa de materiais pulverulentos, ensaiar previamente as amostras conforme a NM 462 ). Considerar o teor de materiais pulverulentos no cálculo da composição granulométrica. 5.2.4 O acúmulode material sobre uma peneira impede o igual acesso de todos os grãos à tela, durante sua agitação, como também pode provocar a deformação permanente da tela. De forma a evitar esses problemas, para peneiras com aberturas menores que 4,75 mm, a quantidade retida sobre cada peneira, na operação completa de peneiramento, não deve exceder a 7 kg/m2 de superfície de peneiramento. Para peneiras com aberturas de malha iguais ou maiores que 4,75 mm, a quantidade de material sobre a tela deve ser calculada pela expressão: m = 2,5 x a x s, onde: m é a máxima quantidade de material sobre cada peneira, em quilogramas; a é a abertura da malha, em milímetros; s é a superfície efetiva de peneiramento, em metros quadrados. O material mais fino que a abertura da malha de 75 mm pode ser separada das partículas maiores de forma mais eficiente e completa por peneiramento úmido do que através do uso de peneiramento seco. Portanto, quando se deseja fazer determinações precisas do material mais fino que 75mm em agregado miúdo ou graúdo, o método de ensaio definido pela NM 46 deve ser utilizado para ensaiar a amostra previamente ao peneiramento seco definido pelo Projeto de Norma MERCOSUL 05:02-0120. Os resultados destes ensaios devem ser incluídos nos cálculos do Projeto de Norma MERCOSUL 05:02-0120 e a quantidade total de material mais fino que 75mm por lavagem, mais o material obtido pelos peneiramento seco da mesma amostra, deve ser registrada juntamente com os resultados do Projeto de Norma MERCOSUL 05:02-0120. Usualmente é pequena a quantidade adicional de material mais fino que 75 mm, obtido pelo processo de peneiramento seco. Se essa quantidade for expressiva, deve ser verificada a eficiência da operação de lavagem, podendo, porém, ser uma indicação da degradação do agregado. Quanto aos resultados, o item 6.1 da NBR NM 248:2003, estabelece os cálculos: 6.1.1 Para cada uma das amostras de ensaio, calcular a porcentagem retida, em massa, em cada peneira, com aproximação de 0,1%. As amostras devem apresentar necessariamente a mesma dimensão máxima característica e, nas demais peneiras, os valores de porcentagem retida individualmente não devem diferir mais que 4% entre si. Caso isto ocorra, repetir o peneiramento para outras amostras de ensaio até atender a esta exigência. 6.1.2 Calcular as porcentagens médias, retida e acumulada, em cada peneira, com aproximação de 1%. 6.1.3 Determinar o módulo de finura, com aproximação de 0,01. Segundo a Classificação de Duff-Abrams a areia pode ser classificada como grossa quando seu módulo de finura (razão entre o somatório da porcentagem de massa retida acumulada sobre 100) foi maior do que 3,90. Classificada como média quando o módulo de finura estiver entre 3,90 e 2,40. Por fim classificada como fina quando o módulo de finura for menor do que 2,40. 3) Objetivo Realizar um ensaio de granulometria através do peneiramento com a finalidade de obter a curva granulométrica de um agregado (areia). Fundamentando-se na NBR NM 248:2003 para efetuação do ensaio. 4) Materiais utilizados Uma Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio. Uma estufa Um conjunto de peneiras das séries normal e intermediária, com tampa e fundo, que atendam às exigências das normas NM-ISO 3310-1 ou 2. (malhas de: 4,75mm; 2,36mm; 1,18mm; 0,6mm; 0,3mm e 0,15mm;) Agitador mecânico de peneiras Uma Bandeja Um pincel 600,05g de areia (primeira amostra) 600,01g de areia (segunda amostra) 5) Metodologia Inicialmente, foi coletada a primeira amostra de areia que já havia ficado na estufa durante um período antes do inicio da aula para que estivesse seca e em perfeitas condições como pede a norma. Medimos massa de areia e em seguida encaixou-se as peneiras, previamente limpas, de maneira que elas formassem um único conjunto de peneiras. A ordem de colocação das peneiras foi da com abertura de malha menor para maior, da base para o topo. Colocamos a amostra sobre a peneira superior do conjunto, de modo a evitar a formação de uma camada espessa de material sobre qualquer uma das peneiras, pois o acúmulo de material sobre uma peneira impede o igual acesso de todos os grãos à tela, durante sua agitação, como também pode provocar a deformação permanente da tela. Tampamos o conjunto de peneiras e o encaixamos no agitador mecânico o qual operou por três minutos. Após esse tempo, retiramos o conjunto de peneiras do agitador e verificamos se havia frações de agregados por todas as peneiras, e concluímos que sim. Então de transferimos o material retido na peneira superior para a bandeja com o auxilio do pincel que escovava a tela da peneira em ambos os lados. O material removido pelo lado interno consideramos como retido e o da parte inferior como passantes. Medimos a massa desse material na balança de precisão, anotamos o resultado e seguimos esse mesmo procedimento de transferência e pesagem do agregado para as outras peneiras e para a base do conjunto (fundo). Concluído esse processo para a primeira amostra, seguimos minunciosamente o mesmo procedimento para a segunda amostra e obtemos o resultado. Figura 1 - Exemplo de conjunto de peneira e agitador mecânico utilizado Fonte: loja lab 6) Resultados e Discussão Através do ensaio, conseguimos determinar a massa retida em casa peneira e no fundo. Com esse dado, determinamos através de cálculos no Excel a massa retida acumulada em gramas e sua porcentagem, a massa passante em gramas, e a porcentagem da massa retida, obtendo as seguintes tabelas: Tabela 1 - Primeira amostra (600,05g de areia) Peneira (mm) Massa retida (g) Massa retida acumulada (g) Massa passante (g) Massa ret. acumulada (%) Massa retida (%) 4,75 3,19 3,19 596,86 0,531622365 0,531622365 2,36 11,29 14,48 585,57 2,413132239 1,881509874 1,18 55,98 70,46 529,59 11,7423548 9,329222565 0,6 106,32 176,78 423,27 29,46087826 17,71852346 0,3 183,11 359,89 240,16 59,97666861 30,51579035 0,15 175,06 534,95 65,1 89,15090409 29,17423548 Fundo 64 598,95 1,1 99,81668194 10,66577785 Tabela 2 - Segunda amostra (600,01g de areia) Peneira (mm) Massa retida (g) Massa retida acumulada (g) Massa passante (g) Massa ret. acumulada (%) Massa retida (%) 4,75 6,36 6,36 593,65 1,059982334 1,059982334 2,36 16,3 22,66 577,35 3,776603723 2,71662139 1,18 59,25 81,91 518,1 13,65143914 9,874835419 0,6 110,56 192,47 407,54 32,0777987 18,42635956 0,3 187,11 379,58 220,43 63,26227896 31,18448026 0,15 166,76 546,34 53,67 91,05514908 27,79287012 Fundo 52,68 599,96 0,05 99,97667055 8,779853669 Calculando a porcentagem média retida e acumulada das amostras, obtemos a tabela 3: Tabela 3 – Média das porcentagens de massas retida e retida acumulada Peneira (mm) % Média da massa retida acumulada % Média da massa retida 4,75 0,795802349 0,795802349 2,36 3,094867981 2,299065632 1,18 12,69689697 9,602028992 0,6 30,76933848 18,07244151 0,3 61,61947379 30,8501353 0,15 90,10302659 28,4835528 Fundo 99,89667625 9,72281576 Com os dados das porcentagens médias, podemos gerar o gráfico da curva granulométrica com o auxilio do Excel, que nos oferece maior precisão na plotagem dos dados. Fazendo isso, obtemos o seguinte gráfico: Gráfico 1: Curva granulométrica Figura 2 – Classificação do agregado de acordo com a Zona Fonte: NBR 7211:2015 Módulo de finura: O módulo de finura nada mais é do que a soma dos percentuais acumulados em todas as peneiras da série normal, dividida por 100. Quanto maior omódulo de finura, mais grosso será o solo; 0 20 40 60 80 100 120 4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15 Fundo % Média da massa retida acumulada % Média da massa retida acumulada Percebe-se não se trata de um solo grosso, pois o módulo de finura é baixo. 7) Conclusão O estudo granulométrico permitiu avaliar se o agregado em questão pode ser utilizado para um determinado fim especifico e qual a sua classificação. Com os resultados obtidos, podemos classificar a areia como fina, pois seu módulo de finura é menor do que 2,40. Também podemos verificar que a granulometria do agregado miúdo (diâmetro máximo das partículas igual a 4,76 mm) está dentro dos limites da zona 2 (fina) de acordo com a norma. Logo, o agregado em questão é pode ser utilizado para variados fins como rebocos em geral, fabricação de concretos, misturada a argamassas de bases, como também para compor as areias grossas ou médias para melhorar a distribuição de tamanho entre os grãos. 8) Referências Bibliográficas NBR NM 248:2003 http://www.portaldoconcreto.com.br/cimento/concreto/agregado.html http://www.lojalab.com.br/produto_agitador-eletromagnetico-de-peneiras--- granulometria_67 http://www.geotecnia.ufba.br/arquivos/ensaios/Aula%20de%20Laboratorio- %20Roteiro%20-%20Granulometria.pdf NBR 7211:2015 http://www.tarcal.com.br/areia-fina.htm
Compartilhar