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Correlação entre o Código de Hamurabi e a Lei de Moisés

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FACULDADE CAPIVARI
DISCIPLINA: História do direito
PROF: Jailson Pereira
ALUNA: Claudinéia da Silva de Oliveira
ATIVIDADE ORIENTADA 1
Leitura do livro do Deuteronômio (do capítulo 19 ao capítulo 25), parte integrante do Antigo Testamento (Bíblica Sagrada), correlacionando ao menos uma regra de conduta com os textos do Código de Hammurabi que constam do material de apoio da disciplina.
O Código de Hammurabi (aprox. 1700 a.C) foi encontrado em escavações arqueológicas realizadas no Iraque e, considerado a mais antiga consolidação comprovada de leis, com origem aproximada de dois mil anos antes desta era. Gravado em bloco de pedra com mais de dois metros, em escrita cuneiforme, tem em sua parte superior, esculpida e em alto relevo, a imagem de Hammurabi, rei do Império Babilônico, recebendo do Deus do Sol, as leis da Justiça e da Equidade. Teria sido uma súmula global, que abrangia normas privadas e penais, altamente elaboradas para o seu tempo (COSTA, 2004).
Mais de duzentos anos separam o Código de Hammurabi do Código de Moisés (aprox. 1400 a.C), baseado nas normas de cunho moral e religioso. Em seu bojo é possível observar a existência de vários institutos do Direito Civil, Penal, Comercial, Internacional. Compreendeu o Pentatêuco (coleção dos cinco primeiros livros do Velho Testamento (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), sobretudo o Deuterônimo que continha os preceitos morais, civis e até políticos da civilização judaica (COSTA, 2004).
Estudiosos apontam semelhanças entre os dois Códigos citados. Indicam que o Código de Moisés, em boa parte, tem a sua fonte no conjunto dos costumes comuns a todos os povos do Médio Oriente Antigo (MAIA, 2008).
Ao se correlacionar as regras de conduta do livro do Deuteronômio (do capítulo 19 ao capítulo 25), com as do Código de Hammurabi é possível identificar algumas semelhanças:
- Pelo Código de Moisés “Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher; assim tirarás o mal de Israel” (Dt, 22: 22). No Código de Hammurabi: “Se a esposa de alguém é encontrada em contato sexual com um outro, se deverá amarrá-los e lança-los na água, salvo se o marido perdoar à sua mulher e o rei a seu escravo” (Art. 129º).
O Código de Moisés determinava que, a mulher adúltera e o homem encontrado em contato sexual com esta seriam condenados a morte, não havia o benefício do perdão. No Código do Hammudabi havia o benefício do perdão quando determinava que a pena no morte seria aplicada apenas em caso do marido ofendido não perdoasse a esposa adúltera.
- Pelo Código de Moisés: “E se algum homem no campo achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, então morrerá só o homem que se deitou com ela” (Dt,22: 25). No Código de Hammurabi “Se um cidadão amarrou a esposa de um (outro) cidadão, que (ainda) não conheceu um homem e mora na casa seu pai, dormiu em seu seio, e o surpreenderam, esse cidadão será morto, mas essa mulher será libertada” (Art. 130).” (Art. 130º).
O Código de Moisés assim como o Código de Hammudabi determinavam, em caso de estupro, a pena de morte.
- Pelo Código de Moisés “Quando se achar alguém que tiver furtado um dentre os seus irmãos, dos filhos de Israel, e escravizá-lo, ou vendê-lo, esse ladrão morrerá, e tirarás o mal do meio de ti” (Dt, 24: 7). Pelo Código de Hammurabi: “Se alguém rouba o filho impúbere de outro, ele é morto” (Art. 14º). 
O Código de Moisés e o Código de Hammudabi rejeitavam o rapto ou sequestro, e quem cometia o crime pagava com a perda da própria vida.
- Pelo Código de Moisés: 15Não entregarás a seu senhor o servo que, tendo fugido dele, se acolher a ti; 16Contigo ficará, no meio de ti, no lugar que escolher em alguma das tuas portas, onde lhe agradar; não o oprimirás” (Dt, 23, 15-16). Pelo Código de Hammudabi: “Se alguém acolhe na sua casa, um escravo ou escrava fugidos da Corte ou de um liberto e depois da proclamação pública do mordomo, não o apresenta, o dono da casa deverá ser morto” (Art. 16º).
O Código de Moisés determinava que escravo que tenha fugido não seria entregue a seu dono, o mesmo deveria ser amparado e não oprimido, enquanto que a Lei de Hammudabi determinava que, quem desse abrigo esse tipo de escravo seria condenado a morte.
- Pela Lei Mosaica “15Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniquidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato. 16Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para testificar contra ele acerca de transgressão, 17Então aqueles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o Senhor, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias. 18E os juízes inquirirão bem; e eis que, sendo a testemunha falsa, que testificou falsamente contra seu irmão, 19 Far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e assim tirarás o mal do meio de ti. 20 Para que os que ficarem o ouçam e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no meio de ti.21 O teu olho não perdoará; vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Dt, 19: 16-21). No Código Hammurabi “Se alguém acusa um outro, lhe imputa um sortilégio, mas não pode dar a prova disso, aquele que acusou, deverá ser morto” (Art. 1º).
O Código de Moisés e o Código de Hammudabi determinavam que se alguém traz uma acusação diante dos sacerdotes e juízes sem prova, deve receber a pena do crime que acusou. Se acusou de assassinato e provou-se que estava mentindo, a falsa testemunha seria morta. 
- Pelo Código de Moisés “Quarenta açoites lhe fará dar, não mais; para que, porventura, se lhe fizer dar mais açoites do que estes, teu irmão não fique envilecido aos teus olhos.” (Dt, 25: 3). No Código de Hammudabi “Se alguém espanca um outro mais elevado que ele, deverá ser espancado em público sessenta vezes, com o chicote de couro de boi” (Art. 202º).
Pelo Código de Moisés o limite de açoites era quarenta, enquanto no Código de Hammudabi era sessenta.
- Pelo Código de Moisés: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada um morrerá pelo seu pecado” (Dt, 24: 16). No Código de Hammudabi: “Se fere de morte o filho do proprietário, deverá ser morto o filho do arquiteto” (Art. 230º).
O Código de Moisés proibia a morte de familiares em prol daquele que cometeu o crime, a morte de um pelo outro. O Código de Hammudabi permitia a punição de terceiros, a morte de um pelo outro.
REFERÊNCIAS
COSTA, Dilvanir José da Costa. Quarenta séculos de codificação civil. Revista de Informação Legislativa. Brasília a. 41 n. 163 jul./set. 2004 . Disponível em https://www2.senado.leg. br/bdsf/bitstream/handle/id/988/R163-13.pdf?sequence=4
DEMO, Wilson. Manuel História do Direito. 5 ed.Curitiba: Auteridade Editora, 2016.
MAIA, Maria Isabel de Barros Bezerra Alves. O exercício da justiça e a prática da 
religião em Israel. Mestrado em Ciências da Religião. Universidade Católica de Pernambuco, Recife, 2008. 117 fs. Disponível em <www.unicap.br/tede/tde_busca/processa Arquivo.php?codArquivo=414>

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