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Questões civis na Lei Mosaica

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FACULDADE CAPIVARI
DISCIPLINA: História do Direito
PROF: Jailson Pereira
ALUNOS: Claudinéia da Silva de Oliveira
	 Francine
Matheus Peixoto Philippi
	 Wagner Canuto
	 
ATIVIDADE ORIENTADA II
	 
Elaboração de uma lista de capítulos e versículos de conteúdo jurídico que foram objeto de discussão na sala de aula no dia 22.02, identificando-os com o tema em questão (ex.: casamento, sucessão, processo, etc)
1 Quanto as relações de trabalho
Pagamento de Salários
O Código de Moisés previa o pagamento diário dos salários em Deuteronômios (24: 15):
15Tu lhe pagarás o salário a cada dia, antes que o sol se ponha, porque ele é pobre e disso depende sua vida. Desse modo, ele não clamará a Yahweh contra ti, e em ti não haverá pecado.
Já se observava na época de Moisés a preocupação com a periodicidade do pagamento dos salários. Atualmente, os salários devem ser pagos com periodicidade, em intervalos curtos, para assim, manter a subsistência do funcionário.
Quanto a Indenização
Em Deuteronômios (15: 12-18) encontra-se a passagem do Código de Moisés que previa a liberdade do escravo após seis anos de trabalho, prevendo uma indenização pelos serviços prestados. 
“12Quando teu irmão hebreu ou irmã hebréia se vender a ti, seis anos te servirá, mas no sétimo ano o deixarás ir livre. 13 E, quando o deixares ir livre, não o despedirás vazio. 14Liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira, e do teu lagar; daquilo com que o Senhor teu Deus te tiver abençoado lhe darás. 15E lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito, e de que o Senhor teu Deus te resgatou; portanto hoje te ordeno isso. 16Porém se ele te disser: Não sairei de ti; porquanto te amo a ti, e a tua casa, por estar bem contigo; 18Então tomarás uma sovela, e lhe furarás a orelha à porta, e teu servo será para sempre; e também assim farás à tua serva. 19Não seja duro aos teus olhos, quando despedi-lo liberto de ti; pois seis anos te serviu em equivalência ao dobro do salário do diarista; assim o Senhor teu Deus te abençoará em tudo o que fizeres”.
O povo hebraico apesar de dar um novo olhar ao trabalho escravo, não repudiava a escravidão.
Nos dias atuais a indenização ao funcionário é uma importância devida na relação de emprego quando existe perda ou lesão de um direito. Ela pode ser provocada de forma tanto dolosa quanto culposa pelo empregador ou seus prepostos.
2 Quanto ao Direito de Propriedade - formas de aquisição e perdas.
Em Deuteronômios (19: 14), o Código de Moisés expressa que o Senhor não admitiria que um proprietário de terras extremantes, removesse o marco da divisão das terras para obter vantagens, sendo que este seria punido de forma severa
“14Não mudem os marcos de divisa da propriedade do seu vizinho, que seus antecessores colocaram na herança que vocês receberão na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá para que dela tomem posse”. 
 Nos dias atuais, há rotineiramente muitos processos judiciais envolvendo proprietários de terras extremantes. O Estado atua nesses processos como o responsável pela resolução do conflito, baseado na produção de provas, seja elas documentais ou através de testemunhas, onde o marco divisor será removido do seu local de origem, somente após decisão judicial. 
3 Quanto a Apropriação indébita
 
Em Deuteronômios (22: 1), o Código de Moisés chama a atenção para o dever de restituir coisa que foi perdida pelo proprietário.
“1Se o boi ou ovelha de um israelita se extraviar e você o vir, não ignore o fato, mas faça questão de levar o animal de volta ao dono”.
Nos dias atuais o dito popular “achado não é roubado quem perdeu foi relaxado”, tem lá sua ponta verdade posto que não é roubo, e não envolve violência ou grave ameaça (art. 157º do Código Penal). Mas, não basta o indivíduo achar um coisa para que ela passe a ser sua. Não devolver o objeto encontrado configura crime e terá consequências penais previstas no art. 169º do Código Penal. Este crime chama-se “apropriação de coisa achada”
“Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias”.
 
4 Quanto aos contratos
	Deuteronômios (25: 15-16) chama a atenção para a prática da boa-fé nas negociações.
“15Tenham pesos e medidas exatos e honestos, para que vocês vivam muito tempo na terra que o Senhor, teu Deus, lhes dá. 16Pois o Senhor, o seu Deus, detesta quem faz essas coisas, quem negocia desonestamente”. 
O dever geral de boa-fé ganhou status de norma fundamental no Novo Código Civil. O art. 5º impõe: “Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”. Já o art. 77º impõe o dever de probidade e lealdade processual às partes e seus procuradores, públicos ou privados, assim como a todos aqueles que de alguma forma participam do processo, incluído o Ministério Público, o perito, dentre outros.
Em síntese, compete àquele que praticar ato processual agir com lealdade e boa-fé, pautando suas ações no plano da ética e da moralidade. 
4 Quanto ao Processo (regras atinentes a procedimentos para apuração dos fatos, atuação dos juízes e provas utilizadas).
O Código de Moisés legislava em como deveria acontecer o processo civil, no livro de Deuteronômio (19: 15-21).
“15Uma só testemunha não é suficiente para condenar alguém de algum crime ou delito. Qualquer acusação precisa ser confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas. 16 "Se uma testemunha falsa quiser acusar um homem de algum crime, 17 os dois envolvidos na questão deverão apresentar-se ao Senhor, diante dos sacerdotes e juízes que estiverem exercendo o cargo naquela ocasião. 18Os juízes investigarão o caso e, se ficar provado que a testemunha mentiu e deu falso testemunho contra o seu próximo, 19 deem-lhe a punição que ele planejava para o seu irmão. Eliminem o mal do meio de vocês. 20 O restante do povo saberá disso e terá medo e nunca mais se fará uma coisa dessas entre vocês. 21O teu olho não perdoará; vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”.
Observa-se que Israel detinha um Código Civil bem organizado que previa a instituição de tribunais, julgamentos civis, juízes e testemunhas que eram regulados por uma série de leis bem definidas pelo Torá.[1: Em hebraico a Lei Mosaica é chamada de Torá, que pode significar lei como também instrução ou doutrina (CASTRO, 2012)]
5 Quanto as Penas (valores protegidos e tipos de penas aplicadas).
O Deuteronômio (19:3) trata da criação da cidade asilo, onde os que cometessem homicídio involuntário cumpririam penas.
“3Dividam em três partes a terra que o Senhor, o seu Deus, está dando como herança a vocês e façam nela vias de acesso, para que aquele que matar alguém possa fugir para lá”.
Na sequência Deuteronômio (19: 4-5), cita a hipótese de homicídio involuntário. 
“4Este é o caso em que um homem que matar outro poderá fugir para lá para salvar a vida: se matar o seu próximo sem intenção, sem que houvesse inimizade entre eles. 5Por exemplo, se um homem for com o seu amigo cortar lenha na floresta e, ao levantar o machado para derrubar uma árvore, o ferro escapar e atingir o seu amigo e matá-lo, ele poderá fugir para uma daquelas cidades para salvar a vida”.
Em Deuteronômio (19-11) cita-se a hipótese de homicídio doloso, onde o assassino seria enviado a uma das cidades asilos.
“11Mas, havendo alguém que odeia a seu próximo, e lhe arma ciladas, e se levantacontra ele, e o fere mortalmente, e se acolhe a alguma destas cidades”.
Após chegar a cidade asilo, Deuteronômio (19: 12) cita que um ancião mandaria buscar o homicida para que o capataz o matasse.
“12Então os anciãos da sua cidade mandarão buscá-lo; e dali o tirarão, e o entregarão na mão do vingador do sangue, para que morra”.
O capataz, considerado vingador de sangue, era isento de culpa por ter matado por dever e não por ódio, como pode-se observar em Deuteronômio (19: 6):
“6Para que o vingador do sangue não vá após o homicida, quando se enfurecer o seu coração, e o alcançar, por ser comprido o caminho, e lhe tire a vida; porque não é culpado de morte, pois o não odiava antes”.
O Código de Moisés exigia que o agressor fosse punido em igual medida do sofrimento que causou, como observa-se em Deuteronômio (19: 21):
“19O teu olho não perdoará; vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”.
6 Quanto a capacidade civil: poder para contrair obrigações e exercer direitos.
6.1 Capacidade Civil das mulheres
No tempo do Código de Moisés, mulheres e crianças não possuíam capacidade civil, o que pode ser observado em Deuteronômio:
13“Quando um homem tomar mulher e, depois de coabitar com ela, a desprezar,
14E lhe imputar coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher, e me cheguei a ela, porém não a achei virgem; 15Então o pai da moça e sua mãe tomarão os sinais da virgindade da moça, e levá-los-ão aos anciãos da cidade, à porta;[...]” (Dt, 22: 13-15).
“20Porém se isto for verdadeiro, isto é, que a virgindade não se achou na moça,
21Então levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão, até que morra; pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai; assim tirarás o mal do meio de ti” (Dt, 22: 20-21).
“1Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa”. (Dt, 24: 1).
As mulheres eram tratadas como propriedade. Enquanto solteira, pertencia a seu pai. Após o casamento, a mesma passaria a ser propriedade de seu esposo.
6.2 Capacidade Civil dos Escravos
Em Deuteronômio (23:15) está explícito que o escravo somente teria poder de exercer direitos, quando fugisse ou fosse dado como livre. 
“15Não entregará a seu senhor o servo que, fugindo dele, se tiver acolhido a ti; contigo ficará, no meio de ti, no lugar que escolher em alguma das tuas cidades, onde lhe agradar, não oprimirás”.
6.3 Capacidade Civil dos Estrangeiros
O Deuteronômio (23:20) mostra que as pessoas fora de suas cidades/ povos, não tinham os mesmo direitos que os irmãos, dos estrangeiros poderiam ser cobrados mais juros.
“20Dos estrangeiros poderás exigir juros; porém do teu irmão não exigirás, para que no Senhor teu Deus te abençoe a tudo o que puseres a mão, na terra a qual vais para a possuíres”.
7 Quanto ao casamento:
O casamento era considerado, segundo o Código de Moisés, um vínculo estabelecido entre duas pessoas de sexo oposto, reconhecido pelo governo, Cultura, religião e/ou sociedade. Nele a mulher era considerada como propriedade, não tinha direito de escolha. Principalmente se ela fosse capturada como prisioneira. O seu senhor poderia toma-la como esposa. 
“10Quando vocês guerrearem contra os seus inimigos e o Senhor, o seu Deus, os entregar em suas mãos e vocês fizerem prisioneiros, 11 um de vocês poderá ver entre eles uma mulher muito bonita, agradar-se dela e tomá-la como esposa. 12 Leve-a para casa; ela rapará a cabeça, cortará as unhas 13e se desfará das roupas que estava usando quando foi capturada. Ficará em casa e pranteará seu pai e sua mãe um mês inteiro. Depois você poderá chegar-se a ela e ser o seu marido, e ela será sua mulher. 14 Se você já não se agradar dela, deixe-a ir para onde quiser, mas não poderá vendê-la nem tratá-la como escrava, pois você a desonrou” (Dt, 21: 10-14).
8 Quanto ao divórcio
O Código de Moisés previa que somente o homem tinha o poder de se divorciar. A mulher poderia se casar novamente, porém se mais uma vez essa mesma mulher se divorciar, não poderá casar -se com seu primeiro marido pois passou a ser impura. 
1Se um homem casar-se com uma mulher e depois não a quiser mais por encontrar nela algo que ele reprova, dará certidão de divórcio à mulher e a mandará embora. 2 Se, depois de sair da casa, ela se tornar mulher de outro homem, 3e o seu segundo marido não gostar mais dela, lhe dará certidão de divórcio, e mandará embora a mulher. Ou também, se ele morrer, 4 o primeiro marido, que se divorciou dela, não poderá casar-se com ela de novo, visto que ela foi contaminada. Seria detestável para o Senhor. Não tragam pecado sobre a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá por herança” (Dt, 24: 1-4).
8 Quanto a sucessão:
Segundo o Código de Moisés, o homem poderia divorcia-se de sua primeira mulher, porém se com ela tivesse um filho homem, a herança seria deste filho. 
“15Se um homem tiver duas mulheres e preferir uma delas, e ambas lhe derem filhos, e o filho mais velho for filho da mulher que ele não prefere, 16 quando der a herança de sua propriedade aos filhos, não poderá dar os direitos do filho mais velho ao filho da mulher preferida, se o filho da mulher que ele não prefere for de fato o mais velho. 17 Ele terá que reconhecer o filho da mulher que ele não prefere como filho mais velho, dando-lhe porção dupla de tudo o que possui. Aquele filho é o primeiro sinal da força de seu pai e o direito do filho mais velho lhe pertence” (Dt, 21: 15-14).
REFERÊNCIAS
BUENO, Vitória Tavares. Salário, Remuneração e Indenização. 2016. Disponível em <https://vitoriabueno01.jusbrasil.com.br/artigos/307502660/salario-remuneracao-e-indenizacao> Acesso em mar 2018.
CALDAS, David. Supostamente Cruel. Clube dos autores, 2010. Disponível em < https://books.google.com.br/books/about/Supostamente_Cruel.html?id=fF5SBQAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false> Acesso em mar de 2018.
CASTRO, Flávia Lages. História do Direito: Geral e Brasil. Lumen Juris, 2012. Disponível em < https://pt.scribd.com/doc/311847797/Flavia-Lages-de-Castro-Historia-do-Direito-Geral-e-Brasil-pdf> Acesso em mar 2018.
OLIVEIRA, Marcel Gomes de. A História do Delito de Homicídio. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 90, jul 2011. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9832>. Acesso em mar 2018.
TEIXEIRA, Guilherme Puchalski. Páginas de Direito. Novo CPC [25]: CPC 2015, artigos 77 a 81, 2015. Disponível em < http://www.tex.pro.br/index.php/novo-cpc/7280-ncpc-025> Acesso em mar 2018.

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