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CONTRATOS EM ESPÉCIE – COMPRA E VENDA
	GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume 4: tomo II : contratos em espécie. Pablo Stolze Gagliano/ Rodolfo Pamplona Filho.7. ed. rev. E atual. – São Paulo: Saraiva,2014.
	CAPITULO I - COMPRA E VENDA.
1- INTRODUÇÃO
“O contrato de compra e venda abre a parte de nossa obra dedicada aos contratos em espécie, não apenas pela topográfica razão de ser o primeiro dos contratos disciplinados pelo codificador (arts. 481 a 532), mas, sobretudo, pela larga tradição social de que goza, no Brasil e no mundo”.
2 – CONCEITO E PARTES
“A definição de contrato de compra e venda é extremamente simples, dispensando grande esforço intelectual: aduz o negócio jurídico em que se pretende a aquisição da propriedade de determinada coisa, mediante o pagamento de um preço.
Trata-se, pois de um negócio jurídico bilateral, pelo qual uma das partes (vendedora) se obriga a transferir a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel á outra (compradora), mediante pagamento de uma quantia em dinheiro (preço).
“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”. (p.?)
“Claro está, finalmente, que as partes envolvidas no presente contrato devem ser dotadas dos requisitos de capacidade e legitimidade, indispensáveis para 	a perfeita validade não	somente da avença em questão, mas, também, de qualquer negócio jurídico”. (p.)
3 - CARACTERÍSTICAS
“Trata-se, em	síntese, de um negócio jurídico bilateral e sinalagmático, em regra consensual, comutativo ou aleatório, autorizador da transferência 	de propriedade, de execução instantânea ou diferida, entre outras características”.(P.)
4- ELEMENTOS ESSENCIAIS
“Ainda que os requisitos (planos de 	existência e validade) dos negócios	jurídicos sejam imanentes a todas as espécies 	contratuais, merecem 	eles, no contrato de compra e venda, algumas especificações e minudências.
De fato, da leitura do mencionado art. 482	do CC-02, como visto, é possível extrair 	os elementos essenciais específicos	da compra e venda, a 	saber:
a) o consentimento (seu núcleo); b) o preço; c)a coisa”. 
“Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço”.(cc, 2002)
4.1. Consentimento
“Superada a fase das tratativas preliminares, ao firmarem as partes seu consentimento a respeito do preço e da coisa a ser vendida, o contrato reputa-se formado, independentemente de forma previamente estabelecida em lei”.
4.2. A coisa
“Por óbvia razão, o bem, objeto do contrato de compra e venda, deverá ser coisa passível de circulação no comércio jurídico 	(a coisa não pode ser 	bem fora do comércio, seja por disposição de lei, contrato ou por sua própria natureza), certa e determinada (ou determinável), o que afasta, por consequência, todos	os interesses não suscetíveis de aferição ou valor econômico essencial, como a honra, o nome, a integridade física,	a vida etc.”. 
4.3.O preço
“Em princípio, o preço deverá ser fixado pelas próprias partes, segundo 	a autonomia de suas vontades. Entendemos, contudo, que a 	autonomia da 	vontade, no caso específico, não é absoluta, uma vez que o preço deve observar o 	princípio da equivalência material das prestações, bem como deve	ser considerado sério (no sentido de não ínfimo), pois, em	 caso contrário, configurar-se-ia uma	 doação simulada”. 
5. DESPESAS COM O CONTRATO DE COMPRA E VENDA
“Interessante ressaltar que, estando ás partes em condição de igualdade, o exercício da autonomia da vontade permite que os ônus sejam transferidos para a parte contrária, o que importa dizer, portanto, que a norma legal, neste	 aspecto, é de caráter supletivo (no	caso de silêncio) e orientador de conduta, e 	não imperativo”.
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
6- RESPONSABILIDADE CIVIL PELOS RISCOS DA COISA 
“Partindo-se dessa premissa, 	é forçoso convir que	a responsabilidade pela integridade da	 coisa,	em face do risco de perecimento por caso fortuito	ou de força maior, corre por conta	do alienante. Aplica-se o dogma do res perit domino (a coisa perece para o dono)”.
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
§ 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
“Ressalva, entretanto, o legislador (§ 1.º), que os casos fortuitos	ocorrentes no ato de contar, marcar 	ou assinalar coisas, que comumente	 se recebem, contando, pesando, medindo ou 	assinalando, e 	que já tiverem	 sido postas à	 disposição do comprador, correrão	por conta deste”.
“Na mesma linha (§ 2.º), correrão também	por conta do comprador os	riscos das referidas coisas se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no	tempo,	lugar e	modo ajustados, o que é perfeitamente compatível com a	regra do art. 400 do Código Civil”.
“De fato, a regra geral é de que a “tradição	da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, 	dar-se-á no lugar onde ela se 	encontrava, ao tempo 	da venda” (art. 493 do CC-02, sem equivalente no CC-16).
Todavia, nada impede que as partes 	estabeleçam que a tradição seja feita em lugar diverso”.
“Claro	está que se a coisa é expedida para lugar diverso ou é entregue a terceiros para que seja o portador, ambas as situações por determinação do 	comprador, este passará a assumir a responsabilidade pela	integridade da mesma, até chegar ao seu local de destino. Em caso como	este, interessa	a celebração de um contrato de seguro, para prevenir 	o adquirente de eventuais prejuízos”.
“É de ressaltar, ainda, que o 	Código dá ao vendedor poderes para	 sobrestar (paralisar) a entregada coisa, 	até que o comprador 	lhe dê garantia	 (caução) de pagar no tempo ajustado, caso este	último	haja caído em	insolvência (art.495). Disto se depreende, a nosso 	ver, que esta garantia	 poderá ser real ou pessoal (fidejussória), a depender do 	quanto convencionado entre 	as próprias partes”.
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
“Convém acentuar, porém, que as sentenças condenatórias e as constitutivas também têm certo conteúdo declaratório, ao lado do conteúdo condenatório ou constitutivo, pois toda sentença deve conter, necessariamente, a declaração da existência da relação jurídica sobre a qual versa. O que as distingue das declaratórias propriamente ditas é que, nestas, tal conteúdo é total, ao passo que nas outras duas espécies é parcial. Em outras palavras: as sentenças declaratórias são puramente declaratórias, ao passo que as condenatórias são, simultaneamente, declaratórias e condenatórias. O mesmo se pode dizer com referência às constitutivas: são, simultaneamente, declaratórias e constitutivas”. (CALAMANDREI; MACHADO
GUIMARÃES; LOPES DA COSTA; ALFREDO BUZAID; TORQUATO CASTRO) (p.10)
VII - AÇÕES CONSTITUTIVAS 
A ações constitutivas tem por escopo exercer duas categorias nos direitos potestativos: aquele que por medida de segurança dos negócios jurídicos não permitem que sejam exercido mediante simples vontade. b) aqueles direitos potestativos que são exercidos por meio de ação apenas subsidiariamente isto é, quando os outros interessados não concordam em que eles sejam exercidos mediante simples declaração de vontade. (p.11)
VIII - FUNDAMENTOS E EFEITOS DA PRESCRIÇÃO 
Um ponto muito importante deve ser pontuado, no que diz respeito sobre o nascimento da ação (actio nata) resultante da violação do direito. SAVIGNY em sua obra referente ao estudo das condições da prescrição. Coloca em primeiro lugar, a actio nata, e que ela se caracteriza por dois elementos: a) existência de um direito atual, suscetível de ser reclamado em juízo e b) violação desse direito. (p.12) 
O momento do inicio do curso da prescrição, quando se inicia o prazo prescricional é determinado pela “ação”, desde que o direito não sofra qualquer intervenção por parte de outrem. Ação utilizada no sentido de “pretensão”, pois, a rigor, a prescrição não se inicia com ação e sim com pretensão, que é o poder de exigir de outrem, extrajudicialmente, uma prestação. (p.13)
“De qualquer forma, a pretensão é sempre um prius lógico imediato em relação à ação: a ação não nasce diretamente da violação do direito, mas da recusa do obrigado em satisfazer a pretensão”. (p.14)
“Desde que o início do prazo prescricional é determinado pelo nascimento da pretensão, segue-se, dai, como conclusão lógica e inevitável, que a primeira coisa atingida pela prescrição é a pretensão, e não a ação. Pode até haver casos em que se verifica a prescrição da pretensão, sem que a ação haja sequer nascido”. (p.15) 
Assim, fixada a noção de que o nascimento da pretensão e o inicio do prazo prescricional são fatos correlatos, que se correspondem como causa e efeito, e articulando se tal noção com aquela classificação dos direitos formulada por CHIOVENDA, conclui-se, que somente os "direitos a uma prestação" conduzem à prescrição, pois somente eles são suscetíveis de lesão ou de violação, e somente eles dão origem a pretensões. Já os “direitos potestativos” direitos sem pretensão ou direitos sem prestação, e que se caracterizam, exatamente, pelo fato de serem insuscetíveis de lesão ou violação - não podem jamais, por isso mesmo, dar origem a um prazo prescricional. (p.16)
“Por via de Consequência chegar-se-á, então, a uma segunda conclusão importante: só as ações condenatórias podem sofrer os efeitos da prescrição, pois são elas as únicas ações por meio das quais se protegem judicialmente os direitos que irradiam pretensões”. (p.16)
IX - FUNDAMENTOS E EFEITOS DA DECADIÊNCIA
“Realmente, ao conceituarem a decadência, doutrina e jurisprudência, na sua grande maioria, embora não forneçam critério seguro para distingui-la da prescrição, acentuam um fato de importância capital: o efeito imediato da decadência é a extinção do direito, ao passo que o da prescrição é a cessação da eficácia da ação (entenda-se: da pretensão). Isto, porém, não basta para distinguir os dois institutos, e o problema permanece de pé. Examinemos a questão sob outro aspecto”. (p.17)
Como já foi relatado, existem direitos que em seu exercício afeta a esfera jurídica de terceiros, criando um estado de sujeição, não dependendo de sua vontade esses são os direitos potestativos. Porém, é interessante acentuar que nem todos os prazos estão ligados a propositura da ação, pode existir direitos potestativos que se exercem pro outro meio que não seja judicialmente, mas mesmo assim estão sujeitos a prazo. Podemos dizer que, os direitos potestativos, sujeitos a prazo, que o prazo não é fixado, propriamente, para a propositura da ação, mas para o exercício do direito. Então, na maioria dos casos, os direitos potestativos quando sujeitados a prazo, se exercitam por meio da ação. Já na situação inversa, tem direitos que se exercitam por meio da ação, mas não se sujeitam a prazo. (p.18) 
Apontando os direitos potestativos, que alei não fixou prazo, fica prevalecendo o princípio geral da inesgotabilidade ou da perpetuidade ("os direitos não se extinguem pelo não uso"), pois não existem ferramentas que estabeleça prazos para os exercícios desse direito, sob pena de extinção, o que não acontece com os “direitos de prestação” de CHIOVENDA. (p.19)
Chega-se a conclusão que só na classe dos direitos potestativos, pode se cogitar a extinção de um direito em virtude do seu não exercício, também esses direitos são os únicos subordinados a prazos de decadência, as ações constitutivas são as únicas cuja propositura implica na decadência do direito. (p.20)
“Deste modo chegamos, por dedução, a esta segunda regra: OS ÚNICOS DIREITOS PARA OS QUAIS PODEM SER FIXADOS PRAZOS DE DECADÊNCIA SÃO OS DIREITOS POTESTATIVOS E, ASSIM, AS ÚNICAS AÇÕES LIGADAS AO INSTITUTO DA DECADÊNCIA SÃO AS AÇÕES CONSTITUTIVAS QUE TÊM PRAZO ESPECIAL DE EXERCÍCIO FIXADO EM LEI’’. (p.20)
X - CASOS ESPECIAIS DE AÇÕES CONSTITUTIVAS 
“O primeiro caso que pode oferecer alguma dificuldade na aplicação das duas regras fixadas acima é aquele a que se refere o artigo 475 do Código Civil: O adquirente decai do direito de obter a redibi cão ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade”. (p.21) 
XI - AÇÕES DECLARATÓRIAS 
“Se se entender de outra forma, qual dos dois prazos deve prevalecer? O da ação declaratória ou o outro? Levando em consideração o ponto assinalado, acentuam que quando a ação condenatória está prescrita, não é razão para se considerar também prescrita a correspondente ação declaratória, e sim para se considerar que falta o interesse de ação para a declaração da certeza”. (CHIOVENDA; FERRARA) (p.24-25)
Levando em conta que, prescrição e decadência tem um fim comum que é a paz social, fica ainda mais visível que não é necessário á fixação de prazos nas ações declaratórias, não produzindo assim nenhuma modificação no mundo jurídico. Também as ações declaratórias, não tem por escopo, a restauração, exercer direitos, bem como não podem ser vinculadas nos institutos da decadência e da prescrição. (p.25)
XII - AÇÕES APARENTEMENTE DECLARATÓRIAS 
“As ações declaratórias, aquelas que poderiam ser chamadas "aparentemente declaratórias", em virtude de serem geralmente classificadas como declaratórias, embora sejam, na realidade, constitutivas. São as denominadas "ações de estado". Pelo menos elas não podem ser consideradas declaratórias dentro da concepção moderna desse tipo de ações, isto é, aquelas ações por meio das quais se procura, exclusivamente, obter uma certeza jurídica”. (p.25)
Do conceito da ação declaratória chega-se a uma das suas principais características que é a facultatividade ou voluntariedade: ela é utilizada quando alguém quer, apenas, estabelecer a certeza jurídica a respeito da existência ou inexistência de determinada relação jurídica, mas ninguém é obrigado a propô-la para que desta relação decorram efeitos jurídicos. (p.25-26)
“ A relação jurídica existe (ou inexiste), e seus efeitos se produzem (ou não se produzem), independentemente de sua declaração judicial. E se não houver dúvidas, ou obstáculos na relação jurídica e as vontades das partes se coincidirem a ação declaratória e desnecessária. [...] O que é certo, porém e deve ficar bem ressaltado, é que, com ou sem ação declaratória, os efeitos jurídicos da relação se produzem da mesma forma”. (p.26)
“Em conclusão: se há prazo para o exercício de algumas ações de estado, é porque a lei tem em vista alcançar, com a extinção do prazo, não a impossibilidade de se proclamar a "certeza jurídica", mas a impossibilidade de serem obtidos os efeitos decorrentes do estado objeto da ação. Consequentemente, a finalidade das ações
de estado não é a proclamação da "certeza jurídica”, mas a obtenção daqueles efeitos, e assim elas devem ser classificadas como constitutivas (positivas o ou negativas), e não como declaratórias”. (p.27)
“Parece-nos, face ao exposto, que se impõe a conclusão de que as ações de estado não são declaratórias, e sim constitutivas (positivas ou negativas), e realmente elas se apresentam com as duas principais características das ações construtivas: a) são meio de exercício de direitos potestativos (o direito à aquisição, modificação ou extinção do estado, e aos efeitos dai decorrentes), e b) as sentenças nelas proferidas sempre criam um estado de "sujeição” para terceiros, independentemente do concurso da vontade destes, ou mesmo contra sua vontade. Aliás, as ações de estado não são apenas constitutivas - elas são constitutivas "obrigatórias" ou "necessárias".(p.28)
“É certo que, concluindo pela constitutividade das ações de estado, nos colocamos em posição diametralmente oposta à da maioria esmagadora da doutrina e da jurisprudência” [...]. (p.29). 
“Finalmente, deve ficar acentuado que o fato de produzirem, quase sempre, efeitos ex tunc, não impede que as ações de estado, e respectivas sentenças, sejam classificadas como constitutivas”. (p.29)
XIII - O PROBLEMA DA IMPRESCRITIBILIDADE DAS AÇÕES 
“Aliás, faz-se necessário acentuar, antes de mais nada, que a admissão da existência de ações imprescritíveis no direito brasileiro aparentemente se choca com o disposto nos arts. 205 e 206 do Código Civil. Com efeito, dizendo o referido art. 205, como diz, que a prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor, a conclusão que se impõe, à primeira vista, é a da inexistência de ações imprescritíveis em face do nosso direito.(p.30)
“[...] Sendo a imprescritibilidade um conceito negativo, pode ser definido por exclusão, estabelecendo-se como regra que: são perpétuas (imprescritíveis) todas aquelas ações que não estão sujeitas nem prescrição nem a decadência. Por aí se verifica, facilmente, que são perpétuas (imprescritíveis): a) todas as ações meramente declaratórias; e b) algumas ações constitutivas (aquelas que não têm prazo especial de exercício fixado em lei). Quanto às ações condenatórias, não há, entre elas, ações perpétuas (imprescritíveis) pois todas são atingidas, ou por um dos prazos especiais do art. 206 ou pelo prazo geral do art. 205.”.(p.31) 
Quanta as ações constitutivas a lei só fixa prazo para algumas delas, as outras demais não estando sujeitas a prazo, devem ser classificadas como imprescritíveis, prevalecendo o principio geral da perpetuidade dos direitos. Importante acentuar em relação as ações declaratórias e as constitutivas que, não existem nenhum prazo fixo para aquelas na atingidas por prazos especiais, de vez que os artigos 205 e206 só se aplica nas ações condenatórias. São perpétuas ou imprescritíveis todas as ações declaratórias e as constitutivas para as quais a lei não fixa prazo especial. (p.32)
XIV – CONCLUSÕES 
Essa distinção entre prescrição e decadência, já é um obstáculo que vem sendo tentado avançar desde os tempos romanos, desafiando vários doutrinadores. Porém o que vale ressaltar, é que o critério mais utilizado para distinguir os dois institutos é que a prescrição atinge a ação e a decadência atinge o direito. E estão sujeitas a prescrição todas as ações condenatórias, mas para as ações constitutivas com prazo fixo em lei estão sujeitas a decadência. São imprescritíveis as ações constitutivas sem prazo fixo de exercício bem como todas as ações declaratórias. Então chegamos, a tal ponto que as ações condenatórias não estão sujeitas a imprescritibilidade, tão menos sujeitas ao instituto da decadência. Também as ações constitutivas não se sujeitam a prescrição; e as ações declaratórias não se sujeitam nem a prescrição nem a decadência.

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