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RELATORIOSISTEMA MUSCULAR

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE FARMÁCIA
SUSANE LUZ AMORETTI
RELATÓRIO DO SISTEMA MUSCULAR E ARTICULAR
SÃO LEOPOLDO, 
2017
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SISTEMA MUSCULAR
	Músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir movimento. O movimento é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica. (TORTORA,2007, Pg.309; AULA DE ANATOMIA)
O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração avermelhada das fibras musculares se deve à mioglobina, proteína semelhante à hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos, que cumpre o papel de conservar algum O2 proveniente da circulação para o metabolismo oxidativo. (TORTORA,2007, Pg.309; AULA DE ANATOMIA). Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.
TIPOS DE TECIDO MUSCULAR
Existem três tipos muscular: esquelético, cardíaco e liso.
O tecido muscular esquelético é assim chamado porque a função da maioria dos músculos esquelético é movimentar os ossos do esqueleto. O tecido muscular esquelético é denominado estriado, porque faixas escuras e claras alternadas (estriações). O tecido muscular esquelético atua, primariamente, de forma voluntaria, isto é, sua atividade pode ser conscientemente (voluntariamente) controlada. (TORTORA, 2007, pg.285)
O tecido muscular cardíaco é encontrado apenas no coração, do qual forma maior parte da parede. O musculo cardíaco é estriado, mas sua ação é involuntária, contração e relaxamento não pode ser conscientemente controlado. O coração bate porque possui um marcapasso que inicia cada contração; esse ritmo intrínseco é chamado de autoritmicidade. Diversos hormônios e neurotransmissores ajustam o ritmo cardíaco, acelerando ou diminuindo o marcapasso. (TORTORA, 2007, pg.285)
O tecido muscular liso está localizado nas paredes das estruturas internas ocas, como os vasos sanguíneos, vias aeríferas e a maioria dos órgãos situados na cavidade abdominopélvica. A ação do musculo liso normalmente é involuntária. Tanto o musculo cardíaco quanto o musculo liso são regulados pelos neurônios que são parte da divisão autônoma (involuntária) do sistema nervoso, e pelos hormônios liberados pelas glândulas endócrinas. (TORTORA, 2007, pg.285).
FUNÇÕES DO SISTEMA MUSCULAR
Produção dos movimentos do corpo
Estabilização das posições do corpo
Armazenamento e movimentação de substancias dentro do corpo
Produção de calor
PROPRIEDADES DO TECIDO MUSCULAR
Excitabilidade elétrica – uma propriedade tanto nas células musculares quanto dos neurônios, é a capacidade de responder a determinados estímulos por meio da produção de sinais elétricos por exemplo: potenciais de ação (impulsos). Os potenciais de ação propagam -se (disseminam) ao longo da membrana plasmática, e razão dos canais de íons específicos. Os estímulos que desencadeiam os potenciais de ação podem ser sinais elétricos, que se originam no próprio tecido muscular, como ocorre no marcapasso do coração, ou estímulos químicos, como neurotransmissores liberados pelo neurônio, hormônios distribuídos pelo sangue, ou mesmo alterações do pH. (TORTORA, 2007, pg.284).
Contratilidade- é a capacidade do tecido muscular de se contrair vigorosamente quando estimulado pelo potencial de ação. Quando o musculo se contrai, gera tensão (força de contração), enquanto traciona seus pontos de fixação. (TORTORA, 2007, pg.284).
Em uma contração isométrica, o musculo desenvolve tensão, mas não se retrai. Um exemplo é quando seguramos um livro com a mão esticada. Se a tensão gerada é grande o suficiente para superar a resistência do objeto que está sendo movido, o musculo se retrai e ocorre o movimento. Na contração isotônica, a tensão desenvolvida pelo musculo permanece quase constante enquanto o musculo se retrai. Um exemplo é quando levantamos um livro da mesa. (TORTORA, 2007, pg.285)
Extensibilidade- é a capacidade do tecido muscular de se estender sem sofrer lesão. A extensibilidade permite que um musculo se contraia vigorosamente, mesmo quando já está esticado. Normalmente, o musculo liso é submetido a um maior grau de estiramento. Por exemplo, cada vez que o estomago se enche com o alimento, o musculo na parede é esticado cada vez que o coração se enche com sangue. (TORTORA, 2007, pg.285).
Elasticidade- é a capacidade do tecido muscular de retornar a seu comprimento e sua forma originais após a contração ou extensão. (TORTORA, 2007, pg.285).
TECIDO CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo envolve e protege o tecido muscular. Existe uma lâmina de tecido conjuntivo fibroso que ampara e envolve os órgãos do corpo. Além disso, a tela subcutânea, separa o musculo da pele. Esta tela é composta por tecido conjuntivo e tecido adiposo (gordura), fornecendo uma via de entrada para vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. O tecido adiposo da tela funciona como uma camada de isolamento térmico reduzindo a perda de calor, afim de proteger os músculos de um trauma físico. . (TORTORA, 2007, pg.285)
A fáscia de revestimento é um tecido conjuntivo denso que reveste a parede do corpo e dos membros agrupando músculos com funções semelhantes. A fáscia de revestimento permite que os músculos se movam livremente, transporta os nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. . (TORTORA, 2007, pg.285)
Existe três camadas de tecido conjuntivo que serve para proteger e reforçar, ainda mais, os músculos esqueléticos. A camada mais externa é chamada epimísio. O perimísio envolve grupos de 10 a 100 ou mais fibras musculares criando feixes (fascículos). Muito deles são grandes o suficiente para serem vistos ao olho nu eles dão a um corte de carne sua característica granulosa. No interior de cada fascículo ao separarmos as fibras musculares encontramos o endomísio, uma fina porção de tecido conjuntivo frouxo. (TORTORA, 2007, pg.285).
O epimísio, o perimísio e o endomísio são tecidos conjuntivos que prendem o musculo esquelético às outras estruturas como ossos ou outros músculos. Quando estas três camadas se estendem além das fibras musculares elas formam um tendão (um cordão de tecido conjuntivo composto por feixes paralelos de fibras colágenas que prendem um musculo ao periósteo de um osso). (TORTORA, 2007, pg.285).
TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR
Tratando-se de contração muscular, existem três tipos básicos de manifestações: contração isométrica, contração isotônica e contração isocinética.
 A contração isométrica, segundo Lippert (2008), ocorre quando o músculo se contrai, produzindo força sem mudar seu comprimento. Refere-se à ação muscular durante a qual não ocorre nenhuma alteração no comprimento total do músculo (FLECK e KRAEMER, 2006). Nesse caso, a tensão gerada pelo músculo não é suficiente para vencer uma determinada resistência, resultando em uma força estática, onde não há alteração no ângulo da articulação envolvida.
 A contração isotônica caracteriza-se como uma contração em que as fibras musculares se encurtam ou alongam enquanto exercem uma força constante correspondente a uma carga ou resistência. Essa força acarreta em uma alteração no tamanho do músculo, gerando assim, um movimento na articulação envolvida.
 Esta contração muscular isotônica ou dinâmica divide-se entre ação concêntrica (positiva), onde a força produzida é maior que a resistência oferecida (ocorre o encurtamento do músculo), e excêntrica (negativa), onde a tensão gerada, por ser inferior, é superada pela carga imposta (ocorre o alongamento do músculo).
 A contração isocinética se dá por meio da utilização de um aparelho denominado “Dinamômetro Isocinética”, onde o indivíduo realiza um esforço muscular máximo ou submáximo que se acomoda à resistência do aparelho. A contração ocorre em uma velocidade angular constante, permitindo mensurar a força aplicada pelo músculo em toda a amplitude articulardo movimento (TERRERI ,et al. 2001).
EFEITOS DA DISPOSICAO DOS FASCICULOS
De acordo com o arranjo fascicular a força e amplitude do movimento de um musculo são afetadas. Quanto maior a fibra de um musculo mais amplo é o seu movimento. Entretanto, a força muscular não depende do comprimento, mas sim de sua área transversal. O arranjo fascicular representa o equilíbrio entre força e amplitude de movimento. Na tabela abaixo, são descritos os principais tipos de arranjo fasciculares.
	Circulares
	Fascículos em arranjo circular concêntrico formam músculos esfíncteres que envolvem um orifício. Ex.: músculo orbicular da boca.
	Triangulares
	Os fascículos cobrem uma área ampla, convergindo no espesso tendão central; conferem ao musculo uma aparência triangular. Ex.: latíssimo do dorso, peitoral maior.
	Fusiformes
	Seus fascículos são quase paralelos ao eixo longitudinal do musculo; terminam em tendões planos; o musculo afila-se em direção aos tendões, nos quais o diâmetro é menor do que no ventre. Ex.: Bíceps braquial.
	Paralelos
	Fascículo paralelo ao eixo longitudinal do musculo; termina em ambas extremidades em tendões planos. Ex.: Sartório
	Peniformes
	Fascículos estão dispostos dos dois lados dos tendões centrais. Ex.: m. reto femoral.
	Multipeniformes
	Os fascículos prendem-se obliquamente, a partir de muitas direções, em muitos tendões. Ex.: m. deltoide.
(TORTORA, 2007, Pg.313)
Músculos Monoarticular- atravessam uma articulação. Ex: bíceps
Musculos Biarticulares- saão aqueles que atravessam duas articulação. Ex: Reto femoral que tem duas funções (extensão do joelho e flexão do quadril)
Musculos Poliarticulares tem diversas articulações.
Quanto à Nomenclatura:
De acordo com Tortora (2007):
O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores, entre eles o fisiológico e o topográfico:
Ação: Extensor dos dedos.
Ação Associada à Forma: Pronador Redondo e Pronador Quadrado.
Ação Associada à Localização: Flexor Superficial dos Dedos.
Forma: Músculo Deltoide (letra grega delta).
Localização: Tibial Anterior.
Número de Origem: Bíceps Femoral e Tríceps Braquial.
Quanto à Disposição da Fibra:
Ainda segundo Tortora (2007)
a) Reto: Paralelo à linha média. Ex: Reto abdominal.
b) Transverso: Perpendicular à linha média. Ex: Transverso abdominal.
c) Oblíquo: Diagonal à linha média. Ex: Oblíquo externo.
Quanto à Origem e Inserção:
a) Origem: Quando se originam de mais de um tendão. Ex. Bíceps, Quadríceps.
b) Inserção: Quando se inserem em mais de um tendão. Ex: Flexor Longo dos Dedos.
Quanto à Função:
a) Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos. (TORTORA, 2007 p. 314)
b) Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos dedos. (TORTORA, 2007 p. 314)
c) Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro. (TORTORA, 2007 p. 314)
d) Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal. (TORTORA, 2007 p. 314)
ARTICULAÇÕES
Um osso é muito duro para ser curvado sem se quebrar, por isso tecido conjuntivos flexíveis formam articulações que mantem os ossos unidos e permitem um certo grau de movimentação. Uma articulação é um ponto de contato entre dois ossos, entre osso e cartilagem ou entre osso e dente. 
CLASSIFICAÇAO DAS ARTICULAÇÕES
As articulações são classificadas estruturalmente com base nas características anatômicas e, funcionalmente com base no tipo de movimento que permitem.
A classificação estrutural das articulações é baseada (1) na presença ou ausência de um espaço entre os ossos da articulação, chamado de cavidade articular (sinovial), e (2) no tipo de tecido conjuntivo que une os ossos. Estruturalmente, as articulações são classificadas como um dos seguintes tipos:
Articulações fibrosas: Os ossos são unidos por tecido conjuntivo, que é rico em fibras colágenas, e não existe cavidade auricular.
Articulações cartilagíneas: Os ossos são unidos por cartilagem e não há cavidade articular.
Articulação sinoviais: Os ossos que formam a articulação têm uma cavidade articular (sinovial), são unidos pelo tecido conjuntivo denso não modelado da capsula articular e. frequentemente, por ligamentos acessórios.
As classificações funcionais das articulações relacionam-se ao grau de movimento que permitem. Funcionalmente, as articulações são classificadas como um dos seguintes tipos: 
Sinartrose: Uma articulação fixa
Anfiartrose: Uma articulação ligeiramente móvel.
Diartrose: Uma articulação com liberdade de movimentos. Todas as diartroses são articulações sinoviais. Possuem uma variedade de formatos e permitem diferentes tipos de movimentos . (TORTORA, 2007 p. 246).
MOVIMENTOS ANGULARES
Nos movimentos angulares, há aumento ou redução no ângulo entre os ossos da articulação. Os principais movimentos angulares são: Flexão, Extensão, Abdução e Adução. (TORTORA, 2007 p. 254)
FLEXAO E EXTENSÃO
A flexão e a extensão são movimentos opostos. Na flexão (curvar) há uma redução no ângulo entre os ossos da articulação. Na extensão (prolongar) há um aumento no ângulo entre os ossos da articulação, muitas vezes para recolocar uma parte no corpo na posição anatômica após uma flexão. (TORTORA, 2007 p. 254).
Todos os exemplos seguintes são de flexão:
Inclinação da cabeça em direção ao tórax na articulação atlantoccipital, entre o atlas ( primeira vertebra) e o occipital do crânio, e nas sinfeses intervertebrais, entre as vertebras cervicais
Inclinação do tronco em direção as articulações intervertebrais.
Movimento do úmero em direção as articulações do ombro, como na oscilação dos braços para frente, enquanto caminhamos
Movimento do antebraço em direção ao braço, na articulação do cotovelo, entre o úmero, a ulna e o radio
Movimento da palma em direção ao antebraço, no punho ou na articulação radiocarpal, entre o rádio e os ossos carpais 
Embora a flexão e a extensão geralmente ocorram ao longo do plano sagital, existe algumas exceções. Por exemplo: a flexão do polegar envolve o movimento do polegar medialmente, de um lado a outro a palma, na articulação carpometacarpo entre o trapézio e o metacarpal do polegar, como ao tocar o polegar o lado da palma. Um outro exemplo é o movimento do tronco lateralmente, para a direita ou para a esquerda, na cintura, como na flexão lateral. Este movimento acontece ao longo do plano frontal e envolve as sínfises intervertebrais, é chamado de flexão lateral. (TORTORA, 2007 p. 254).
ABDUÇAO E ADUÇÃO
Abdução (ab=distanciar, duçao= conduzir) é o movimento de um osso para longe da linha mediana, enquanto a adução (ad=em direção a aproximação) é o movimento de um osso em direção a linha mediana. Os dois movimentos normalmente ocorrem ao longo do plano frontal. As articulações elipsoideas, selares e esferoideas permitem os movimentos de abdução e adução. Exemplos de abdução incluem o movimento do úmero lateralmente, na articulação do ombro, e o movimento do fêmur lateralmente, na articulação do quadril. (TORTORA, 2007 p. 255).
O movimento que retorna cada uma das partes do corpo da posição anatômica é a adução.
Com relação aos dedos, a linha mediana do corpo não é usada como um ponto de referência para a abdução e adução. Na abdução dos dedos |(mas não o polegar), uma linha imaginaria é traçada pelo eixo longitudinal do dedo médio ( o mais longo), e os dedos se afastam (separam-se) do dedo médio. Na abdução do polegar, este se afasta da palma no plano sagital.A abdução dos dedos do pé é relativa a uma linha imaginaria que passa pelo segundo dedo. A adução dos dedos da mão e do pé envolve seu retorno à posição anatômica. Na adução do polegar, este se move em direção à palma, no plano sagital. (TORTORA, 2007 p. 256).
 
 
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REFERÊNCIAS
MOORE, Keith. L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia orientada para clínica. Tradução Cláudia Lúcia. Caetano de Araújo. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia humana. Tradução: Alexandre Lins Werneck. 10ª edição. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
LIPPERT, L. Cinesiologia clínica e anatomia. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
FLECK SJ, KRAEMER WJ. Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: Artmed; 1999.
TERRERI, Antonio Sérgio AP; GREVE, Júlia; AMATUZZI, Marco M. Avaliaçåo isocinética no joelho do atleta. Rev. bras. med. esporte, v. 7, n. 5, p. 170-174, 2001.

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