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27/03/2016 1 A ÁGUA DO PLANETA Universidade Paulista – Unip Engenharia Civil Química Aplicada Prof. Ma. Lorena Soares O CICLO DA ÁGUA • Origem da água na Terra; • Altos pontos de fusão e ebulição; • Alto calor específico • Capacidade de absorver e liberar grandes quantidades de energia O CICLO DA ÁGUA Fonte: Tibúrcio; Coimbra (2002) O CICLO DA ÁGUA 27/03/2016 2 ESGOTAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL • Contaminação • Esgotos • Desperdícios • Irrigação sistema de gotejamento • Água do mar • Dessalinização é um processo físico-químico de retirada de sais da água, tornando-a doce, ou potável. ESGOTAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL • Osmose inversa: • Também conhecida como Osmose Reversa, ocorre quando se exerce forte pressão em uma solução salina. A água atravessa uma membrana semipermeável, dotada de poros microscópicos, responsáveis por reter os sais, os microorganismos e outras impurezas. Desta forma, o líquido puro se “descola” da solução salgada, ficando separado em outro local. As estações de dessalinização atuais utilizam tecnologia de ponta, com membranas osmóticas sintéticas. ESGOTAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL • Destilação Multiestágios: • Neste processo, utiliza-se vapor em alta temperatura para fazer com que a água do mar entre em ebulição. A nomenclatura “multiestágios” se justifica por conta da passagem da água por diversas células de ebulição- condensação, garantindo um elevado grau de pureza. Neste processo, a própria água do mar é usada como condensador da água que é evaporada. ESGOTAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL • Dessalinização Térmica: • É um dos processos mais antigos, imitando a circulação natural da água. O modo mais simples, a "destilação solar", é utilizada em lugares quentes, com a construção de grandes tanques cobertos com vidro ou outro material transparente. A luz solar atravessa o vidro, a água do líquido bruto evapora, os vapores se condensam na parte interna do vidro, transformando-se novamente em água, que escorre para um sistema de recolhimento. Dessa forma, separa-se a água de todos os sais e impurezas. Em lugares frios ou com carência de espaço, esse processo pode ser feito gerando-se calor através de energia. A melhor solução, neste caso, é a utilização de energia solar, que é mais barata, não consome recursos como petróleo e carvão e não agride o meio ambiente. 27/03/2016 3 ESGOTAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL • Congelamento: • É um processo que ainda exige estudos de viabilidade e novas tecnologias. Nele, a água do mar ou salobra é congelada. Quando a congelamos, produzimos gelo puro, sem sal. Então através do congelamento/descongelamento obtêm-se água doce. Esse método não foi testado em larga escala, porém, existem propostas para a exploração das calotas polares (onde está boa parte da água doce do planeta) para obtenção de água pura. Mas isso é demasiadamente caro e só seria utilizado como última opção. PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA • Resolução nº 20 do CONAMA • Estabelece a classificação das águas, doces, salobras e salinas do Território Nacional PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA • Goiás: • LEI Nº 8544, DE 17 DE OUTUBRO DE 1978: Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente. • DECRETO N.º 1.745, de 06 de dezembro de 1979: Aprova o Regulamento da Lei n.º 8.544, de 17 de outubro de 1978, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente. • Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA • Art. 11 - Nas águas de classe 2 não poderão ser lançados efluentes, mesmo tratados, que prejudiquem sua qualidade pela alteração dos seguintes parâmetros ou valores; • I - virtualmente ausentes: • a) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais; • b) substâncias solúveis em hexano; • c) substâncias que comuniquem gosto ou odor; • d) substâncias potencialmente prejudiciais, até os limites máximos abaixo relacionados: • 1. Amônia - 0,5mg/l de N (cinco décimos de miligrama de Nitrogênio por litro); 2. Arsênico - 0,05mg/l (cinco centésimos de miligrama por litro); 3. Bário - 1,00mg/l (um miligrama por litro); 4. Boro - 1,00mg/l (um miligrama por litro); 5. Cádmio - 0,01mg/l (cinco centésimos de miligrama por litro); 6. Cromo (total) - 0,05mg/l (cinco centésimos de miligrama por litro); [...] 27/03/2016 4 PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA • Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde • Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. • Resolução CONAMA 430/2011 • Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nª 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS • Lei 6938/81: dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente Adição de substâncias ou de formas de energia que, direta ou indiretamente, alterem a natureza do corpo d’água de uma maneira tal que prejudique os legítimos usos que dele são feitos POLUIÇÃO DAS ÁGUAS • Matéria Orgânica • Consumida lentamente consumo de oxigênio dissolvido no meio • Organismos patogênicos • Doenças • Amebíase, Giardíase, Disenteria, Febre tifóide, Teníase, Cólera, Gastroenterite, etc. • Nutrientes em excesso • Dejetos humanos e de animais, fertilizantes e decomposição da matéria orgânica. • Eutroficação: processo no qual um corpo de água é enriquecido pela adição de nutrientes extras, estimulando o crescimento de algas. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS • Materiais em suspensão: • Diminuição da penetração da luz fotossíntese • Radioatividade • Com base na ocorrência em águas de abastecimento, os isótopos que merecem atenção especial são o rádio 226 e 228, o urânio 238 e 232, o chumbo 210 e o polônio 210 • Principais problemas: efeitos teratogênicos (dano ao embrião ou feto), mutagênicos e somáticos, incluindo carcinogênese • Defensivos agrícolas e fertilizantes • Herbicidas (controle de ervas daninhas), fungicidas, inseticidas e nematócitos (controle de nematódeos parasitas). 27/03/2016 5 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS • Metais • Excesso ou a falta pode levar a moléstias no homem e nos animais • Bócio deficiência em iodo; • Fluorose esqueletal e dentária excesso de flúor; • Lei determina a concentração máxima permitida nos efluentes acumulação dos mesmos no meio aquático potencializa o dano mesmo para os microrganismos não sensíveis, interferindo em toda cadeia alimentar. PRINCIPAIS USOS DA ÁGUA PRINCIPAIS USOS DA ÁGUA CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DA ÁGUA 27/03/2016 6 É uma medida dos sólidos em suspensão na água Turbidez partículas em estado coloidal (argilas) partículas em suspensão (silte) matéria orgânica e inorgânica finamente dividida plâncton e outros organismos microscópicos ausência da maior parte dos microrganismos patogênicos valores < 0,5 UT representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água, conferindo uma aparência turba à mesma Turbidez Origem antropogênica: - Despejos domésticos; - Despejos industriais; - Erosão. Origem natural: - partículas de rocha, argila e silte; -Algas e outros microrganismos. Turbidez Em corpos d‘água pode reduzir a penetração da luz, prejudicando a fotossíntese. De origem antropogênica podem estar associadas a compostos tóxicos e organismos patogênicos.Importância De origem natural não traz inconvenientes sanitários diretos. Esteticamente desagradável. Podem servir de abrigos para microrganismos. Turbidez Controle da operação das ETAs Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadas Utilização mais frequente 27/03/2016 7 Responsável pela coloração da água Cor Origem antropogênica: - Esgotos domésticos; - Resíduos industriais (tinturarias, tecelagem, produção de papel, etc Origem natural: - Decomposição da matéria orgânica; - ferro e manganês. Cor substâncias dissolvidas natureza orgânica degradação de plantas e animais ácidos húmicos, ácidos fúlvicos, ácidos himatomelânicos e humina substâncias húmicas Cor De origem industrial podem ou não apresentar toxicidade. Importância De origem natural não traz risco direto à saúde. Cloração de água com cor podem gerar sub- produtos potencialmente cancerígenos. Cor Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadas Utilização mais frequente 27/03/2016 8 Cor cor verdadeira cor aparente material em solução matéria em suspensão centrifugação a 3.000 rpm durante 30 minutos sobrenadante cor verdadeira cor aparente amostra natural interferência de partículas coloidais e suspensas, além de microrganismos Cor + Cloro = trihalometanos-THM Filtrar em papel de filtro 0,45 mm Filtrado Medição da intensidade de calor Temperatura Origem antropogênica: -Águas de torres de resfriamento; - Despejos industriais. Origem natural: - transferência de calor por radiação e condução (Atmosfera e solo) Utilização mais frequente: - Caracterização dos corpos d’água - caracterização de águas residuárias brutas. Temperatura Elevações de temperatura: - aumentam a taxa das reações químicas e biológicas; - diminuem a solubilidade dos gases (ex.: OD); - aumentam a taxa de transferência de gases (o que pode gerar mau cheiro) estão ligados a um padrão secundário ou estético STD - época do ano - condições geológicas locais - clima - lançamentos de resíduos Envolvem sais inorgânicos e pequenas quantidades de matéria orgânica STD não são medida de potabilidade Principais sais são: cálcio, magnésio, potássio, carbonato, cloreto, sulfeto e nitrato. 27/03/2016 9 • Sólidos em Suspensão: • Corresponde à carga sólida em suspensão e que pode ser separada por simples filtração ou mesmo decantação; • Controle de unidades de separação de sólidos (decantadores, filtros, flotadores), eficiências de processos de tratamento de efluentes. pH Potencial hidrogeniônico. Representa a concentração de íons hidrogênio H+, dando uma indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. Origem antropogênica: - Despejos industriais (ex.: lavagem ácida de tanque) - Despejos domésticos (oxidação da matéria orgânica) Origem natural: - dissolução de rochas; - absorção de gases da atmosfera; - oxidação da matéria orgânica; - fotossíntese O pH influencia as reações do coagulante com a água bruta Sulfato de Alumínio Sulfato Férrico pH C o a g u la n te ( m g L -1 ) pH Indica grau de acidez ou alcalinidade reflete as características do solo ou do subsolo calcário predominante - águas possuem alta alcalinidade e dureza e pH alto calcário não presente - as águas possuem baixa alcalinidade, geralmente moles, e baixo pH Muitas ETAs não ajustam o pH de coagulação exceto se alcalinidade adicional é necessária para a reação proceder usualmente determinada em laboratório, Jar Test Dosagem do coagulante custo final poderá ser o mesmo Ajustar pH com ácido ou base requer mais equipamentos e atenção do operador ao processo 27/03/2016 10 durante tratamento, o pH é reduzido reação entre o coagulante e a alcalinidade da água bruta evitar corrosão no sistema de distribuição pH deve ser corrigido (6 – 9,5) eficiência da cloração pH pH é alto desinfecção não é eficiente o cloro é exalado pH deve ser medido rotineiramente água bruta, água sedimentada, água filtrada e água tratada sistema de distribuição O cloro deve portanto ser aplicado antes da correção final do pH (pH < 8,0) Geral: - pH < 7: condição ácida - pH = 7: neutralidade - pH > 7,0: condição básicas Em termos de tratamento e abastecimento de água: - Diferentes valores de pH estão associados a diferentes faixas de atuação ótima de cagulantes; - pode ocorrer necessidade de correção de pH antes e/ou depois da adição de produtos químicos. Em termos de tratamento de águas residuárias: - Valores de pH afastados da neutralidade tendem a afetar as taxas de crescimento dos microrganismos. Em termos de corpos d’ água: - Valores elevados de pH podem estar associados à proliferação de algas pH - Interpretação de resultados Alcalinidade adicionada (cal) Importante p/ coagulação natural proveniente de rochas alcalinas na bacia hidrográfica suficiente para reagir com 25 mg L-1 de alumínio alcalinidade de 12,5 mg L-1 de CaCO3 Quantidade de íons na água que reagirão para neutralizar os íons presentes. Principais constituintes: - bicarbonatos; - carbonatos e - hidróxidos 27/03/2016 11 muito alta, processo de abrandamento necessário alcalinidade monitorada durante o processo de tratamento considerada em projetos de ETAs muito baixa, providências devem ser tomadas a fim de aumentá-la Em termos de tratamento e abastecimento de água: - pH > 9,4: hidróxidos e carbonatos; - pH entre 8,3 e 9,4: carbonatos e bicarbonatos; - pH entre 4,4 e 8,3: apenas bicarbonato Em termos de tratamento de águas residuárias: - processos oxidativos (como nitrificação) tendem a consumir alcalinidade, a qual pode afetar a taxa de crescimento dos microrganismos responsáveis pela oxidação. Alcalinidade - Interpretação de resultados Dureza mais comuns Ca+2 e Mg+2 cátions bivalentes de metais associados com HCO3; SO4 2-, Cl-1, NO3 - e SiO3 - forma depósito no sistema de distribuição obstruindo-o razões para a remoção aumenta a quantidade de sabão necessária para lavagens, aumento dos custos produz incrustações nos sistemas com temperatura elevada, ex. Aquecedores dureza total 50 mg/L CaCO3 50 < D 150 mg/L CaCO3 150 < D 300 mg/L CaCO3 dureza total > 300 mg/L CaCO3 Águas brandas Águas moderadas Águas duras Águas muito duras remoção da dureza devido a carbonatos Cal é adicionada até que o pH esteja entre 9,3 e 10 precipitação do cálcio como CaCO3 pH poderá ser aumentado mais ainda ( 10,5) precipitação do magnésio como Mg(OH)2 Dureza - Interpretação de resultados 27/03/2016 12 podendo ser um problema para aqueles que limitam a ingestão de sódio Em sistemas que não se deseja ter dureza a carbonatos soda (Na2CO3) ou soda cáustica (NaOH) usadas como alcalinizante pode aumentar a concentração de sódio na água potável Depois da remoção da dureza CO2 deve ser aplicado para reduzir o pH pH apresenta valor muito alto Características Parâmetro Águas para abastecimento Águas residuárias Corpos receptores Água superficial Água subterrânea bruta tratada Rio Lago Bruta tratada Bruta tratadaParâmetros físicos Cor X X X X X X Turbidez X X X X X X Sabor e odor X X X X Temperatura X X X X X Parâmetros químicos pH X X X X X X X X Alcalinidade X X X Dureza X X Ferro e manganês X X X X Cloretos X X Nitrogênio X X X X X X X X Fósforo X X X OD X X X Matéria orgânica X X X Parâmetros biológicos Organismos indicadores X X X X X X X Algas X X Principais parâmetros a serem investigados numa análise de água Fonte: VON SPERLING, M. (1996)
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