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Centro Universitário Univates Disciplina: Cálculo III Semestre: 2011/A Professoras: Adriana Belmonte Bergmann Marli Teresinha Quartieri 5. Equações Lineares Não-Homogêneas de Segunda Ordem Vamos descrever um dos métodos para encontrar a solução geral de uma equação diferencial linear não-homogênea. O primeiro passo é encontrar a solução geral, denotada por �� , da equação homogênea correspondente. Após isso, tentamos encontrar uma solução particular, �� , da equação não-homogêna. Combinando esses dois resultados, podemos concluir que a solução geral da equação não-homogênea é � = �� + �� , como enunciado no próximo teorema. H Método de Resolução - Coeficientes a Determinar Como já temos as ferramentas para encontrar �� , vamos nos concentrar em formas de encontrar a solução particular �� . Se a função (�) em � + �� + �� = �(�) consiste em somas ou produtos de �� , ��� , cos(��) , ���(��) Podemos encontrar uma solução particular pelo método dos coeficientes a determinar . A idéia do método é tentar uma solução �� do mesmo tipo que �(�). Eis alguns exemplos: 1. Se �(�) = �� , escolha �� = !� + "� + #; 2. Se �(�) = %�&�, escolha �� = !�&� + "&�; 3. Se �(�) = � + '()( �), escolha �� = (!� + ") + # '()( �) + * +,'( �); Exemplo 1 - Encontre a solução geral da equação � − 2� − 3� = 2 sen(�). Solução Para encontrar �� , resolvemos a equação característica 23 − 22 − 3 = (2 + 1)(2 + 3) = 0 → 2 = −1 � 2 = 3 � = �� + �� TEOREMA Solução Geral de uma Equação Linear Não-Homogênea Seja � + �� + �� = �(�) uma equação diferencial linear não-homogênea de segunda ordem. Se �� é uma solução particular dessa equação e se �� é a solução geral da equação homogênea correspondente, então É a solução geral da equação não-homogênea. �(�) + 78(�)�(�98) + 73(�)�(�93) + …+ 7�98(�)� + 7�(�)� = (�) Definição de uma equação Diferencial de Ordem n Sejam 78, 73, … , 7� e funções de x em um mesmo domínio. Uma equação da forma É chamada de uma equação diferencial de ordem n. Se (�) = 0 , a equação é dita homogênea; caso contrário, ela é não-homogênea. Logo, �� = ;8�9� + ;3�<� . A seguir, vamos tomar �� do mesmo tipo que 2 sen(�), isto é, �� = = cos(�) + > sen(�) �′� = −= sen(�) + > cos(�) �′′� = −= cos(�) −> sen(�). Substituindo na equação, obtemos −= cos(�) −> sen(�) + 2= sen(�) − 2> cos(�) − 3= cos(�) − 3> sen(�) = 2sen(�) (−4= − 2>) cos(�) + (2= − 4>)sen(�) = 2 sen(�) Portanto, �� é uma solução, desde que os coeficientes dos termos correspondentes sejam iguais. Obtemos, então, o sistema A4= − 2> = 02= − 4> = 2B Que tem soluções = = 8C � > = − 3C . Logo, a solução geral é � = �� + �� = ;8�9� + ;3�<� + 15 cos(�) − 25 ���(�) A forma da solução homogênea �� = ;8�9� + ;3�<� no Exemplo 1 não tinha nenhum termo do mesmo tipo que a função �(�) na equação � + E� + F� = �(�). No entanto, se a equação diferencial no Exemplo 1 fosse da forma � − 2� − 3� = �−�. Não faria sentido tentar uma solução particular da forma � = =�9�, já que essa função é solução da equação homogênea. Em tais casos, devemos multiplicar pela menor potência de x que remova a duplicação. Para esse problema em particular, tentaríamos �� = =��9� . O próximo exemplo ilustra este tipo de situação. Exemplo 2 - Encontre a solução geral da equação � − 2� = � + 2��. Solução A equação característica 23 − 22 = 0 tem soluções 2 = 0 � 2 = 2 , logo �� = ;8 + ;3�3� Como �(�) = � + 2�� , nossa primeira escolha para �� seria (= + >�) + ;�� . No entanto, como �� já contem um termo constante ;8, multiplicamos a parte polinomial por � e usamos �� = =� + >�3 + ;�� �′� = = + 2>� + ;�� �′′� = 2> + ;��. Substituindo na equação diferencial, obtemos (2> + ;��) − 2(= + 2>� + ;��) = � + 2�� (2> − 2=) − 4>� − ;�� = � + 2��. Igualando os coeficientes dos termos correspondentes, obtemos o sistema G2> − 2= = 0−4> = 1−; = 2 B Que tem solução = = > = − 8H � ; = −2 . Portanto, �� = − 8H � − 8H �3 − 2�� E a solução geral é � = �� + �� = ;8 + ;3�3� − 8H� − 8H �3 − 2��. A parte polinomial da tentativa inicial (= + >�) + ;�� para �� no Exemplo 2 tinha um termo constante em comum com �� = ;8 + ;3�3� e foi necessário multiplicar a parte polinomial por uma potência de � que removesse a duplicação. No próximo exemplo vamos ilustrar algumas escolhas para �� que eliminam a duplicação com termos de �� . Lembre- se de que, em todos os casos, a primeira tentativa para �� deve ser do mesmo tipo que as funções que constituem �(�). Exemplo 3 – Determine uma escolha apropriada para �� nos casos a seguir: � + �� + �� = �(�) �� (a) � = �3 ;8 + ;3� (b) � + 2� + 10� = 4sen(3�) ;8�9� cos(3�) +;3�9����(3�) (c) � − 4� + 4 = �3� ;8�3� + ;3��3� Solução (a) Como �(�) = �3 , a escolha natural para �� seria = + >� + ;�3. No entanto, como �� = ;8 + ;3� já contem um termo linear, multiplicamos por �3 para obter �� = =�3 + >�< + ;�H. (b) Como �(�) = 4 sen(3�) e cada termo em �� contem um fator �9� , escolhemos, simplesmente, �� = = cos(3�) + > sen(3�). (c) Como �(�) = �3� , a escolha natural para �� seria =�3� . No entanto, como �� = ;8�3� + ;3��3� já contem um termo ��3� , multiplicamos �� por �3 , obtendo �� = =�3�3� . Podemos, também, usar o método dos coeficientes a determinar para equações não-homogêneas de ordem mais alta, situação que nesta disciplina não será trabalhada. • Circuito Elétrico Figura 5.1 Já vimos anteriormente como usar equações lineares de primeira ordem para analisar circuitos elétricos que contém resistor e indutor (circuito LR) ou resistor e capacitor (circuito RC). Agora que sabemos como resolver equações lineares de segunda ordem, estamos em posição de analisar o circuito mostrado na Figura 5.1, que contém uma força eletromotriz. É (proporcionada pela bateria ou gerador), um resistor R, um indutor L e um capacitor C, em série. Se a carga no capacitor no instante t for I = I(J) , então a corrente é a taxa de variação de I em relação a J: L = MNMO . Como é conhecido da física, as quedas de voltagem através do resistor, do indutor e do capacitor são PL , Q RLRJ , I; respectivamente. A lei de voltagem de Kirchoff diz que a soma das quedas dessa voltagem é igual à voltagem fornecida: Q RLRJ + PL + I; = S(J) Uma vez que L = MNMO , essa equação torna-se Q R3IRJ3 + P RIRJ + 1; I = S(J) 5.1 que é uma equação diferencial linear de segunda ordem com coeficientes constantes. Se a variação IU e a corrente LU forem conhecidas no instante 0, então temos as condições iniciais I(0) = IU � I (0) = L(0) = LU Uma equação diferencial para a corrente pode ser obtida diferenciando-se a Equação 5.1 em relação a t e lembrando que L = MNMO : Q R3LRJ3 + P RLRJ + 1; L = S′(J) Exemplo 4 – Determine a carga e a corrente no instante t no circuito da Figura 5.1 se P = 40Ω , Q = 1W , ; = 16x109HF , S(J) = 100 cos (10J) , e a carga e a corrente inicial são ambas 0. Solução Com os valores dados de Q, P, ; e S(J), a equação 5.1 torna-se R3IRJ3 + 40RIRJ + 625I = 100 cos(10J) 5.2 A equação auxiliar é [3 + 40[ + 625 = 0 com raízes [ = −40 ± √−9002 = −20 ± 15_ logo, a solução da equação complementar é I`(J) = �93UO[;8 cos(15J) + ;3 sen(15J)]. Para o método dos coeficientes a serem determinados tentamos a solução particular I�(J) = = cos(10J) + > sen(10J) entãoI� (J) = −10= sen(10J) + 10> cos(10J) I� (J) = −100= cos(10J) − 100> sen(10J) Substituindo na Equação 5.2 temos (−100= cos(10J) − 100> sen(10J)) + 40( − 10= sen(10J) + 10> cos(10J))+ 625(= cos(10J) + > sen(10J)) = 100 cos (10J) ou (525= + 400>) cos(10J) + (−400= + 525>)sen(10J) = 100cos (10J) igualando os coeficientes temos A525= + 400> = 100−400= + 525> = 0 B a solução desse sistema é = = cHdef � > = dHdef , logo uma solução particular é I�(J) = 1697 [84 cos(10J) + 64 sen(10J)] e a solução geral é I(J) = I`(J) + I�(J) = = �93UO[;8 cos(15J) + ;3sen(15J)] + Hdef [21 cos(10J) + 16sen(10J)], impondo a condição inicial I(0) = 0 , obtemos I(0) = ;8 + 84697 = 0 → ;8 = − 84697 . Para impor a outra condição inicial primeiro vamos diferenciar para determinar a corrente: L = RIRJ = �93UO[(−20;8 + 15;3) cos(15J) + (−15;8 − 20;3)sen(15J)] + 40697 [−21���(10J) + 16 cos(10J)] L(0) = −20;8 + 15;3 + 640697 = 0 → ;3 = − 4642091 Assim, a fórmula para a carga é I(J) = 4697 i� 93UO 3 j−63 cos(15J) − 116���(15J)k + j21 cos(10J) + 16���(10J)kl e a expressão para a corrente é L(J) = 12091 m�93UOj−1920 cos(15J) + 13060sen(15J)k+ 120(−21sen(10J) + 16 cos(10J))n Exercícios I. Resolver as seguintes equações homogêneas de segunda ordem a) � − 7� + 10� = 24�� b) Mop M�o + 6 MpM� + 9� = �3� c) � + 4� = sen(5�) d) � + 4� = 4 com �(0) = 1 e � ′(0) = 6 e) � + 4� + 4� = −2�3 + 3 com �(0) = 1 e � (0) = −2 f) Mop M�o + MpM� − 2� = 3cos (2�) g) � − 10� ′ + 25� = 5 + 6�� h) Mop M�o − 8 MpM� + 12 = 2�3 com �(0) = −1 e � (0) = 2 i) � + � = 4�3 com �(0) = � (0) = 1 j) � + 9� = �< com �(0) = 1 e � (0) = 0 II. Resolver as seguintes questões. a) Encontrar a carga e a corrente em um instante t, em um circuito em série LRC, quando: Q = 83 ℎ , P = 35Ω , ; = 8dUU , S(J) = 0 r, s(0) = 5 e _(0) = 0. b) Um circuito em série contém um resistor com P = 20 ohms, um indutor com Q = 1 henry, um capacitor com ; = 0,002 farad e uma bateria de 12r. Se a carga e a corrente inicial forem zero, determinar a carga e a corrente no instante t. c) Um circuito em série contém um resistor com P = 10 ohms , um indutor com Q = 0,5 henry, um capacitor com ; = 0,01 farad e uma bateria de 150r . A carga inicial é um e a corrente inicial é zero. Determinar a carga e a corrente no instante J = 10. d) Um circuito em série contém um resistor com P = 24 ohms, um indutor com Q = 2 henry, um capacitor com ; = 0,005 farad e uma bateria de 10sen(12J). A carga inicial é 0,001 e a corrente inicial é zero. Determinar a carga e a corrente no instante J = 20.
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