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FISIOLOGIA Aula 09 Eixo Hipotálamo Hipófise Adrenal e a Síndrome do Overtraining

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Eixo Hipotálamo-Hipófise- Adrenal e a Síndrome do Overtraining 
Objetivos 
 Ao final desta aula devemos ser capazes de: 
1. Aprofundar os conhecimentos sobre os mecanismos alostáticos; 
2. Entender a relação entre estresse e o exercício físico. 
3. Compreender a relação anatômica e o funcionamento do eixo hipotálamo- hipófise-
adrenal 
4. Iniciar a compreensão da relação das respostas psicológicas e fisiológicas desencadeadas 
durante o exercício físico. 
 
 
O exercício físico e a resposta ao estresse 
No capítulo inicial deste material didático abordamos a relação o exercício físico e a 
resposta ao estresse. Discutimos que o exercício físico é encarado como um agente estressor, 
que rompe com o equilíbrio interno e dispara no organismo uma serie de reações fisiológicas e 
comportamentais que tentam reestabelecer o equilíbrio interno. Sabemos, a partir da 
compreensão da teoria da alostase, que nosso corpo trabalha preferencialmente com 
mecanismos de controle antecipatório. Então, antes mesmo do inicio do exercício físico ou da 
competição, quando o atleta está se preparando, mecanismos cognitivos (memória e atenção) 
ativam o hipotálamo, que ativa imediatamente dois dos principais sistemas de regulação 
alostática: a divisão simpática do sistema nervoso autônomo (SNAs) e o eixo hipotálamo-
pituitária-adrenal (HPA). Ambos desencadeiam alterações fisiológicas e comportamentais, que 
serão intensificadas quando o atleta de fato iniciar o exercício ou a competição. Essas alterações 
são imprescindíveis para prover meios para o indivíduo superar o desafio. 
No capítulo inicial estudamos que, a estas respostas que tentam restabelecer o equilíbrio 
interno, chamamos “Síndrome da Adaptação Geral (SAG)’. A SAG é dividida em três fases 
distintas e identificadas, como: (1) Alarme ou alerta – A resposta rápida é realizada 
principalmente pela ativação do sistema nervoso autônomo simpático (SNAs), que dentre outras 
ações, induz a produção e secreção dos hormônios adrenalina e noradrenalina pela medula das 
glândulas adrenais. Em conjunto, o sistema nervoso e endócrino, são responsáveis por: a) liberar 
a glicose armazena no fígado, disponibilizando energia ao organismo, b) pelo aumento da 
pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos, e c) incremento da frequência respiratória. 
Assim, elevando o aporte de oxigênio e o transporte e a oxidação da glicose principalmente nos 
músculos esqueléticos e no cérebro, que são os órgãos responsáveis pela percepção sensorial, 
planejamento motor e execução da atividade motora . Além disto, os neurotransmissores do 
SNAs e os hormônios liberados pelas glândulas adrenais, inibem o funcionamento do trato 
gastrointestinal e do sistema reprodutor com a finalidade de economizar a energia para a 
utilização dos músculos e cérebro. (2) Resistência – as respostas fisiológicas são mantidas, mas 
agora mediadas principalmente pelo cortisol, hormônio produzido e liberado pelo córtex das 
glândulas adrenais que se eleva aproximadamente 10-15 minutos após o inicio da resposta ao 
estresse. Nesta fase a eficiência da resposta chega ao seu ponto máximo e o indivíduo apresenta 
seu melhor desempenho físico e cognitivo; (3) Exaustão - caso o agente estressor se prolongue, 
o organismo continua respondendo, e as alterações fisiológicas inicialmente favoráveis podem 
levar a exaustão dos sistemas fisiológicos e surgimento de patologias, que no caso do exercício 
físico é conhecida como overtraining. 
A síndrome de overtraining tem sido um fenômeno cada vez mais observado entre 
atletas de elite, sendo caracterizada por um excesso de treinamento capaz de promover 
diferentes sintomas indesejáveis, sendo a diminuição de desempenho o principal deles. Muitos 
atletas são submetidos a períodos de recuperação reduzidos, aliados ao aumento progressivo do 
volume ou da intensidade de treinamento, tornando a rotina do atleta cada vez mais extenuante. 
Infelizmente, em diversos casos os atletas submetidos a essa sobrecarga de treinamento passam 
a apresentar os sintomas da síndrome de overtraining, tais como: fadiga generalizada, 
depressão, apatia, dores musculares e articulares, infecções do trato respiratório superior e 
diminuição de apetite. Acredita-se que estes sintomas sejam reflexos do estresse físico e 
psicológico aos quais esses atletas são submetidos. Esses agentes estressores crônicos ativam 
em excesso o sistema nervoso autônomo e eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que por sua vez 
inibe o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal e leva a um desequilíbrio na homeostase energética 
(glicemia) e do sistema imunológico. 
 
Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e sua regulação 
 
Diante de um agente estressor o hipotálamo, além de ativar o SNAs, também ativa o eixo 
HPA. Inicialmente, o hipotálamo libera, na região do infundíbulo (ver descrição no capitulo 
anterior), o fator liberador de corticotrofina (CRF- corticotropin releasing factor). Esse fator é 
secretado no sangue do sistema porta-hipofisário e se liga a receptores localizados na 
adenohipófise, induzindo a síntese e liberação do hormônio adreno-corticotrófico (ACTH- 
adrenocorticotropic hormone). Este último, por sua vez, é secretado na circulação sistêmica e 
induz a síntese e a liberação de glicocorticóides pelo córtex da adrenal. 
O cortisol é o principal glicocorticoide liberado pelo córtex da adrenal nos primatas. 
Quando este hormônio se liga aos seus receptores específicos, localizados em diferentes células 
do nosso corpo, resulta em lentas respostas sistêmicas, que incluem: aumento da glicemia (pelo 
incremento da gliconeogênese hepática); direcionamento deste aporte energético para as funções 
essenciais à situação de desafio, como as sensoriais, cognitivas e motoras; incremento no 
funcionamento dos sistemas cardiovascular e respiratório. Além da inibição da digestão, do 
crescimento, da percepção à dor e da reprodução, já que inibe o eixo hipotálamo-hipófise-
gonadal. 
A finalização da ativação do eixo HPA é realizada por mecanismos de retroalimentação 
negativa. O cortisol inibe a produção de ACTH na adenohipófise e CRH no hipotálamo. Além 
disto, à medida que o ACTH vai sendo secretado ele também inibe a produção de CRH 
hipotalâmico (veja figura 1) 
 
 
Figura 1- eixo hipotálamo-hipófise- Adrenal 
A ativação do SNAs e do eixo HPA antes e durante a atividade física possibilita que o 
indivíduo ajuste seu corpo adequadamente para desempenhar a atividade proposta. Quanto mais 
o indivíduo treina, mais eficaz torna-se esse ajuste interno, facilitando assim o desempenho do 
comportamento motor. 
 
O exercício físico e o humor 
 O exercício físico regular induz melhoria no humor e pode atuar efetivamente na 
promoção da saúde mental, prevenção de distúrbios psicológicos e redução do estresse, da 
ansiedade e da depressão. Uma das razões para esta melhora psicológica é a liberação de 
endorfinas observada durante o exercício físico. 
Além dos efeitos analgésicos, as endorfinas possuem também efeitos sobre a regulação 
do humor e do bem-estar. As endorfinas são secretadas pela hipófise anterior (adenohipófise) 
juntamente com o ACTH, em uma grande molécula precursora conhecida como pró-
opiomelanocortina (POMC). Só após a secreção essa molécula é clivada originando ACTH e 
endorfinas livres. Sendo assim, o aumento das endorfinas circulantes durante o exercício físico 
se dá pela ativação do eixo HPA e pode ultrapassar até cinco vezes os valores basais, sendo esta 
concentração variável em função da intensidade e duração do exercício. Normalmente observa-
se alta liberação de endorfinas nos exercícios físicos de alta intensidade (acima de 70% 
VO2máx) e/ou aqueles de longa duração. 
 
O exercíciofísico e as funções cognitivas 
Entende-se por função cognitiva os processos de percepção, aprendizagem, memória, 
atenção, vigilância, raciocínio, solução de problemas e o funcionamento psicomotor (tempo de 
reação, tempo de movimento, velocidade de desempenho). Dentre essas funções cognitivas, a 
memória é a que vem sendo mais estudada no âmbito do exercício físico. 
Vários estudos veem demonstrando que o exercício físico atua melhorando não só o 
desempenho físico do indivíduo, mas também as funções cognitivas. A ação do exercício físico 
sobre a função cognitiva pode ser direta ou indireta. Por exemplo, o exercício físico aumenta o 
fluxo sanguíneo cerebral e, consequentemente, de oxigênio e outros substratos energéticos, 
proporcionando assim a melhora da função cognitiva. Além disto, a prática de exercício físico 
aeróbio aumenta a atividade de enzimas antioxidantes reduzindo os danos oriundos do estresse 
oxidativo. Além disto, acredita-se que o exercício físico também induz a produção de fatores 
que estimulam o crescimento neuronal e formação de sinapses, e por esse motivo é capaz de 
melhora a memória do indivíduo. 
 
A relação entre o cortisol (C) e a testosterona (T) durante o exercício físico. 
 Além da liberação do cortisol, os níveis de testosterona também são alterados em 
resposta a uma atividade física. Exercício de curta duração e alta intensidade, assim como os de 
força, induzem elevações nas concentrações de testosterona logo após o treinamento. Já após 
exercícios de longa duração observa-se um grande aumento de cortisol e redução da 
testosterona. 
O cortisol e a testosterona possuem efeitos antagônicos. O cortisol tem atividade 
predominantemente catabólica, pois ele mobiliza proteínas musculares e lipídeos do tecido 
adiposo para promover a síntese de glicose, através de um mecanismo hepático conhecido como 
gliconeogênese. Por o principal “hormônio do estresse”, os níveis de cortisol costumam estar 
elevados durante exercícios de qualquer intensidade. Entretanto, a elevação aguda do cortisol é 
benéfica, pois disponibiliza energia para o individuo. Entretanto, o excesso do cortisol é 
prejudicial, pois leva a fraqueza muscular, magreza excessiva e perda da homeostase da glicose. 
A testosterona, por outro lado, é um esteróide anabólico que participa de vários processos 
metabólicos, aumentando a síntese de proteínas (e da massa muscular) e a deposição de 
glicogênio (principal molécula de reserva de glicose) nos músculos esqueléticos. 
Sendo assim é necessário que haja um equilíbrio na relação testosterona/cortisol, nos 
três períodos de treinamento; antes, ao término e na recuperação. Atletas portadores da 
síndrome do overtraining exibem altos níveis de cortisol e baixos níveis de testosterona, que é 
inibido pela hiper-ativação do eixo HPA. 
QUESTÕES 
Após a leitura deste capitulo, do anterior e dos capítulos 1 e 2, respondam: 
 
1- Sabendo que o exercício físico é considerado um agente estressor, quais as alterações 
fisiológicas desencadeadas por um exercício físico de intensidade moderada? Leve em 
consideração a tanto a resposta neural quanto endócrina. 
2- O que você entendeu da síndrome do overtraining? Relacione esta síndrome com as 
fases da resposta ao estresse e os prejuízos fisiológicos e psicológicos gerado pela 
patologia. 
3- Descreva o eixo hipotálamo-hipófise- adrenal 
4- Relacione a liberação de cortisol e da testosterona durante atividades físicas de curta e 
longa duração. 
5- Qual a relação entre o exercício físico e a liberação e endorfinas? Como ocorre esta 
liberação? 
6- Explique como o exercício físico pode auxiliar nos processos de memória. 
 
Atividade complementar 
O estresse provocado pelos treinamentos excessivos podem acarretar reações 
negativas, tal como a síndrome do overtraining. Esta inadaptação pode ser evitada se ao longo 
do treinamento for realizado o monitoramento de algumas variáveis psicológicas e fisiológicas, 
e quando necessário intervenções profiláticas serem realizadas afim de evitar o surgimento da 
síndrome. 
Pesquisados suportam que não há um consenso sobre a eficiência de alguns 
marcadores, mas são unânimes quanto ao fato de um único marcador não ser capaz de 
monitorar e prevenir esta síndrome. 
A partir do estudo deste capitulo, do anterior, do capitulo 1 e 2, elaborem uma 
argumentação de quais marcadores fisiológicos e psicológicos poderiam ser monitorizados, 
por um treinador de um atleta de elite, durante por exemplo um treinamento olímpico, a fim de 
evitar o surgimento do overtraining.

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