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Atividades biotecnologia

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1 
 
BIOTECNOLOGIA: CLONAGEM, 
TRANSGÊNICOS E BIOPROSPECÇÃO 
 
Autores: Gessiel Newton Scheidt, Andréa Haruko Arakaki, Micheli Rigon Spier e 
Augustus Caeser Franke Portella 
 
 
Sumário 
 
I. Apresentação 
 
II. Introdução 
 
III. Grandes áreas da biotecnologia 
 
IV. Nanociência e nanotecnologia 
 
V. Clonagem 
 
VI. Transgênicos 
 
VII. Bioprospecção 
 
VIII. As questões éticas em biotecnologia 
 
IX. Conclusões 
 
X. Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
I. Apresentação 
 
É com grande satisfação que estamos oferecendo-lhe esta unidade que trata os 
diferentes assuntos da biotecnologia, com ênfase na clonagem, transgênicos e 
bioprospecção. 
 
Atualmente, a biotecnologia tange as diretrizes essenciais ao pensamento 
científico e ao mundo globalizado. Por quê? O que isso realmente importa? Um 
mercado forte, competitivo, muitas vezes permite que se tenham o 
desenvolvimento dos mais diversos bioprocessos, sejam eles direcionados 
principalmente à qualidade de vida humana ou animal. Contudo, o foco pode 
ser repassado aos interesses locais ou até mesmo mundiais, dependendo 
obviamente, a quem ou ao quê será estendido ou não, o futuro. 
 
A biotecnologia e/ou a nanotecnologia possui infinitas relações com a indústria 
e a sociedade, podendo ser utilizada em diversos segmentos e trazer muitos 
benefícios. No entanto, sabemos que as mudanças não são rápidas e que muitos 
princípios científicos não são facilmente aceitos pela população. Por esse motivo é 
importante entender o que realmente pode ser considerado um avanço biotecnológico 
capaz de beneficiar a sociedade como um todo. 
Espero que esta unidade seja um processo extremamente agradável de 
aprendizagem, e que você compreenda os conceitos básicos e a importância dos 
conhecimentos biotecnológicos nos mais variados setores da atividade humana. 
 
Objetivos 
Ao final dos estudos desta unidade, você será capaz de: 
 Reconhecer os avanços técnico-científicas que resultaram nas diversas áreas 
das biotecnologias; 
 Identificar os impactos desses avanços da biotecnologia no setor produtivo; 
 Reconhecer como o uso dessas tecnologias pode implicar em dilemas éticos 
para a sociedade. 
 
Contudo, a proposta deste módulo é de revisar os fundamentos das diversas 
áreas da biotecnologia e de mostrar como estes conhecimentos podem ser aplicados 
em setores produtivos da sociedade. 
 
 
II. Introdução 
 
O uso da biotecnologia teve o seu início com os processos fermentativos, cuja 
utilização transcende, de muito, o início da era Cristã, confundindo-se com a própria 
história da humanidade, quando esta se tornou sedentária. Um exemplo simples pode 
ser observado na obtenção e manutenção dos alimentos ou quando o homem 
aprendeu a domesticar animais e a desenvolver a agricultura, deixando assim de 
depender por completo da caça ou da coleta (Tabela 1). 
 
Tabela 1: Mostra os principais marcos históricos no avanço científico e tecnológico da 
Biotecnologia. 
 
Período Acontecimento 
3 
 
6.000 a. 
C. 
Bebidas alcoólicas (cerveja e vinho) são produzidas por sumérios 
e babilônios 
2.000 
a.C. 
Panificação e bebidas fermentadas são utilizadas por egípcios e 
gregos 
1875 d. 
C. 
Pasteur mostra que a fermentação é causada por microrganismos 
1880-
1910 
Surgimento da fermentação industrial (ácido láctico, etanol, 
vinagre) 
1922 Sementes híbridas de milho começam a ser comercializadas. 
1910-
1940 
Síntese de glicerol, acetona e ácido cítrico 
1940-
1950 
Antibióticos são produzidos em larga escala por processos 
fermentativos 
1953 Estabelecida a estrutura do DNA (Wilson e Crick revelam a 
estrutura do DNA) 
1073 Início da engenharia genética (Cohen e Boyer transferem um gene 
de um organismo para outro) 
1982 Insulina humana é produzida por engenharia genética 
1994 O primeiro alimento geneticamente modificado, o tomate Flavr 
Savr, chega aos 
supermercados dos EUA 
2000 O arroz geneticamente modificado é criado 
2003 O Projeto Genoma, que identificou o mapa genético humano, é 
concluído 
Fonte: www.bioinfo.ufpb.br/difusao. 
 
A Biotecnologia, ou os processos biotecnológicos, podem ser definidos como: 
“A nova bio-tecnologia”, a utilização de células e moléculas biológicas para a solução 
de problemas ou produção de produtos ou processos úteis, com potencial industrial 
em diversas áreas do conhecimento (Kreuzer e Massey, 2002). De acordo com 
Malajovich (2004), dentre as tecnologias desenvolvidas até o momento, a biotecnologia 
é, de longe, a que apresenta maior compatibilidade com a sustentabilidade da vida 
neste planeta. 
O seu impacto atinge vários setores produtivos, oferecendo novas 
oportunidades de emprego e renda. Dentre os inúmeros exemplos, tais como, plantas 
resistentes a doenças, plásticos biodegradáveis, detergentes mais eficientes, 
biocombustíveis, processos industriais e agrícolas menos poluentes, métodos de 
biorremediação do meio ambiente e centenas de testes diagnósticos e novos 
medicamentos (Figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Adaptada do livro BIOtecnologia (Fonte: Malajovich, 2004). 
Conhecimentos 
BIOTECNOLOGIA 
Agentes Biológicos 
Produtos e Processos Resolver Problemas 
4 
 
As biotecnologias em seu sentido mais amplo compreendem a manipulação de 
microrganismos, plantas e animais, objetivando a obtenção de processos e produtos 
de interesse. É importante destacar que a biotecnologia tem um enfoque 
multidisciplinar, já que envolvem diferentes áreas do conhecimento que incluem a 
ciência básica, Biologia Molecular, Microbiologia, Biologia celular, Genética, 
Genômica, Embriologia etc. e, a ciência aplicada Técnicas imunológicas, Químicas e 
Bioquímicas e outras tecnologias que incluem a matemática básica e aplicada 
Informática, Ciências da computação, Robótica e Controle de processos (Figura 2). 
 
Figura 2: Representação esquemática da interação da biotecnologia com outros ramos do conhecimento. 
Livro Biotecnologia Industrial, V. I. (Fonte: Borzani et al., 2001). 
 
As novas técnicas de engenharia genética estão promovendo uma reavaliação 
de quase todos os processos industriais que empregam técnicas ou produtos 
biológicos. Segue abaixo os principais produtos e serviços de origens biotecnológicas 
(Tabela 2). 
 
Tabela 2: Produtos de origem biotecnológica 
Setores Bens e serviços 
Agricultura Adubo composto, pesticidas, silagem, 
mudas de plantas ou de árvores, plantas 
transgênicas, etc. 
Alimentação Pães, queijos, picles, cerveja, vinho, 
proteína unicelular, aditivos, etc. 
Eletrônica Biosensores. 
Energia Etanol, biogás. 
Química Butanol, acetona, glicerol, ácidos, 
enzimas, metais, etc. 
Meio 
Ambiente 
Recuperação de petróleo, tratamento do 
lixo, purificação da água 
Pecuária Seleção e melhoramento genético de 
embriões 
Saúde Antibióticos, hormônios e outros 
produtos farmacêuticos, vacinas, 
reagentes e testes para diagnóstico, etc. 
Fonte: Malajovich, 2004. 
 
Constatam-se na tabela acima, a amplitude e a profundidade de mudanças que 
5 
 
deverão advir com o uso dos processos biotecnológicos. Todos os setores descritos 
acima são focos primordiais ao que vivenciamos, já que apresentam um retorno 
lucrativo. 
Normalmente não percebemos a sutil implantação biotecnológica ou ao menos 
damos a devida importância, quando às novidades que permeiam as atribuladas 
relações humanas, mas torna-se perceptível à medida que a necessidade de consumo 
demanda providências ao mercado. 
 
"Não há dúvida que o futuro da humanidade depende, em grandeparte, da 
liberdade que os investigadores tenham de explorar as suas próprias idéias. 
Embora não se possa considerar descabido os investigadores desejarem 
tornarem-se famosos, a verdade é que o homem que se dedicar à pesquisa 
com o objetivo de conseguir riqueza ou notoriedade, escolheu mal a sua 
profissão!" 
Alexander Fleming 
 
De acordo com Zechendorf (1999), a biotecnologia pretende ser uma atividade 
sustentável e econômicamente viavél, onde já é entendido que esse não deve ser 
apenas um simples dizer de palavras, e que apesar de todo o avanço biotecnológico 
nós não podemos nos esquecer da sustentabilidade (Guimarães et al., 2008). 
A fim de ser sustentável a biotecnologia deve ser economicamente viável e 
socialmente responsável para além de ser ambientalmente amigável, apresentar um 
custo benefício, antes que possa ser aceito pela indústria. 
 
 
III. Grandes áreas da biotecnologia 
 
A contribuição das biotecnologias ao desenvolvimento de produtos e processos deve 
ser analisada em função do impacto causado em cada uma das grandes áreas, com 
destaque, a “Biotecnologia Branca”: diz respeito às aplicações industriais e ambientais; 
“Biotecnologia Vermelha”: inclui as aplicações relativas à saúde; “Biotecnologia Verde”: 
dedica-se às aplicações agrícolas e alimentares; “Biotecnologia Azul”: dedica-se a 
aplicações com origem em organismos aquáticos. Contudo, espera-se que o 
desenvolvimento de novas tecnológicas possibilite a conservação ou criação de 
empregos. 
 
 
6 
 
 
 
 
 
Biotecnologia 
Branca 
A Biotecnologia Branca diz respeito às 
aplicações industriais e ambientais: Inclui os 
processos industriais que utilizam enzimas e 
organismos para processar e produzir 
químicos, materiais e energia. Segue abaixo as 
principais áreas de atuação: 
Biorremediação de vazamentos de petróleo e 
resíduos tóxicos; 
Monitoramento de poluentes (biosensores); 
Tratamento de resíduos industriais e águas 
residuárias; 
Biomineração (recuperação de metais pesados e 
radioisótopos); 
Recuperação de áreas degradadas (micorrizas e 
bactérias fixadoras de nitrogênios). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biotecnologia 
Vermelha 
A Biotecnologia Vermelha inclui as aplicações 
relativas à saúde: Esta área inclui a utilização de 
processos relacionados com a medicina e a 
farmacologia e que se baseiam na manipulação 
genética de organismos. Segue abaixo as principais áreas 
de atuação: 
Compostos farmacologicamente ativos; 
Antibióticos, antimicrobianos e antivirais; 
Vitaminas e hormônios; 
Vacinas e probióticos; 
Biopolímeros de aplicação médica (e.g., pele artificial); 
Biotransformações em química fina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biotecnologia 
Verde 
A Biotecnologia Verde dedica-se às aplicações 
agrícolas e alimentares: As aplicações 
biotecnológicas desta área incluem métodos de 
melhoramento de variedades vegetais e animais, 
visando a agro-indústria. Segue abaixo as principais 
áreas de atuação: 
Aumento de fertilidade do solo; 
Fixação biológica de nitrogênio; 
Controle biológico de insetos e patógenos; 
Promotores de crescimento de plantas; 
Promotores de crescimento animal; 
Anti-parasiticidas, antibióticos, antimicrobianos, 
antivirais; 
Vitaminas e hormônios: 
Vacinas e probióticos. 
As aplicações biotecnológicas desta área incluem 
métodos de produção e preservação de alimentos, 
visando a indústria de alimentos. Segue abaixo as 
principais áreas de atuação: 
Produção e preservação de alimentos; 
Produção de bebidas; 
7 
 
Aromas e essências; 
Aditivos para alimentos (emulsificantes e 
espessantes); 
Alimentos funcionais (nutracêuticos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biotecnologia 
Azul 
A Biotecnologia Azul dedica-se a aplicações 
com origem em organismos aquáticos: Esta 
área envolve a aplicação de métodos 
moleculares com base em organismos 
marinhos e de água doce, ou nos seus tecidos, 
células ou componentes celulares. Segue abaixo 
as principais áreas de atuação: 
Ambiental; 
Indústria de alimentos; 
Indústria Química; 
Indústria farmacêutica; 
Energia. 
 
Fonte: Adaptada: http://www.anbio.org.br/pdf/2/mct_recursos_biologicos.pdf, 2010 e 
http://plantasgm.wordpress.com/category/biotecnologia-e-historia-da-biotec/ 2010. 
 
 
A biotecnologia é interdisciplinar e por isso muitas aplicações são classificadas 
com mais de uma cor. Por exemplo, a produção de energia a partir de plantas ou de 
resíduos pode ser considerada biotecnologia branca ou verde. Portanto, a 
biotecnologia torna-se um instrumento poderoso, podendo substituir vasto número de 
processos industriais atualmente empregados e criando com isso novas e melhores 
soluções para uma grande gama de problemas. 
 
 
IV. Nanociência e nanotecnologia 
 
A nanociência e/ou a nanotecnologia é um termo popular para a construção e 
utilização de estruturas funcionais que possui pelo menos uma dimensão na 
escala nanométrica, ou é a área da tecnologia que trabalha no universo 
nanométrico. O princípio básico da nanotecnologia é a construção de estruturas 
e novos materiais e desenvolver novos produtos baseados na crescente 
capacidade da tecnologia moderna de ver e manipular átomos e moléculas. É 
uma área promissora, mas que dá apenas seus primeiros passos, mostrando, 
contudo, resultados surpreendentes (na produção de semicondutores, 
nanocompósitos, biomateriais, chips, entre outros). 
 
O prefixo “nano” tem origem grega que significa “anão” e se refere a uma 
unidade de medida que equivale a um bilionésimo de metro, utilizando-se a notação 
nm ou 10-9 m. Para termos uma idéia da dimensão nanométrica, vamos comparar as 
dimensões de diferentes materiais como, por exemplo, o diâmetro de um fio de cabelo 
que pode medir entre 50.000 a 100.000 nm. 
A nanotecnologia não é uma tecnologia específica, mas todo um conjunto de 
técnicas, baseadas na física, na química, na biologia, na ciência e Engenharia de 
8 
 
materiais, e na computação, que visam estender a capacidade humana de manipular a 
matéria em nível atômico e molecular (Toma, 2004). Entretanto, a nanociência e 
nanotecnologia não restringe-se apenas aos materiais e dispositivos semicondutores, 
envolve materiais plásticos (polímeros), cerâmicas, matérias isolantes e materiais 
metálicos de alta resistência e confiabilidade, materiais biológicos entre outros.Nesse 
sentido, a nanotecnologia tem a capacidade de criar estruturas pequenas e/ou com 
tecnologia superior, usando as técnicas e ferramentas que estão a ser desenvolvidas 
nos dias de hoje para colocar cada átomo e cada molécula no lugar desejado. Se 
conseguirmos este sistema de engenharia molecular, o resultado será uma nova 
revolução industrial. Além disso, teria também importantes conseqüências 
econômicas, sociais, ambientais e militares. 
Entretanto a nanotecnologia desenvolveu-se graças aos contributos de várias 
áreas do conhecimento, atualmente existem três abordagens distintas: uma 
abordagem de cima para baixo, que consiste na construção de dispositivos por 
desgaste de materiais macroscópicos, a construção de dispositivos que se formam 
espontaneamente a partir de componentes moleculares e de materiais átomo a átomo. 
 
1) A primeira abordagem é a abordagem utilizada em microeletrônica para 
produzir chips e computadores e mais recentemente para produzir testes 
clínicos em miniatura. 
2) A segunda abordagem recorre às técnicas tradicionais de química e das 
ciências dos materiais. 
3) A terceira abordagem é aquela que levará mais tempo a produzir resultados 
significativosporque requer um controle fino da matéria só possíveis com o 
aperfeiçoamento da tecnologia. 
 
Independentemente, a tendência é controlar mais e mais a matéria 
manufaturada, o produto final (hoje em dia são gravados sulcos de larguras inferiores 
ao micrômetro nos chips de computador 100 vezes mais finos que uma folha de 
papel). 
Os sensores de choque mecânico dos air-bags usados nos automóveis são 
gravados diretamente nos chips (Figura 3). 
 
 
Produto da nanotecnologia 
 
 
Figura 1: Micro-acelerômetro (ampliação de cerca de 800). Os dois "pentes" podem deslocar-se, um em 
9 
 
relação ao outro, sob efeito de uma violenta aceleração. (Fonte: 
lqes.iqm.unicamp.br/institucional/bibliotecas/bibliotecas_lqes_nanotecnologia_conf_levy.html 
www.quadrante.com.br/.../031005/01_05.jpg, 2009.) 
 
"Imagine-se o que seria "encolher" todo o conteúdo da Biblioteca Nacional num 
dispositivo do tamanho de um cubo de açúcar. Ou então desenvolver materiais dez 
vezes mais resistentes que o aço e com apenas uma fração do peso." 
U.S. National Science Foundation 
 
 
Atividade Complementar 1 
 
1) Conceitue biotecnologia. 
2) Quais são as grandes áreas da biotecnologia. Descreva cada uma delas. 
3) Conceitue nanotecnologia. 
4) A quem pertencerá à tecnologia? 
5) Estará altamente restringida, ou amplamente disponível? 
6) Como afetará ao fosso entre ricos e pobres? 
7) Você conhece algum produto de origem biotecnológica? Quais. 
 
 
V. Clonagem 
 
O termo clone foi criado em 1903 pelo botânico Herbert J. Webber enquanto 
pesquisava plantas no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Entretanto, 
desde a antigüidade o ser humano vem selecionando e utilizando organismos com 
características que lhe interessam sob algum ponto de vista. Para isso, o ser humano 
desenvolveu ao longo dos anos uma ciência que passou a ser denominada 
“Biotecnologia”, composta por numerosas técnicas por meio das quais não apenas 
seleciona, mas também modifica organismos (Lopes, 2003). 
 
Contudo, a palavra clone foi originada (do grego klon, significa “broto”) é 
utilizada para designar um conjunto de indivíduos que deram origem a outros 
por reprodução assexuada, sendo um método científico de reprodução que 
utiliza células somáticas (Lopes, 2003). 
 
A clonagem pode ocorrer espontaneamente na natureza ou ser desenvolvida 
em laboratório. A clonagem natural ocorre em todos os seres vivos que se reproduzem 
assexuadamente. A reprodução assexuada pode ocorrer por: cissiparidade, 
esporulação, brotamento, estrobilização e regeneração. Alguns exemplos são: 
vegetais, plantas, árvores, fungos e leveduras, algas, alguns moluscos e crustáceos, 
esponjas, alguns protozoários, como a Ameba, e as bactérias. 
 
"Clonagem”: (1) Na pesquisa do DNA recombinante, o processo de criar e ampliar 
segmentos específicos de DNA. (2) A produção de organimos geneticamente 
idênticos a partir de células somáticas de um organismos individual. 
 “Clone”: (1)Um grupo de células geneticamente idênticas ou organismos 
individuais derivados por divisão assexual de um ancestral comum. (2) Um 
organismo individual formado por algum processo sexual de modo que seja 
geneticamente a seu genitor. 
Anthony J. F. Griffiths et al., 
10 
 
O conhecimento do comportamento dos genes nas populações é de importância 
capital para compreender os mecanismos da evolução e para solucionar numerosos 
problemas práticos. 
Brasil (2000), descreve que no âmbito das tecnologias da clonagem, a 
engenharia genética, área da ciência que tem se desenvolvido rapidamente nos 
últimos anos, tem sido um dos assuntos científicos mais comentados pela mídia em 
todo o mundo em função de suas importantes aplicações em situações concretas em 
diversos campos como medicina, química industrial, agricultura, etc. 
Conseqüentemente, aspectos relacionados com engenharia genética passaram a fazer 
parte da maioria dos currículos propostos para o ensino de ciências (Figura 4). 
 
Cultivo in vitro de embriões 
 
 
 
 
Figura 4: Métodos de clonagem in vitro de célula animal. (1) Embrião. (2) Embrião no estágio de blastocisto. 
(3) Blastômero isolado. (4) Células de fibroblasto de rato para alimentar a colônia. (5) As células são 
separadas e vão para outro recipiente. (6) Cultura estável de células-tronco. (Fonte: 
http://4.bp.blogspot.com/_FK5QjE4gwZc/Sb19ROF0CcI/AAAAAAAABNE/GjFFTd5UuwI/s1600-
h/cultivo%252520de%252520c%2525C3%2525A9lulas%252520tronco.jpg, 2009.) 
 
Vale lembrar que é um método artificial, pois, como sabemos, na natureza, os 
seres vivos se reproduzem através de células sexuais e não por células somáticas. As 
exceções deste tipo de reprodução são os vírus, as bactérias e diversos seres 
unicelulares. 
 
 
Clonagem de plantas 
 
A reprodução de plantas realiza-se por dois processos: a reprodução sexuada e 
a reprodução assexuada (multiplicação vegetativa). A reprodução sexuada 
caracteriza-se pela fecundação, a qual dá origem à formação de indivíduos diferentes 
dos seus progenitores. A reprodução assexuada permite a propagação de indivíduos 
idênticos à planta-mãe, tendo como conseqüência a formação de clones. 
1 2 
3 
4 
5 
6 
11 
 
As células vegetais possuem a capacidade de entrar em divisão e dar origem, 
por via assexuada a uma planta idêntica à planta donde provêm, ou seja, um clone 
dessa planta. Devido a esta capacidade denominada totipotência celular que a cultura 
in vitro de plantas deve todo o seu desenvolvimento (Figura 5). 
 
Cultivo in vitro de plantas 
 
 
Figura 5: Métodos de micropropagação in vitro. (Adaptado de George, 1996). (1) Matriz (Planta mãe). (2) 
Cultivo in vitro. (3) Metabólitos secundários. (4) Clones. (5) Híbridos. 
 
A micropropagação ou a propagação vegetativa in vitro consiste no cultivo de 
órgãos, tecidos ou células vegetais em uma solução nutritiva apropriada e asséptica. 
Baseia-se no fato de qualquer célula é um organismo vegetal totipotente, isto é, 
encerra em seu núcleo todas as informações genéticas necessárias à regeneração de 
uma planta completa, apta a dar origem a uma nova planta (Silva et al., 2007). 
Segundo Teixeira (2002), as células quando colocadas em tubo de ensaio, frascos 
ou biorreatores desenvolvem-se com rapidez, possibilitando a conservação do 
patrimônio genético das plantas ameaçadas em extinção, formando milhões de outras 
células ou milhões de outras plantas (Figura 6 A e B). 
 
 
Cultivo in vitro (Tubo e Frasco) 
1 
2 
3 
4 
5 
12 
 
 
 
Figura 6: Cultivo in vitro de plantas. (A) Planta completa de Dyckia maritima. (B) Cotilédone de porongo 
com organogênese direta. (Fonte: Laboratório de Biotecnologia Vegetal - Pós-Graduação em Processos 
Biotecnologicos - Universidade Federal do Paraná, 2009.) 
 
Scheidt (2008) descreve que a possibilidade de obter em laboratório produtos 
e/ou mudas, em condições controladas e reprodutíveis, independentemente da 
sazonalidade dos ciclos agrícolas, torna a micropropagação a melhor alternativa para 
se conseguir material vegetal de qualidade, fixação de ganhos genéticos e 
fitossanitária garantida. Contudo, deve-se mencionar que as culturas de células in 
vitro representam um importante recurso para a obtenção de produtos vegetais de 
valor elevado, desde que a viabilidade econômica do processo seja comprovada. 
Portanto, a utilização da tecnologia de culturas de células vegetais aparece como uma 
alternativa eficaz na produção de mudas, particularmente, em espécies raras ou as que 
estão em processo de extinção. 
Segundo Silva (2006), a micropropagação de plantas, apresenta alto custo de 
produção, o quetorna as mudas produzidas nestes sistemas caras e de difícil 
aquisição pelos produtores rurais. Estes custos de produção são devidos à mão-de-
obra, que chega a 40% ou 60% dos custos de produção. Portanto, novo enfoque dos 
processos biotecnológicos tornou-se necessário, principalmente com vistas à redução 
de custos na produção de mudas (Scheidt et al., 2009). No tocante ao cultivo in vitro, 
sistema de automação para a propagação clonal pode ser uma alternativa interessante, 
então, vislumbrou-se a possibilidade da micropropagação com os biorreatores (Figura 
7). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A 
B 
13 
 
Cultivo in vitro (Biorreatores) 
 
 
 
Figura 7: Desenho esquemático dos biorreatores de imersão. 
Fig. A (R.I.T.A.®): (1) Entrada de ar. (2): Saída de ar. (3) Tampa. (4) Suporte para o cultivo. (5) Base Interna. 
(6) Frasco. (Fonte: Teisson e Alvard (1994)) 
Fig. B (B.I.B.®): (1) Saída de ar. (2) Kit Fixação. (3) Estágios. (4) Placa porosa. (5) Base. (6) Entrada de ar. 
(Fonte: Soccol et al. (2008)). 
 
 
Clonagem de animais 
 
As pesquisas de clonagem de animais, plantas e até genes, tecidos e células 
humanas (excetuando os embriões) podem ser benéficas e não representam nenhum 
problema moral intrínseco. No entanto, quando as pesquisas voltam a atenção para 
seres humanos, precisamos nos assegurar de que a dignidade humana não seja 
minada na busca do progresso humano (Albagli, 1998; Bordingnon, 2003) . 
Para se realizar a clonagem (em animais e/ou humanos) são conhecidas hoje 
duas técnicas: a divisão embrionária e a transferência nuclear. 
Na divisão embrionária, separam-se as células de um embrião em seu estágio 
inicial de multiplicação celular, produzindo simultaneamente novos indivíduos 
geneticamente idênticos, porém diferentes de qualquer outro existente. Isso ocorre na 
natureza, durante a geração de gêmeos univitelinos. Na transferência nuclear são 
usadas informações (genoma) de algum ser vivo para a produção de outro idêntico a 
ele. Essa técnica foi utilizada para se criar a ovelha Dolly (Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B 
1 2 
3 
4 
5 
6 
1 
2 
3 
4 
5 6 
14 
 
Clonagem 
 
 
 
Figura 8: Clonagem de ovelhas. (1) Ovelha de cara preta. (2) Ovelha de cara branca. (3) Ovo doador. (4) 
Célula. (5) Núcleo removido. (6) Fusão da célula e ovo sem núcleo com eletricidade. (7) Ovo fundido com 
célula. (8) Embrão. (9) Embrião implantado. (10). Ovelha de cara branca com carneiro de cara branca 
(Clone). (Fonte: http://www.universitario.com.br/noticias/noticias_noticia.php?id_noticia=5316, 2009). 
 
A técnica de transferência nuclear permite a produção de animais contendo 
genomas idênticos. Para tal, o material genético nuclear de uma célula do animal que 
se deseja clonar é introduzido em um oócito previamente enucleado, chamado de 
citoplasto. Esse conjunto célula-citoplasto é submetido a pulsos elétricos, que 
promovem a fusão das membranas, seguidos de uma ativação artificial quimicamente 
semelhante àquela desencadeada pelo espermatozóide em uma fecundação normal. 
Havendo sucesso, o núcleo celular será reprogramado e dará início ao 
desenvolvimento embrionário. Cada embrião assim reconstruído será geneticamente 
idêntico ao animal que deu origem às células doadoras de núcleo (Kato et al., 2000; 
Bressan et al., 2008). 
A transferência nuclear utilizando células modificadas geneticamente como 
doadoras de núcleo permitiu grandes avanços técnicos na produção de animais 
transgênicos (Figura 9). O DNA exógeno, quando incorporado no genoma celular, 
pode ter sua inserção e expressão verificadas antes da utilização destas células na 
produção animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
2 
3 
4 
6 
5 
7 
8 
9 
10 
15 
 
Tranferência nuclear 
 
 
Figura 9: Esquema representativo das etapas da transferência nuclear utilizando células somáticas 
transgênicas como doadoras de núcleo. (1) Transdução lentiviral. (2) Seleção das células que expressam o 
transgene. (3) Maturação in vitro de oócitos. (4) Seleção dos oócitos que extruíram o 1º corpúsculo polar. (5) 
Enucleação do oócito: retirada da placa metafásica. (6) Introdução de uma célula transgênica no espaço 
perivitelínico do citoplasto receptor. (7) Eletrofusão das membranas. (8) Ativação química dos complexos. 
(9) Cultivo in vitro dos embriões e inovulação em fêmeas receptoras. (Fonte: Bressan et al., 2008). 
 
Porém: “Os genes sozinhos não determinam todos os caracteres físicos e 
comportamentos de um organismo e sim um constante diálogo com o ambiente, interagindo 
com o mesmo”, por isso não são idênticos (Figura 10). 
Até então não existem provas concretas de que animais clonados sejam 
totalmente normais. Diversas alterações podem ocorrer na gestante do clone, já que os 
órgãos do clone como rins, pulmões e o coração, podem crescer de tamanho 
exagerado, resultando em fortes dores, dificultando a respiração e a metabolização de 
alimentos, chegando ao ponto de 82% dos bovinos clonados, não chegarem aos 
noventa dias de prenhes. A explicação deste problema, é que os “núcleos de células 
diferenciadas não são corretamente reconduzidos a um estágio embrionário dos embriões 
clonados, levando à expressão errada dos genes, prejudicando ou impedindo o desenvolvimento 
do animal”. 
 
Clones 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
4 
6 
1 
2 
5 
7 
8 
9 
16 
 
Figura 10: Clones univitelinos. (Fonte: http://cheirinhosdeciencia.blogspot.com/, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade Complementar 2 
 
1) O que é clonagem? 
2) O que é DNA? 
3) Explique as diversas formas de cultivo in vitro de plantas e de animais. 
4) Pesquise sobre tradução e transcrição. 
 
 
VI. Transgênicos 
 
Poucos assuntos geram tanta controvérsia como os transgênicos. Organismos 
transgênicos, ou organismos geneticamente modificados (OGMs), são animais e 
plantas que sofrem modificações geradas pela transferência de características (genes) 
de uma espécie para a outra (Losey et al., 1999). 
Um organismo transgênico pode ser definido como um animal ou planta 
produzido a partir da célula embrionária na qual foi incorporado uma sequência de 
DNA clonado. São produtos geneticamente modificados que buscam melhorar, 
principalmente, a produção de alimentos, de forma mais racional e sustentável. 
Consequentemente, com redução de custos de produção, aumento de produtividade, 
redução de insumos e defensivos. 
A introdução do transgene na célula pode ser realizada por vários métodos: 
 
 Sistema Agrobacterium tumefaciens: Método pelo qual é inserido um gene 
de interesse no genótipo de uma bactéria que, ao se associar a uma planta, 
retransmite a mesma característica. 
 Bombardeamento com micro partículas revestidas de DNA: Sistema pelo 
qual o DNA é revestido em micro esferas de tungstênio e transferido para 
dentro do tecido da planta. 
 Transferência por electroporação: Introdução de DNA em células expostas a 
um campo elétrico. 
 Micro injeção de DNA: Consiste numa injeção de DNA na célula através de 
uma micropipeta. 
 
Cada um desses métodos tem como objetivo introduzir o transgene no núcleo 
da célula, onde se encontra o material genético, sem danificar a célula. Então, a planta 
se desenvolve e suas células apresentarão o transgene de interesse podendo transmiti-
lo a seus descendentes. 
Os transgênicos não apareceram na forma de “geração espontânea”. O 
surgimento da tecnologia do DNA recombinante onde os transgênicos estão inseridos, 
possibilitam, manipulações de organismosaté então não obtidas através de processos 
"Contra a clonagem humana não se pronunciaram apenas autoridades 
religiosas, teólogos, politicos e filósofos, mas também relevantes 
homens da ciência. Pa citar um só exemplo: o legendário James 
Watson, que nunca olhou com bons olhos esse assunto." 
Maria C. C. L. Santos 
 
17 
 
envolvendo a compatibilidade de cruzamentos (Rech, 2004). 
Atualmente pode-se ver a utilização de organismos transgênicos, sobretudo na 
area agrícola (Figura 11). 
 
 
Transgene 
 
Figura 11: Método de transgene. (1) Bactéria. (2) Isolamento do DNA bacteriano. (3) Clonado o DNA. (4) 
Extração do gene de interesse. (5) Fabricando o gene (transgene). (6) Inserção do transgene no tecido da 
planta. (7) Planta. (8) Reprodução. 
 
A polêmica em torno dos transgênicos tem como ponto principal o medo do 
desconhecido, pois hoje muitas pessoas são copntra as tecnologias porque elas 
observam seus erros passados. Eles associam a tecnologia com problemas, como 
fizeram diversas outras pessoas em cada geração em que novas tecnologias foram 
apresentadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A promessa de um futuro ambientalmente mais saudável e de uma agricultura 
mais produtiva; de outro a ansiedade gerada pela pouca informação a cerca da 
qualidade dos produtos transgênicos e pelo medo do desconhecido inerente a todos os 
seres humanos (Figura 12). 
 
 
1 
2 
3 4 
5 
6 
7 
8 
"As plantas transgênicas caracterizam-se um ou mais genes 
provenientes de um pool gênico mais distante. Pelo uso dessa tecnologia 
espera-se produzir novos produtos ecologicamente sustetáveis, mais 
produtivos, com superior qualidade e que sejam caapzes de colaborar na 
solução da falta nutricional dos mais de 1.5 bilhões de pessoas no 
mundo, que sofrem de subnutrição, bem como, reduzir substacialmente 
a agressão ao meio ambiente." 
Sachse 
18 
 
 
Figura 12: Charge do Ivo Viu a Uva. (Fonte: http://www.ivoviuauva.com.br/?p=433, 2009) 
 
Contudo, o aprimoramento das técnicas de obtenção de organismos 
geneticamente modificados, bem como o aumento da sua utilização, surgiram novos 
produtos, visando a produção dos mesmos em larga escala. 
 
Atividade Complementar 3 
 
1) O que são transgênicos? 
2) Quais os fenômenos de transgênese na natureza? Citar exemplos de 
transgêneses naturais. 
3) Como podemos identificar os alimentos transgênicos? 
4) Quais as técnicas usadas na produção de transgênicos? 
 
 
VII. Bioprospecção 
 
Basicamente, a bioprospecção consiste na exploração e investigação de recursos 
provenientes da fauna e da flora, a fim de identificar princípios ativos para a obtenção 
de novos produtos e processos com vistas à comercialização. É essencialmente um 
fenômeno de redes, que integra atores e práticas, as mais diversas – da atividade 
biotecnológica a sociedades indígenas, grandes indústrias e organizações não 
governamentais – e explicita muitos conflitos, ainda bastante ativos. Tudo isso ressalta 
a necessidade de mecanismos regulatórios e de toda uma base de legitimação para 
garantir a sua sustentabilidade no mundo globalizado (Artuso, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em resumo: A prospecção da biodiversidade ou simplesmente 
bioprospecção significa “A exploração da diversidade biológica por 
recursos genéticos e bioquímicos, de valor comercial, e que, 
eventualmente, pode fazer uso do conhecimento de comunidades 
indígenas ou tradicionais”. 
Sant’Ana 
19 
 
A bioprospecção tem como forte tendência propiciar intenso debate no interior 
da sociedade, sobre temas os mais diversos, que dizem respeito à sobrevivência das 
espécies e a do próprio planeta, ao aproximar o mundo biológico do mundo político, o 
mundo natural do mundo tecnológico (Figura 13). 
 
Bioprospecção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Esquema representativo das etapas de biopropecção. 
 
Em termos mais específicos, os processos de transformação das matérias-primas 
em resultados, na prática bioprospectiva, podem ser, basicamente, de dois tipos: um 
deles, voltado à obtenção das condições efetivas para a realização da produção de 
novos recursos biológicos e novos conhecimentos; e o outro, que consiste em todas as 
ações relacionadas, diretamente, aos processos investigativos é a pesquisa 
propriamente dita, que ocorrem mediante complexos processos (Trigueiro, 2002; 
Castree, 2003). 
Além dos citados princípios é necessário também que sejam tomadas ações 
concretas no sentido de incrementar o processo de bioprospecção, aos quais podemos 
entender: fazer o inventário da biodiversidade formando uma base de dados concreta 
para que se conheça o que se tem e assim fornecer subsídios para se conhecer seu 
potencial, fomentar a conscientização da importância da biodiversidade para a 
sobrevivência dos ecossistemas e das próprias espécies em geral (Trigueiro, 2006). O 
processo de bioprospecção deve observar princípios para que tenha credibilidade 
científica, política e econômica, com destaque a: 
 
Prevenção: Quanto aos impactos irreparáveis; 
Conservação: Evitar o esgotamento do recurso; 
Controle público e privado: O processo deve ser controlado pelos órgãos de 
fiscalização assim como pelas entidades não governamentais; 
Compensação: A comunidade ou a pessoa fornecedora da matéria prima ou do 
conhecimento. 
Matéria-prima 
Recursos biológicos disponíveis 
em uma reserva de 
biodiversidade 
Necessidades e demandas 
Conhecimento tradicional 
Estoque de conhecimentos 
científicos e tecnológicos 
Processos de bioprospecção 
Recursos biológicos para a 
obtenção de produtos e processos 
biotecnológicos industriais 
20 
 
Fonte: http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/Artigos/bioprospec.htm, 2010. 
 
Quanto às visões de futuro da prática bioprospectiva, a percepção parece estar 
dividida entre uma visão mais otimista e outra mais cética entre os especialistas. 
Talvez esse seja o principal atrativo da investigação do tema da bioprospecção: a 
possibilidade de levantar questões que apontem para aspectos ainda não explorados, 
ou que sugira a necessidade de dedicarmos maior atenção à análise da complexidade 
do fenômeno (Sant'ana, 2002; Dias e Costa, 2007). 
Contudo, não podemos esquecer ainda que a biodiversidade que é o alicerça da 
bioprospecção não forma um recurso sem dono, pelo contrário pertence ao povo do 
país onde existe, podendo ser considerado como um bem de caráter difuso, isto é de 
cada um e conseqüentemente de todos, de forma que deve ser defendido por todos. 
 
 
 
 
 
Atividade Complementar 4 
 
1) Conceitue bioprospecção. 
2) A biodiversidade é o alicerce da bioprospecção? 
3) A biopropecção pode conbriuir no desenvolvimento sustentável. De que 
maneira? 
4) De que forma os saberes tradicionais pode contribuir para a bioprospecção? 
 
 
VIII. As questões éticas em biotecnologia 
 
Os cientistas, os técnicos e a sociedade em geral deverão debater com seriedade as 
questões de ordem ética que se levantam com a utilização destas técnicas nos animais 
e no ser humano (Anjos, 1997). Para tal deverá ser garantida uma informação que nos 
permita o cada momento, saber quais os potenciais vantagens e desvantagens. 
A permissão de registro de patentes de cromossomas humanos produzidos 
artificialmente, e recentemente ocorrida nos EUA, deveria ser ponderada, por razões 
que se prendem com a evolução do conhecimento científico (Shiva, 2004). Entretanto, 
no ser humano deverá ser evitada a manipulação de células sexuais ou embrionárias 
queresulte na transmissão das alterações provocadas à descendência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contudo, a disseminação de animais clonados na pecuária intensiva pode 
conduzir a uma diminuição da desejada variabilidade genética das populações, 
conduzindo, em curto prazo, à perda de genes que podem vir a ser considerados 
"Os resultados de Wilmut et al. têm sem dúvida muito mérito. Um 
desses efeitos é obrigar-nos a encarar as nossas responsabilidades. Não 
será uma barreira técnica que nos protegerá das perspectivas mais 
negras, mas uma barreira moral, baseada numa reflexão sobre as bases 
da nossa dignidade. Essa barreira é certamente o aspecto mais 
dignificante do génio humano." 
Axel Kahn 
 
 
 “A Terra provê o suficiente para as necessidades de todos os homens, 
mas não para a voracidade de todos”. 
Mahatma Gandhi 
21 
 
importantes para futuras ações de seleção e de adaptação. Este problema poderá ser 
evitado se for instituída a obrigatoriedade de utilizar animais doadores, oriundos de 
linhas afastadas, contribuindo inclusivamente para aumentar a diversidade genética. 
Do mesmo modo seria desumano clonar seres humanos completos e tal não é 
necessário visto que a investigação pode recorrer a animais. As alternativas existentes 
ao nível da manipulação de células somáticas e a clonagem de órgãos permitirão 
resolverem muitos dos problemas sem que isso implique a transmissão de 
características à descendência (Closet, 2000). 
Hoje existe um grande debate no seio da comunidade científica, procurando 
conciliar o aspecto ético, com o inevitável direito do homem em querer saber mais 
sobre os mecanismos que regulam os processos biológicos na natureza e com o 
próprio direito à vida. 
 
 
 
Charge do Ivan 
(Fonte: http://ivancabral.blogspot.com/2007/06/tica.html, 2009) 
 
A evolução da ciência biotecnológica está caminhando a passos largos e pode-se 
dizer que a biotecnologia moderna ainda é uma criança, considerando todas as 
potencialidades e o que ainda vai ser descoberto. Nesse sentido, é estratégico para o 
Brasil aumentar o investimento em ciência e tecnologia e desobstruir tudo o que tem 
dificultado as pesquisas pelas instituições públicas e privadas, desde que tenha ética. 
 
Atividade Complementar 5 
 
1) O que é ética? 
2) Conceitue bioética em biotecnologia. 
3) O que é variabilidade genética? 
 
 
IX. Conclusões 
 
O assunto da biotecnologia industrial tem várias facetas, entretanto não se pode negar 
a contribuição que o desenvolvimento dessas tecnologias, representa para a 
humanidade. 
22 
 
É inquestionável que a biotecnologia, incluindo as tecnologias de cultivo in vitro 
e transformação genética, é hoje uma das ferramentas de grande importância para o 
desenvolvimento sustentável, além de propiciar benefícios a diferentes setores da 
sociedade. 
A bioprospecção é um seguimento pertinente e ocorre em âmbito mundial uma 
nova forma de exploração dos recursos naturais biológicos, legalmente a diversidade de 
vida existente em determinado local para os fins comerciais. 
Em suma, as aplicações da biotecnologia moderna são múltiplas e, por isso 
mesmo, envolvem um mercado potencial de bilhões de dólares, o que exige, por tarde 
da iniciativa privada, bem como do governo investimentos significativos no 
desenvolvimento de pesquisas. 
Conduto espera-se que tenhamos contribuído para o módulo (Processos 
emergentes e biodiversidade) de forma bastante positiva. Espera-se, também que esse 
trabalho seja contextualizada, e que instigue a todos que a leiam a cursar esta 
disciplina. 
 
X. Referências 
 
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Ciência da Informação, v. 27, 1998. 
 
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ano 21, v. 21, 1997. 
 
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desafios. Acta Scientiae Veterinarie. Supl. 31, 2003. 
 
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Peru, RECIIS – Revista Eletrônica de Comunicação Informação & Inovação em Saúde, v.1, 
2007. 
 
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KREUZER, H.; MASSEY, A. Engenharia Genética e Biotecnologia. 2ª ed., Editora 
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Biorreactor of Imersion by Bubbles at the Micropropagation of Ananas comosus L. 
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TISSUE AND CELL CULTURE, 1994, Florence. Abstract… Florence: ICPTCC, 54, 
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TEIXEIRA, J. B. Biorreatores. Revista Ciência e desenvolvimento, v. 24, 2002. 
 
TOMA, H. E. O mundo nanométrico: a dimensão do novo século. São Paulo: Oficina 
de Textos, 2004. 
 
TRIGUEIRO, M. G. S. Bioprospecção: uma nova fronteira da sociedade, Campinas: 
IG-UNICAMP, mimeo., 2006. 
 
TRIGUEIRO, M. G. S. O Clone de Prometeu; a biotecnologia no Brasil: uma 
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http://www.hottopos.com/regeq10/rafael.htm., 24/10/2009. 
 
ZECHENDORF, B. Sustainable development: how can biotechnology contribute? 
Trends in Biotechnology, 1999. 
 
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http://lqes.iqm.unicamp.br/institucional/bibliotecas/bibliotecas_lqes_nanotecnologi
a_conf_levy.html www.quadrante.com.br/.../031005/01_05.jpg, 2009. 
 
http://4.bp.blogspot.com/_FK5QjE4gwZc/Sb19ROF0CcI/AAAAAAAABNE/GjFFT
d5UuwI/s1600h/cultivo%252520de%252520c%2525C3%2525A9lulas%252520tronco.jp
g, 2009. 
 
http://www.universitario.com.br/noticias/noticias_noticia.php?id_noticia=5316, 
2009. 
 
http://cheirinhosdeciencia.blogspot.com/, 2009. 
 
http://ivancabral.blogspot.com/2007/06/tica.html, 2009. 
 
http://plantasgm.wordpress.com/category/biotecnologia-e-historia-da-biotec/2010. 
 
http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/Artigos/bioprospec.htm, 2010. 
 
 
 
 
 
25 
 
 
ANEXO 
 
Vocabulário 
 
Biodiversidade: A biodiversidade pode ser definida como a variedade e a 
variabilidade existentes entre organismos vivos e as complexidades ecológicas nas 
quais elas ocorrem. Ela pode ser entendida como uma associação de vários 
componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em 
uma área definida. 
 
Bioética: É o estudo sistemático da conduta humana na área das ciências da vida e 
cuidado da saúde, enquanto essa conduta é examinada à luz dos valores e princípios 
morais. É a nova imagem da ética médica. 
 
Biopirataria: Apropriação ilegal de produtos. 
 
Biotecnologia: É o conjunto de técnicas que permite desenvolver produtos de serviço 
por meio de processos biológicos utilizando a tecnologia do DNA recombinante e a 
cultura de tecidos. 
 
Célula: Unidade microscópica de matéria viva. Contêm em seu núcleo 46 
cromossomos, onde se armazenam as informações que instruem o funcionamento do 
organismo. 
 
Clonagem: Obtenção de um grupo de células, ou tecidos, ou até de indivíduo 
completo a partir de uma única célula. 
 
Comitê de Ética em Pesquisa: É o órgão institucional que tem por objetivo proteger o 
bem-estar dos indivíduos pesquisados. É um comitê interdisciplinar, constituído por 
profissionais de ambos os sexos, além de pelo menos um representante da 
comunidade, que tem por função avaliar os projetos de pesquisa que envolva a 
participação de seres humanos. As características e atribuições dos Comitês de Ética 
em Pesquisa no Brasil estão contidas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de 
Saúde. 
 
CTNbio: Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. É a comissão especial do 
Ministério da Ciência e Tecnologia que regulamenta as atividades relacionadas com 
pesquisa, transporte e comercialização de organismos transgênicos e seus derivados. 
Esta comissão emite pareceres técnicos sobre os quais outros ministérios componentes 
(da Saúde, da Agricultura e do Abastecimento, do Meio Ambiente e da Amazônia 
Legal) irão exercer as suas atribuições, incluindo-se aí a regulamentação e a 
fiscalização. 
 
Engenharia Genética: É a modificação de seres vivos pela manipulação direta do 
DNA, através da inserção ou deleção de fragmentos específicos. Sua aplicação pode 
ser na produção de vacinas, proteínas por microrganismos, alimentos, transplantes, 
terapia gênica, animais transgênicos. 
 
Gene: É a unidade hereditária ou genética, situada no cromossomo, e que determina as 
características de um indivíduo. Trata-se de uma seqüência de letras A (Adenina), T 
26 
 
(Tinina), C (Citosina), e G (Guanina), com a receita de uma proteína específica. As 
combinações de letras e variantes de genes é que determinam as características 
individuais. 
 
Genoma: É o patrimônio genético de um ser vivo, ou seja, a coleção de genes alojada 
nos cromossomos, que ficam no núcleo de cada célula. Os 23 cromossomos somam 
cerca de 3 bilhões de letras. 
 
Patentes: É o registro comercial de autoria. É o primeiro passo para extrair lucro de 
uma descoberta. A patente proíbe qualquer exploração (fabricação, uso, venda ou 
importação) por terceiros sem autorização de seu titular. 
 
Plantas Transgênicas: São plantas que contêm um ou mais genes introduzidos por 
meio da técnica de transformação genética. Através desta técnica, um ou mais genes 
são isolados bioquimicamente e inseridos numa célula. Em seguida, esta célula se 
multiplica e origina uma nova planta, carregando cópias idênticas do gene. As plantas 
transgênicas são também chamadas de organismos geneticamente modificados 
(OGM). Vejam quais são os processos para se obter uma nova planta: 
 
1. Cruzamento natural: ocorre entre duas plantas, quando o próprio ar ou os 
insetos realiza a troca do pólen contido nas flores das plantas; 
2. Cruzamento para melhoramento genético: a troca do pólen das flores é feita 
pelo pesquisador, que cruza duas plantas para obter uma nova, com 
características desejadas pela pesquisa (resistência a doenças, produtividade, 
adaptação a uma região, etc.).; e 
3. Transformação genética: nesta técnica, não há cruzamento entre duas 
plantas. A célula de uma planta recebe um gene em laboratório e se multiplica, 
resultando numa planta transgênica. O gene introduzido na célula não é 
necessariamente da mesma planta. Pode ser de qualquer organismo vivo, como 
um animal, uma planta diferente ou mesmo bactéria. 
 
Terapia Gênica: É a manipulação de genes do indivíduo para corrigir defeitos 
genéticos. A terapia gênica pode ser do tipo: 
 
1. Correção: quando ocorre a inserção de um gene “sadio” no local de um 
“defeituoso” ou deleção de um gene deletério; 
2. Complementação: quando é feita a introdução de uma cópia normal sem 
modificação do original; ou 
3. Adição: com o acréscimo de um gene ausente no genoma.

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