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Apostila CONSTITUCIONAL - XXIV oab

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Aula 01
Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase XXIV Exame - Com videoaulas 
Professores: Diego Cerqueira, Ricardo Vale
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
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DIREITO	CONSTITUCIONAL	P/	
OAB	-	1ª	FASE			
XXIV	EXAME	DE	ORDEM	
 
Ol‡, amigos do EstratŽgia OAB! 
Hoje daremos continuidade a nossa prepara‹o para o XXIV Exame de Ordem. 
A abordagem dessa aula Ž um pouco densa, pois entraremos de ÒcabeaÓ no 
tema dos direitos fundamentais. H‡ muita teoria e jurisprudncia sobre esse 
assunto, ent‹o aten‹o redobrada combinado? 
Forte abrao a todos e bons estudos! 
Diego e Ricardo 
 
 
 
 
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SUMçRIO PçGINA 
1 Ð Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 2-7 
2 Ð Direitos Individuais e Coletivos Ð Parte 01 7-36 
3 - Direitos Individuais e Coletivos Ð Parte 02 36-86 
4 Ð Quest›es FGV 87-98 
5 Ð Caderno de prova OAB 101-106 
6 Ð Gabarito 107 
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1.	TEORIA	GERAL	DOS	DIREITOS	
FUNDAMENTAIS	
1.1 Direitos do Homem x Direitos Fundamentais x Direitos Humanos 
ValŽrio Mazzuoli afirma que Òdireitos do homemÓ diz respeito a direitos 
naturais aptos ˆ prote‹o global do homem e v‡lido em todos os tempos. N‹o 
est‹o previstos em textos constitucionais ou em tratados de prote‹o aos 
direitos humanos. A express‹o Ž reservada aos direitos cuja existncia se 
justifica apenas no plano jusnaturalista.1 
Os Direitos fundamentais se referem aos direitos da pessoa humana 
consagrados em um dado momento hist—rico. S‹o direitos constitucionalmente 
protegidos e positivados em uma determinada ordem jur’dica. 
Por fim, Òdireitos humanosÓ est‡ ligado aos direitos positivados em 
tratados internacionais, protegidos no ‰mbito do direito internacional pœblico 
mediante conven›es globais. (Pacto Internacional sobre Direitos Civis e 
Pol’ticos) ou regionais (Conven‹o Americana de Direitos Humanos). 
ƒ importante n‹o confundir direitos fundamentais e garantias fundamentais. Os 
direitos fundamentais s‹o os bens protegidos pela Constitui‹o. ƒ o caso da 
vida, da liberdade, da propriedade. j‡ as garantias s‹o formas de se 
protegerem esses bens, ou seja, instrumentos Constitucionais. Ex: habeas 
corpus, que protege o direito ˆ liberdade de locomo‹o. Ressalte-se que, para 
Canotilho, as garantias s‹o tambŽm direitos.2 
1.2.! As Ògera›esÓ de direitos 
Os direitos fundamentais s‹o tradicionalmente classificados em gera›es, o que 
busca transmitir uma ideia de que eles n‹o surgiram todos em um mesmo 
momento hist—rico. Foram frutos de uma evolu‹o hist—rico-social, de 
conquistas progressivas da humanidade. Assim, tem-se trs gera›es: 
a) Primeira Gera‹o: buscam restringir a a‹o do Estado sobre o 
indiv’duo, impedindo que este se intrometa de forma abusiva na vida privada 
das pessoas. S‹o as liberdades negativas. Cumprem a fun‹o de direito de 
defesa dos cidad‹os, bem como conferem ao indiv’duo poder para exerc-los e 
																																								 																				 	
1
	MAZZUOLI, ValŽrio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Pœblico, 4» ed. S‹o Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, pp. 
750-751. 	
2
	CANOTILHO, JosŽ Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constitui‹o, 7» edi‹o. Coimbra: Almedina, 2003. 	
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exigir do Estado a corre‹o das omiss›es a eles relativas. Possuem como valor-
fonte a liberdade. S‹o os direitos civis e pol’ticos, reconhecidos no final do sŽculo 
XVIII, com as Revolu›es Francesa e Americana. Ex: Direito de propriedade, 
locomo‹o, associa‹o e o de reuni‹o. 
b) Segunda gera‹o: s‹o os direitos que envolvem presta›es positivas do 
Estado aos indiv’duos (pol’ticas e servios pœblicos) e, em sua maioria, 
caracterizam-se por ser normas program‡ticas. S‹o as chamadas de liberdades 
positivas. Para o Estado, constituem obriga›es de fazer algo em prol dos 
indiv’duos; tambŽm s‹o chamados de Òdireitos do bem-estarÓ. Possuem como 
valor fonte a igualdade. S‹o os direitos econ™micos, sociais e culturais. Ex: 
direito ˆ educa‹o, saœde, trabalho. 
c) Terceira gera‹o: n‹o protegem interesses individuais, mas que 
transcendem a —rbita dos indiv’duos para alcanar a coletividade. TambŽm 
chamados de direitos transindividuais ou supraindividuais. Aqui, o valor-fonte Ž 
a solidariedade, a fraternidade. S‹o os direitos difusos e os coletivos. Ex: 
direito do consumidor, ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado e o direito 
ao desenvolvimento. 
Meus amigos, perceberam como as trs primeiras gera›es seguem a sequncia 
do lema da Revolu‹o Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade? 
 Parte da doutrina considera a existncia de direitos de 
quarta gera‹o. Paulo Bonavides inclui aqui os direitos 
relacionados ˆ globaliza‹o, direito ˆ democracia, ˆ 
informa‹o e ao pluralismo. Por outro lado, Norberto 
Bobbio considera como de quarta gera‹o os Òdireitos 
relacionados ˆ engenharia genŽticaÓ. H‡ quem entenda 
em direitos de quinta gera‹o, representados pelo 
direito ˆ paz, por exemplo. 3 
Importante frisar que a express‹o Ògera‹o de direitosÓ n‹o quer dizer que h‡ 
exclus‹o de uma sobre a outra. O que ocorre Ž que os direitos de uma gera‹o 
seguinte se acumulam aos das gera›es anteriores. Em virtude disso, a 
doutrina tem preferido usar a express‹o Òdimens›es de direitosÓ. 
1.3. Caracter’sticas dos Direitos Fundamentais 
A doutrina aponta as seguintes caracter’sticas para os direitos fundamentais e 
que devemos levar para fins de prova: 
 
																																								 																				 	
3 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. S‹o Paulo: Malheiros, 2008. 
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! Universalidade: s‹o comuns a todos, respeitadas suas 
particularidades. H‡ um nœcleo m’nimo de direitos que deve ser 
outorgado a todas as pessoas (Ex: direito ˆ vida). Mas h‡, todavia, 
alguns direitos que n‹o podem ser titularizados por todos, pois s‹o 
outorgados a grupos espec’ficos (Ex: os direitos dos trabalhadores). 
! Historicidade: os direitos fundamentais n‹o resultam de um 
acontecimento hist—rico determinado, mas de todo um processo de 
afirma‹o. Surgem a partir das lutas do homem, em que h‡ conquistas 
progressivas. S‹o mut‡veis e sujeitos a amplia›es. 
! Indivisibilidade: s‹o indivis’veis, isto Ž, formam parte de um 
sistema harm™nico e coerente de prote‹o ˆ dignidade da pessoa 
humana. Os direitos fundamentais n‹o podem ser considerados 
isoladamente, mas sim integrando um conjunto œnico. 
! Inalienabilidade: s‹o intransfer’veis e inegoci‡veis, n‹o podem 
ser abolidos pelo titular; n‹o possuem conteœdo econ™mico-
patrimonial. 
! Imprescritibilidade: n‹o se perdem com otempo, sendo sempre 
exig’veis; s‹o personal’ssimos e n‹o cabe a prescri‹o. 
! Irrenunciabilidade: n‹o pode haver disposi‹o, embora possa 
deixar de exerc-lo. Admite-se, entretanto, situa›es de 
autolimita‹o volunt‡ria de seu exerc’cio. Ex: Òreality showsÓ e o 
direito ˆ privacidade. 
! Relatividade ou Limitabilidade: n‹o h‡ direitos fundamentais 
absolutos. Eles s‹o relativos, limit‡veis no caso concreto por outros 
direitos fundamentais. No caso de conflito, h‡ uma concord‰ncia 
pr‡tica ou harmoniza‹o: nenhum deles Ž sacrificado definitivamente. 
Busca-se uma redu‹o proporcional de ambos, visando alcanar a 
finalidade da norma. (*Aten‹o. ƒ a mais cobrada em prova! J) 
! Complementaridade: a plena efetiva‹o dos direitos fundamentais 
deve considerar que eles comp›em um sistema œnico. Nessa —tica, 
os diferentes direitos (das diferentes dimens›es) se complementam e, 
portanto, devem ser interpretados conjuntamente. 
! Concorrncia: podem ser exercidos cumulativamente, podendo um 
mesmo titular exercitar v‡rios direitos ao mesmo tempo. 
! Efetividade: os Poderes Pœblicos tm a miss‹o de concretizar 
(efetivar) os direitos fundamentais. 
! Proibi‹o do retrocesso: por serem resultados de um processo 
evolutivo e de conquistas graduais, n‹o podem ser enfraquecidos 
ou suprimidos. As normas que os instituem n‹o podem ser 
revogadas ou substitu’das por outras que os diminuam, restrinjam ou 
suprimam. 
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N‹o menos importante, vale destacar que os direitos fundamentais possuem 
uma dupla dimens‹o: Na dimens‹o subjetiva, s‹o direitos exig’veis perante 
o Estado: as pessoas podem exigir que o Estado se abstenha de intervir 
indevidamente na esfera privada (1» gera‹o) ou que o Estado atue ofertando 
presta›es positivas, atravŽs de pol’ticas e servios pœblicos (2» gera‹o). 
J‡ na dimens‹o objetiva, os direitos fundamentais s‹o vistos como 
enunciados dotados de alta carga valorativa: eles s‹o qualificados como 
princ’pios estruturantes, cuja efic‡cia se irradia para todo o ordenamento. 
1.4. Limites aos Direitos Fundamentais 
Conforme j‡ comentamos, nenhum direito fundamental Ž absoluto: eles 
encontram limites em outros direitos consagrados no texto constitucional. AlŽm 
disso, conforme j‡ se pronunciou o STF, um direito fundamental n‹o pode 
servir de salvaguarda de pr‡ticas il’citas. Para tratar das limita›es, a 
doutrina desenvolveu duas teorias: i) a interna e; ii) a externa. 
A teoria interna (teoria absoluta) considera que o processo de defini‹o dos 
limites a um direito Ž interno a este. N‹o h‡ restri›es a um direito, mas uma 
simples defini‹o de seus contornos. Os limites do direito lhe s‹o imanentes, 
intr’nsecos. A fixa‹o dos limites a um direito n‹o Ž, portanto, influenciada por 
aspectos externos (extr’nsecos), como, por exemplo, a colis‹o de direitos 
fundamentais. 4 Para esta teoria, o nœcleo essencial de um direito 
fundamental Ž insuscet’vel de viola‹o, independentemente da an‡lise 
do caso concreto. Esse nœcleo essencial, que n‹o poder‡ ser violado, Ž 
identificado a partir da percep‹o dos limites imanentes ao direito. 
A teoria externa (teoria relativa), por sua vez, entende que a defini‹o dos 
limites aos direitos fundamentais Ž um processo externo a esses direitos. Em 
outras palavras, fatores extr’nsecos ir‹o determinar os limites dos direitos 
fundamentais, ou seja, o seu nœcleo essencial. ƒ somente sob essa —tica que se 
admite a solu‹o dos conflitos entre direitos fundamentais pelo ju’zo de 
pondera‹o (harmoniza‹o) e pela aplica‹o do princ’pio da proporcionalidade. 
Para a teoria externa, o nœcleo essencial de um direito fundamental tambŽm Ž 
insuscet’vel de viola‹o; no entanto, a determina‹o do que Ž exatamente 
esse Ònœcleo essencialÓ depender‡ da an‡lise do caso concreto. Os 
direitos fundamentais s‹o restring’veis, observado o princ’pio da 
proporcionalidade e/ou a prote‹o de seu nœcleo essencial. Exemplo: o direito ˆ 
vida pode sofrer restri›es no caso concreto. 
																																								 																				 	
4
	SILVA, Virg’lio Afonso da. O conteœdo essencial dos direitos fundamentais e a efic‡cia das normas constitucionais. In: Revista 
de Direito do Estado, volume 4, 2006, pp. 35 Ð 39. 
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Quest‹o muito relevante a ser tratada Ž sobre a teoria dos Òlimites dos 
limitesÓ, que incorpora os pressupostos da teoria externa. A pergunta que se 
faz Ž a seguinte: a lei pode impor restri›es aos direitos fundamentais? 
A resposta Ž sim. A lei pode impor restri›es aos direitos fundamentais, mas h‡ 
um nœcleo essencial que precisa ser protegido, que n‹o pode ser objeto 
de viola›es. Assim, o grande desafio do exegeta (intŽrprete) e do pr—prio 
legislador est‡ em definir o que Ž esse nœcleo essencial, o que dever‡ ser feito 
pela aplica‹o do princ’pio da proporcionalidade, em suas trs vertentes 
(adequa‹o, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito). 
No Brasil, a CF/88 n‹o previu expressamente a teoria dos limites aos limites. 
Entretanto, o dever de prote‹o ao nœcleo essencial est‡ impl’cito na Carta 
Magna, de acordo com v‡rios julgados do STF e com a doutrina, por decorrncia 
do modelo garant’stico utilizado pelo constituinte. Isso porque a n‹o-admiss‹o 
de um limite ˆ atua‹o legislativa tornaria in—cua qualquer prote‹o 
fundamental5. 
Por fim, vale ressaltar que os direitos fundamentais tambŽm podem ser 
restringidos em situa›es de crises constitucionais, como na vigncia do estado 
de s’tio e estado de defesa.6 
1.5. Efic‡cia Horizontal dos Direitos Fundamentais 
AtŽ o sŽculo XX, acreditava-se que os direitos fundamentais se aplicavam apenas 
ˆs rela›es entre o indiv’duo e o Estado. Como essa rela‹o Ž de um ente 
superior (Estado) com um inferior (indiv’duo), dizia-se que os direitos 
fundamentais possu’am Òefic‡cia verticalÓ. 
A partir do sŽculo XX, entretanto, surgiu a teoria da efic‡cia horizontal dos 
direitos fundamentais, que estendeu sua aplica‹o tambŽm ˆs rela›es 
entre particulares. Tem-se a chamada Òefic‡cia horizontalÓ ou Òefeito 
externoÓ dos direitos fundamentais. 
Existem duas teorias sobre a aplica‹o dos direitos fundamentais: i) a da efic‡cia 
indireta e mediata e; ii) a da efic‡cia direta e imediata. 
Para a teoria da efic‡cia indireta e mediata, os direitos fundamentais s— se 
aplicam nas rela›es jur’dicas entre particulares de forma indireta, 
excepcionalmente, por meio das cl‡usulas gerais de direito privado (ordem 
pœblica, liberdade contratual, e outras). Essa teoria Ž incompat’vel com a 
																																								 																				 	
5 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocncio M‡rtires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. P. 319.	
6 O estado de defesa e estado de s’tio est‹o previstos nos art. 136 e art. 137, da CF/88. 
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Constitui‹o Federal, que, em seu art. 5¼, ¤ 1¼, prev que as normas definidoras 
de direitos fundamentais possuem aplicabilidade imediata. 
J‡ para a teoria da efic‡cia direta e imediata, os direitos fundamentais 
incidem diretamente nas rela›es entre particulares. Estes estariam t‹o 
obrigados a cumpri-los quanto o Poder Pœblico.Esta Ž a tese que prevalece no 
Brasil, tendo sido adotada pelo Supremo Tribunal Federal. 
1.6. Os Direitos Fundamentais na CRFB/88 
Os direitos fundamentais est‹o previstos no T’tulo II, da CF/88. O T’tulo II, 
conhecido como Òcat‡logo dos direitos fundamentaisÓ, vai do art. 5¼ atŽ o 
art. 17 e divide os direitos fundamentais em 5 (cinco) diferentes categorias: 
a) Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5¼) 
b) Direitos Sociais (art. 6¼ - art. 11) 
c) Direitos de Nacionalidade (art. 12 Ð art. 13) 
d) Direitos Pol’ticos (art. 14 Ð art. 16) 
e) Direitos relacionados ˆ existncia, organiza‹o e participa‹o em 
partidos pol’ticos. 
ƒ importante ter aten‹o para n‹o cair em uma ÒpegadinhaÓ na hora da prova. 
Os direitos individuais e coletivos, os direitos sociais, os direitos de 
nacionalidade, os direitos pol’ticos e dos partidos pol’ticos s‹o espŽcies do 
gnero Òdireitos fundamentaisÓ. Outro detalhe. O rol de direitos 
fundamentais n‹o Ž exaustivo. H‡ outros direitos, espalhados pela 
Constitui‹o, como o direito ao meio ambiente (art. 225) e o princ’pio da 
anterioridade tribut‡ria (art.150, III, ÒbÓ), por exemplo. 
 
 
1. (FGV / XXII Exame de Ordem Ð 2017) A teoria dimensional dos direitos 
fundamentais examina os diferentes regimes jur’dicos de prote‹o desses 
direitos ao longo do constitucionalismo democr‡tico, desde as primeiras 
Constitui›es liberais atŽ os dias de hoje. Nesse sentido, a teoria 
dimensional tem o mŽrito de mostrar o perfil de evolu‹o da prote‹o 
jur’dica dos direitos fundamentais ao longo dos diferentes paradigmas do 
Estado de Direito, notadamente do Estado Liberal de Direito e do Estado 
Democr‡tico Social de Direito. Essa perspectiva, calcada nas dimens›es ou 
gera›es de direitos, n‹o apenas projeta o car‡ter cumulativo da evolu‹o 
protetiva, mas tambŽm demonstra o contexto de unidade e indivisibilidade 
do cat‡logo de direitos fundamentais do cidad‹o comum. A partir dos 
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a 
 
	
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conceitos da teoria dimensional dos direitos fundamentais, assinale a 
afirmativa correta. 
a) Os direitos estatais prestacionais, ligados ao Estado Liberal de Direito, nasceram 
atrelados ao princ’pio da igualdade formal perante a lei, perfazendo a primeira 
dimens‹o de direitos. 
b) A chamada reserva do poss’vel f‡tica, relacionada ˆ escassez de recursos 
econ™micos e financeiros do Estado, n‹o tem nenhuma influncia na efetividade dos 
direitos fundamentais de segunda dimens‹o do Estado Democr‡tico Social de 
Direito. 
c) O conceito de direitos coletivos de terceira dimens‹o se relaciona aos direitos 
transindividuais de natureza indivis’vel de que sejam titulares pessoas 
indeterminadas e ligadas por circunst‰ncias de fato, como ocorre com o direito ao 
meio ambiente. 
d) Sob a Žgide da estatalidade m’nima do Estado Liberal, os direitos negativos de 
defesa dotados de natureza absente’sta s‹o corretamente classificados como 
direitos de primeira dimens‹o. 
Opa! Quest‹o recente, pessoal! 2017...saindo do forno... XXII Exame de 
Ordem. Muita aten‹o, pois a FGV tem cobrado cada vez mais t—picos 
relacionados ˆ Teoria Geral. Vamos ao gabarito? J 
 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. Os direitos prestacionais est‹o ligados ao Estado Social de direito 
(direitos 2a gera‹o). 
Letra B: errada. A cl‡usula da reserva do poss’vel deve ser levada em 
considera‹o na tarefa de concretiza‹o dos direitos sociais. O Estado, para 
concretizar direitos sociais, depende de recursos econ™micos e financeiros. 
Letra C: errada. De fato, o direito ao meio ambiente Ž um direito de 3a gera‹o, 
possuindo natureza indivis’vel. Trata-se, porŽm, de um direito difuso, cuja 
titularidade Ž indeterminada. Todas as pessoas s‹o titulares do direito ao 
ambiente, independentemente de quaisquer circunst‰ncias de fato que as liguem. 
Letra D: correta. Temos aqui o gabarito! Os direitos de defesa (liberdades 
negativas) s‹o classificados na 1agera‹o de direitos fundamentais. Est‹o 
relacionados ao Estado Liberal de direito. 
 
	
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2.	DIREITOS	E	DEVERES	
INDIVIDUAIS	E	COLETIVOS		
Meus amigos, faremos agora o estudo dos pontos fundamentais do art. 5¼ da 
Constitui‹o. Passaremos a analisar os dispositivos de maior incidncia e aqueles 
com entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial relevante. Mas, vale a t’tulo de 
complemento, uma leitura deste art. 5¼ na ’ntegra. Combinado? J 
Art. 5¼ Todos s‹o iguais perante a lei, sem distin‹o de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no Pa’s a inviolabilidade do direito 
ˆ vida, ˆ liberdade, ˆ igualdade, ˆ segurana e ˆ 
propriedade, nos termos seguintes: (...) 
Primeiro ponto. Apesar de o art. 5¼, caput, referir-se apenas a Òbrasileiros e 
estrangeiros residentes no pa’sÓ, h‡ consenso na doutrina de que os direitos 
fundamentais abrangem qualquer pessoa que se encontre em territ—rio 
nacional, ainda que seja estrangeiro n‹o residente no pa’s. 
Nesse sentido, entende o STF que o sœdito estrangeiro, mesmo aquele sem 
domic’lio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas b‡sicas que lhe 
assegurem a preserva‹o do status libertatis e a observ‰ncia, pelo Poder 
Pœblico, da cl‡usula constitucional do due process7. Nessa linha, para o STF Òo 
direito de propriedade Ž garantido ao estrangeiro n‹o residenteÓ.8 
No que tange ao direito ˆ vida, h‡ um importante julgado do Supremo sobre a 
possibilidade de interrup‹o de gravidez de feto anencŽfalo, entendendo a 
Corte pela garantia do direito ˆ gestante de Òsubmeter-se a antecipa‹o 
teraputica de parto na hip—tese de gravidez de feto anencŽfalo, previamente 
diagnosticada por profissional habilitado, sem estar compelida a apresentar 
autoriza‹o judicial ou qualquer outra forma de permiss‹o do EstadoÓ. 
Para o Supremo, n‹o haveria colis‹o real entre direitos fundamentais, apenas 
conflito aparente, uma vez que o anencŽfalo n‹o seria titular do direito ˆ vida. 
Ainda que biologicamente vivo, este seria juridicamente morto, de maneira que 
																																								 																				 	
7HC 94.016, Rel. Min. Celso de Mello, j. 16-9-2008, Segunda Turma, DJE de 27-2-2009. 
8 RE 33.319/DF, Rel. Min. C‰ndido Motta, DJ> 07.01.1957. 
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n‹o deteria prote‹o jur’dica. 9 Assim, a interrup‹o da gravidez de feto 
anencŽfalo n‹o Ž tipificada como crime de aborto. 
Outra controvŽrsia levada ˆ aprecia‹o do STF envolvia a pesquisa com cŽlulas-
tronco embrion‡rias. Segundo a Corte, Ž leg’tima e n‹o ofende o direito ˆ 
vida nem a dignidade da pessoa humana, a realiza‹o de pesquisas com 
cŽlulas-tronco embrion‡rias, obtidas de embri›es humanos produzidos por 
fertiliza‹o Òin vitroÓ e n‹o utilizados neste procedimento.10 
Cabe destacar, ainda, que os direitos fundamentais n‹o tm como titular apenas 
as pessoas f’sicas; as pessoas jur’dicas e atŽ mesmo o pr—prio Estado s‹o 
titulares de direitos fundamentais. 
I - homens e mulheres s‹o iguais em direitos e 
obriga›es, nos termos desta Constitui‹o; 
Trata-se do princ’pio da igualdade, que determina a isonomia aos que est‹o 
em condi›es equivalentes e tratamento desigual aos que est‹o em 
condi›es diversas, dentrode suas desigualdades. 
O legislador fica, aqui, obrigado a obedecer ˆ Òigualdade na leiÓ, n‹o podendo 
criar leis que discriminem pessoas que se encontram em situa‹o equivalente, 
exceto quando houver razoabilidade para tal. Os intŽrpretes e aplicadores da lei, 
por sua vez, ficam limitados pela Òigualdade perante a leiÓ, n‹o podendo 
diferenciar aqueles a quem a lei concedeu tratamento igual. 
Nesse sentido, o Supremo Tribunal entende que as a›es afirmativas, como a 
reserva de vagas em universidades pœblicas para negros e ’ndios, s‹o 
consideradas constitucionais.11 Na mesma linha, o programa concessivo de 
bolsa de estudos em universidades privadas para alunos de renda familiar 
de pequena monta, com quotas para negros, pardos, ind’genas e portadores de 
necessidades especiais. 12 
A realiza‹o da igualdade material n‹o pro’be que a lei crie discrimina›es, 
desde que estas obedeam ao princ’pio da razoabilidade. Ex: Concurso 
para agente penitenci‡rio de pris‹o feminina restrito a mulheres e a ado‹o de 
critŽrios distintos para a promo‹o de integrantes do corpo feminino e masculino 
da Aeron‡utica13. 
																																								 																				 	
9
	STF, Pleno, ADPF 54/DF, Rel. Min. Marco AurŽlio, decis‹o 11 e 12.04.2012, Informativo STF no 661.	
10 ADI 3510/DF, Rel. Min. Ayres Britto, DJe: 27.05.2010 
11 RE 597285/RS. Min. Ricardo Lewandowski. Decis‹o: 09.05.2012 
12 STF, Pleno, ADI 3330/DF, Rel. Min. Ayres Britto, j. 03.05.2012. 
13RE 498.900-AgR, Rel. Min. Carmen Lœcia, j. 23-10-2007, Primeira Turma, DJ de 7-12-2007. 
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Note, todavia, que s— a lei ou a pr—pria Constitui‹o podem determinar 
discrimina›es entre as pessoas. Os atos infralegais (Ex: edital de concurso) 
n‹o podem determinar tais limita›es sem que haja previs‹o legal14. 
Um œltimo ponto que precisamos levar para prova. O princ’pio da isonomia 
n‹o autoriza ao Poder Judici‡rio estender a alguns grupos vantagens 
estabelecidas por lei a outros, sob pena do Judici‡rio estar ÒlegislandoÓ, em 
flagrante ofensa ao princ’pio da separa‹o dos Poderes. 
 
II - ninguŽm ser‡ obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa sen‹o em virtude de lei; 
Trata-se do princ’pio da legalidade, que se aplica de maneira diferenciada aos 
particulares e ao Poder Pœblico. Para os particulares, traz a garantia de que s— 
podem ser obrigados a agirem ou a se omitirem por lei. Tudo Ž permitido na 
falta de norma legal proibitiva. J‡ para o Poder Pœblico, a legalidade reside em 
fazer o que Ž permitido pela lei. 
Professor, qual a diferena entre o princ’pio da legalidade e reserva legal? 
O princ’pio da legalidade Ž ÒleiÓ em um sentido mais amplo, todo e qualquer 
ato normativo estatal, incluindo atos infralegais, que obedea ˆs 
formalidades que lhe s‹o pr—prias e contenha uma regra jur’dica. A legalidade 
determina a submiss‹o e o respeito ˆ ÒleiÓ, ou a atua‹o dentro dos limites 
legais; a referncia que se faz aqui Ž ˆ lei em sentido material. 
J‡ o princ’pio da reserva legal Ž evidenciado quando a Constitui‹o exige 
expressamente que determinada matŽria seja regulada por lei formal ou atos 
com fora de lei (Ex: decretos aut™nomos). 
JosŽ Afonso da Silva classifica a reserva legal do ponto de vista do v’nculo 
imposto ao legislador como absoluta ou relativa. Na reserva legal absoluta, a 
norma constitucional exige, para sua integral regulamenta‹o, a edi‹o de lei 
formal, entendida como ato normativo emanado do Congresso e elaborado de 
acordo com o processo legislativo. Ex: art. 37, inciso X, da CF/88. 
																																								 																				 	
14 RE 523737/MT Ð Rel. Min. Ellen Gracie, DJe: 05.08.2010 
 Sœmula vinculante 37 STF: ÒN‹o cabe ao Poder 
Judici‡rio, que n‹o tem fun‹o legislativa, aumentar 
vencimentos de servidores pœblicos sob fundamento 
de isonomia.Ó 
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Na reserva legal relativa, embora a Constitui‹o exija lei formal, permite-se que 
a lei fixe apenas par‰metros de atua‹o para o —rg‹o administrativo, que 
poder‡ complement‡-la por ato infralegal, respeitados os limites legais. 
A doutrina tambŽm afirma que a reserva legal pode ser classificada como 
simples ou qualificada. N reserva legal simples Ž aquela que exige lei formal para 
dispor sobre determinada matŽria, mas n‹o especifica qual o conteœdo ou a 
finalidade do ato.(art.5¼, inciso VII, da CF/88) Ҏ assegurada, nos termos da 
lei, a assistncia religiosa nas entidades civis e militares de interna‹o coletivaÓ. 
A reserva legal qualificada, alŽm de exigir lei formal, j‡ define, previamente, 
o conteœdo da lei e a finalidade do ato. Ex: art. 5¼, inciso XII, da CF/88, Ҏ 
inviol‡vel o sigilo da correspondncia e das comunica›es telegr‡ficas, de dados 
e das comunica›es telef™nicas, salvo, no œltimo caso, por ordem judicial, nas 
hip—teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga‹o criminal ou 
instru‹o processual penalÓ. 
III - ninguŽm ser‡ submetido a tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante; 
IV - Ž livre a manifesta‹o do pensamento, sendo 
vedado o anonimato; 
Em rela‹o ao inciso IV, temos a liberdade de express‹o, que Ž verdadeiro 
fundamento do Estado democr‡tico de direito. Todos podem manifestar, 
oralmente ou por escrito, o que pensam, desde que isso n‹o seja feito 
anonimamente. 
Com base na veda‹o ao anonimato, o STF entende que as denœncias 
an™nimas jamais poder‹o ser a causa œnica de exerc’cio de atividade punitiva 
pelo Estado. As autoridades pœblicas n‹o podem iniciar qualquer medida de 
persecu‹o (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em peas ap—crifas 
ou em escritos an™nimos. 
Essas peas n‹o podem ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo 
quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando 
constitu’rem, eles pr—prios, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de 
resgate no delito de extors‹o mediante sequestro, por exemplo). 
Pessoal, o que a dela‹o an™nima pode Ž servir de base para que o Poder Pœblico 
adote medidas destinadas a esclarecer, em sum‡ria e prŽvia apura‹o, a 
verossimilhana das alega›es que lhe foram transmitidas.15 Em caso positivo, 
poder‡, ent‹o, ser promovida a formal instaura‹o da "persecutio criminis", 
																																								 																				 	
15
	STF, Inq 1957/ PR, Rel. Min. Carlos Velloso, Informativo STF n¼ 393. 
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mantendo-se completa desvincula‹o desse procedimento estatal em rela‹o ˆs 
peas ap—crifas. 
TambŽm com base no direito ˆ manifesta‹o do pensamento e no direito de 
reuni‹o, o STF considerou inconstitucional qualquer interpreta‹o do 
C—digo Penal que possa ensejar a criminaliza‹o da defesa da 
legaliza‹o das drogas, inclusive atravŽs de manifesta›es e eventos 
pœblicos16. Esse foi um entendimento polmico, que descriminalizou a chamada 
Òmarcha da maconhaÓ. Cuidado! N‹o est‡ se legalizando as drogas. Agora, muito 
cuidado! O que se entendeu constitucional foi o direito manifestar-se a favor ou 
n‹o sobre a legaliza‹o. 
Ainda com fundamento na liberdade de express‹o, o STF considerou que a 
exigncia de diploma de jornalismo e de registro profissional no MinistŽriodo Trabalho n‹o s‹o condi›es para o exerc’cio da profiss‹o de jornalista. 
V - Ž assegurado o direito de resposta, proporcional 
ao agravo, alŽm da indeniza‹o por dano material, 
moral ou ˆ imagem; 
Essa norma traduz o direito de resposta ˆ manifesta‹o do pensamento, que 
Ž aplic‡vel em rela‹o a todas as ofensas, independentemente de elas 
configurarem ou n‹o infra›es penais. Dever‡ ser sempre proporcional, ou seja, 
veiculada no mesmo meio de comunica‹o utilizado pelo agravo, com mesmo 
destaque, tamanho e dura‹o. Salienta-se, ainda, que o direito de resposta se 
aplica tanto a pessoas f’sicas quanto a jur’dicas ofendidas. 
Outro aspecto importante Ž que as indeniza›es material, moral e ˆ imagem 
s‹o cumul‡veis17; aplicam-se tambŽm ˆs pessoas jur’dicas, s‹o proporcionais 
ao dano e extens‹o e independem de o direito ˆ resposta ter sido, ou n‹o, 
exercido, ou o dano caracterizar a infra‹o penal. 
VI - Ž inviol‡vel a liberdade de conscincia e de 
crena, sendo assegurado o livre exerc’cio dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a prote‹o aos 
locais de culto e a suas liturgias; 
VII - Ž assegurada, nos termos da lei, a presta‹o de 
assistncia religiosa18 nas entidades civis e militares 
de interna‹o coletiva; 
																																								 																				 	
16 ADPF 187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 15-6-2011, Plen‡rio. 
17 Sœmula STJ n¼ 37: ÒS‹o cumul‡veis as indeniza›es por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. 
18
	Consagra-se, nesses incisos, a liberdade religiosa. Observe que n‹o Ž Poder Pœblico o respons‡vel pela presta‹o religiosa, pois o 
Brasil Ž um Estado laico.	
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VIII - ninguŽm ser‡ privado de direitos por motivo de 
crena religiosa ou de convic‹o filos—fica ou pol’tica, 
salvo se as invocar para eximir-se de obriga‹o legal 
a todos imposta e recusar-se a cumprir presta‹o 
alternativa, fixada em lei; 
No inciso VIII, tem-se a denominada Òescusa de conscinciaÓ, garantindo 
como regra a n‹o priva‹o de direitos por n‹o cumprir obriga‹o legal a todos 
imposta devido a suas crenas religiosas ou convic›es filos—ficas/pol’ticas. 
Entretanto, havendo o descumprimento de obriga‹o legal, o Estado poder‡ 
impor, ˆ pessoa que recorrer a esse direito, presta‹o alternativa fixada em lei. 
E o que acontecer‡ se essa pessoa se recusar, tambŽm, a cumprir a presta‹o 
alternativa? Nesse caso, poder‡ excepcionalmente sofrer restri‹o de direitos. 
Veja que, para isso, s‹o necess‡rias, cumulativamente, duas condi›es: 
recusar-se a cumprir obriga‹o legal e ainda a cumprir a presta‹o 
alternativa fixada pela lei. Nesse caso, poder‡ haver a perda de direitos 
pol’ticos, na forma do art. 15, IV, da Constitui‹o. 
O art. 5¼, inciso VIII, Ž uma norma constitucional de efic‡cia contida. Todos 
tm o direito, afinal, de manifestar livremente sua crena religiosa e convic›es 
filos—fica e pol’tica. Essa Ž uma garantia plenamente exercit‡vel, mas que 
poder‡ ser restringida pelo legislador. 
N‹o existindo lei que estabelea presta‹o alternativa, aquele que deixou de 
cumprir a obriga‹o legal n‹o poder‡ ser privado de seus direitos. Mas, no 
momento em que o legislador edita norma fixando presta‹o alternativa, ele 
est‡ restringindo o direito ˆ escusa de conscincia. 
IX - Ž livre a express‹o da atividade intelectual, 
art’stica, cient’fica e de comunica‹o, 
independentemente de censura ou licena; 
O que voc n‹o pode esquecer sobre esse inciso? ƒ vedada a censura. 
Entretanto, a liberdade de express‹o, como qualquer direito fundamental, Ž 
relativa; Ž limitada por outros direitos protegidos pela Carta Magna, como a 
inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indiv’duo, por exemplo. 
Entretanto, esse profissional responder‡, penal e civilmente, pelos abusos 
que cometer, sujeitando-se ao direito de resposta a que se refere a 
Constitui‹o em seu art. 5¼, inciso V. A liberdade de imprensa Ž plena em todo 
o tempo, lugar e circunst‰ncias, tanto em per’odo n‹o-eleitoral, quanto em 
per’odo de elei›es gerais19. 
																																								 																				 	
19 ADI 4.451-MC-REF, Rel. Min. Ayres Britto, Plen‡rio, DJE de 24-8-2012. 
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X - s‹o inviol‡veis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indeniza‹o pelo dano material ou moral 
decorrente de sua viola‹o; 
ÒDissecando-seÓ esse inciso, percebe-se que ele protege: 
! O direito ˆ intimidade e ˆ vida privada. Resguarda, portanto, a 
esfera mais secreta da vida de uma pessoa, tudo que diz respeito 
a seu modo de pensar e de agir. 
! O direito ˆ honra. Blinda, desse modo, o sentimento de dignidade 
e a reputa‹o dos indiv’duos; o Òbom nomeÓ 
! O direito ˆ imagem. Defende a representa‹o que as pessoas 
possuem perante si mesmas e os outros. 
A intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas s‹o inviol‡veis: 
elas consistem em espao ’ntimo intranspon’vel por intromiss›es il’citas 
externas. 20 A viola‹o a esses bens jur’dicos ensejar‡ indeniza‹o, devendo 
observar o grau de reprovabilidade da conduta. 21 Destaque-se que as 
indeniza›es por dano material e por dano moral s‹o cumul‡veis. 
Meus amigos, em rela‹o a este inciso, temos diversas jurisprudncias 
importantes, dos mais variados temas, que precisamos tomar nota: 
 
! As pessoas jur’dicas poder‹o ser indenizadas 
por dano moral22, uma vez que s‹o titulares dos 
direitos ˆ honra e ˆ imagem. 
! O STF considera que para que haja condena‹o 
por dano moral, n‹o Ž necess‡ria ofensa ˆ 
reputa‹o do indiv’duo. Assim, a dor e o sofrimento 
de se perder um membro da fam’lia, por exemplo, pode 
ensejar indeniza‹o por danos morais. 
! O STF entende que n‹o se pode coagir 
suposto pai a realizar exame de DNA. Essa medida 
feriria outros direitos humanos, como a dignidade da 
pessoa humana e a intangibilidade do corpo humano. 
! Outra importante decis‹o do STF diz respeito ˆ 
privacidade dos agentes pol’ticos. Esta Ž relativa, 
uma vez que estes devem ˆ sociedade as contas da 
																																								 																				 	
20 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 
2010, pp. 159. 
21
	AO 1.390, Rel. Min. Dias Toffoli. DJe 30.08.2011 
22
 Sœmula 227 STJ - A pessoa jur’dica pode sofrer dano moral. 
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atua‹o desenvolvida23. O direito se mantŽm apenas 
no que diz respeito a fatos ’ntimos e da vida familiar. 
O direito ˆ privacidade tambŽm foi objeto de an‡lise pelo STF na ADI 4815, 
na famosa quest‹o das Òbiografias n‹o autorizadasÓ. Concluiu-se pela 
prevalncia, nessa situa‹o, do direito ˆ liberdade de express‹o e de 
manifesta‹o do pensamento. Entendeu-se que Ž Òinexig’vel o 
consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biogr‡ficas 
liter‡rias ou audiovisuais, sendo por igual desnecess‡ria autoriza‹o de pessoas 
retratadas como coadjuvantes ( familiares ou pessoas falecidas...)Ó. 
Cabe ressaltar que a inexigibilidade do consentimento n‹o exclui a possibilidade 
de indeniza‹o em virtude de dano material ou moral decorrenteda viola‹o da 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. 
TambŽm relacionado aos direitos ˆ intimidade e ˆ vida privada est‡ o sigilo 
banc‡rio, que Ž verdadeira garantia de privacidade dos dados banc‡rios. Assim 
como todos os direitos fundamentais, o sigilo banc‡rio n‹o Ž absoluto. Nesse 
sentido, tem-se o entendimento do STJ de que Òhavendo satisfat—ria 
fundamenta‹o judicial a ensejar a quebra do sigilo, n‹o h‡ viola‹o a nenhuma 
cl‡usula pŽtrea constitucionalÓ. (STJ, DJ de 23.05.2005). 
A pergunta que se faz agora Ž a seguinte: quais autoridades podem determinar 
a quebra do sigilo banc‡rio? A resposta a essa pergunta Ž complexa e envolve 
conhecimento acerca da jurisprudncia do STF e do STJ. Sen‹o vejamos: 
a) O Poder Judici‡rio pode determinar a quebra do sigilo banc‡rio e do 
sigilo fiscal. 
b) As Comiss›es Parlamentares de InquŽrito (CPI`s) federais e 
estaduais podem determinar a quebra do sigilo banc‡rio e fiscal. Isso se 
justifica pela previs‹o constitucional de que as CPI`s tm poderes de 
investiga‹o pr—prios das autoridades judiciais. As CPI`s municipais 
n‹o podem determinar a quebra do sigilo banc‡rio e fiscal. 
c) A LC n¼ 105/2001 permite que as autoridades fiscais procedam ˆ 
requisi‹o de informa›es a institui›es. 
 Opa! Em 2016, o STF reconheceu a 
constitucionalidade dessa lei complementar, 
deixando consignado que as autoridades fiscais poder‹o 
requisitar informa›es ˆs institui›es financeiras, desde 
que: 
																																								 																				 	
23Inq 2589 MS, Min. Marco AurŽlio, j. 02.11.2009, p. 20.11.2009. 	
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¥! 1) haja processo administrativo instaurado ou 
procedimento fiscal em curso e; 
¥! 2) as informa›es sejam consideradas indispens‡veis 
pela autoridade administrativa competente. 
*Em sua decis‹o, o STF deixou claro que os dados 
fornecidos pelas institui›es financeiras ˆs autoridades 
fiscais continuar‹o sob cl‡usula de sigilo. Os dados, 
antes protegidos pelo sigilo banc‡rio, passar‹o a estar 
protegidos por sigilo fiscal. Assim, n‹o seria 
tecnicamente adequado falar-se em Òquebra de sigilo 
banc‡rioÓ pelas autoridades fiscais. 
d) O MinistŽrio Pœblico pode determinar a quebra do sigilo banc‡rio de 
conta da titularidade de ente pœblico. Segundo o STJ, as contas 
correntes de entes pœblicos (contas pœblicas) n‹o gozam de prote‹o ˆ 
intimidade e privacidade. Prevalecem, assim, os princ’pios da publicidade 
e moralidade, e o dever de transparncia. 
*Na jurisprudncia do STF, tambŽm se reconhece, em car‡ter 
excepcional’ssimo, a possibilidade de quebra de sigilo banc‡rio pelo 
MinistŽrio Pœblico, que se dar‡ no ‰mbito de procedimento administrativo que 
vise ˆ defesa do patrim™nio pœblico (quando houver envolvimento de 
dinheiros ou verbas pœblicas). 24 
Devido ˆ gravidade jur’dica de que se reveste o ato de quebra de sigilo banc‡rio, 
este somente se dar‡ em situa›es excepcionais, sendo fundamental 
demonstrar a necessidade das informa›es solicitadas e cumprir as 
condi›es legais. AlŽm disso, para que a quebra do sigilo banc‡rio ou do sigilo 
fiscal seja admiss’vel, Ž necess‡rio que haja individualiza‹o do investigado 
e do objeto da investiga‹o. N‹o Ž poss’vel, portanto, a determina‹o da 
quebra do sigilo banc‡rio para apura‹o de fatos genŽricos. 
 O Tribunal de Contas da Uni‹o (TCU) e os Tribunais de 
Contas dos Estados (TCE`s) n‹o podem determinar a quebra 
do sigilo banc‡rio. 
H‡ que se mencionar, todavia, que o TCU tem 
competncia para requisitar informa›es relativas a 
opera›es de crŽdito origin‡rias de recursos pœblicos. 
Esse foi o entendimento firmado pelo STF no ‰mbito do MS 
																																								 																				 	
24
	MS n¼ 21.729-4/DF, Rel. Min. Francisco Rezek. Julgamento 05.10.1995. 
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33.340/DF. No caso concreto, o TCU havia requisitado ao 
BNDES informa›es relativas a opera›es de crŽdito. 
Mas aten‹o! N‹o Ž que o TCU possa determinar a quebra 
do sigilo banc‡rio. Segundo o STF, Òas opera›es financeiras 
que envolvam recursos pœblicos n‹o est‹o abrangidas pelo 
sigilo banc‡rioÓ. H‡ uma relativiza‹o do sigilo dessas 
informa›es frente ao interesse de toda a sociedade de 
conhecer o destino dos recursos pœblicos. 
 
XI - a casa Ž asilo inviol‡vel do indiv’duo, ninguŽm 
nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, 
por determina‹o judicial; 
O princ’pio da inviolabilidade domiciliar tem por finalidade proteger a 
intimidade e a vida privada do indiv’duo, bem como de garantir-lhe, 
especialmente no per’odo noturno, o sossego e a tranquilidade. 
Para o Supremo, o conceito de ÒcasaÓ revela-se abrangente, estendendo-se: i) 
qualquer compartimento habitado; ii) qualquer aposento ocupado de 
habita‹o coletiva; e iii) qualquer compartimento privado n‹o aberto ao 
pœblico, onde alguŽm exerce profiss‹o ou atividade pessoal.25 
Assim, alcana n‹o s— a residncia do indiv’duo, mas tambŽm escrit—rios 
profissionais, consult—rios mŽdicos e odontol—gicos, trailers, barcos e aposentos 
de habita‹o coletiva (hotel). N‹o est‹o abrangidos pelo conceito de casa os 
bares e restaurantes. 
Mas, professor, e quais hip—teses se pode penetrar na casa de um indiv’duo? 
! Com o consentimento do morador. 
! Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas 
durante o dia. 
! A qualquer hora, sem consentimento do indiv’duo, em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro. 
ƒ importante destacar que a inviolabilidade domiciliar tambŽm se aplica ao 
fisco e ˆ pol’cia judici‡ria. Segundo o STF, Ònem a Pol’cia Judici‡ria e nem a 
administra‹o tribut‡ria podem, afrontando direitos assegurados pela 
Constitui‹o da Repœblica, invadir domic’lio alheio com o objetivo de apreender, 
																																								 																				 	
25
	HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1¼-8-2008. 
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durante o per’odo diurno, e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam 
interessar ao Poder PœblicoÓ (AP 370-3/DF, RTJ, 162:249-250). 
N‹o menos importante, o STF entende que, embora os escrit—rios estejam 
abrangidos pelo conceito de ÒcasaÓ, n‹o se pode invocar a inviolabilidade 
de domic’lio como escudo para a pr‡tica de atos il’citos em seu interior. A 
Corte considerou v‡lida ordem judicial que autorizava o ingresso de 
autoridade policial no estabelecimento profissional, inclusive durante a 
noite, para instalar equipamentos de capta‹o de som (ÒescutaÓ). 
Agora, no entanto, Ž poss’vel admitir que a fora policial, tendo ingressado na 
casa de indiv’duo, durante o dia, com amparo em ordem judicial, prolongue suas 
a›es durante o per’odo noturno. 
Por fim, a entrada de autoridade policial em domic’lio sem autoriza‹o judicial 
ser‡ poss’vel nas situa›es de flagrante delito. Isso Ž particularmente 
relevante no caso da pr‡tica de crimes permanentes, nos quais a situa‹o de 
flagr‰ncia se estende no tempo. Exemplo de crimes desse tipo seriam o c‡rcere 
privado e o porte dedrogas. 
O STF deixou consignado o entendimento de que Ò a entrada forada em 
domic’lio sem mandado judicial s— Ž l’cita, mesmo em per’odo noturno, quando 
amparada em fundadas raz›es, devidamente justificadas a posteriori, que 
indiquem que dentro da casa ocorre situa‹o de flagrante delito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de 
nulidade dos atos praticadosÓ.26 
XII - Ž inviol‡vel o sigilo da correspondncia e das 
comunica›es telegr‡ficas, de dados e das 
comunica›es telef™nicas, salvo, no œltimo caso, por 
ordem judicial, nas hip—teses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investiga‹o criminal ou 
instru‹o processual penal; 
Trata-se da inviolabilidade das correspondncias e das comunica›es. A 
princ’pio, a leitura pode dar a entender que o sigilo da correspondncia e das 
comunica›es telegr‡ficas e de dados n‹o poderia ser violado. N‹o Ž esse, 
todavia, o entendimento que prevalece. 
Como n‹o h‡ direito absoluto no ordenamento jur’dico brasileiro, admite-se, 
mesmo sem previs‹o na Constitui‹o, que lei ou decis‹o judicial tambŽm 
possam estabelecer hip—teses de intercepta‹o das correspondncias e das 
																																								 																				 	
26 RE 603.616. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 05.11.2015. 
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comunica›es telegr‡ficas e de dados, sempre que a norma constitucional esteja 
sendo usada para acobertar a pr‡tica de il’citos.27 
Sobre a comunica‹o de dados, Ž relevante destacar importante 
jurisprudncia do STF. Suponha que, em uma opera‹o de busca e apreens‹o 
realizada em um escrit—rio profissional, os policiais apreendam o disco r’gido 
(HD) de um computador no qual est‹o armazenados os e-mails 
recebidos pelo investigado. Nesse caso, entende a Corte que n‹o h‡ 
viola‹o do sigilo da comunica‹o de dados. 
Isso porque a prote‹o constitucional Ž da comunica‹o de dados e n‹o 
dos dados em si. Em outras palavras, n‹o h‡, nessa situa‹o, quebra do sigilo 
das comunica›es (intercepta‹o das comunica›es), mas sim apreens‹o de 
base f’sica na qual se encontram os dados.28 
Com o mesmo argumento, o STF considerou l’cita a prova obtida por policial a 
partir da verifica‹o, no celular de indiv’duo preso em flagrante delito, dos 
registros das œltimas liga›es telef™nicas. A prote‹o constitucional, afinal, Ž 
concedida ˆ comunica‹o dos dados (e n‹o aos dados em si).29 
ƒ importante destacar a diferena entre quebra do sigilo das comunica›es e 
intercepta‹o das comunica›es telef™nicas. S‹o coisas diferentes. A quebra 
do sigilo das comunica›es consiste em ter acesso ao extrato das liga›es 
telef™nicas (grosso modo, seria ter acesso ˆ conta da VIVO/TIM). Por outro lado, 
a intercepta‹o das comunica›es telef™nicas consiste em ter acesso ˆs 
grava›es das conversas. 
A intercepta‹o das comunica›es telef™nicas Ž, sem dœvida, medida mais 
gravosa e, por isso, somente pode ser determinada pelo Poder Judici‡rio. 
J‡ a quebra do sigilo das comunica›es telef™nicas, alŽm do Poder Judici‡rio, a 
doutrina e a jurisprudncia entendem que pode ser determinada pelas 
Comiss›es Parlamentares de InquŽrito (CPIÕs). 
Segundo a CF/88, a intercepta‹o das comunica›es telef™nicas somente ser‡ 
poss’vel quando atendidos trs requisitos: 
! ordem judicial 
! existncia de investiga‹o criminal ou instru‹o processual penal; 
! lei que preveja as hip—teses e a forma em que esta poder‡ ocorrer; 
																																								 																				 	
27
	Nas raz›es do Supremo: Òa administra‹o penitenci‡ria, com fundamento em raz›es de segurana pœblica, de disciplina 
prisional ou de preserva‹o da ordem jur’dica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 
41, par‡grafo œnico, da Lei 7.210/1984, proceder ˆ intercepta‹o da correspondncia remetida pelos sentenciados, eis que 
a cl‡usula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar n‹o pode constituir instrumento de salvaguarda de pr‡ticas il’citas.Ó27	
28 STF, RE 418416/SC, Rel. Min. Sepœlveda Pertence, j. 10.05.2006, DJ em 19.12.2006. 
29 STF, HC 91.867, Rel. Min. Gilmar Mendes. Julg: 24.04.2012, DJ de 20.09.2012. 
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Vale dizer que, para a intercepta‹o das comunica›es telef™nicas, o art. 5¼, 
inciso XII, trata-se norma de efic‡cia limitada. ƒ necess‡rio que exista uma 
lei para que o juiz possa autorizar a medida por decis‹o judicial (de of’cio ou 
a requerimento da autoridade policial ou do MinistŽrio Pœblico) e para fins de 
investiga‹o criminal ou instru‹o processual penal. 
A decis‹o judicial dever‡ ser fundamentada, devendo o magistrado indicar a 
forma de sua execu‹o, que n‹o poder‡ ter prazo maior que quinze dias, 
renov‡vel por igual per’odo. O STF entende que pode haver renova›es 
sucessivas desse prazo, e n‹o apenas uma œnica renova‹o da medida, pois h‡ 
situa›es extremas que o exigem. 30 
A intercepta‹o telef™nica autorizada pelo Poder Judici‡rio tem como objetivo 
subsidiar investiga‹o de infra‹o penal pun’vel com reclus‹o. No entanto, 
Ž bastante comum que, no curso da efetiva‹o da intercepta‹o telef™nica, 
novas infra›es penais sejam descobertas, inclusive com autores e part’cipes 
diferentes. Essas novas infra›es penais s‹o o que a doutrina chama de 
Òcrimes-achadosÓ, que s‹o conexos com os primeiros. As informa›es e 
provas levantadas por meio da intercepta‹o telef™nica poder‹o subsidiar a 
denœncia desses Òcrimes-achadosÓ, ainda que estes sejam pun’veis com 
a pena de deten‹o. 31 
O STF tambŽm reconhece que Ҏ v‡lida a prova de um crime descoberto 
acidentalmente durante a escuta telef™nica autorizada judicialmente para 
apura‹o de crime diversoÓ32. 
A intercepta‹o telef™nica ser‡ admitida mesmo em se tratando de conversa 
entre acusado em processo penal e seu defensor. Segundo o STF, apesar de o 
advogado ter seu sigilo profissional resguardado para o exerc’cio de suas 
fun›es, tal direito n‹o pode servir como escudo para a pr‡tica de atividades 
il’citas, pois nenhum direito Ž absoluto. O simples fato de ser advogado n‹o 
pode conferir, ao indiv’duo, imunidade na pr‡tica de delitos no exerc’cio 
de sua profiss‹o. 33 
TambŽm Ž importante falarmos rapidinho sobre a Òprova emprestadaÓ. A 
prova emprestada Ž uma prova que Ž obtida no curso de uma investiga‹o 
criminal ou instru‹o processual penal e, posteriormente, Ž usada em um 
processo administrativo disciplinar. Para o Supremo Tribunal: 
																																								 																				 	
30 STF, HC 106.129, Rel. Min. Dias Toffolli. DJE de 23.11.2010). 
31
	STF, HC 83.515/RS. Rel. Min. Nelson Jobim, Informativo STF n¼ 361. 
32 STF, HC 78098/SC, Rel. Min. Moreira Alves, j. 01.12.98. 	
33 HC 96.909/MT, Rel. Min. Ellen Gracie. J.10.12.2009, p. 11.12.2009. 
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 Òdados obtidos em intercepta‹o de comunica›es 
telef™nicas e em escutas ambientais, judicialmente 
autorizadas para produ‹o de prova em 
investiga‹o criminal ou em instru‹o processual 
penal, podem ser usados em procedimento 
administrativo disciplinar, contra a mesma ou as 
mesmas pessoas em rela‹o ˆs quais foram 
colhidos, ou contra outros servidorescujos supostos 
il’citos teriam despontado ˆ colheita dessa prova.Ó34 
 
 
XIII - Ž livre o exerc’cio de qualquer trabalho, of’cio 
ou profiss‹o, atendidas as qualifica›es profissionais 
que a lei estabelecer; 
Trata-se de norma constitucional de efic‡cia contida que disp›e sobre a 
liberdade da atividade profissional. Na inexistncia de lei que exija qualifica›es 
para o exerc’cio de determinada profiss‹o, qualquer pessoa poder‡ exerc-la. 
Entretanto, existente a lei, a profiss‹o s— poder‡ ser exercida por quem 
atender ˆs qualifica›es legais. 
No entanto, importante ressaltar que o Supremo Tribunal entendeu que tal 
exigncia vale apenas quando houver potencial lesivo na atividade. A atividade 
de mœsico, por exemplo, prescinde de controle. Constitui, ademais, 
manifesta‹o art’stica protegida pela garantia da liberdade de express‹o35. 
Por outro lado, o STF considerou constitucional o exame da Ordem dos 
Advogados do Brasil (OAB). Para a Corte, o exerc’cio da advocacia traz um 
risco coletivo, cabendo ao Estado limitar o acesso ˆ profiss‹o e o respectivo 
exerc’cio. Nesse sentido, o exame de suficincia discutido seria compat’vel com 
o ju’zo de proporcionalidade e n‹o alcanaria o nœcleo essencial da liberdade de 
of’cio. A ideia Ž assegurar que as atividades de risco sejam desempenhadas por 
pessoas com conhecimento tŽcnico suficiente, de modo a evitar danos ˆ 
coletividade Ð sendo a aprova‹o do candidato elemento a qualific‡-lo para o 
exerc’cio profissional. 36 
Ainda relacionada ˆ liberdade do exerc’cio profissional, destacamos 
entendimento do STF no sentido de que Ž inconstitucional a exigncia de 
diploma para o exerc’cio da profiss‹o de jornalista. 37 
																																								 																				 	
34
	STF, Inq 2424, Rel. Min. Cesar Peluso, DJ. 24.08.2007. 
35 STF, RE 414.426, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 1¼-8-2011, Plen‡rio, DJE de 10-10-2011. 
36 STF, RE 603.583, Rel. Min. Marco AurŽlio, DJe 26/10/11, Plen‡rio, Informativo 646, com repercuss‹o geral. 
37 STF, RE 511.961. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe 13.11.2009. 
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XIV - Ž assegurado a todos o acesso ˆ informa‹o e 
resguardado o sigilo da fonte, quando necess‡rio ao 
exerc’cio profissional; 
Tal dispositivo busca assegurar o direito de acesso ˆ informa‹o (desde que esta 
n‹o fira outros direitos fundamentais) e resguardo dos jornalistas, possibilitando 
que estes obtenham informa›es sem terem que revelar sua fonte. N‹o h‡ 
conflito, todavia, com a veda‹o ao anonimato. Caso alguŽm seja lesado pela 
informa‹o, o jornalista responder‡ por isso. 
XV Ð Ž livre a locomo‹o no territ—rio nacional em 
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos 
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus 
bens 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem 
armas, em locais abertos ao pœblico, 
independentemente de autoriza‹o, desde que n‹o 
frustrem outra reuni‹o anteriormente convocada 
para o mesmo local, sendo apenas exigido prŽvio 
aviso ˆ autoridade competente; 
Agora, j‡ esse inciso XVI Ž bastante cobrado em provas. O que voc precisar‡ 
se lembrar? Simples! As caracter’sticas do direito de reuni‹o. 
! Esta dever‡ ter fins pac’ficos, e apresentar ausncia de armas; 
! Dever‡ ser realizada em locais abertos ao pœblico; 
! N‹o poder‡ frustrar outra reuni‹o convocada anteriormente 
para o mesmo local; 
! Desnecessidade de autoriza‹o; 
! Necessidade de prŽvio aviso ˆ autoridade competente. 
 
O direito de reuni‹o Ž protegido por mandado de 
segurana, e n‹o por habeas corpus. 
 
XVII - Ž plena a liberdade de associa‹o para fins l’citos, 
vedada a de car‡ter paramilitar; 
XVIII - a cria‹o de associa›es e, na forma da lei, a de 
cooperativas independem de autoriza‹o, sendo vedada 
a interferncia estatal em seu funcionamento; 
XIX - as associa›es s— poder‹o ser compulsoriamente 
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por 
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decis‹o judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o 
tr‰nsito em julgado; 
XX - ninguŽm poder‡ ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado;	
Para que exista uma associa‹o, Ž necess‡ria a presena de trs requisitos: 
! Pluralidade de pessoas: a associa‹o Ž uma sociedade, uma 
uni‹o de pessoas com um fim determinado. 
! Estabilidade: ao contr‡rio da reuni‹o, que tem car‡ter transit—rio 
(espor‡dico), as associa›es tm car‡ter permanente. 
! Nascimento a partir de um ato de vontade. 
Presentes esses requisitos, restar‡ caracterizada uma associa‹o, a qual estar‡ 
sujeita ˆ prote‹o constitucional. Destaque-se que a existncia da associa‹o 
independe da aquisi‹o de personalidade jur’dica. E como a Constitui‹o 
protege as associa›es? Da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
XXI - as entidades associativas, quando 
expressamente autorizadas, tm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou 
extrajudicialmente; 
Tem-se, aqui, o instituto da representa‹o processual. Trata-se de 
instrumento pelo qual a associa‹o, quando autorizada expressamente, 
pode representar seus filiados, atuando em nome destes e na defesa dos direitos 
deles. O representante processual n‹o age como parte do processo, apenas em 
nome da parte, a pessoa representada. 
Nesse sentido, a representa‹o processual difere da substitui‹o processual. 
Nesta, o substituto Ž parte do processo, agindo em nome pr—prio na salvaguarda 
de direito alheio. O substitu’do, por sua vez, deixa de s-lo: sofre apenas os 
efeitos da sentena. N‹o est‡ no processo. A sentena, todavia, faz coisa julgada 
•A liberdade de associação para fins lícitos é ampla, independente de autorização dos
Poderes Públicos e sem qualquer interferência em seu funcionamento. Já a criação de
cooperativas também é livre, porém há necessidade de lei que a regule (norma de eficácia
limitada).
1º
•Só podem ser dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado. Além disso, suas
atividades só podem ser suspensas por decisão judicial (aqui não há necessidade de
trânsito em julgado).2º
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tanto para o substituto quanto para o substitu’do. Quando cab’vel substitui‹o 
processual, n‹o h‡ necessidade de autoriza‹o expressa do substitu’do. 
Vale destacar que a necessidade de autoriza‹o expressa dos filiados para que 
a associa‹o os represente n‹o pode ser substitu’da por uma autoriza‹o 
genŽrica nos estatutos da entidade. 
Òa autoriza‹o estatut‡ria genŽrica conferida ˆ associa‹o 
n‹o Ž suficiente para legitimar a sua atua‹o em ju’zo na 
defesa de direitos de seus filiados, sendo indispens‡vel que a 
declara‹o expressa e espec’fica seja manifestada por ato 
individual do associado ou por assembleia-geral da entidadeÓ 
Nesse sentido, somente os associados que manifestaram sua autoriza‹o 
expressa Ž que estar‹o, a posteriori, legitimados para a execu‹o do t’tulo 
judicial decorrente da a‹o ajuizada pela associa‹o. 
 1) Na situa‹o do inciso LXX, art. 5¼, CF, que Ž a 
hip—tese de Mandado de Segurana coletivo, temos 
caso de substitui‹o processual, n‹o se exigindo 
para tanto a autoriza‹o expressa e espec’fica dos 
associados para a impetra‹o da a‹o coletiva,bastando, para tal, a autoriza‹o genŽrica constante 
dos atos constitutivos da associa‹o. 
2) No caso da legitima‹o dos sindicatos, o 
entendimento do STF Ž que se assegure ampla 
legitimidade ativa ad causam dos sindicatos como 
substitutos processuais das categorias que 
representam na defesa de direitos e interesses coletivos 
ou individuais de seus integrantes. 
Assim, o sindicato poder‡ defender o empregado nas 
a›es coletivas ou individuais para a garantia de 
qualquer direito relacionado ao v’nculo empregat’cio, 
com fundamento no art. 8, III, da Constitui‹o Federal. 
 
XXII - Ž garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atender‡ a sua fun‹o social; 
XXIV - a lei estabelecer‡ o procedimento para 
desapropria‹o por necessidade ou utilidade pœblica, 
ou por interesse social, mediante justa e prŽvia 
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indeniza‹o em dinheiro, ressalvados os casos 
previstos nesta Constitui‹o; 
Estudaremos esses trs incisos em conjunto. Eles tratam do direito de 
propriedade, que Ž norma constitucional de efic‡cia contida e, portanto, 
est‡ sujeita ˆ atua‹o restritiva por parte do Poder Pœblico. Como todos os 
direitos fundamentais, o direito de propriedade n‹o Ž absoluto. 
Desse modo, no inciso XXIV do art. 5¼, garante-se que, se a propriedade 
estiver cumprindo a sua fun‹o social, s— poder‡ haver desapropria‹o 
com base na tutela do interesse pœblico, em trs hip—teses: necessidade pœblica, 
utilidade pœblica ou interesse social. A indeniza‹o, nesses casos, ressalvadas 
algumas exce›es determinadas constitucionalmente, dar-se-‡ mediante prŽvia 
e justa indeniza‹o em dinheiro. 
E quais s‹o as exce›es professor? Olha s—: 
! Desapropria‹o para fins de reforma agr‡ria; 
! Desapropria‹o de im—vel urbano n‹o-edificado que n‹o 
cumpriu sua fun‹o social; 
! Desapropria‹o confiscat—ria. 
A desapropria‹o para fins de reforma agr‡ria (art. 184, CF) ƒ de 
competncia da Uni‹o e tem por objeto o im—vel rural que n‹o esteja cumprindo 
sua fun‹o social. Dar-se-‡ mediante prŽvia e justa indeniza‹o em t’tulos 
da d’vida agr‡ria, com cl‡usula de preserva‹o do valor real, resgat‡veis no 
prazo de atŽ vinte anos, a partir do segundo ano de sua emiss‹o, e cuja 
utiliza‹o ser‡ definida em lei. No caso das benfeitorias œteis e necess‡rias 
estas ser‹o indenizadas em dinheiro. (O ¤ 1o art. 184, CF) 
No que se refere ˆ desapropria‹o de im—vel urbano n‹o edificado, 
subutilizado ou n‹o utilizado (art. 182, ¤ 4o, III), a indeniza‹o se dar‡ mediante 
t’tulos da d’vida pœblica de emiss‹o previamente aprovada pelo Senado 
Federal, com prazo de resgate de atŽ dez anos, em parcelas anuais, iguais e 
sucessivas, assegurados o valor real da indeniza‹o e os juros legais. A 
desapropria‹o, nessa situa‹o, ser‡ de competncia do Munic’pio. 
Existe, ainda, a possibilidade de que haja desapropria‹o sem indeniza‹o. 
ƒ o que ocorre na expropria‹o de propriedades urbanas e rurais de qualquer 
regi‹o do Pa’s onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotr—picas 
ou explora‹o de trabalho escravo. Tem-se, ent‹o, a chamada 
Òdesapropria‹o confiscat—riaÓ (art. 243, CF). 
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XXV - no caso de iminente perigo pœblico, a 
autoridade competente poder‡ usar de propriedade 
particular, assegurada ao propriet‡rio indeniza‹o 
ulterior, se houver dano; 
Aqui, temos o instituto da requisi‹o administrativa, que ocorre quando o 
Poder Pœblico, diante de perigo pœblico iminente, utiliza seu poder de impŽrio 
(de coa‹o) para usar bens ou servios de particulares. Vejamos: 
! ÒEm caso de iminente perigo pœblico, o Estado pode requisitar a 
propriedade particularÓ. Ex: Uma enchente que destrua v‡rias casas de 
uma cidade; a Prefeitura pode requisitar o uso de uma casa intacta, para 
abrigar aqueles que n‹o tm onde ficar. 
! A requisi‹o Ž compuls—ria para o particular, devido ao poder de 
impŽrio do Estado. Veja que o interesse pœblico (socorro ˆs pessoas 
desabrigadas) Ž maior que o particular (inconveniente de ter a casa cedida 
ao Poder Pœblico gratuitamente). 
! A propriedade continua sendo do particular. ƒ apenas cedida 
gratuitamente ao Poder Pœblico. O titular do bem somente ser‡ indenizado 
em caso de dano. No exemplo acima, o Estado n‹o teria que pagar aluguel 
ao propriet‡rio pelo uso do im—vel. 
! O perigo pœblico deve ser iminente. Deve ser algo que acontecer‡ em 
breve. Ex: O Estado n‹o poderia requisitar a casa j‡ na esta‹o da seca 
baseado na possibilidade de uma enchente ocorrer v‡rios meses depois. 
òltimo detalhe. Segundo o STF, n‹o Ž poss’vel, devido ao nosso modelo 
federativo, que um ente pol’tico requisite administrativamente bens, 
servios e pessoal de outro. Tal pr‡tica ofenderia o pacto federativo, e, alŽm 
disso, o art. 5o, XXV, CF, limita o alcance da requisi‹o administrativa ˆ 
propriedade privada, n‹o cabendo extrapola‹o para bens e servios pœblicos. 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida 
em lei, desde que trabalhada pela fam’lia, n‹o ser‡ 
objeto de penhora para pagamento de dŽbitos 
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a 
lei sobre os meios de financiar o seu 
desenvolvimento; 
O legislador constituinte deu ˆ pequena propriedade rural trabalhada pela 
fam’lia, a garantia de impenhorabilidade, visando ˆ prote‹o dos pequenos 
trabalhadores rurais, que, desprovidos de seus meios de produ‹o, n‹o teriam 
condi›es de subsistncia. Entretanto, tal instituto depende da cumula‹o de 
dois requisitos: i) explora‹o econ™mica do bem pela fam’lia; ii) origem 
na atividade produtiva do dŽbito que causou a penhora. 
Com isso, Ž poss’vel afirmar o seguinte: 
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! a pequena propriedade rural trabalhada pela fam’lia pode 
ser objeto de penhora para pagamento de dŽbitos estranhos ˆ 
sua atividade produtiva; n‹o vale para dŽbitos de sua atividade 
produtiva. 
! a pequena propriedade rural, caso n‹o trabalhada pela fam’lia, 
pode ser penhorada para pagamento de dŽbitos decorrentes e 
dŽbitos estranhos ˆ sua atividade produtiva. 
Note, tambŽm, a exigncia, pela Carta Magna, de lei que defina quais 
propriedades rurais poder‹o ser consideradas pequenas e como ser‡ 
financiado o desenvolvimento das mesmas. Tem-se, aqui, reserva legal. 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de 
utiliza‹o, publica‹o ou reprodu‹o de suas obras, 
transmiss’vel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - s‹o assegurados, nos termos da lei: 
a) a prote‹o ˆs participa›es individuais em obras 
coletivas e ˆ reprodu‹o da imagem e voz humanas, 
inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscaliza‹o do aproveitamento 
econ™mico das obras que criarem ou de que 
participarem aos criadores, aos intŽrpretes e ˆs 
respectivas representa›es sindicais e associativas; 
Protege-se, aqui, o direito do autor. Perceba que, enquanto viver, este ter‡ 
total controle sobre a utiliza‹o, publica‹o ou reprodu‹o de suas obras. S— 
ap—s sua morte Ž que haver‡ limita‹o temporal do direito. Com efeito, o art. 
5¼, inciso XXVII, disp›e que o direito autoral Ž transmiss’vel aos herdeiros 
apenas pelo tempo que a lei fixar. Nesse sentido, como se ver‡ adiante, odireito ao autor diferencia-se do direito ˆ propriedade industrial, presente no 
inciso XXIX do mesmo artigo. 
XXIX - a lei assegurar‡ aos autores de inventos 
industriais privilŽgio tempor‡rio para sua utiliza‹o, 
bem como prote‹o ˆs cria›es industriais, ˆ 
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a 
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse 
social e o desenvolvimento tecnol—gico e econ™mico 
do Pa’s; 
A Constitui‹o enumera expressamente a propriedade industrial como direito 
fundamental. O mais importante aqui Ž sabermos que o criador de inventos 
industriais possui privilŽgio apenas tempor‡rio. 
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XXX - Ž garantido o direito de herana; 
XXXI - a sucess‹o de bens de estrangeiros situados 
no Pa’s ser‡ regulada pela lei brasileira em benef’cio 
do c™njuge ou dos filhos brasileiros, sempre que n‹o 
lhes seja mais favor‡vel a lei pessoal do "de cujus"; 
No caso do inciso XXXI, a fim de resguardar mais ainda esse direito, a Carta 
Magna garantiu que, no caso de bens de estrangeiros localizados no Pa’s, 
seria aplicada a norma sucess—ria que mais beneficiasse os brasileiros 
sucessores. Assim, nem sempre ser‡ aplicada a lei brasileira ˆ sucess‹o de 
bens de estrangeiros localizados no Pa’s; caso a lei estrangeira seja mais 
benŽfica aos sucessores brasileiros, esta ser‡ aplicada. 
S— para facilitar a leitura, a express‹o Òde cujusÓ Ž a pessoa que morreu, o 
defunto! Eu sei, tambŽm acho a express‹o bastante engraada... 
 
	
	
2. (FGV / XXI Exame de Ordem Ð 2016) Maria Ž aluna do sexto per’odo do 
curso de Direito. Por convic‹o filos—fica e pol’tica se afirma feminista e Ž 
reconhecida como militante de movimentos que denunciam o machismo e 
afirmam o feminismo como ideologia de gnero. Ap—s um confronto de 
ideias com um professor em sala de aula e de cham‡-lo de machista, Maria 
Ž colocada pelo professor para fora de sala e, posteriormente, o mesmo n‹o 
lhe d‡ a oportunidade de fazer a vista de sua prova para um eventual 
pedido de revis‹o da corre‹o, o que Ž um direito previsto no regimento da 
institui‹o de ensino. Em fun‹o do exposto, e com base na Constitui‹o da 
Repœblica, assinale a afirmativa correta. 
a) Maria foi privada de um direito por motivo de convic‹o filos—fica ou pol’tica e, 
portanto, as autoridades competentes da institui‹o de ensino devem assegurar a 
ela o direito de ter vista de prova e, se for o caso, de pedir a revis‹o da corre‹o. 
b) Houve um debate livre e leg’timo em sala de aula e a postura do professor pode 
ser considerada ÒduraÓ, mas n‹o implicou nenhum tipo de viola‹o de direito de 
Maria. 
c) Embora tenha havido um debate acerca de uma quest‹o que envolve convic‹o 
filos—fica ou pol’tica, n‹o houve priva‹o de direito j‡ que a vista de prova e o 
eventual pedido de revis‹o da corre‹o est‡ contido apenas no regimento da 
institui‹o de ensino e n‹o na legisla‹o p‡tria. 
d) A solu‹o do impasse instaurado entre a aluna e o professor somente pode 
acontecer mediante o di‡logo entre as duas partes, em que cada um considere seus 
eventuais excessos, uma vez que o que houve foi um mero desentendimento e n‹o 
uma viola‹o de direito por convic‹o filos—fica ou pol’tica. 
Coment‡rios: 
Direito	Constitucional			
1ª	Fase	-	XXIV	Exame	da	OAB 	
Profs.	Diego	Cerqueira	e	Ricardo	Vale	-	Aula	01 
a 
 
	
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Quest‹o tranquila, hein? Literalidade do art. 5¼, VIII, CF/88: ÒninguŽm ser‡ 
privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convic‹o filos—fica ou 
pol’tica, salvo se as invocar para eximir-se de obriga‹o legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir presta‹o alternativa, fixada em leiÓ. Gabarito Letra A. 
	
3. (XVIII Exame de Ordem Unificado Ð 2015) Luiz Ž propriet‡rio de uma 
grande fazenda localizada na zona rural do Estado X. L‡, cultiva cafŽ de 
excelente qualidade Ð e com grande produtividade Ð para fins de 
exporta‹o. PorŽm, uma fiscaliza‹o realizada por agentes do MinistŽrio do 
Trabalho e do Emprego constatou a explora‹o de m‹o de obra escrava. 
Independentemente das san›es previstas em lei, caso tal pr‡tica seja 
devidamente comprovada, de forma definitiva, pelos —rg‹os jurisdicionais 
competentes, a Constitui‹o Federal disp›e 
(A) a propriedade deve ser objeto de desapropria‹o, respeitado o direito ˆ justa e 
prŽvia indeniza‹o a que faz jus o propriet‡rio. 
(B) a propriedade deve ser objeto de expropria‹o, sem qualquer indeniza‹o, e, 
no caso em tela, destinada ˆ reforma agr‡ria. 
(C) o direito de propriedade de Luiz deve ser respeitado, tendo em vista serem as 
terras em comento produtivas. 
(D) o direito da propriedade de Luiz deve ser respeitado, pois a expropria‹o Ž 
instituto cab’vel somente nos casos de cultura ilegal de plantas psicotr—picas. 
Coment‡rios: 
Segundo o art. 243, CF/88, Òas propriedades rurais e urbanas de qualquer regi‹o 
do Pa’s onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotr—picas ou a 
explora‹o de trabalho escravo na forma da lei ser‹o expropriadas e destinadas 
ˆ reforma agr‡ria e a programas de habita‹o popular, sem qualquer indeniza‹o 
ao propriet‡rio e sem preju’zo de outras san›es previstas em leiÓ. O gabarito Ž 
a letra B. 
 
4. (XVIII Exame de Ordem Unificado Ð 2015) Um grupo autodenominado 
ÒSangue PuroÓ passou a se organizar sob a forma de associa‹o. No seu 
estatuto, Ž poss’vel identificar claros prop—sitos de incita‹o ˆ violncia 
contra indiv’duos pertencentes a determinadas minorias sociais. Diversas 
organiza›es n‹o governamentais voltadas ˆ defesa dos direitos humanos, 
bem como o MinistŽrio Pœblico, ajuizaram medidas judiciais solicitando a 
sua imediata dissolu‹o. Segundo a Constitui‹o Federal, a respeito da 
hip—tese formulada, assinale a afirmativa correta. 
(A) A associa‹o n‹o poder‡ sofrer qualquer interven‹o do Poder Judici‡rio, pois Ž 
vedada a interferncia estatal no funcionamento das associa›es. 
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(B) Caso o pedido de dissolu‹o seja acolhido, a associa‹o poder‡ ser 
compulsoriamente dissolvida, independentemente do tr‰nsito em julgado da 
sentena judicial. 
(C) A associa‹o poder‡ ter suas atividades imediatamente suspensas por decis‹o 
judicial, independentemente do seu tr‰nsito em julgado. 
(D) Apenas se justificaria a interven‹o estatal se caracterizada a natureza 
paramilitar da associa‹o em comento. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. O Poder Judici‡rio poder‡ atuar para suspender as atividades da 
associa‹o ou mesmo para promover a sua dissolu‹o compuls—ria. 
Letra B: errada. A dissolu‹o compuls—ria de associa‹o depende de decis‹o 
judicial transitada em julgado. 
Letra C: correta. ƒ isso mesmo! A suspens‹o das atividades de associa‹o 
depende simplesmente de decis‹o judicial, que n‹o precisa transitar em julgado. 
ƒ o que se extrai do art. 5¼, XIX, CF/88. 
Letra D: errada. ƒ vedada a existncia de associa›es de car‡ter paramilitar. No 
entanto, Ž poss’vel que o Poder Judici‡rio atue, em outros casos, para suspender 
as atividades ou dissolver compulsoriamente a associa‹o. 
5. (FGV / XVI Exame de Ordem Unificado Ð 2015) O diretor de RH de uma 
multinacional da ‡rea de telecomunica›es, em reuni‹o corporativa, 
afirmou que o mundo globalizado vem produzindo grandes inova›es, 
exigindo o reconhecimento de novas profiss›es

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