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CONTABILIDADE SOCIAL: CONCEITOS, INSTRUMENTOS E AVALIAÇÃO Profa.: Enimar J. Wendhausen TEORIA MACROECONÔMICA A partir da teoria macroeconômica foram empregados esforços para a construção de um sistema que proporcionasse observar a evolução dos agregados para a avaliação do desempenho econômico de um país, ou seja, foi partindo da macroeconomia que se chegou as contas nacionais. OBJETIVO DA CONTABILIDADE SOCIAL Reunir instrumentos de mensuração capazes de apresentar o movimento da economia de um país em determinado período de tempo. CONTABILIDADE SOCIAL Registra contabilmente a atividade produtiva de um país COMO MEDIR O DESEMPENHO DE UMA ECONOMIA? Através do cálculo do valor de todos os bens e serviços produzidos pelo país. Assim como, pela totalidade da remuneração dos fatores. CONCEITOS BÁSICOS PRODUTO NACIONAL É o valor de todos os bens e serviços finais, medidos a preços de mercado, produzidos num determinado período de tempo. PN = pi qi DESPESA NACIONAL Total dos gastos efetuados pelos agentes econômicos na aquisição de bens e serviços finais. DN = C + I + G Ec. fechada com o governo DN = C + I + G + (X-M) Ec. aberta RENDA NACIONAL Consiste na remuneração dos fatores de produção. RN = W + J + L + A IDENTIDADE BÁSICA PN=DN= RN Isso ocorre porque, como os bens intermediários acabam se anulando (venda de empresa a empresa), tudo o que a empresa recebe (PN=DN), ela gasta na remuneração aos fatores de produção (RN). A fórmula mais prática utilizada pelos estatísticos para verificar tal fato é o valor adicionado. VALOR ADICIONADO VALOR ADICIONADO (ou valor agregado) – É o valor que se adiciona ao produto em cada estágio de produção. Com o intuito de evitar a dupla contagem devem ser incluídos no cálculo do produto apenas de bens e serviços finais. O produto é contabilizado por meio do valor adicionado. VALOR ADICIONADO = VBP - BI COMO MEDIR O RESULTADO ECONÔMICO DE UM PAÍS? Existem 04 formas diferentes de medir o resultado econômico de um país, todas conduzindo a um mesmo valor numérico: Soma dos produtos finais das empresas produtoras (PN) Soma das despesas dos agentes com o Produto Nacional (DN) Soma de rendimentos de salários, juros, aluguéis e lucros (RN) Soma de valores adicionados dos setores de atividade (RN) Formação de Capital: poupança, investimento e depreciação Considerando que: as famílias não gastam toda sua renda em bens de consumo e as empresas contribuirão com a capacidade produtiva da economia. Poupança Agregada (S)= RN - C Investimento Agregado Componentes: a) Formação bruta de capital fixo b) Variação de estoques Depreciação parcela dos bens de capital que é consumida a cada período produtivo. INVESTIMENTO LÍQUIDO E PRODUTO LÍQUIDO IL = IB – Depreciação PNL = PNB - Depreciação ECONOMIA FECHADA E COM O GOVERNO Receita Fiscal do Governo – a arrecadação fiscal do Governo constitui-se das seguintes receitas: Impostos Indiretos Impostos Diretos Outras Receitas Gastos do Governo – gastos com transferências e subsídios , com ministérios, autarquias e outros. ECONOMIA FECHADA E COM O GOVERNO Com a atuação do governo via impostos indiretos e subsídios, os preços das mercadorias são alterados em relação aos preços que seriam observados se tais operações não existissem. Como registrar esse diferencial? PRODUTO A PREÇOS DE MERCADO E A CUSTO DE FATORES Preço de Mercado(pm) – é o preço final pago pelo consumidor. Custo de Fatores (cf) – produto medido com base na soma dos fatores de produção. PNpm = RNcf + II - Subsídios CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA Índice de carga tributária bruta = [ II + ID/PIB pm] 100 Índice de carga tributária líquida = [ (II + ID) – (Transf. + Sub.)/ PIBpm] 100 ECONOMIA ABERTA Produto Interno Bruto (PIB) – é a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do país. Produto Nacional Bruto (PNB) - renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil. PIB = PNB + RLEE RLEE = RE – RR (No Brasil, RLEE > 0) RE > RR RLEE > 0 PIB > PNB RE < RR RLEE < 0 PIB < PNB PIB NOMINAL E PIB REAL PIB Nominal ou Monetário – É o PIB medido a preços correntes do próprio ano: PIB 93 = Σ P93 . Q 93 PIB 94 = Σ P94 . Q 94 PIB 95 = Σ P95 . Q 95 P – Preço Q – Quantidade produzida Σ – Somatório PIB 93 = Σ P93 . Q 93 (Significa o valor de todos os bens e serviços produzidos no ano de 1993. Deve-se aplicar a mesma leitura para os outros casos, alterando-se porém o período). PIB NOMINAL E PIB REAL PIB Real – É o PIB medido a preços constantes de um dado ano qualquer, chamado ano base. PIB real 93 = Σ P93 . Q93 PIB real 94 = Σ P93 . Q94 PIB real 95 = Σ P93 . Q95 Observe que nesse caso os preços não são alterados (mantêm-se constantes), por sua vez consideram-se as alterações na quantidade produzida em cada período. Quando comparamos o PIB real dos vários anos, temos o crescimento real da produção sem o efeito da inflação. Deflator ( PIB nominal/PIB real) . 100 PIB Real = PIB nominal x 100 IGP PIB NOMINAL E PIB REAL ANO PREÇO QUANT PIB NOMI- NAL PREÇO QUANT PIB REAL DEFLA- TOR DO PIB 1996 20,00 80 1.600 20,00 80 1.600 100 1997 25,00 210 5.250 20,00 210 4.200 125 1998 38,00 280 10.640 20,00 280 5.600 190 INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO O IDH – mede o grau de desenvolvimento socioeconômico dos países. Constitui-se uma média aritmética de 3 índices, variando de 0 a 1. Os índices são: a) expectativa de vida; b) PIB per capita; c) educação (média ponderada) – 75% índice de alfabetização e 25% índice de escolaridade de jovens entre 7 e 22 anos. O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS DO BRASIL O SCN do Brasil até 1986 a) Conta de produção b) Conta de apropriação c) Conta corrente do governo d) Conta consolidada de capital e) Conta transações com o resto do mundo O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS DO BRASIL O SCN em 1987: a) Conta PIB – representa as transações que refletem a atividade produtiva das empresas. b) Conta renda nacional disponível bruta – apresenta as transações que indicam a apropriação e a utilização da renda pelas famílias e governo. c) Conta consolidada de capital – inclui transações que representam o aumento da capacidade produtiva e seu financiamento. d) Conta transações com o resto do mundo – mostra as transações de mercadorias e serviços entre residentes e não-residentes do país. Conta Complementar Conta das administrações públicas – apresenta os componentes dos gasto do governo e a composição de sua receita corrente. O NOVO FORMATO DAS CONTAS NACIONAIS DO BRASIL 1998 FIBGE modificou a apresentação do SCNB para adaptá-lo às recomendações do SNA 1993. O objetivo da nova proposta é apresentar um sistemade contas que, embora mantenha os fundamentos dos anteriores, seja atualizado, flexível e harmônico. Ocorreram mudanças de forma e não de fundamento. O NOVO FORMATO DAS CONTAS NACIONAIS DO BRASIL Tabela de Recursos e Usos (TRU) Compreende 6 blocos principais de informações, denominados quadrantes. Cinco destes quadrantes: oferta, produção, importação, consumo intermediário e demanda final podem ser expressos conforme as equações: OFERTA = P + I A = A1 + A2 OFERTA = CI + DF A = B1+B2 Tabela de Recursos e Usos O sexto quadrante (C) TRU mostra os demais custos de produção – remuneração dos empregados e os impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção, que não incidem diretamente sobre o produto -, finalizando com o rendimento misto bruto e o excedente operacional bruto. O novo formato das contas nacionais no Brasil conseguiu, integrar as contas nacionais e a matriz insumo-produto. Tabela de Recursos e Usos Alguns dos ganhos analíticos e metodológicos: a) estimativa, ano a ano, do valor da produção e do consumo intermediário; b) a apresentação anual da repartição da renda gerada no processo de produção entre os fatores trabalho e capital e as administrações públicas; c) maior grau de detalhamento das atividades, evidenciando tanto os produtos por elas produzidos quanto os utilizados como insumos; d) a integração da matriz de insumo-produto ao sistema de contas nacionais. As Contas Econômicas Integradas (CEI) Correspondem ao conjunto de quatro contas do sistema anterior. Grupo A a) Conta de bens e serviços (resumo dos quadrantes A1, A2, B1 e B2). Grupo B a) Conta de produção – visa apurar o valor do PIB. b) Conta de Renda (conta de distribuição primária, conta de distribuição secundária e de uso da renda) c) Conta de acumulação – equivale à conta de capital do sistema anterior. As Contas Econômicas Integradas (CEI) Grupo C a) Conta das operações com o resto do mundo – apresenta o resultado final das operações estabelecidas entre um país e o resto do mundo. CONSIDERAÇÕES FINAIS As informações apresentadas pelo sistema de contas do país são importantes tanto para o governo como para os empresários, a partir de tais informações os mesmos podem tomar suas decisões. REFERÊNCIAS PAULANI, Leda M.; BRAGA, Márcio B. A nova contabilidade social: uma introdução à macroeconomia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. VASCONCELLOS, Marco A. Sandoval de. Contabilidade social. In:______. Economia: micro e macro. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2001. cap. 9, p. 193 – 241.
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